Scorly- 1 temporada escrita por Gih Freitas


Capítulo 24
O dezesseis de fevereiro mais fora de ordem que eu já tive


Notas iniciais do capítulo

Lumos!
Oi galera, mais um capitulo pra vocês (esse é o segundo na semana!)
Comentem, eu gosto da opinião de vocês (e das sugestões)
Boa leitura!
Nox!



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POV SCORP

Já sentiu quando o mundo derrepente cai sobe você? Pior ainda, já sentiu quando o mundo também cai sobe uma pessoa que você ama? Estou sentindo as duas agora. Estamos a cinco horas sentados num banco desconfortável de hospital, esperando o pior, e torcendo pelo melhor. Sei que Gina, mas principalmente Harry, já enfrentaram grandes coisas no passado, mas acho que ver seu filho entre a vida e a morte é sentir como se que todas as preocupações e dores do passado voltassem ainda mais fortes. Nunca vi Harry tão desesperado quanto hoje.

—Eu não posso perdê-lo Gina. Eu já perdi meus pais, eu não vou aguentar que isso aconteça... –Falou ele chorando e soluçando. –E-eu te falei que esse Torneio era perigoso! Falei que era uma péssima ideia que ele sonhasse em apenas em se inscrever, e agora meu filho esta correndo risco de vida num hospital!

—Ele é meu filho também! E eu nunca disse que queria que ele se inscrevesse, mas o que eu poderia fazer? Você esperava que eu fosse a Hogwarts e dar a ele uma bronca? Alvo já é um homem, ele faz suas próprias decisões. Ate parece que não o conhece, é teimoso como você.

—Você é a mãe dele! Devia ter feito algo!

—E VOCE É O PAI. PORQUE VOCE NÃO FEZ ALGO? –Harry se calou. Lily estava encostada ao meu ombro chorando agora pela briga dos pais.

—Tudo o que não precisamos agora é de uma briga, então parem. Todos nos já estamos bastantes abalados, não precisamos mais dessa. Vão pra casa, vocês estão aqui há horas, precisam descansar. –Disse James.

—E DEIXAR MEU FILHO AQUI? SEM CHANCES!

—Então pelo menos vão lavar o rosto e tomar um café. –Eles fizeram oque James sugeriu, e ficamos ali os três.

—Scorpius, vai pra casa. Você também precisa descansar. –Isso parecia mais uma ordem do que uma sugestão.

—Não vou a lugar algum. Ele é meu melhor amigo. Além disso, sua irmã precisa de mim. –Ele ia me contradizer, mas Lily olhou para ele com um olhar gélido e então ele se calou. Uns vinte minutos depois meu pai havia aparecido para dizer que eu, Lily e James deveríamos ir embora.

—E DEIXAR O ALVO AQUI? ESTA FORA DE COGITAÇÃO!

—Lily, o Alvo esta em mãos de profissionais. Sei que esta preocupada, mas vocês estão exaustos. E por hora só os pais podem ficar na UTI. Além disso, as coisas ainda vão demorar muito por aqui. Sinto por você.

—Lily meu pai esta certo. Essas coisas demoram muito. Não ira adiantar nada nos ficarmos aqui, temos que descansar. Amanha depois que acordamos nos voltamos pra cá.

—Mas... –Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, Gina interferiu.

—Vai agora Lilian. –Sua voz era firme, e fez com que Lily concordasse, ainda que de má vontade.

—Gina, se não se incomodar, seus filhos podem passar a noite na minha casa, fica apenas doze minutos daqui. Londres fica há quarenta minutos daqui, e Lily não tem idade suficiente para aparatar. –Disse meu pai. 

—Claro Draco, sem problemas. Obrigada. –Ele sorriu de canto. –Astoria não se incomodara?

—Ela não esta em casa. Foi a Liverpool visitar a mãe.

—Ah, certo. Scorpius, quando chegarem, de um chá de camomila pra essa menina se acalma.

—Sim senhora.

—EU NÃO PRECISO DE UM CHÁ DE CAMOMILA, EU PRECISO FICAR AQUI!

—Sem discussões Lilian. Você vai sim e vai agora. –Lily bufou e quase ouvi ela xingar a própria mãe em pensamento. Meu pai me deu a chave do carro e sai do hospital com ela e James. Fui dirigindo enquanto Lily foi no banco de trás deitada (ela estava exausta) e James no banco do passageiro.

