Go Rogue! escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 26
Capítulo 26 – A rebelde e o capitão




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Capítulo 26 – A rebelde e o capitão

Os dois adultos conversavam no hangar da base da lua onde haviam pousado. Saw falava com uma mulher ruiva, muito bonita, com uma expressão gentil em seu rosto e uma suavidade em seus olhos. Jyn tinha dez anos. Saw lhe dissera para ficar dentro da nave, mas era algo que puxara de sua mãe, ela não conseguia se conter. Estava meio escondida, mas observando os dois na entrada da nave. Se encolheu um pouco quando a mulher a viu. “Fique escondida; não deixe que a vejam; há motivos para evitar que você tenha contato com algumas pessoas”, Saw sempre lhe dizia. Mas a mulher sorriu para ela. Se Saw percebeu, não demonstrou, pois se distraíra cumprimentando outro rebelde ao lado. Foi apenas o curto tempo de Jyn devolver um pequeno sorriso para ela desviar o olhar e voltar sua atenção para Saw. Era a primeira vez que alguém sorria ao invés de fazer alguma ameça, igorá-la, ou falar apenas com Saw.

Jyn não tinha muita ideia do que estava acontecendo, mas sabia que a conversa estava tensa. A mulher permanecia falando muito calmamente, Saw um pouco mais enérgico, mas de alguma forma Jyn sabia que algo não ia bem, e ela não sabia como duas pessoas podiam brigar educadamente, mas era o que estava acontecendo ali. Ela decidiu observar o que podia ver de onde estava. Pilotos, droids, às vezes médicos, mecânicos, alguns alienígenas de espécies diferentes, e outros rebeldes, andavam misturados pelo hangar. A nave de Saw estava parada bem na frente da entrada do templo antigo usado como base, então Jyn podia ver lá dentro. Paredes de pedra, igual ao lado de fora, e aparentemente um labirinto de corredores que ela não tinha ideia de onde iam dar, e ao lado um grande galpão onde tarefas diversas eram executadas. A menina arregalou os olhos tentando confirmar o que viu de repente. Um vulto pequeno passando entre os incontáveis adultos. Maior do que ela, mas pequeno.

Segurou o cristal kyber em seu pescoço sem nem perceber. Quando ela estava o mais triste e solitária possível, ela chegava a pensar que era a única criança jogada no meio daquela guerra. Não precisou se esforçar muito, o vulto voltou, e dessa vez ela viu realmente uma pessoa. Um menino, devia ter doze ou treze anos. Levando em conta sua pouca altura, apesar dos prováveis poucos anos de diferença, Jyn deveria ainda ter oito anos aos seus olhos. Ele ficou lá parado, com uma expressão tão surpresa quanto a dela. Ele era bonito, tinha traços um pouco diferentes do que Jyn estava acostumada a ver, algo que a faria reconhecê-lo facilmente entre outras pessoas. Deveria ter vindo de algum lugar muito distante. Os cabelos castanhos brilhavam um pouco dourados com o toque do sol, os olhos, também castanhos, pareciam gentis. Apesar dele tentar manter a aparência fria, algo em seu rosto o fazia parecer tão doce e gentil... E ela viu algo lá dentro, uma coisa que os dois compartilhavam, dor. Muito provavelmente, depois da surpresa, haviam pensado a mesma coisa, estavam olhando para uma criança órfã. Nem de longe Jyn poderia ser filha de Saw, e por que o garoto estaria andando sozinho e armado pela base? A considerar o blaster preso em sua perna, devia estar sendo treinado, não como Saw a treinava, mas devia.

******

Cassian acordou de madrugada como sempre, ainda levaria meia hora para o sol aparecer. Se arrumou e prendeu o blaster ao coldre em sua perna como em todas as manhãs. Ele tinha algumas horas livres e logo teria que comparecer ao grupo de treinamento da inteligência. Participava de missões pequenas desde seus doze anos, agora tinha treze, mas o treinamento continuaria por muitos anos ainda.

