Go Rogue! escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 4
Capítulo 4 – Um futuro com esperança


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que essa fic é uma coleção de one shots com possíveis finais diferentes para o final do filme ou momentos que podem ter acontecido no futuro. E os capítulos podem ou não ter conexão um com o outro.

Dedico esse capítulo a Carrie Fisher e Debbie Reynolds. Sei que apenas Carrie está ligada a Star Wars, mas eu ainda não havia homenageado Debbie (quem nunca assistiu "Cantando na chuva" eu recomendo altamente). Mãe e filha partiram juntas e nos deixaram grandes sonhos que ecoarão para sempre, então deixo aqui minha homenagem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720277/chapter/4

Capítulo 4 – Um futuro com esperança

— Diga que entende! – Galen implorou fitando os olhinhos verdes da filha de oito anos.

— Eu entendo – a menina respondeu com convicção, tentando esconder do pai a angústia e a dor que a tomavam, sabia que o que quer que fosse que estava acontecendo não podia ser algo bom.

Galen a abraçou forte e tudo aconteceu muito rápido. Sua mãe fugindo com ela através do capim alto do lado de fora da casa, seu pai conversando com homens ameaçadores, com olhares completamente tomados por maldade e crueldade, sua mãe a abraçando forte como se fosse o último abraço, que segundos depois Jyn descobriria que realmente fora o último, sua mãe a mandando prosseguir e voltando na tentativa de impedir que levassem seu pai.

Jyn viu tudo. O que parecia ser o chefe dos homens maus falar alguma coisa na direção de sua mãe, sua mãe morta no chão, o choque, dor e revolta no olhar de seu pai e o desespero enquanto ele procurava pela filha na esperança de não vê-la ou vê-la muito longe. Jyn não se mexeu, nem emitiu som algum. As palavras dos pedidos e instruções insistentes de seus pais desde que ela era bem menor a impediu de sentir choque ou dor no momento, ela só tinha que se afastar e desaparecer. Acordou de seus pensamentos quando ouviu o homem de roupas brancas falar com os stormtroopers.

— Há uma criança! Encontrem-na!

Jyn não esperou por mais nada, sabia que provavelmente aquela seria a última vez em sua vida que veria seu pai vivo, mas seria assim de agora em diante, ela estaria sozinha. Correu tanto quando pode ainda abaixada no capim, deixando cair seu stormtrooper de brinquedo, mas não havia tempo para recuperá-lo. Jyn continuou a correr, correr, correr, até chegar numa pequena caverna entre as rochas mais afastadas de sua casa e levantar uma delas,, por onde ela pode passar e se esconder. Ninguém diria que não era uma rocha real. Viu os stormtroopers por uma fresta na tampa de seu esconderijo, mas logo eles foram embora, e assim Jyn esperou talvez por mais de um dia inteiro até Saw Guerrera abrir a tampa de repente e chamá-la para partir com ele.

Segura dentro de uma nave, já muito longe de seu planeta, finalmente a desgraça emocional daquela manhã se abateu sobre Jyn, e com a sinceridade de uma criança, ela chorou no colo de Saw enquanto ele a balançava e tentava acalmá-la. Assim foi até ela dormir.

— Eu sinto muito por você, pequena. Mas vai ter que aprender a lidar com isso. Você vai ser uma mulher muito forte e ainda tem um longo caminho pela frente – ele sussurrou para a menina adormecida depois de acomodá-la em sua cama.

Beijou os cabelos da criança e acendeu uma lamparina na mesa, fechando a porta e deixando o quarto após olhar uma última vez para Jyn.

******

— Mamãe? – O menino de seis anos sussurrou aterrorizado de medo no ouvido da mulher que de repente o apanhara do chão e o abraçava com toda a força.

— Vai ficar tudo bem, meu amor – ela sussurrou de volta – Só tem que se lembrar do que sempre conversamos.

Cassian sentiu o peito doer e fechou os olhos com força, apertando mais a mãe no abraço, tentando guardar aquele momento para sempre.

— Vai ficar tudo bem, Cassian.

A mão de seu pai acariciou seus cabelos castanhos, fazendo-o abrir os olhos. Seu pai o pegou dos braços de sua mãe, também o abraçando forte. Os dois lhe entregaram a mochila que estava sempre preparada e o levaram para a porta dos fundos, a abrindo. O vento gelado do começo da manhã entrou por ela, fazendo Cassian estremecer um pouco.

— Nunca esqueça do quanto amamos você, querido – sua mãe lhe disse.

— E que absolutamente tudo que nós fizemos foi sempre pra proteger você – seu pai falou – Diga que compreende, por favor!

— Sim, compreendo.

