Precisamos Falar Sobre James escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 2
1. Precisamos falar sobre o namoro


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a todos pelos comentários que recebi. Eu não esperava tanto logo no prólogo, e me sinto péssima por ter demorado a atualizar. Apenas duas palavras, que leitores não têm uma real dimensão do que significa, mas autores me entendem perfeitamente bem: "bloqueio criativo". Espero que, durante a leitura do capítulo, vocês me perdoem por isso.
Antes de tudo, também gostaria de agradecer a todos que favoritaram a história, e adicionaram aos acompanhamentos.
Boa leitura, nos vemos lá embaixo ♥



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[Sábado à noite]

— Eu não acredito!

Tonks deu de ombros, pendurada de cabeça para baixo. As pernas dobradas na escada do beliche, sendo a única coisa a ainda apoiá-la, enquanto que o resto do corpo estava agindo contra as leis da gravidade.

— Que vadia! — disse Marlene, depreciativa — Quem é o próximo? Sirius? Frank?

— Não fale isso nem de brincadeira! — Alice arregalou os olhos, abraçando o travesseiro para disfarçar o decote do pijama — Se ela entrar na jogada, estou frita!

Lily ergueu o olhar para encontrar o de Tonks, antes de jogar-se para trás, empurrando a perna para a frente.

— Ai! — reclamou Alice, colocando a mão na nuca.

— Alice, meu amor, — Marlene arrastou-se entre os colchões jogados no chão, sem a mínima força de vontade para levantar-se — a gente marcou essa festa do pijama aqui, depois do seu encontro maravilhoso com o Frank. Vamos falar sobre o seu encontro maravilhoso com o Frank!

— Ah! Agora a culpa é minha por iniciar o assunto? — comentou Tonks, ofendida — Desculpe-me se eu estou feliz.

— Desculpe-me se o meu melhor amigo resolveu furar uma saída por causa da nova namorada vadia dele! — retrucou Lily — Mas, pelo que eu me lembre, quem mencionou que a Dorcas poderia dar em cima do Frank foi você!

— Oh! Droga! Eu sou uma péssima pessoa — disse Tonks, antes que Alice ou Marlene pudessem se manifestar, cobrindo o rosto com as duas mãos — Eu aqui toda feliz, e você sofrendo. Remus deve estar sofrendo! Meu Deus, o que James estava pensando? E a ex do melhor amigo dele. Não tem nenhuma regra contra isso?

— Se quer saber, ele parecia bem feliz por se livrar dela — Marlene tentou consolá-la, embora dirigisse um olhar ofendido a Lily, que mostrou a língua, sem incomodar-se.

— E James não iria ficar com uma garota se Remus se sentisse mal por isso — completou Lily.

— É, eles têm código de ética entre amigos — apoiou Alice.

— Coisa que a Meadowes não tem — disse Marlene.

Lily lançou um olhar fuzilante para a amiga, que apenas encarou-a de volta, inexpressiva. Alice e Tonks pareciam alheias à discussão muda das duas, já que a garota de cabelo anteriormente colorido resolveu que era uma excelente hora para fazer um lanchinho.

— Regra número cinco da nossa amizade: não tocar nos meus Kit Kat’s — disse Tonks, enquanto mastigava um pedaço.

— A não ser que você resolva ser uma pessoa boa, e dê para as amigas que sempre te dão as comidas delas — retrucou Alice, fazendo carinha de anjo.

— Sensação de que não somos as favoritas por aqui — comentou Marlene a Lily, vendo como Tonks cedia à chantagem.

— Bem, nós nos conhecemos há mais tempo — Lily colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha — Elas meio que viraram nossas amigas ao mesmo tempo. Então, acho que é normal elas terem uma cumplicidade que nós quatro não temos.

— Você nunca me deu jujuba quando eu pedi! — reclamou Marlene, cruzando os braços.

— Você quer comparar as minhas jujubas com um Kit Kat?

Tonks quebrou outro pedaço do chocolate, o mais barulhenta que pôde, fazendo-as olharem novamente para ela.

— Eu já sei o porquê de você estar tão apaixonada pelo Remus! — disse Marlene, repentinamente.

— Eu não estou... — protestou Tonks.

— Oh! Por favor! Esse sorriso todo porque ele terminou com a vaca da Dorcas — ela retrucou — Vocês dois têm um gosto obsessivo por chocolate.

— Bem, gostos tendem a ser obsessivos.

Alice encolheu-se ligeiramente em seu lugar, preparando-se para dizer algo.