Saiu do quarto e se dirigiu ao refeitório quando os primeiros raios de sol já despontavam no céu. Após meia hora estava andando por vários setores diferentes da base e executando pequenas tarefas. Quando se dirigiu ao hangar para verificar a movimentação em torno de uma nave desconhecida recém chegada, o sol já havia nascido completamente. Olhou de longe ao se aproximar, um homem negro que ele não conhecia, mas identificou por informações conseguidas anteriormente, falava com Mon Mothma. Ele era Saw Guerrera. Um aliado peculiar da Rebelião. Às vezes tomava algumas medidas um tanto pesadas demais e isso vinha gerando alguns atritos entre ele e os outros rebeldes ultimamente. Por alguns instantes Cassian só parou e observou, então decidiu continuar seus afazeres. Fosse o que fosse que estivesse acontecendo, não era da sua conta. Caminhou apressadamente pela entrada do templo, mas algo que viu o obrigou a voltar segundos depois, ele tinha que ter certeza que seus olhos não lhe prepagavam uma peça. Não era incomum aparecerem crianças na base, todas órfãs, e nem sempre ficavam ali mesmo. Na verdade nem se lembrava qual fora a última vez que vira outra criança, ainda mais... Uma menina!

Ela estava lá. Olhando para ele. Meio escondida na nave, mas estava lá. Cassian arregalou os olhos, depois do susto ficou parado enquanto os dois se encaravam de longe. E descobriu algo que ele achou que tivesse perdido nos últimos sete anos, não sabia definir, mas percebeu que ainda tinha um coração se podia dizer assim. Ela era linda, foi a primeira coisa que pensou depois de se acalmar. Tão pequena... Devia ter uns oito anos. Ela se arriscou a andar um pouco mais perto da saída da nave e a luz do sol permitiu que Cassian a visse melhor. Seus olhos eram verdes e sardas adornavam seu rosto. Os cabelos castanho claros brilharam ao contato da luz e estavam belamente trançados. Não passou despercebido a Cassian que Mon Mothma e Saw estavam se desentendendo, nem que a pequena garota tinha uma vibroblade escondida em suas roupas, mas poder compartilhar aquele momento com ela, apesar de nem se conhecerem, foi confortante. E por um instante ele desejou que tudo aquilo fosse um sonho, que aquela guerra não existisse. Eles poderiam ter seus pais de volta e quem sabe se conhecerem em outro lugar, se tornarem amigos e brincarem juntos. Sim, ela devia ser órfã como ele. Cassian sabia que Saw não tinha filhos, e se tivesse, provavelmente não seriam como ela. Também pensou no quanto ele era solitário por pensar aquelas coisas... Apesar de todo o apoio e conforto emocional que Mon Mothma e Draven tentavam lhe oferecer. Então de repente um tom de voz mais alto quebrou o momento.

— Jyn! Volte pra dentro – Saw pediu gentilmente, mas tentando mostrar autoridade.

Então o nome dela era Jyn. Cassian achou o nome bonito, e de certa forma combinava com ela, pequeno e delicado.

A menina deu alguns passos para trás, mas andando lentamente para cumprir a ordem, ainda olhando para ele, Cassian. Ela viu um homem de expressão severa, de quem ela não gostou nem um pouco, embora não soubesse porque, se aproximar e pousar uma mão no ombro do garoto, que olhou para cima para vê-lo.

— Cassian – ele disse.

Então o nome dele era Cassian, Jyn achou o nome lindo, e tão doce quanto o olhar de seu dono.

— Tem dez minutos para chegar ao treinamento. Não vá se atrasar. Pode contemplar a paisagem num outro momento, deixe os assuntos dos quais não está encarregado para que outros resolvam.

                - Já vou, general – Cassian respondeu.

                O homem olhou na direção de Jyn, não vendo nada, pois a criança se escondeu, não gostara dele nem um pouco.

                - Sua curiosidade é boa, e sua prudência em ficar longe também, algo importante para um oficial da inteligência, mas o que eu disse antes ainda é válido. Nove minutos – falou antes de sair para algum lugar.