—Que horas são?

—Uma da manha. –Respondi. –O resto do trajeto foi silencioso. Lily adormeceu, tive pena de acorda-la, mas nem eu e James estávamos dispostos a carrega-la ate o meu quarto. A casa estava escura e os elfos já pareciam estar dormindo.

—Meu amor, pode ir pro meu quarto. Se quiser uma toalha pra tomar banho, você sabe aonde tem. Vou pegar uma camisola da minha mãe pra você. –Ela concordou e subiu as escadas. –James, você vai dormir no quarto de visitas, fica ao lado direito do meu. Se quiser tomar banho, lhe arranjo uma toalha e lhe empresto roupas para dormir.

—Valeu cunha. Vou aceitar a toalha e as roupas de dormir. –Fiquei feliz por ele me chamar de “cunha”. Se eu sou bobo? Imagina... –Fui ao meu quarto pegar a toalha e as roupas para James quando vi que a porta do banheiro estava aberta. Lily estava nua na banheira, com os cabelos ruivos presos num coque frouxo, os olhos fechados e a cabeça apoiada na porcelana branca. Posso dizer que aquilo era mais que um deleite para os meus olhos, era a sua doçura em contraste com sua perversidade. Sua pele estava ainda mais pálida, suas sardas ainda mais realçadas, as bochechas rosadas. Tudo o que eu queria era poder ficar olhando para ela. Apenas olhando, mas parei o exato momento que vi sua face ser molhada por lagrimas silenciosas, resultado das preocupações que estavam em sua cabeça. Foi então que eu me lembrei porque ela estava ali. Sim, esqueci por meio minuto todos os fatos do dia, simplesmente porque ela afasta de mim tudo que há de mais ruim, e traz consigo a paz e a tranquilidade. Caminhei silenciosamente ate ela, que continuava em êxtase, perdida nos próprios pensamentos. Inclinei minha cabeça e lhe dei um selinho carinhoso. Ela retribuiu, porem com um beijo dolorosamente doce, lento e sem nenhum desejo ou urgência. Senti as lagrimas caírem de novo, e as limpei. Dei um beijo em sua testa e sai sem dizer uma só palavra, aquele beijo já dizia tudo o que precisávamos falar ou ouvir. Ela voltou a posição inicial, fechou os olhos e voltou de onde tinha ido. Apos dar a James o que ele precisava, fui ao closet de minha mãe para pegar uma camisola para Lily. Não era nada extravagante, afinal nossa madrugada não estava destinada a uma possível transa, e sim uma boa noite de sono para enfrentar o dia amanha. Era rosa claro e de cetim, com uma renda na região dos seios. Quando voltei ao meu quarto, vi minha namorada de hobby branco hidratando a pele. Achei aquilo muito sexy, mas devido as condições atuais, não me senti excitado ou com desejo. Acho que o acidente de Alvo causou um bloqueio sexual na minha mente. Entreguei a camisola a ela, e tomei uma ducha rápida, apenas para me recompor. Coloquei uma cueca e uma camiseta. Deu pra ouvir o choro de Lily, e aquilo partiu meu coração. Eu odeio vê-la desse jeito, principalmente por ela ser tão durona e marrenta. Lembrei-me do que Gina havia me falado, para fazer um chá de camomila para acalma-la. Fui a cozinha, e cinco minutos depois voltei com uma xicara de chá.

—Eu não quero...

—Meu amor, você precisa se acalmar, ou senão como vai conseguir dormir? –Ela não disse nada, apenas pegou a xicara e tomou o chá.

—Onde o James está?

—Deve estar no quarto.

—Desligue as luzes, abra as cortinas e se deite comigo. –Fiz o que ela disse, e vi a neve cair de mansinho lá fora. O céu estava estrelado e lua estava mais clara que de costume. Me deitei ao lado dela, que se aconchegou no meu peito. Eu a abracei e encostei o meu queixo em sua cabeça. 

—De todos os abraços que eu já senti, o seu foi o mais quente. –Disse ela baixinho.

—De todos os abraços que eu já dei, foi o seu que mais se encaixou aos meus braços.  Senti um sorriso de meia boca se formar nos lábios dela, e depois, então nos apagamos na cama.

Ate Lily me acordar pelas três da madrugada, chorando.

—Ei, o que foi?

—Um pesadelo.

—Com o Alvo?

—Foi.

