O segredo da meia-noite escrita por Vicky18


Capítulo 53
Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Oieee pessoas!!como vai a vida?Depois de tanto tempo eu voltei e nem tô acreditando nisso!!Se em tempos de terceirão já era difícil publicar imagina na faculdade?Tá tenso galera kkkkkk mas eu vou dedicar meu feriado pra finalizar (ou pelo menos tentar)essa fanfics:)espero que gostem e tenham uma boa leitura:))



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Era difícil para Adrien acreditar em tudo o que acontecera há 24 horas atrás e em tudo o que tinha causado tantas tragédias em tão pouco tempo.Só de pensar que a maioria das pessoas de Paris(senão todas)haviam se tornado vítimas de um ciclo que não fora fechado á 15 anos atrás,de uma batalha não finalizada e da sede insaciável de vingança do “novo” Hawk Moth,já lhe dava arrepios e lhe fazia se torturar mentalmente(Mesmo que nada daquilo fosse sua culpa,o peso de ser um super-herói não era nada fácil de ser carregado).

 

Como duas jóias aparentemente simples poderiam causar tanta discórdia?

 

Adrien se perguntava e refletia sobre o que sua vida se tornou desde que se tornou um herói e desde que recebeu seu miraculous.Uma aflição lhe engolia vorazmente ao lembrar do sumiço do anel e de como o poder nele contido seria utilizado pela pessoa que o pegou.Mesmo tendo fortes suspeitas que apontavam para Lilá,aquela mulher que o matava com os olhos e que o enforcava com suas mãos encobertas por suas luvas pretas.

Não era muito difícil suspeitar dela,principalmente quando ela te esfaqueia pelas costas,literalmente.

No entanto,o que mais lhe assustava naquilo tudo eram as conseqüências daquela luta interminável,uma delas estava a sua frente naquele momento.

 O túmulo de Tom Dupain parecia lhe encarar de alguma forma enquanto as estátuas de anjos de pedra e gárgulas lhe julgavam com seu olhar frio de concreto.

Por mais que aquela manhã estivesse ensolarada,o clima daquele cemitério parecia ser nebuloso,frio e melancólico.A Natureza parecia corresponder aos sentimentos do rapaz,que depositava algumas flores no túmulo num sinal de respeito e tristeza.

“Sei que flores não são o suficiente...mas é tudo que posso dar agora.”Adrien se comunicava mentalmente com Tom,seu arrependimento doía em seu peito junto a sua angustia.Ele se sentia um completo inútil.

 Por mais que um super-herói salvasse inúmeras vidas todos os dias,o peso de uma vida que não fora salva competia com o restante,e muitas vezes acabava vencendo.Adrien estava pensando seriamente em encontrar seu miraculous e logo depois devolvê-lo ao Mestre Fu,não se sentia mais capaz de salvar qualquer pessoa ou bom o bastante para proteger uma,principalmente Marinette.

 Quanto mais tentou protegê-la,mais ela parecia se aproximar de Nathaniel(que também parecia ser alguém bem suspeito)a proximidade era tanta que naquela mesmo dia Marinette estaria prestes a viajar para Xangai junto com o seu “novo” amigo,e era uma incógnita a data que voltaria de lá.Talvez nunca mais voltasse.

 A única coisa que o deixava um pouco aliviado naquele momento era saber que a mestiça já sabia a verdade sobre o que aconteceu com o seu pai e as verdadeiras causas da sua morte.Relembrar daquele momento em que ela o defendeu no tribunal lhe dava um pingo de esperança e alegria,como se fosse um sinal de que aquela amizade não seria destruída tão cedo(Mesmo que a um bom tempo Adrien já estivesse nutrindo algo a mais do que uma amizade por sua ex-colega de classe,mas sempre com medo de demonstrar muito,já que a ultima vez que amou uma mulher,no caso sua mãe,ela se foi...e agora parecia que aquilo estava se repetindo,mas dessa vez com Marinette).

  Não tinha mais o que fazer além de deixar as coisas acontecerem,o Agreste não sabia quando veria o rosto de sua “amiga” de novo e muito menos se conseguiria se despedir dela,mas torcia para que algum tipo de milagre acontecesse naquele momento.

—Adrien?-Uma voz doce e familiar soou a alguns metros de distância do rapaz,interrompendo seu momento de reflexão.

 Assim que se virou para o lado,pôde ver aqueles olhos azuis lhe encarando,as bochechas com sardas levemente rosadas e os cabelos azuis escuros que balançavam com a brisa suave e fria da manhã.Marinette estava bem ali,parada,com as mãos dentro dos bolso do seu sobretudo preto(O mesmo que usou no velório do seu pai)sua expressão parecia uma incógnita e Adrien procurou decifrá-la naquele instante,mas não conseguiu.Ainda estava incrédulo com aquela surpresa tão repentina e desejada.

