Precisamos Falar Sobre James escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 30
29. Precisamos falar sobre pendências


Notas iniciais do capítulo

Vou jogar a bomba.
Esse é o último capítulo da fanfic antes do epílogo.
Agora que eu já joguei, muito obrigada a MaleneBlack pela recomendação, é tão bom ver que as pessoas mesmo depois de quase 2 anos que eu escrevo essa fanfic ainda gostam dela e se importam ♥
Esse capítulo é dedicado a você.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720160/chapter/30

[Sábado à tarde]

O carro estacionou em um posto de gasolina de beira de estrada.

Lily conseguiu convencer Snape de que precisava ir ao banheiro e lembrou-o que nem ela nem Mary tinham podido almoçar.

Mary ficou trancada no carro e Snape ficou do lado de fora do banheiro, cuja a porta tinha umas listras que permitiam ver a luz lá dentro. Tentou convencer-se de que, se Snape quisesse estuprá-la, teria já feito isso.

Não sentia realmente vontade de usar o banheiro, então girou o registro da pia um pouco, deixando cair algumas gotas na pia, para convencê-lo de que estava fazendo o que tinha pedido. Pegou seu celular rapidamente, abrindo o WhatsApp.

 

James Potter

Visto por último hoje às 12h30

 

Socorro (15:00) ⌚

Snape (15:00) ⌚

Polícia (15:00) ⌚

 

Lily voltou a guardar o celular e desligou a torneira, puxando a descarga e voltando a ligar a torneira para fingir lavar as mãos.

Assim que destrancou a porta, Snape puxou-a pelo braço até a loja de conveniência, onde comprou alguns salgados para que comessem no caminho. O vendedor olhou de forma estranha para eles e ela tentou indicar que algo estava errado arregalando os olhos para Snape, quando ele não estava olhando.

Mesmo assim, logo depois estava de volta ao carro.

Tirou a fita durex da boca de Mary, tentando tomar cuidado, mas mesmo assim ela chorou de dor. Não podia desamarrar a amiga, ou elas estariam perdidas, então ajudou-a a comer.

— Por que está fazendo isso? — Lily perguntou, depois de ter sido obrigada a voltar para o banco da frente.

— Para que não tentem fugir — Snape respondeu, sem entender o que ela queria dizer.

— Não. Por que está nos levando dessa forma?

Ele olhou rapidamente para trás.

— Você não consegue ver que estou tentando protegê-las?

Não pôde evitar a gargalhada que escapou.

— Nos proteger? Ah! Certo! — debochou — Estou me sentindo muito segura!

— Eles virão atrás de vocês duas. Queriam que eu terminasse o serviço hoje.

— E quem garante que não irá terminá-lo?

Snape olhou irritado para ela, como se tivesse sido magoado por sua desconfiança.

— Você não confia em mim? — ele teve a audácia de perguntar.

— Não! — Lily respondeu em alto e bom som — Se você realmente quer nos proteger, nos leve de volta agora mesmo!

— Não — retrucou na mesma hora.

E então ela explodiu, sem pensar que não estava em posição de reclamar, já que ele tinha uma arma no porta luvas.

— Você não se importa comigo! Você é doente! Não está tentando nos proteger, essa é sua desculpa para me levar. E Mary foi só o seu meio de me alcançar, não pode deixá-la solta porque irá te denunciar.

— Não posso deixá-la porque querem matá-las!

— Mentiroso! Você mente tanto que acredita nas suas próprias mentiras!

— Eu não estou mentindo!

Mary soltou um grito segundos antes do carro bater.

Lily estava sem cinto de segurança e sentiu a sua cabeça bater contra o vidro rachado do carro, antes de desmaiar.

— Ai, meu Deus! Lily!

Assim que acordou, permaneceu com os olhos fechados.

O seu desmaio durou pouco, tinha noção disso, o que significava que não tinha sofrido uma concussão ou algo mais sério, mas permanecer desmaiada era a sua arma naquele momento.

— Você a matou! Seu assassino! — gritou Mary.

— Não!

Sentiu o sangue escorrer do corte na sua testa pelo seu rosto, mas manteve as suas expressões inexpressivas.

— Precisamos levá-la para o hospital!

— Você não entende. Você não sabe de nada.

Escutou o som do gatilho da pistola que Snape usou para convencê-las a chegarem naquele momento.

— O quê? Vai me matar também?

— Dirija!

