— Ou melhor, minha ex-noiva. Nós não temos mais nada definitivamente a partir de agora. - ele disse parecendo aliviado.

— E isso te deixa feliz? - perguntou Tammy intrigada.

— Feliz não tem como eu ficar mas ao menos agora acho que estou decidido a seguir em frente, ao invés de eu tentar e tentar como fazia antes. Dessa vez eu não vou mais voltar, mesmo que ela insista em fazer isso. É melhor pra nós dois que isso não aconteça mais. Ela também precisa se libertar disso! - soltou ele.

— E ela ligou pra voltar com você então? - Tammy se permitiu perguntar.

— Agora ela sabe que isso não será mais possível! - disse ele, com um sorriso aliviado, mas com um olhar triste.

— Se foi o melhor, então tudo ficará bem! - ela deu um sorriso calmo.

Os dois foram até o ponto de táxi, onde Tammy seguiu para casa, depois de dar um beijo na bochecha de Marco e agradecê-lo pelo encontro.

No dia seguinte, Marco telefonou pra Van e avisou que iria visitar os pais numa outra cidade e iria resolver uns assuntos de trabalho também. Ele também avisou a Tammy. Ao menos naquele fim de semana, não ia rolar passeio em grupo. Van decidiu se aproveitar disso e chamou Maya pra sair. Ela aceitou, claro.

Os dois dessa vez foram fazer um passeio diferente. Eles foram visitar um museu, mas numa cidade vizinha. Lá tinha uma exposição histórica de objetos do Império Bizantino, que ajudaria muito a entender sobre os primeiros designers e ajudaria na faculdade também, além de ser belo e interessante. Maya era fascinada por design e a exposição para ela seria algo muito especial. Van também apreciava, tal como aprender sobre coisas novas também lhe agradavam.

Os corredores e suas cores, os objetos intocáveis dentro de suas cúpulas de vidro, os manu-escritos ininteligíveis em papiros e pergaminhos. Aqueles dois pareciam apreciar mais do que qualquer um que estivesse ali. Maya andava depressa pelos corredores, puxando Van pela mão, ansiosa pela próxima sala. Vestimentas a encantaram naquela sala, ela tirou foto próxima a uma vitrine e foi repreendida por um guia, que lhe avisou que fotos eram proibidas. Ela ficou zangada e fez um biquinho que fez Van rir.

Ainda no centro cultural, ele foram almoçar na praça de alimentação. Pratos simples, mas saborosos. A dupla de famintos ainda tomou um sorvete de sobremesa.

Depois do passeio informativo e do almoço informal, eles foram caminhar no parque que ficava perto. O parque ia a se perder de vista. Muitas árvores e vegetação. Era quase como o Central Park de Nova York. Parecia o lugar ideal para um piquinique, no caso deles improvisado. Eles sentaram na grama com alguns lanches que compraram depois de terem a ideia. Maya era mais espontânea, mas Van às vezes ia na ideia dela.

Uma tarde romântica, isso com certeza havia acontecido. Depois de comerem algumas coisas, ela se sentou apoiada no corpo de Van, que se apoiara numa árvore. Ela tirava algumas fotos, enquanto eles conversavam sobre o que gostavam mais de fazer. Um beijo na nuca, um abraço apertado, uma fala no ouvido; e esses dois iam se apaixonado de vez.

Van sentia seu coração acelerar, mas ainda não demonstrava isso em sua expressão; embora daquela vez, Maya sentiu o coração dele bater. Foi mágico pra ela!

— Seu coração tá batendo forte! - disse ela, se virando pra olhar pra ele.

— Por que não estaria? Eu fico feliz quando estou com você! - ele dizia isso com um meio sorriso no canto da boca.

— Isso é tão legal, é a primeira vez que eu te vejo assim! - ela disse sorrindo. Nesse momento ele a puxou para si e a beijou.

Eles passaram a tarde toda no parque, namorando, conversando e dividindo coisas sobre a vida deles antes nunca citadas. Por exemplo: Maya morava com mãe e a irmã mais velha porque seu pai era falecido. Van morava com seu pai, sua madrasta e seu meio irmão num apartamento grande, sua mãe morava em outro país e ele sempre ia visitá-la. Eles aproveitaram para falar mais de suas vidas pessoais e decidiram que era hora de apresentar um ao outro às suas respectivas famílias.

No domingo foi a vez de Tom e Lucy. Mas é claro que o passeio seria mais "ousado". Um conhecido de Tom tinha conseguido uns ingressos pra uma festa e ele os deu para Tom e Lucy, que foram de pronto. Música alta não era nada estranho para Tom, e fazer amigos era do feitio de Lucy. Eles se entendiam do jeito deles.

Na segunda, Maya, Tammy e Van eram os únicos no portão. Lucy chegou antes de Tom, indicando que não passaram a noite juntos. Mas e Marco? Ele não voltou da viagem a tempo pra assistir a aula. O dia foi meio chato sem ele, mas Tammy foi a primeira a receber sua ligação.

— Então, quando você volta? - disse Tammy a Marco, pelo celular.

— Amanhã mesmo estou aí. Então não precisa ficar com saudades!— ele deu uma risada do outro lado da ligação depois de dizer isso.

Ela parecia quieta na ausência dele, o que acabou mudando no dia seguinte, quando ele já estava lá. No intervalo entre as aulas, Van, Maya e Lucy foram até a biblioteca procurar uns livros da matéria que estavam estudando, enquanto Tammy estava sentada num banco debaixo de uma árvore ouvindo música. Marco foi chegando devagar, com o intuito de assustá-la um pouco; o que funcionou, já que ela deu um pequeno salto quando ele tocou nela.

— Assustei você? - ele perguntou de implicância.

— Você não devia fazer isso! - ela disse zangada.

— Eu sei, desculpe. Foi só pra mexer com você um pouquinho. Então, tá ouvindo o quê? - perguntou ele.

— Minha banda favorita. Quer ouvir um pouco? - ela perguntou, mais tranquila.

Ele pegou no fio do fone e colocou no ouvido, ouvindo o que parecia ser uma música clássica de rock. Ele ouviu mais algumas músicas e até pediu algumas delas pra ouvir depois. Eles conversaram sobre o trabalho que Marco estava fazendo e o assunto inevitável veio à tona.

— E ela te ligou outra vez? - perguntou Tammy, interessada.

— Ela me mandou uma mensagem, perguntando se eu estava mesmo falando sério aquele dia. Mas eu só confirmei o que eu disse antes. - ele disse olhando nos olhos dela. - Sei que você está insegura sobre o que tá acontecendo entre a gente, mas tá certa de estar assim. A gente pode ir devagar com isso! - ele completou.

— Você é bem observador, e tem razão, não quero atropelar tudo! - ela disse e olhou em seus olhos em seguida.

Depois de uma troca de olhares, que tirou um sorriso dos dois, eles se aproximaram e se beijaram. Esse beijo foi normal, não como o da dupla de adolescentes namorando pela primeira vez do Tom e da Lucy. Eles nem chegaram a se abraçar, mas o beijo não foi tão rápido assim. Quando eles pararam o beijo e se afastaram, Tammy deu um sorriso tímido, diferente de tudo que já demonstrou antes; enquanto Marco deu um sorriso bem grande e os dois caíram na gargalhada juntos.

É agora que finalmente o terceiro casal vai se formar?