O segredo da meia-noite escrita por Vicky18


Capítulo 45
A obsessão


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas!!Para a surpresa de todos eu estou de volta com mais um capitulo retirado diretamente do forno pra vocês(Se quiserem chamar esse forno de milagre também conta hehe)Mas enfim...tenham uma boa leitura:)



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A corrida até o suposto ponto de encontro de Marinette com Nathaniel havia durado quase meia-hora de viagem e perseguição,o que deixava a jornalista cada vez mais intrigada a respeito daquela situação(mesmo que isso doesse em seu bolso, já que o preço do trajeto até o outro lado da cidade de táxi com certeza não seria nada barato).

De qualquer forma,se Alya foi tão longe por conta de algo meramente “irrelevante” é porque sua o intuição lhe dizia que sua busca incessante valeria a pena (e algumas notas de euro também,é claro).Dito e feito,assim que avistou o carro preto estacionar na frente de um modesto prédio antigo,a jornalista logo se apressou para pagar o motorista e descer rapidamente do táxi, até conseguir acompanhar os passos de sua amiga.

Tanto Marinette quanto Sabine esperavam na frente da porta daquele edifício, até que a mesma fosse aberta por alguém familiar.

—Nathaniel…-Alya susurrou enquanto observava de longe as duas mulheres sendo recepcionadas pelo ruivo,que logo as convidou para entrar.

 Assim que a porta se fechou,a jornalista correu para a lateral daquele mesmo prédio,encontrando uma espécie de beco repleto de lixeiras e móveis velhos abandonados(Sem contar com alguns ratos que pareciam fazer a festa com o resto de comida jogada no chão).

 Era realmente uma cena bem nojenta,mas nada que afetasse a mulher a ponto de fazê-la fugir dali aos gritos(Afinal de contas o que eram ratos para quem já deu um passeio pela cidade com um carro fúnebre roubado com dois defuntos no porta-malas?).

 Apesar de não ter sido um bom lugar para se esconder,aquele cenário urbano jogado as moscas ainda sim tinha algo interessante (no caso,algo que poderia ajudar a jornalista a invadir a casa de um certo suspeito e conseguir um belo furo de reportagem). Junto ao prédio,mais especificamente colado a sua estrutura antiga,havia uma escada de ferro quase imperceptível que passava ao lado de todas as janelas do edifício de 3 andares,assim dando acesso para “aventureiros” invadirem a casa de alguém.

  Alya logo percebeu a presença daquela escada e não pôde deixar de esboçar um sorriso de contentamento, finalmente tinha uma chance perfeita pra continuar a sua busca.Sem ao menos imaginar o que encontraria a seguir.

 Após algumas tentativas de alcançar aquele lance de degraus enferrujados,Alya percebeu que sua baixa estatura não estava contribuindo para o seu plano.Por isso optou por empurrar(com muita dificuldade)uma das lixeiras até o canto mais próximo possível da escada,e em seguida escalou o objeto até conseguir se pendurar em um dos degraus.

 Depois de ter pegado um pequeno impulso,a mulher conseguiu se apoiar na estrutura e subir os degraus em direção as janelas do edifício.

Agora sua missão era outra: Descobrir qual era o apartamento de Nathaniel e torcer para que houvesse alguma abertura para invadi-lo.

Enquanto subia cautelosamente os degraus enferrujados,Alya passava por cada janela a procura de alguma pista que a levasse até o suspeito.Depois de passar por uns dois andares e vários lances de escada,a jornalista torcia para encontrar o que queria nas janelas do terceiro e último andar.Seus passos apressados eram o reflexo de seu nervosismo e de sua ansiedade em relação as suas suspeitas e expectativas,porém suas “preces” foram atendidas ao se deparar com uma janela aberta e vozes familiares ecoando dela.

 Alya logo se aproximou da abertura e ficou bem ao lado dela,na tentativa de escutar a conversa e acabou vendo mais do que devia.Enquanto tentava identificar alguma palavra da suposta conversa,a jornalista sentiu um cheiro quase imperceptível de tinta vindo de uma janela ao lado...O que acabou despertando a curiosidade da mesma,que logo se esgueirou para o outro lado até chegar na abertura.

 A medida em que se aproximava poderia sentir o aroma de tinta adentrar em suas narinas,dando uma sensação de queimação.Porém assim que chegou até a janela, pôde ver através do vidro sujo uma espécie de ateliê.

 Havia inúmeros quadros em branco, pincéis e incontáveis potes de tinta espalhados por todo o chão, além de alguns objetos encobertos por lonas de diversos tamanhos.Aquele cenário despertava uma curiosidade insaciável na jornalista,que se segurava para não abrir aquela janela e vasculhar tudo que havia dentro daquele lugar.

 No entanto como a tentação venceu o bom senso,Alya não pensou duas vezes e abriu a janela vagarosamente (para não fazer nenhum barulho que chamasse a atenção)e adentrou no ateliê.Assim que seus pés tocaram o assoalho de madeira,o piso rangeu de tal forma que Alya sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha só de pensar na possibilidade de ter dado alarde com o barulho.

 A mesma olhou ao redor e esperou algum tempo para ver se alguém se aproximava do local(Mas pelo que parecia ninguém mais escutou o barulho),depois disso inspirou o ar impregnado de tinta e continuou sua “exploração” pelo ateliê.