— Sim, eu concordo que a Dorcas foi... — ela molhou os lábios, antes de continuar — Péssima em terminar com o Remus, e partir logo para cima do James, mas... Isso não quer dizer que ela seja uma má pessoa.

— Você ficaria surpresa — foi Lily quem respondeu, já que sabia que Marlene nunca diria sobre isso.

— Você já a conhecia? — perguntou Tonks, franzindo levemente o cenho.

— Ela era a minha amiga.

Marlene levantou-se de sua cama, indo até a porta.

— Acho que agora é uma boa hora para comermos alguma coisa — ela deu um sorriso leve, antes de sair.

— Fique à vontade! — Alice murmurou, irônica.

— Pelo menos, não temos Ian nos vigiando atrás da porta — Tonks deu de ombros.

— Não sei, acho que eu gostaria da opinião dele sobre isso — Lily colocou a mão na bochecha — Ele é irritante, mas ótimo para aprontar com as pessoas.

— Você é uma pessoa muito sã para quem tem amigos tão... — disse Alice, sem concluir a frase, ao não encontrar uma palavra certa.

— Marotos? — sugeriu Tonks, rindo.

Marlene voltou, acompanhada de pacotes de biscoito. Lily ergueu as mãos para evitar ser atingida no rosto por um pacote de Ruffles.

— Cronograma de hoje: falar mal de Dorcas Meadowes, — anunciou Marlene, sentando-se ao lado de Lily — acompanhar a nova cor de cabelo da Tonks, e arrumar algo para fazer durante a noite. Provavelmente, alguma série ou filme para assistir.

Tonks ajeitou-se na cama, erguendo o braço para pegar um pacote de Trakinas. Como estava vestindo uma regata, assim que ergueu o braço, deu para enxergar a lateral de seu corpo.

— Você fez uma tatuagem! — Marlene exclamou — E não me chamou para ir junto!

— Outra tatuagem, você quer dizer — disse Lily, apontando para o dedo de Tonks.

— Você me prometeu! — a garota continuou reclamando.

— Eu não estava planejando isso — explicou Tonks — Fui com o meu primo, em cima da hora.

— O que é? — perguntou Alice, curiosa.

— Alguns pássaros, é bem pequeno mesmo — a garota de cabelos descoloridos deu de ombros, colocando um dos biscoitos recheados na boca.

— Um símbolo do infinito no dedo, pássaros na lateral... — Marlene disse — Por que você não tatua logo algo bem grande?

— Eu posso pintar o cabelo, fazer piercing e me tatuar — respondeu Tonks, depois de engolir o aperitivo — Só que a minha mãe monitora tudo isso.

— Você teve que discutir muito para pintar o cabelo de azul, né? — comentou Alice.

— Você não tem ideia!

Como para confirmar isso, Tonks desceu do beliche, e pegou a caixa de tintura de dentro de sua mochila.

— E ainda teve que ser azul claro! — a garota brincou, mostrando para elas.

— Você trouxe tesoura — notou Lily, pegando o objeto prateado.

— Sim, eu vou cortar — Tonks passou as mãos pelo cabelo, que estava um pouco acima dos ombros.

— Daqui a pouco, não tem mais cabelo para cortar — provocou Marlene.

— Alice ficaria linda de cabelo curto — comentou Tonks, fazendo com que Alice colocasse as mãos em seus ouvidos, como que para proteger os seus fios.

— Não force a barra — aconselhou Lily, divertida pela reação da amiga.

— Fiquei curiosa. Quantas tatuagens você planeja ter? — Marlene voltou ao assunto.

— Olha, eu quero tatuar quatro estrelas aqui, do lado da orelha — Tonks tirou o cabelo do caminho, mostrando-as — Alguma coisa no pulso, outra no pé ou tornozelo... Talvez no ombro ou na barriga...

— Daqui a pouco, vai ficar aquelas mulheres todas tatuadas — disse Lily — O braço cheio de tatuagem, uma enorme na panturrilha...

— Até parece! A minha mãe faz o controle disso tudo — ela riu — Ela decide quais cores eu posso pintar o cabelo, o corte, onde que a tatuagem vai ser e o que é...

— Só me surpreende que você a escute — comentou Alice.

— Ela é a minha mãe. E, apesar de ser bem tradicional, é a minha melhor amiga.

Marlene colocou a mão em cima do peito, fingindo-se ofendida.

— Vou começar a misturar — disse Tonks, revirando os olhos para ela, antes de colocar mais um biscoito na boca, e ir até o banheiro anexo ao quarto, levando a caixa de tintura.