Viu com o canto do olho Mary assumir o volante, as mãos tremendo e com um corte na palma por causa do vidro que se espalhou por todo o carro.

Eles pararam à frente do St. Mungos e Snape parecia descontrolado. Seu cerco estava se fechando. Ele apontou a arma para Mary e obrigou-a a sair do carro com ele. Por um momento, pensou em girar a ignição e ir embora, mas sabia que se fizesse isso, ele a mataria.

Mary tinha que ter ido embora assim que o carro bateu, quando Snape estava desorientado demais para impedi-la. Poderia ter pedido ajuda, salvado a sua vida.

Alguns minutos depois, escutou gritos e a porta do carro abriu novamente.

— Senhor, ela não pode ser cuidada fora do hospital — disse a médica, a voz tremendo.

— Dá o seu jeito! — Snape gritou — Ou eu mato as duas!

Lily teve seu rosto afastado da janela, fazendo mais um pouco do vidro trincado cair no banco. Precisou controlar-se para não gritar quando sentiu um pano mergulhado em água ser passado por cima da ferida aberta.

Escutou o som da sirene de polícia aproximando-se.

— Anda logo! — Snape gritou.

— Não me apresse! Ela pode morrer! — a médica mentiu.

Se ela ainda estivesse desmaiada, talvez, mas não estava.

— Merda — escutou Snape resmungar, antes de sair correndo covardemente.

Lily abriu os olhos, ao escutá-lo se afastar. A médica puxou Mary para dentro do carro e trancou as portas.

— Abaixe-se! — ela orientou.

Com o pano ainda pressionado contra a sua testa, ajudou-a a agachar-se no espaço do banco da frente.

Escutaram o tiroteio do lado de fora e uma bala que ficou presa à janela traseira fez Mary soltar um grito.

— Lily, me desculpe, por favor — ela começou a chorar — É tudo culpa minha.

— Cale a boca — estava sem muita paciência para aquele tipo de drama naquele momento.

Os tiros pararam algum tempo depois, e então a doutora teve a coragem de olhar para cima.

— Ele está algemado — ela sussurrou.

Um policial bateu no vidro de um dos lados, que cedeu logo depois.

Lily foi levada para dentro do hospital receber os cuidados pela batida de carro, enquanto que Mary só recebeu os primeiros socorros por alguns cortes superficiais.

— Lily! — escutou gritarem do corredor.

Olhou para o outro lado, procurando pela voz.

— Rapaz, esse é um hospital! — um dos enfermeiros foi dar uma bronca.

— James! — Lily ignorou completamente o que o funcionário dizia, também gritando, apesar da dor de cabeça que se seguiu.

Ele parecia completamente assustado, o que era compreensível.

— Por um momento, eu pensei que... — James não completou a frase.

— Prontinho — disse a médica, assim que terminou de fazer o seu curativo — Você já pode ir.

James esperou-a sair para perguntar:

— Quer sair pelos fundos? Mary está dando depoimento, mas eles podem querer falar contigo.

Ela concordou com a cabeça.

— Hoje não.

 

[Sábado à noite]

— Você quer me matar do coração, Lilyane?

Marlene correu para abraçá-la tão rápida quanto um foguete, antes de começar a bater em seu braço, como se ela fosse culpada pelo que aconteceu.

— Você não apareceu! Quando eu fui na lanchonete te procurar, Gideon me falou que Mary não apareceu e você tinha ido atrás dela — ela explicou, rapidamente — E então você mandou aquela mensagem para o James... Ficamos tão preocupados!

— O que houve com a sua testa, Lily? — perguntou Alice de olhos arregalados.

A professora McGonagall entrou, afastando as cortinas do palco com a bengala.

— Senhorita Evans, como é bom vê-la aqui — ela pôs uma mão no ombro dela — Está se sentindo bem?

— Estou sim, senhora.

— Se precisar de qualquer coisa, avise. Os seus pais querem falar com você.

Então, dirigiu-se para organizar os atores em seus lugares e afastar os bastidores e não atores do palco. Marlene acompanhou Lily para fora do palco, pelas escadas laterais do auditório.

— É sério — ela continuou a dizer — O que aconteceu?

— Ele veio com uma conversa de que estávamos em perigo — Lily revirou os olhos.

— Como se fossem estar mais seguras com ele do que conosco — Marlene bufou — Bem, você sabe, Malfoy cavou a sua própria cova. Ele e os outros.

Antes que pudessem continuar com o assunto, Doralice foi até a filha mais velha, abraçando-a com força.