—Vem cá. –Ela pôs a cabeça no meu ombro e acariciei seu cabelo. –Vai ficar tudo bem meu amor.

—Me desculpa...

—Pelo o que?

—Você esta super cansado, e eu lhe acordo no meio da madrugada, estou te atrapalhando... 

—Não Lily. Você sabe que não. Sim, eu estou cansado, exausto, mas preciso cuidar de você. Você é a minha prioridade agora. Entendeu? –Ela fez que sim com a cabeça, e parecia estar comovida. –Agora, vamos voltar a dormir.

POV LILY

Acordei num lugar onde eu não pude reconhecer no exato memento em que abri os olhos. Pisquei algumas vezes e reconheci o quarto. E o loiro que dormia como um anjo ao meu lado. Olhei no pequeno relógio em cima do criado-mudo, e marcava quase onze e meia. O dia estava frio, meus pés estavam quase congelando.  Fui na ponta dos pés ate a janela, e notei que além da neve ter aumentado em comparação a ontem, o dia estava escuro e sem vida na paleta de cores. Voltei a me deitar ate que Scorpius acordasse, e acabei cochilando por mais meia hora.

—Bom dia. –Falou ele roçando a ponta do nariz no meu.

—Bom dia. –Respondi com um sorriso.

—Esta com fome?

—Um pouco. Preciso que leve eu e James para casa. Preciso colocar uma roupa quente. Ele também. Podemos tomar café da manha numa cafeteria lá perto de casa, e ai vamos para o hospital.

—Certo. Vamos acorda-lo então. –Bati três vezes na porta de James e ele abriu com cara de poucos amigos.

—Que foi?

—Vamos embora.

—Preciso de mais doze horas de sono, ate lá, não me incomode.

—É serio James, a gente ainda precisa passar lá em casa, comer algo e ir pro hospital. –Uma hora depois estávamos entrando na cafeteria. James estava de mau-humor e eu com frio, apesar de estar com um sobretudo preto, meia calça de lã, botas e um gorro. Nos três comemos a mesma coisa. Croaçã e chocolate quente, e o meu com cravo e muita canela. Depois de siarmos de lá, Scorpius dirigiu mais uma hora de carro ate o hospital. Me senti aflita novamente. Fomos procurar sobre o Alvo com a recepcionista e ela nos disse que não sabia aonde ele estava, mas que meus pais estavam no corredor B2. Fomos para lá e os encontramos, e estavam horríveis.

—Mãe...-Chamei e ela me olhou, se levantou e  me abraçou.

—Como ele esta?

—Ele não corre mais risco de vida, mas esta muito debilitado. Draco disse que ele precisa de muito repouso. –Me senti muito aliviada. Nos Sentamos no banco daquele corredor e enquanto mamãe dizia tudo sobre Alvo. Passado alguns minutos, vi que alguém estava gritando na recepção, e eu muito curiosa, fui ver que era.

—VOCES NÃO PODEM ME IMPEDIR DE VER O MEU NAMORADO! ME DEIXEM ENTRAR AGORA! –Era a Mel!

—A senhorita não é da família, não podemos libera-la.

—Ei, Mel! –Chamei minha cunhada. –Que sorriu e me abraçou.

—Lily, diz pra essa vaca que eu namoro seu irmão! Eu preciso vê-lo!

—Ela esta comigo, pode deixar. –Ela me olhou com uma cara de bunda e liberou a Mel, que me abraçou de novo e começou a chorar.

—O que ta acontecendo? Cadê o Alvo? Ele esta bem?

—Não muito bem.  Mas ele não corre mais risco de vida. Esta em observação.

—Quando poderemos vê-lo?

—Eu não sei. Se ele melhorar, podemos entrar no quarto as três horas, que é horário de visitas. –Mel parecia estar muito preocupada, tanto quanto eu. Nos fomos pra onde estavam os outros, e esperamos ate alguém vir dar notícias. Lá pelas seis horas da tarde, Draco apareceu e disse que Alvo tinha melhorado um pouco, mas que ele estava conseguindo respirar normalmente, sem precisar dos aparelhos, o que já era ótimo. Eram quase sete e meia quando Draco surgiu mais uma vez, com um grande sorriso, senti meu quase pular para fora do peito.

—Boas noticias. Alvo além de estar conseguindo respirar normalmente, esta acordado e falando.

—Nos podemos entrar no quarto para vê-lo?