— Vem cá, você não tinha que descolorir? — perguntou Alice, estranhando.

— E eu vou  — ela respondeu, abrindo um sachê, que veio de dentro da caixinha, com os dentes, ignorando a tesoura deixada em cima da pia.

— Deixa que ela se entende com o próprio cabelo! — disse Marlene, tirando o celular do bolso da calça.

— Estava demorando — debochou Alice.

Lily jogou-se em sua cama, abrindo ruidosamente o pacote de Ruffles, e começando a atacar o salgado para saciar a sua recém descoberta fome.

— O que você vai fazer? — Marlene quase sussurrou, aproximando-se dela.

— Não tenho o que fazer, né — Lily suspirou, sem importar-se em engolir antes de falar, já que cobria a visão de sua boca com uma mão.

— Você deveria alertá-lo — disse Alice, atenta à conversa.

— Claro! E correr o risco de ser desacreditada.

— Mas você é a melhor amiga dele! Ele te conhece há tanto tempo, e ela é só uma garota que ele acabou de conhecer. Ou conheceu quando namorava com o Remus, e está manipulando a todos.

Tonks voltou ao quarto quase imediatamente, ao escutar o nome do seu crush, movendo o pincel dentro de um pote de plástico, parecendo estar cozinhando algo.

— Tem um cheiro bom — Alice aproximou-se da tinta, dando uma cheirada rápida.

— Melhor que o creme depilatório com certeza — ela sorriu.

— Bem melhor que esse biscoito que a Marlene trouxe pra comer — acrescentou Lily, fazendo uma careta ao sentir o cheiro.

Marlene mostrou a língua para elas, antes de pegar mais um triângulo de dentro do saco plástico. Tonks apenas riu, vendo como a pasta do pote mudava de cor.

— Esse biscoito tem transgênicos — comentou Alice, fazendo careta.

Desde que o professor de biologia do colégio lecionou sobre biotecnologia, Alice ficou com um pé atrás sobre os transgênicos, já que não havia nenhum estudo que comprovasse que eram benéficos para a saúde, assim como não tinha estudo comprovando que eram prejudiciais.

— A gente podia aproveitar amanhã para cozinhar alguma coisa — sugeriu Lily — Seria divertido.

— Eu fico de fora — disse Tonks — A não ser que vocês queiram botar fogo na casa.

— Não! Tem que ser todo mundo! — insistiu Lily — Nem que seja para passar o sal.

— A gente podia fazer macaron — comentou Alice, pensativa.

— Se você souber como mexer naquele fogão da sua avó — disse Lily, fazendo uma careta.

Por causa das viagens à trabalho quase que intermináveis dos pais de Alice, ela morava na casa dos avós que, apesar de não serem tão idosos, já precisavam de alguns cuidados.

— Cruzes! Só pensamos em comida! — brincou Marlene.

— Por favor, vamos colocar alguma música, já que não vamos ver um filme tão cedo — pediu Tonks, voltando para o banheiro.

— Quer ajuda para cortar o cabelo? — perguntou Lily.

— Eu me viro — ela deu de ombros — Prefiro deixá-lo todo irregular.

— Gosto não se discute — brincou Marlene.

Lily seguiu o exemplo da melhor amiga, e pegou o celular para abrir o WhatsApp.

 

James Potter

Visto por último hoje às 21h00

 

Lily? (19:30)

Onde você está? (19:31)

Lily? (19:32)

Fala comigo, por favor (19:45)

Você saiu sem avisar (19:46)

Pensei que você tinha ido ao banheiro (19:48)

Então o cara do caixa falou que você saiu da lanchonete (19:49)

Você nem se despediu (19:49)

Aconteceu alguma coisa? (19:51)

Eu fiz alguma coisa? (19:54)

Desculpa por ter me atrasado (19:58)

Eu já te expliquei isso, Lily (19:59)

Me responde (20:10)

Estou preocupado (20:10)

Por favor (20:30)

Dê notícias (20:30)

 

Além das 16 mensagens de James, alguns outros números surgiram em outras conversas, e Lily apressou-se a tirar o silêncio de algumas dessas pessoas, respondendo àqueles que ignorou deliberadamente mais cedo.

A sua sorte era ter desativado a verificação das mensagens para não precisar inventar alguma desculpa.

— Muitas mensagens? — perguntou Marlene, o olhar fixo nela.

Lily apenas deu de ombros, como se não desse importância a isso.

— Muitas mensagens do James? — ela insistiu.