— O que ele fez com você? — ela levantou o seu queixo com a mão, olhando para o curativo na testa.

— Eu estou bem, mãe — disse Lily.

— É claro que está — Doralice resmungou.

— Venha, querida, guardamos um lugar para você — disse Carver — Sua irmã está com o amigo dela.

Lily viu Petúnia sentada junto com Ian e a família de Marlene.

Tentou não rir da clara dificuldade de seus pais aceitarem que Ian era o namorado dela e não um “amigo”.

— Eu não posso, tenho que cuidar de alguns efeitos com Lene — ela disse, olhando para a amiga.

— E pegar uma visão privilegiada dos garotos também — Marlene completou, rindo.

— Tudo bem, mas não suma — pediu Doralice, sem vontade de deixá-la ir.

Elas continuaram subindo as escadas até a parte do fundo do auditório, uma porta que dava para o andar de cima, onde a magia dos efeitos especiais acontecia.

— O que quis dizer com aquilo do Malfoy? — Lily retomou o assunto.

— A fuga de Snape foi facilitada — respondeu Marlene — E é claro que tem dedo dele nisso. Não é difícil de descobrir. Os meus pais estão trabalhando juntos nisso.

Ela não pôde evitar olhar surpresa para as poltronas dos McKinnon, quando chegaram ao andar de cima, pela parede de vidro.

— Juntos? — repetiu — Isso que eu chamo de um progresso.

Marlene deu de ombros, fingindo não se importar.

— Senta aí, eu trouxe essas cadeiras mais cedo — indicou o espaço vazio — Não sei se aqui era para ser a área VIP, mas serve.

Lily sentiria falta de Hogwarts, quando se formasse dali a uns meses.

Elas ficaram sentadas, observando o começo da peça. Não conseguiu prestar muito a atenção, tanto ansiosa pelo que aconteceria em seguida, quanto pelos acontecimentos anteriores.

Nas cenas em que Petrucchio e Katherina deveriam se beijar, James improvisava, antes que Dorcas se aproximasse demais, deixando-a cada vez mais irritada.

— Está na hora! Fique aqui! — Marlene levantou-se, ao final da peça.

Lily permaneceu vendo como os atores agradeciam, enquanto eram aplaudidos.

James, Sirius, Remus, Tonks e Alice continuaram no palco, enquanto os outros desciam. Dorcas hesitou, olhando estranhada para o grupo, que não parecia que iria descer tão cedo.

— A Megera Domada foi uma peça escrita por William Shakespeare em 1596 — disse Remus — Embora só tenha sido publicada em 1896.

— A história foi uma das primeiras comédias escritas por ele — Tonks continuou, e Lily pôde vê-la segurando a mão dele.

— É, uma história legalzinha — disse Sirius, revirando os olhos.

Lily riu sem poder evitar. Isso era exatamente o que ele diria.

— Mas sabem uma história muito melhor? — perguntou Alice, sorrindo — Ela não tem nome, mas têm duas pessoas muito reais, um casal que passou por muita coisa para poderem ficar juntos.

— Na verdade, essa história é sobre uma única pessoa — disse James — Lily Evans.

— Uma amiga muito leal — disse Alice.

— Extremamente inteligente — completou Tonks.

— E a melhor namorada que eu já tive.

Sirius soltou uma risada nada discreta, debochando de Dorcas, que permanecia à frente da primeira fileira da plateia, observando-os.

— Infelizmente, essa história ainda tem umas pontas mal explicadas — disse Tonks, ficando séria.

James olhou estranhado para ela, já que aquilo claramente não estava nos seus planos.

— Então, era para estarmos aqui falando como a Lily é maravilhosa e que ela e o James estão comemorando um mês de namoro — disse Sirius — Todo aquele tempo a gente esteve preparando isso. Foi mal pela mentira, Lily, a Lene não tá indo morar sozinha.

Tonks soltou uma risada debochada pelo conveniente esquecimento de Sirius de que ele iria supostamente morar junto com a Lene, mas resolveu deixar de lado essa informação, já que os pais dela estavam lá.

— E desculpe, James — completou Remus — A gente não queria ter que atrapalhar o seu discurso, mas a Lene precisa te mostrar uma coisa.

Lily levantou-se da sua cadeira, indo até a porta da sala ao lado, onde Bertha dava play no vídeo.

— Onde está a Lene? — ela perguntou, ao não ver a amiga lá.