— Você é a melhor coisa que aconteceu em nossas vidas. Nunca esqueça disso. Então vá agora, Cass – sua mãe falou tentando seu melhor para não chorar.

— Fique escondido. Você será encontrado por nós ou pela Aliança.

O menino assentiu e dando o seu melhor para não se alterar saiu pela porta, correndo o mais depressa que podia abaixado no capim alto em volta de sua casa. Cassian tropeçou e caiu com o som de uma nave pousando em frente a sua casa. Ele já ia longe, mas escondeu-se no capim, vendo claramente os stormtroopers que se espalharam sob as ordens do homem perverso que tirou a vida de seus pais com um blaster em seguida. Cassian não podia ficar mais. Ele se virou na direção oposta e correu abaixado, correu até suas pequenas pernas começarem a cansar. Encontrou finalmente as grandes rochas onde ele fora ensinado a se esconder desde quase bebê. Puxou uma das rochas menores colada a uma bem maior, que ninguém diria que era falsa, conseguindo entrar facilmente na caverna que havia ali. E ficou lá. Cassian pode ver dois ou três stormtroopers passarem pela fresta na pequena rocha nos minutos seguintes, mas horas depois não havia mais ninguém. Mesmo assim ele continuou lá e esperou por mais de um dia inteiro. Não sabia que horas eram, só que o céu estava claro quando uma mulher chamada Mon Mothma abriu a rocha o chamando para ir com ela.

Cassian chorou em silêncio sozinho debruçado sobre uma mesa dentro da nave em que viajavam, já vários quilômetros distante de casa. E o afago de Mon Mothma em sua cabeça só o fez chorar mais. A ruiva sentou-se junto a ele e abraçou o menino até que se acalmasse. Minutos depois sentou-se na beirada da cama do garoto, já adormecido.

— Você está seguro agora. A Rebelião vai proteger você, Cassian.

******

Jyn apanhou Hope do chão e a carregou para dentro de casa enquanto olhava assustada para o céu. Algo se aproximava e não tinha ideia do que poderia ser. Cassian ficou do lado de fora, tentando identificar a nave.

— Mamãe?

— Está tudo bem, querida – disse baixinho encarando os olhos da menina de seis anos, iguais aos seus – Só precisa se lembrar do que lhe ensinamos caso o papai dê o sinal.

A menina assumiu uma expressão de tristeza. Não queria, mas faria se fosse necessário. Jyn abraçava a filha ainda mais firme quando olhou apreensiva pela janela. Cassian recuou alguns passos, quase caindo no gramado quando uma nave enorme desceu veloz do céu e pousou na enorme extensão do lugar, livre de casas, a não ser pela deles. Jyn sentiu seu coração falhar quando Cassian caminhou na direção da grande nave, mas se tranquilizou ao reconhecer a Millenium Falcon. Beijou os cabelos escuros de Hope e colocou a menina no chão.

— Não são os homens maus? – Ela perguntou.

— Não, são nossos amigos – Jyn lhe disse com um sorriso.

Segurou a mãozinha da filha e se encaminharam para o lado de fora da casa, onde Cassian conversava com Han Solo. Chewbacca olhou para Hope com um sorriso e abriu os braços quando a pequena sorridente correu em sua direção. Jyn riu feliz observando a cena. O alienígena abraçou Hope, a tirando do chão enquanto ela morria de rir. Depois soltou a menina que correu para a princesa Leia, que se abaixou para ficar na altura de Hope e abraçá-la. Depois Chewbacca e Leia abraçaram Jyn.

— Sinto muito se os assustamos – a princesa lhe disse.

— Tudo bem.

— Espero que esteja tudo bem por aqui.

— Está.

A princesa pode ver no fundo dos olhos de Jyn a saudade de ajudar ativamente nas batalhas, mas muito mais que isso a felicidade de não estar mais sozinha e ter uma família de novo.

— Jyn... – Han a cumprimentou com um sorriso.

— Quanto tempo, Han – ela retribuiu.

O grupo olhou para Cassian, Hope e Chewbacca que corriam em volta um do outro morrendo de rir. A pequena família muito raramente recebia visitas, e nessas ocasiões raras Hope sempre ficava muito feliz, especialmente quando via Chewbacca ou algum droid conhecido.

— Jyn, você está feliz? – Leia lhe perguntou quando Han seguiu para perto dos outros três.

— Sim – ela respondeu com sinceridade – Eu sinto saudades, acho que acostumei a nunca ficar parada, mas nada me faria mais feliz do que eles dois.

— Pode sempre pedir ajuda à Aliança se precisar. Vão continuar bem vivendo aqui mesmo?

— Nós estamos com a força e a força está com a gente. Vai ficar tudo bem – Jyn falou, trocando um sorriso com a princesa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Go Rogue!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.