Lily olhou-a de forma atravessada, sendo respondida com um sorriso. Alice suspirou, entediada, conectando os fones de ouvido ao celular, para escutar algumas músicas do Spotify.

 

Petúnia Evans

Online

 

Manda o Potter parar de ligar para cá (21:05)

Fica esse telefone tocando toda hora (21:05)

Eu preciso estudar (21:06)

 

Se você está incomodada, tira o telefone do gancho (21:10) ✓✓

 

Grossa (21:10)

 

Lily negou com a cabeça. A sua irmã era um amor de pessoa (nota-se a ironia). Ela podia ser grosseira com as pessoas, mas quando a retrucavam secamente, ela ficava ofendida. Não ajudava em nada que ela estivesse na idade de ouro da pré-adolescência.

— Eu fui um anjo para os meus pais — murmurou para si mesma.

Marlene levantou uma sobrancelha, sem dizer nada.

— Cale a boca — retrucou Lily, sentindo o seu rosto queimar.

— A casa da Tonks é bem melhor, né? — quase não deu para escutar Alice sussurrando, apenada — Desculpem-me.

— Não importa o lugar, nós estamos aqui juntas — respondeu Lily, sorrindo.

— Olhando para as paredes... — completou Marlene, indiscreta como sempre.

— Certo, vamos falar sobre o Frank — Alice suspirou, antes de ajeitar-se na cama, uma orelha ainda com o fone cobrindo-a.

— Eu estou te estranhando, você estava tão empolgada para esse encontro, até combinou essa festa do pijama para fofocarmos um pouco — disse Lily — E, quando a Lene sugeriu falarmos sobre isso, você desviou do assunto.

O rosto de Alice ficou rosado, e ela tirou uma mecha de cabelo da frente dos olhos.

— É que eu ainda não digeri o que aconteceu — ela disse, envergonhada — É como se fosse um sonho.

— Vocês dois me fazem acreditar no amor — suspirou Marlene, sorrindo para a amiga, sob o olhar surpreso de Lily — Acreditar que o amor existe, não que ele vá acontecer comigo.

— Como em todos os momentos da vida, Marlene McKinnon diz algo lindo e tocante, para logo depois estragar tudo — a voz de Tonks veio do banheiro.

Como a porta estava aberta, Lily trocou um olhar com Marlene, antes de inclinar-se para o lado, procurando ver como a amiga estava. Vários tufos de cabelo descoloridos estavam espalhados pela pia e por seus ombros, a tesoura já abandonada, enquanto Tonks já começava a passar o pincel molhado pelos fios que ainda lhe restavam.

— Está ficando bom! — comentou Lily, antes de voltar a ajeitar-se na cama.

Alice e Marlene também deram uma espiada, e Tonks enrugou o nariz, sorrindo, visível somente pelo reflexo do espelho.

— Isso vai dar muito errado — comentou Marlene — E ela vai ter que descolorir e pintar tudo de novo.

— Continuando... — Alice virou-se — Ele foi fofo, como sempre. E eu fui uma... Idiota.

— Por quê? O que aconteceu? — Lily franziu o cenho, estranhada.

— Então... Nada — respondeu Alice, coçando a ponta do nariz — Eu fiquei gaguejando e nervosa o encontro inteiro, quase passando mal, foi super constrangedor.

— Não vai ficar grilada por causa disso, não é? — retrucou Marlene — Desculpe-me se eu te deixei nervosa.

— Eu devia ter ficado em casa, te ajudado com a roupa do encontro, e observado as suas mensagens — disse Lily, chateada — Eu teria ganhado bem mais o meu dia.

— Isso serve como a lição para você nunca mais ignorar as minhas mensagens — Tonks manifestou-se.

Lily bufou, sem responder.

— Ele te levou para casa? — perguntou Marlene, tentando aumentar o ânimo da amiga.

— Sim — respondeu Alice, monossilábica.

— Ei! Não fica assim! — pediu Lily.

— É, primeiros encontros costumam ser um desastre — apoiou Marlene.

— O fato de você ter ficado nervosa só significa que você estava com medo de estragar tudo, que ele é muito importante para você — disse Lily.

— Bem, eu estraguei as coisas — Alice revirou os olhos.

— Vamos ver “Love, Rosie” — Tonks surgiu no quarto.

Os olhos de Lily dirigiram-se para os seus fios pintados, que eram escondidos por uma touca estranha.

— Pelo menos, você descoloriu em casa — comentou Marlene.

— Sim, senão demoraria muito mais — concordou Tonks.

— Eu fico me perguntando quantas vezes você lavou os cabelos hoje — disse Alice.

