Uma multidão tinha entrado dentro da recepção do hospital, tentando ultrapassar os guardas e invadir o local.Foi nesse exato momento que as secretarias saíram de seu posto e foram ajudar os seguranças,deixando seus computadores ligados, enquanto tentavam conter aquele aglomerado que forçava cada vez mais a entrada no hospital.

No entanto assim que o balcão ficou vazio,um funcionário começou a usar o computador, retirando rapidamente do seu bolso um Pen drive e o conectando no CPU disfarçadamente(porém seu rosto não apareceu nas filmagens já que o homem estava curvado e com a cabeça abaixada,a única coisa que dava pra ver era seu uniforme que era o mesmo dos funcionários da limpeza).

A ação durou poucos minutos, suficientes para que o homem saísse disfarçadamente sem ser visto pelo restante dos funcionários e de ser capturado pelas câmeras de segurança.

—Se ao menos ele erguesse a cabeça…-A chefe resmungava ao analisar os vídeos.

—O que importa é que sabemos que ele faz parte da equipe da limpeza do hospital,se procurarmos bem é capaz de encontrá-lo.-A secretaria respondia com um pingo de esperança de achar o suspeito.

—Tem razão...Mas é melhor guardamos essa filmagem, você vai precisar dela?-A mulher se dirigiu a Nino enquanto fechava o vídeo.

—Sim, qualquer coisa é bem vinda.-A funcionária logo pegou um Pen drive e colocou todos os vídeos das câmeras de segurança da recepção do hospital nele, entregando-o a Nino.

—Aqui está... peço desculpas por não ter mais informações a respeito desse funcionário.

—Tudo bem,essas filmagens já foram o suficiente.-Na verdade Nino também não estava satisfeito com o resultado da sua “investigação” mas alimentava esperanças de encontrar o suspeito.

—Nós faremos o possível para encontrá-lo...Por isso qualquer informação que tivermos a respeito dele,vamos tentar repassar a você…-A chefe parecia ter certeza do que dizia e segura de que iria atingir o seu objetivo.-Também vamos procurar mais filmagens desse dia, já que a polícia levou boa parte do material pra uma suposta investigação.

—Tudo bem...Me avisem o quanto antes e obrigado pela ajuda.-Depois de ter se despedido das funcionárias e passado seu contato a elas,Nino saiu desapontado do hospital... Sentindo que seu esforço foi em vão, principalmente com um pequeno prazo de 3 dias para resolver tudo.Mas sem perder a força de vontade e as esperanças de que conseguiria aquelas provas a qualquer custo.

Enquanto isso...Na delegacia.

Alya nunca havia ficado com um olhar tão fixo em uma porta quanto naquele momento em que esperava Marinette sair do depoimento.Era a primeira vez que estava insegura em relação a sua amiga,naqueles últimos dias a mestiça havia mudado o seu comportamento e sua forma de agir,parecia mais fria e desconfiada,o que deixava Alya cada vez mais apreensiva com o resultado daquele depoimento.

Afinal de contas o depoimento de Marinette era crucial para ajudar a inocentar ou acusar Adrien do suposto crime que ele cometeu, suas palavras seriam a chave para a liberdade ou as grades de uma prisão para o rapaz que ainda aguardava o julgamento.

Porém o que deixava a jornalista mais tensa era a aproximação de Marinette com Nathaniel,nos poucos minutos de conversa que teve com sua melhor amiga na sala de espera da delegacia,só ouviu Marinette falar a respeito daquele homem e de suas qualidades (O que era bem estranho), além de falar sobre o quanto ele a ajudou a superar a perda do seu pai.

Aquela amizade parecia ser tão superficial e ao mesmo tempo assustadoramente rápida, Marinette nunca teve muitos amigos dos quais pudesse confiar e agora estava quase dependente daquele homem que ela mal falava no ensino médio (e que em questão de dias conseguiu ganhar sua confiança).Alya sabia que havia algo errado naquela história,mas precisava descobrir quais eram as verdadeiras intenções de Nathaniel e o porquê dele ter se aproximado tanto (Justamente no momento em que Adrien saiu de cena).

 Derrepente a porta se abriu,puxando Alya para o momento presente.

 Assim que viu Marinette sair daquela sala,a jornalista sentiu seu coração acelerar e suas mãos tremerem levemente...Sua ansiedade pra saber o que aconteceu estava quase lhe matando.

—Como foi?!-Alya se levantou rapidamente e se dirigiu a amiga.-Você vai depor a favor dele?-A mesma não conseguiu se conter e já foi direto ao ponto.

—Eu não quero falar sobre isso,Alya…-Marinette respondeu secamente e direcionou um olhar indecifrável para a sua mãe (que estava sentada ao lado de Alya).-Eu não estou me sentindo muito bem…

—Você quer que eu chame o Nathaniel?-Sabine se dirigiu a filha com um tom de voz preocupado.

—Sim…

—Eu vou ligar pra ele então…-Sabine pensou o celular da bolsa enquanto conduzia a filha até a saída da delegacia.

 Já Alya se despediu das duas antes que elas saíssem do local,mas isso não impediu que a mesma as seguisse até o suposto local onde se encontrariam com Nathaniel.

 Depois de alguns minutos de “perseguição”o destino final das duas mulheres foi em um parque qualquer que ficava a alguns metros da delegacia,Alya se escondeu atrás de uma das árvores e observou o exato momento em que um carro preto parou em frente ao parque e que as duas entraram no veículo rapidamente, despertando ainda mais as suspeitas da jornalista(que por sua vez não pensou duas vezes e entrou no primeiro táxi que encontrou,indo atrás do suposto carro de Nathaniel).