— Saiu — respondeu Bertha, vendo o seu nervosismo — Você quer que eu pare o vídeo?

Lily viu pela janela da cabine o vídeo no telão. Além do vídeo do restaurante, outros de várias vezes que Lene viu a Dorcas dando em cima de outros caras enquanto estava com o James, e outros que ela não tinha mostrado a Lily antes.

— Não, não precisa — se forçou a dizer, a sua raiva renovada.

Marlene apareceu por trás das cortinas do palco, parecendo quase arrependida daquele plano.

— Eu sinto muito, James — ela pôde ver a amiga dizer a ele, sem microfone.

Viu James tirar o microfone da orelha, aproximando-se de Marlene e dos outros para dizer algo.

— Tenho que ir — disse Lily.

Ela desceu rapidamente as escadas até o palco, vendo que alguns pais e alunos já tinham saído, parecendo constrangidos. Caradoc estava em uma das fileiras da frente, dividindo um balde de pipoca com os amigos.

— Como você pôde, Dorcas? — James perguntou irritado a ela.

— Por favor, eu posso explicar — ela tentou dizer.

— Não se humilhe mais — a Srª Meadowes puxou-a pelo braço — Vamos embora agora.

Dorcas continuou olhando para James, tentando se explicar.

James passou as mãos pelo cabelo, irritado, e seus olhos pousaram em Lily.

— Me desculpe... — ela começou a dizer.

Já não sabia se tinha sido uma boa ideia todo aquele plano. Tinha se vingado de Dorcas, mas afetado a James também. Sirius e Marlene pareceram ficar alertas quando James se aproximou dela, mas ele apenas a abraçou.

— Você é realmente insana — resmungou — Eu desacreditei de tudo o que você disse e você quem está me pedindo desculpas.

— Meu casal favorito — Sirius intrometeu-se, passando os braços ao redor deles.

— Sirius! — Marlene puxou-o pela gola da camisa.

James riu e Lily gostou de como o som soou.

Ficaram abraçados por um tempo, até que ele se afastou.

— Por que a gente não dá uma passada no Three Broomsticks? — sugeriu Tonks.

Aquela era uma ótima forma de terminar a noite.

 

[Sábado de madrugada]

Lily abriu os olhos, assustada, a sensação de ter o seu coração indo para a boca.

— Ei, calma, Lils! Está tudo bem — resmungou James, o rosto afundado no travesseiro.

Por um momento, foi como se estivesse de volta àquele carro. Reviveu a batida, escutou e sentiu coisas que não tinham acontecido. E de novo estava naquele mesmo corredor, escutando o choro e os gritos de Mary.

Passou as mãos em seu rosto, sentindo o braço de James apertar-se mais ao redor da sua cintura. Voltou a deitar, aconchegando-se mais perto do namorado.

Tinha sido só um pesadelo, tentou convencer-se.

Só um pesadelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PROPAGANDA
Não sou muito boa para fazer propaganda de fanfic, mas eu tô escrevendo uma fanfic para um concurso sobre realeza. As palavras chaves de Undercover são: Harry Potter, A Seleção, Genderswap e Jily. Faz muito tempo que eu lia fanfics de HP no universo de TS e queria escrever algo desse tipo, só que diferente, então eu espero que, a quem vá ler, gostem.
O link é: https://fanfiction.com.br/historia/764251/Undercover/
PROPAGANDA

Notas do capítulo:
Eu não tenho muito o que dizer sobre o que tá acontecendo aqui agora. Não estava nos meus planos que a fanfic terminasse aqui no capítulo 29, eu simplesmente escrevi o capítulo, parei para revisar e pensei "Caramba, acabou". Eu já escrevi tudo o que tinha escrever, não tenho mais material para um capítulo 30, por exemplo, apenas para o epílogo.
Eu já disse várias vezes no Twitter, para quem me acompanha lá, que PFSJ não é o fim. "Precisamos Falar Sobre Sirius" e "Precisamos Falar Sobre Remus" são duas shortfics que eu já tenho os prólogos prontos, mas ainda não vou postar porque estou cheia de fanfics para finalizar. Então, se alguém por aí tiver tempo e paciência, é só ficar de olho no meu perfil, ou na categoria de HP aqui no Nyah que, quando vocês menos esperarem, vai ter mais um Precisamos Falar Sobre ali ;)
Vou deixar as despedidas para o epílogo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Precisamos Falar Sobre James" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.