Tonks apenas deu de ombros.

— Eu não tenho paciência para isso — disse Marlene, virando-se para Lily — Eu já tive mechas californianas, mas eu não tinha paciência para ficar retocando.

— Na época em que você alisava o cabelo — Lily riu, ao lembrar-se.

— Meu cabelo é liso! — ela protestou.

— Ondulado — retrucaram Lily e Alice, quase que ao mesmo tempo.

Marlene olhou mau humorada para Tonks, que tinha a boca cheia de Trakinas.

— Não gostou da sugestão de filme? — ela perguntou, inocentemente.

— Eu gostei! Amei, na verdade! — disse Lily, repentinamente — Inclusive, com sua licença, Alice, eu vou pegar o notebook para vermos.

— E todas pararmos para pensar em como reclamamos da nossa vida sem motivo — concluiu Marlene — Eles eram melhores amigos, e demoraram uns trinta anos para ficarem juntos.

— Se depender de certas pessoas, a história vai se repetir — Lily escutou Tonks sussurrando para Marlene. Como não entendeu o que ela quis dizer, resolveu deixar de lado.

— Melhor filme para um sábado à noite — Alice concordou, por fim, parecendo animar-se um pouco mais.

— Não podemos ver um filme sem pipoca, vou preparar — disse Tonks, levantando-se da cama.

— Você vai assustar o meu avô — Alice olhava fixamente para a sua touca.

— Eu vou — ofereceu-se Lily, deixando o notebook com ela — Panela ou microondas?

— Não tem a de microondas — respondeu Marlene — Eu não consigo comprar. Ou o Ian roubou de mim, aí eu já não sei.

— Certo, panela — concluiu Lily — Se virem fumaça, corram.

Alice apenas riu, mesmo que ela não estivesse brincando.

Estava fechando a porta quando escutou Tonks voltar a falar, depois do estranho silêncio que se instalou:

— Quanto tempo vocês acham que ela vai demorar para perceber?

Curiosa, paralisou em seu lugar, a mão ainda em volta da maçaneta retangular.

— Trinta anos, se nós não fizermos algo — replicou Marlene.

— Acalmem-se — Alice disse — É só questão de tempo.

Encostou o ouvido na porta para conseguir entender o que elas ainda diziam, já que as vozes diminuíram de timbre.

— ...vai acabar nos ajudando — terminou Alice.

— Vai esperando! — retrucou Marlene, soando completamente descrente.

— Não! Espere a Lily voltar! — Tonks pronunciou-se, repentinamente.

— Ai! Cliquei no botão errado! — reclamou Alice.

Sabendo que elas não estenderiam o assunto por muito mais tempo, Lily aproveitou a deixa para fechar a porta, e seguir o caminho antes planejado.


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Notas finais do capítulo

Observações sobre o capítulo:
• Tonks não tem aquela diferença de 13 anos que tem nos livros. Aqui, ela tem a mesma idade que os outros personagens. Eu sei que já disse isso antes, mas é sempre bom lembrar.
• Petúnia, em controvérsia, tem 10 anos de idade. Eu achei que seria interessante ter uma mudança significativa na personagem. Ela é sempre a irmã mais velha, vai ser interessante escrevê-la como a irmã mais nova da Lily.
• Eu tentei imitar o WhatsApp ao máximo que pude, inclusive os "✓". Espero que esteja conseguindo, e que esteja produzindo um efeito legal.
• "Love, Rosie" também conhecido como "Simplesmente Acontece". Um filme maravilhoso interpretado pela Lily Collins (Clary do filme Cidade dos Ossos) e Sam Claflin (Finnick de Hunger Games). Se você nunca viu, eu recomendo muito.

Agora, precisamos falar sobre o capítulo... Trocadilhos à parte, o que acharam do estilo de título? Eu, particularmente, AMO títulos padronizados, e espero que estejam gostando também.
Eu sei que muitos de vocês estão acostumados com uma Dorcas melhor amiga da Lily e da Marlene, apaixonada pelo Remus e tal, mas fico feliz de que estejam dando uma chance a um enredo diferente dos outros.
Se estiverem se perguntando: sim, o nome foi inspirado no filme "Precisamos Falar Sobre Kevin" (mas não tem NADA a ver com a história), que é um filme que eu sou louca para ver, mas nunca tive a oportunidade. Se algum de vocês já viu, seria bem legal se pudessem me dizer se vale a pena ver, se o livro é melhor que o filme, ou se eu não estou perdendo nada haha
Vejo vocês no próximo capítulo ♥



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