 Porém durante a tentativa de fazer menos barulho,Alya tentou andar na ponta dos pés pelo local e depois de alguns minutos acabou enroscando o pé em uma das lonas,por fim derrubando-a.

 “DROGA!DROGA! DROGA!!”A jornalista gritava mentalmente depois de ter tropeçado no chão e sentido a lona cair sobre suas costas.Após aquela falha terrível,Alya tentou se levantar para sair logo dali...Mas assim que virou-se pra trás se deparou com a “obra de arte” que estava coberta pela lona.

—Mas que merda é essa?!-A mulher susurrou quase num grito ao ver uma pintura a óleo gigantesca de Marinette.Depois do choque,Alya se afastou cambaleante até o outro lado do ateliê, tirando lona por lona de cada quadro e se deparando com a mulher de cabelos azulados em todos eles.

 Aquela era uma visão tão pertubadora que mais parecia o quarto de algum fã obcecado ou um psicopata.Nada naquele ateliê era normal,tudo lembrava Marinette...tudo mesmo.Os potes de tinta só eram azuis, brancos, vermelhos e rosas e os desenhos e rascunhos nas paredes retratavam Marinette em diversas poses e vestimentas (sem contar numa pilha de fotos que havia da mestiça no ano em que a mesma ainda cursava o ensino médio).

 A medida em que olhava a fundo cada detalhe daquele cômodo,Alya aumentava ainda mais as suas suspeitas contra Nathaniel.

—Esse cara é doente!-A jornalista percorria o ateliê com uma expressão horrorizada em seu rosto,afinal de contas não imaginava que a “paixonite” de Nathaniel por Marinette tinha chegado tão longe á aquele ponto.

   Porém assim que Alya iria sacar o celular para tirar algumas fotos do lugar,escutou passos se aproximando do cômodo em que estava e fazendo com que a mesma tentasse apagar os vestígios da sua invasão,cobrindo todas as obras possíveis antes que a porta fosse aberta e logo depois se esconder atrás de qualquer canto(preferencialmente atrás de alguma obra de arte gigante).

  Depois de poucos minutos a jornalista se escondeu atrás de um dos quadros e esperou até ouvir a porta se abrir:

—Eu espero que tenha feito a escolha certa Marinette,um assassino precisa ser punido pelos seus atos.-A voz de Nathaniel ecoava no ateliê enquanto pisava forte no assoalho.

—Eu fiz o que era justo.-Marinette respondeu seriamente apesar do tom de tristeza em sua voz.

Alya não poderia inclinar a cabeça para ver o que estava acontecendo,por isso procurou prestar atenção em cada palavra que era pronunciada.

—Bom...Eu estava aguardando a nossa viagem até Shangai para te dizer uma coisa que eu venho guardando a muito tempo,mas vou aproveitar a oportunidade agora que estamos sozinhos aqui.

—O que é?

—Eu não sei se você vai acreditar em mim,sei que isso pode parecer um absurdo mas sempre foi muito difícil pra mim esconder quem eu realmente era por tanto tempo...

—Como assim?

—Assim como você eu também tenho os meus segredos...e o maior deles é que eu sou o...

—ATCHIIEEUUN!!—Alya não conseguiu segurar o espirro quando seu nariz começou a coçar por conta da poeira e do cheiro forte de tinta.

—QUEM ESTA AI?!-A fúria era perceptível na voz de Nathaniel(que mudou drasticamente em questão de segundos).Seus passos pesados percorriam todo o cômodo como um predador atrás de sua presa.

Foi nesse momento que a jornalista sentiu seu sangue gelar e seu corpo inteiro suar frio atrás daquele quadro enorme,fazendo com que a mesma tivesse apenas duas opções:Sair do seu esconderijo e se entregar ou sair correndo dali na maior cara de pau.

Obviamente Alya escolheu a alternativa mais sensata por quem estava sendo praticamente caçada...A mesma se levantou e fez um barulho qualquer para atrair Nathaniel,e assim que ouviu os passos se aproximarem  da onde estava escondida,Alya empurrou o quadro(de quase 2 metros de altura)encima do homem e em seguida pegou uma das lonas,cobrindo boa parte do seu corpo com ela.

No entanto o “vulto de lona” não esperava receber uma voadora de Marinette ao tentar escapar pela janela,deixando Alya totalmente desnorteada e zonza ao tentar escapar dos golpes seguidos da sua amiga e fazendo com que a mesma na tentativa desesperada de escapar da lona(que já estava cobrindo todo o seu rosto e lhe sufocando)esbarrasse em inúmeros objetos e por fim tropeçasse, sendo imobilizada por Marinette.

Alya até tentaria se entregar,mas com a  falta de ar dentro daquela enorme lona de plástico a última lembrança que teve era de sua visão escurecendo aos poucos e do oxigênio escasso em seus pulmões.


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Notas finais do capítulo

Olha eu preciso admitir que eu ri demais escrevendo esse capítulo e imaginando a cena da Alya tropeçando em tudo hahaha(menos a parte da asfixia,é claro..não sou tão cruel e sádica assim tbm)Bom..Esero que tenham gostado e que me perdoem pela demora,,muito obrigada a todos que leram e até a próxima.