—M-Marinette?-Por mais que fosse só uma palavra,fora difícil pronunciá-la,já que havia um nó se formando eu sua garganta.

—É bom te ver aqui.-A azulada dera um sorriso franco,mas com uma pitada de tristeza em seu olhar.

—Eu também é bom te ver,qu-quero dizer,é bom te ver também.- O rapaz sentiu seu coração quase saltar pela boca e seu rosto queimar rapidamente,seu olhar desviou rapidamente do olhar da mulher enquanto esta tentava encontrá-lo.

—Essas flores são pra ele?-Marinette apontou para as flores recém depositadas no túmulo.

—São...

—Meu pai adora margaridas,sãos as preferidas dele...tenho certeza que ele vai gostar dessas que você deu.-A mestiça retirou algumas rosas brancas do bolso e se agachou na frente do túmulo,depositando-as com todo o cuidado para que as pétalas não caíssem.

 Depois de ter colocado as rosas no local,Marinette ficou em silêncio por alguns minutos enquanto encarava o túmulo,até se levantar e voltar sua atenção para Adrien.

—Me perdoa...-O olhos azuis pareciam implorar para o rapaz junto a voz falha que saia dos lábios avermelhados da mulher.

—Pelo quê?-Naquele instante Adrien ficou um pouco confuso com o pedido.

—...Por ter te proibido de ir no velório do meu pai,de ter me afastado de você,por ter acreditado em todas aquelas acusações,eu sei que vai ser difícil me perdoar por isso....se não quiser me perdoar eu vou entender,só não quero errar de novo com você....só não quero que isso acabe.

—“Isso”?

—Isso que nós temos.-Marinette percebeu que Adrien ainda não parecia entender ou estava apenas fingindo não entender para que ela se abrisse mais sobre “aquilo”.-Não sei explicar,não sei o que é...mas sei que é especial,talvez você não sinta o mesmo mas...

—Eu sinto.

A mestiça ficou anestesiada com aquela resposta,era como se ele soubesse o que ela sentia,como se seus olhos verdes tivessem o poder de ler sua mente naquele momento e de uma certa forma,decifrá-la.

—Sou eu quem preciso do seu perdão,eu poderia ter evitado que isso acontecesse..você viu naquelas filmagens,eu poderia ter evitado.

—Eu até não teria motivos pra te perdoar caso você não tivesse feito nada,mas você fez tudo o que estava ao seu alcance,arriscou sua vida por ele e essa atitude não merece perdão,e sim um agradecimento.Obrigada por ter tentado salvar a vida do meu pai,de verdade.Serei eternamente grata pelo que fez...-Marinette olhou para o túmulo novamente-...e ele também.

 Fora indescritível o que Adrien sentiu naquele momento,aquelas palavras tiraram todo o peso que estava em suas costas,toda a culpa e o arrependimento haviam desaparecido.Uma paz indescritível tomou conta do seu espírito rapidamente.

—Você ainda vai me perdoar?-A mestiça voltou com o mesmo pedido ao rapaz,pois ainda estava apreenssiva com a sua resposta.

—Não tenho motivos pra dizer não.- Assim que a resposta foi dada,Marinette dera um forte abraço em Adrien,seus braços rodeavam o corpo do rapaz como se ele fosse ir embora a qualquer instante,seu rosto mergulhou no casaco azul-marinho,inalando o perfume doce e amadeirado do Agreste.

 Adrien não demorou para corresponder e também a abraçou.Ele não queria que aquilo acabasse,não queria que ela fosse embora.Desejava com todas as sua forças ganhar o poder de parar o tempo e ficar naquele abraço por muito e muito tempo.

—O-obrigada.-A mesma agradeceu com a voz abafada pelo casaco e o apertou ainda mais contra si.-Eu vou sentir sua falta.

—Eu também vou.-Adrien acariciou os cabelos azulados da sua amiga e em seguida apoiou o queixo encima da cabeça dela,fazendo um encaixe perfeito.-Quando você vai voltar?

—Eu não sei...-Marinette se desprendeu do abraço,tentando fazer contanto visual com o Agreste novamente.-...Mas pretendo voltar o quanto antes.

 A mestiça se lamentava por dentro por estar se despedindo daquela forma,nada daquilo precisava ter acontecido a ela ou a Adrien,um desgaste desnecessário que foi irreversível e que agora estava prestes a tornar uma simples despedida em um Adeus.