                Cassian olhou de novo para o interior da nave, Jyn estava lá outra vez. Ela sorriu para ele, e não conseguiu evitar fazer o mesmo.

                - Jyn, é hora de ir, querida – Saw lhe disse voltando ao interior da nave enquanto Mon Mothma o observava com o rosto sério.

                - Está tudo bem? – Jyn perguntou.

                Cassian riu baixinho. A vozinha infantil era tão suave quando tudo mais que ele havia observado nela.

                - Não se preocupe, Estrelinha – Saw respondeu.

                Jyn encarou Cassian outra vez quando a nave começou a se fechar. Dor, felicidade, e ainda um resquício de surpresa se misturou nos dois olhares. Provavelmente não se veriam nunca mais e para sempre iriam carregar a curiosidade do que havia acontecido com o outro. Talvez nenhum dos dois vivesse muito. Quem sabe se encontrariam em outra vida, em outro lugar... Sem guerra, onde poderiam ser apenas crianças. Os olhos verdes e os castanhos permaneceram conectados até a nave se fechar completamente. Cassian a observou sumir no céu, e ainda ficou lá por alguns minutos. Uma mão gentil afagou o topo de sua cabeça e ele viu Mon Mothma sorrindo para ele. Ele sabia que mesmo ocupada, a mulher estivera observando ele e Jyn, e devia saber o que ele estava pensando.

                - Um dia nós vamos acabar com isso – ela falou deslizando a mão por seu rosto.

Era algo que talvez nunca acontecesse, ao menos não rápido o suficiente para ele, Jyn e muitas outras crianças deixadas órfãs pelo Império, mas Cassian acreditava, queria aquilo, e lutaria por isso.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei o que tá havendo que hoje pela segunda vez a minha resposta a um comentário foi enviada antes de eu terminar de escrever! ¬¬ Ò.Ó Um comentário feito no cap 23 por Emma. Ela falou algo interessante sobre escritores de fanfic que quero compartilhar com todos, e como a leitora mais assídua, ela merece ver o restante da minha resposta, então vou deixar aqui:

Sobre nós escritores... SIM!!! 8D Só vou dizer uma coisa, sem nós a vida seria muito infeliz! xD Não quero me gabar nem nada, mas imaginem... Pra onde corremos (escritores e leitores) quando nosso coração é totalmente estraçalhado por algo terrível na história original? Como aliviamos a dor e curamos um pouco da nossa mágoa? Exatamente, lendo milhões e bilhões de fics. xD ♥ ♥ ♥

Sobre a música... Cada momento pode ser o último. Fico feliz de saber que consegui conectar bem as duas coisas. =) Se pararmos pra pensar... Até a vida de todos nós também é assim. Não sabemos do segundo seguinte, então não deixem pra depois nada do que querem fazer.

Não me diga que Diego morre em 5 dos filmes dele!! Ç_Ç Depois me conte quais são que eu nem assisto, não aguento ver esse lindo morrer. Ç.Ç Já tirei Elysium da minha lista.

Eu não aguento ver aquele clipe, agora escuto só a música, meu coração já foi cortado vezes o suficiente assistindo. xD Eu não deixaria Jyn e Cass seguirem o mesmo percurso, coitados. Ç.Ç

É!!!!!! Ò.Ó O diretor queria fazer eles vivos em outro planeta no final, POR QUE DESISTIU????!!!!!! Ò_Ó Nunca vou perdoar isso!!! Ò.Ò

"Diego disse que Jyn e Cassian ser um casal fica a cargo dos fãs (não preciso falar nada). Quando a Felicity foi questionada se a relação de Jyn e Cassian era amizade, companheirismo, paixão ou amor ela respondeu: "Acredito que seja de tudo um pouco"."

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 8D JÁ DISSERAM TUDOOOO! *O* Especialmente ela! É amor, confirmado!!!! XD ♥ ♥ ♥ Conte pra todos onde você viu essas lindas entrevistas!!!! *---------*

Obrigada a Emma e Dug por sempre comentarem em todos os caps e darem força pra história continuar!!! *----* Em breve mais dois caps novos, um deles especialmente pra Hope. ;D



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