—Sim, podem. –Corri ate o quarto onde ele estava e abri a porta sem nenhuma cerimonia, que fez a enfermeira me olhar feio.

—VOCE QUER MATAR A GENTE DE SUSTO SEU LOUCO? –Falei o abraçando muito forte, e ele, mesmo estando meio fraquinho, retribuiu. Comecei a chorar, maravilha.

—Ei, que foi? –Perguntou ele rindo de mim.

—NÃO RI SEU BABACA! VOCE FAZ IDEIA DO QUANTO EU FIQUEI PREOCUPADA? –Ele sorriu. –Alvo, eu não me imagino num mundo onde você não esteja, se acontecesse algo de pior com você, eu ia ficar doida! Eu chorei tanto que metade da agua do meu corpo foi embora!   -Ele riu dessa vez, e eu também.

—Esta tudo bem agora. Devo sair daqui ainda hoje. –Eu sorri.

—Não faz isso de novo ok?

—Ok. Mas então, nos ganhamos?

—Sim, você não se lembra?

—Não muito. Mas bem, pelo menos isso aqui valeu a pena!

—Alvo, você quase morreu! Nem sei como é possível você estar vivo, e você me fala uma coisa dessas!

—Disse bem, eu QUASE morri. Mas não morri! EU GANHEI! –Se ele estivesse completamente bem, eu juro, teria lhe dado um tapa na cara. –Foi nesse momento que os outros entraram no quarto. Alvo abriu um sorriso de orelha a orelha.

—Graças a Deus meu filho! –Disse minha mãe correndo para abraça-lo. Logo depois foi meu pai, que não segurou as lágrimas. Foi emocionante. Depois James fez uma pequena provocação.

—Cara, vai ser louco lá na China! Ainda bem que você não morreu, tem uns caras da minha sala de olho na Melissa. –Minha mãe faltou dar um soco no James, mas vendo que Alvo riu ela se conteu. James abraçou Alvo, e depois Scorpius, que também não conteve uma provocação.

—Cara, você me mete em cada uma! Imagina se você morresse, quem ia ser meu padrinho de casamento com a Lily? –Ele riu ainda mais, mas aquilo me fez ficar envergonhada, principalmente por ter sido na frente dos meus pais. E por ultimo a Mel, que estava se segurando muito para não chorar. Ela nem disse nada, apenas deu no meu irmão um belo beijo na boca, sem se preocupar de estar na presença dos meus pais. Alvo retribuiu, e acho que o oxigênio que ele tinha se acabado com aquele beijo. Mel colou as testas deles e a escutei dizer baixinho:

—Se você fazer isso comigo de novo, eu juro que volto pro Brasil. –Ele sorriu.

—Lily, já cantaram parabéns pra você hoje? –Nossa, ate eu tinha esquecido! Toda aquela preocupação havia ocupado a minha cabeça (e a dos outros aparentemente).

—Nossa filha, ate eu me esqueci! Parabéns meu amor! –Ela me abraçou e eu agradeci.

—Parabéns filha. –Disse meu pai também me abraçando.

—Obrigada pai.

—Parabéns princesinhaaaa-James e sues apelidos ridículos. Pra complementar ainda aperta as minhas bochechas. RIDÍCULO.

—Obrigada. Não me chama disso, pelo amor de Deus. –Ele riu. Scorpius me encarava de relance, eu sabia que meu presente estava guardado para mais tarde...

—Parabéns amor da minha vida. –Ele me deu só um selinho. Mas então eu o ouvi sussurrando: Se guarda pra mais tarde. –EITA.

—Parabéns cunhadinha favorita! –Disse Mel me abraçando.

—Eu sou a única. Obrigada! –Falei rindo.

—Eu vou comprar um cupcake lá na lanchonete só pra não passar em branco. –Disse minha mãe. Dez minutos depois ele voltou com um cupcake muito bonitinho e uma mini vela, que sabe se lá aonde ela conseguiu. Cantamos parabéns pra mim e depois que eu comi meu cupcake SOZINHA, nos ficamos apenas conversando. Deram alta para o Alvo e nos fomos embora. Quer dizer, pra casa do Scorpius, pois o plantão do Draco terminou. A única coisa que eu pensava era “Esse foi o dezesseis de fevereiro mais fora de ordem que eu já tive”.


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Notas finais do capítulo

Ate o próximo capitulo, beijinhos!



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