 Marinette tinha tantas coisas para falar para ele,tantos nós que precisavam ser desfeitos de sua garganta,tantas dúvidas e tão pouco tempo para dizer tudo o que estava preso por tantos anos.Talvez um cemitério pacato no meio da cidade em uma manhã de segunda-feira não fosse o melhor o lugar para colocar as cartas na mesa,mas era a única opção de Marinette naquele momento se ela quisesse resolver suas pendências de uma vez.

 O único problema era o tempo,o relógio se tornou seu maior inimigo naquele momento crucial,pois faltava quase 1 hora para que ela pegasse suas malas e encontrasse sua mãe e Nathaniel no aeroporto(Mesmo que sua vontade de ir para Xangai desapareceu depois que reencontrou Adrien).

—Tudo bem?-O loiro interrompeu os pensamentos da azulada ao tirá-la do seu “transe”.

—Sim...Tudo ótimo.-Marinette desviou o olhar de Adrien,tentando não se deixar levar por ele.-Eu preciso ir...-A mesma pegou o celular para ver as horas,ainda lutando contra a sua vontade de jogá-lo pra longe e ficar mais um tempo com o rapaz.-Minha mãe e o Nathaniel estão me esperando.

—Ah...Claro.-Adrien direcionou um olhar cabisbaixo para sua amiga acompanhado de um suspiro.

—Espero que a gente se veja de novo.-Marinette prendeu Adrien em seu olhar enquanto tocava pela ultima vez em seu casaco azul-marinho,segurando todas as palavras que lutavam para sair de sua boca.

—Eu também espero.-Adrien dera um sorriso um tanto triste para a amiga,forçando uma falsa sensação de serenidade,mesmo tendo que enfrentar o caos em sua mente enquanto via Marinette virar as costas e caminhar até a saída do cemitério.

Ele poderia muito bem virar as costas e ir embora,mas seu corpo não obedeceu aos seus comandos e deu meia volta antes mesmo que Adrien pensasse na possibilidade de seguir seu rumo.Seus pés correram na direção de Marinette,seus olhos não conseguiam ver o que estava ocorrendo ao redor e só conseguiam enxergar a mulher de cabelos azuis que parecia cada vez mais longe.

 Adrien não tinha idéia do que iria fazer,não tinha um discurso pronto ou qualquer outra coisa que justificasse aquela atitude tão impulsiva e quase automática,mas sabia que não queria que aquele fosse o ultimo momento que a veria e muito menos que fosse uma despedida.

—Marinette!-O rapaz correu até a mulher,que por sua vez se virou assustada.-Espera!

—O que aconteceu?-A mesma o encarava surpresa e ao mesmo tempo cheia de expectativas.

—Eu só...

—Só?...

—Só queria saber se você não vai querer uma carona pro Aeroporto.-Obviamente não era isso que o Agreste realmente queria,mas foram as únicas palavras que saíram da boca naquele instante.

—Ehr...Eu adoraria.-Marinette sentiu um misto de alivio e decepção com aquela resposta,mas fincou seus pés no chão e tentou ver aquela atitude apenas como um favor de um amigo e não um compilado de segundas intenções.

—Ótimo!Então...ehr...-Adrien gostaria de dizer outras coisas,mas aquele momento ainda não era propicio.-Você vai pro aeroporto agora?

—Na verdade não,eu ainda tenho que pegar as minhas malas em casa.

—Então eu te levo até em casa e te ajudo com as malas,se quiser,é claro.

—Claro!Vai ser mais fácil assim...-Ambos perceberam o clima um tanto embaraçoso que tomava conta daquela conversa e resolveram sair do cemitério o quanto antes.Ambos sabiam que queriam falar sobre outras coisas que realmente interessassem,sabiam que não queriam que fosse um despedida qualquer.

 Enquanto entrava no carro,Marinette não conseguia controlar sua imaginação,que criava inúmeras cenas dentro daquele veículo.Já poderia imaginar Adrien lhe beijando,suas mãos retirando seu sobretudo preto,seus lábios passeando pelo seu pescoço,sua voz acariciando seus ouvidos com sussurros.

 Ela sabia que aquele não era o momento e nem o lugar certo para pensar naquelas coisas,mas depois de tantos anos almejando aquele momento com o Agreste,era impossível não se deixar levar pelos sonhos e pelas tentações que habitavam no seu imaginário.

 Já Adrien imaginava o mesmo,enquanto dirigia em direção a já extinta padaria tentava espantar seus pensamentos maliciosos e um tanto sujos para longe,por mais que quisesse enxergar Marinette como sua amiga,não poderia negar que sempre sentiu algo a mais por ela desde que a conheceu no ensino médio,algo que ia além da atração física.

 Ele mordia o lábio inferior toda vez que se imaginava beijando-a,apertava as suas mãos no volante e desviava o olhar da mulher ao seu lado,que o encarava descaradamente.

 Marinette nem percebeu que estava o encarando daquela forma,apenas sabia que estava perdida no seu transe e nos feitiços que só aquele homem conseguia fazer.Ela sabia que aquela reconcialiação era pra ser uma coisa mais “amigável” e “Fraternal”,mas era difícil não imaginar como algo carnal.

 Se fosse a ultima vez que o veria,teria que fazer valer a pena.

A mestiça esperou que o rapaz estacionasse e acaricou uma das mãos do Agreste que a recém tinha sido retirada do volante,atraindo a sua atenção,fazendo com que ele a encarasse.

 Ele sabia o que estaria prestes a acontecer e não iria deixar aquela oportunidade passar.Seu coração disparou,sua respiração ficou pausada,seus olhos se fecharam afim de sentir os lábios da mestiça tocando os seus enquanto as mãos da mesma já rodeavam seu rosto e o puxava pra si.

 Marinette nem pestanejou e começou a beijar o pescoço do rapaz,percorrendo um caminho vagarosamente excitante até o seu maxilar,passando pela orelha,pela bochecha e por fim...a boca.

 Quando seus lábios se encontraram,uma sensação indescritível tomou conta dos dois,seus batimentos cardíacos entraram em sincronia quando Marinette sentou no colo do rapaz e seus casacos se chocaram enquanto suas línguas dançavam uma valsa lenta e quente,seus corpos correspondiam a todos os estímulos possíveis,tornando aquele momento único e indescritivelmente incrível.

 Adrien apertava Marinette contra si,prendendo-a em seus braços,acariciando seus cabelos,inalando seu perfume,procurando sentir cada vez mais daquela sensação que parecia viciante  e que o mesmo se arrependera de não ter se permitido sentir á 10 anos atrás.

 Enquanto se martirizava por não ter percebido antes,Adrien tentava aproveitar cada segundo em que Marinette tirava seu fôlego e sentir a redenção naquele beijo.

 Já a azulada se sentia nos portões do paraíso,sua ficha não tinha caído,depois de tanto tempo e um dos seus maiores sonhos e desejos havia se tornado realidade.Ao contrário de suas fantasias juvenis em relação ao seu beijo com o Agreste,a realidade não decepcionou e foi muito melhor do que ela poderia imaginar.Ele era 10 vezes melhor do que ela pensava,a boca dele parecia se encaixar perfeitamente com a dela,seus corpos pareciam ser só um,as mãos dele decifravam o que ela queria,numa sincronia perfeita.

  Estranhamente,aquele beijo era deliciosamente parecido com o de Chat Noir naquela noite estranha e regada a bebida alcoólica.Embora Marinette procurasse tirar o herói de sua cabeça e focar no mocinho a sua frente,era difícil não associar.

  Assim que se separaram para recuperar o fôlego,seus olhares se encontraram novamente,desta vez numa sintonia diferente e nova.Marinette não era mais uma amiga,Adrien não era mais um sonho distante.Tudo parecia mais claro agora.

  Ambos tentavam averiguar a veracidade daquele momento ao roçarem seus narizes,Adrien descia na direção do pescoço de Marinette,afim de sentir mais um pouco do seu perfume,transmitindo ondas elétricas de excitação para a mulher,que por sua vez tentava voltar a realidade.

—Eu...preciso pegar as...malas.-A mestiça mal conseguia falar em meio aos suspiros.

—Hmm...-Adrien gemeu como se estivesse resmungando,roçando os lábios na pele pálida da mesma.

—Eu tenho que sair...-Marinette não sabia da onde conseguiu forças pra se desprender do rapaz,já que seu corpo também queria ficar por lá.

—Tudo bem...-Adrien voltou a encarar a mulher,ainda com as mãos em sua cintura.-Você quer ajuda com as malas?-Ele lançou um olhar cheio de segundas,terceiras e quartas intenções para a azulada,que logo traduziu o recado.

—Por que não iria querer?-A mulher respondeu com um sorriso no canto da boca ao puxar a gola do rapaz e “arrastá-lo” até a sua casa.


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Notas finais do capítulo

Huuummmm NOSSASENHORADOCEU o que foi isso?!Eu admito que foi uma das poucas vezes que eu escrevi uma cena um pouco caliente...e eu tô com muita vergonha hahahaha mas espero de verdade que vcs tenham gostado:)bjs da Vick e até o próximo capítulo (que não vai demorar quase dois meses pra ser publicado,eu garanto!)