O segredo da meia-noite escrita por Vicky18


Capítulo 38
O Adeus


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amados:)Me perdoem a demora a mais uma vez...desta vez não foi por falar de inspiração,semana de provas não é fácil não hahaha...mas agora estou de volta e com um capítulo novinho pra vocês...espero que gostem;)



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A cada degrau uma nova aflição se fazia presente na mente de Marinette,cada passo era um esforço imenso que tornava a dor em suas costelas cada vez mais insuportável,tudo naquele momento parecia não contribuir para que a mestiça saísse logo daquele prédio e fosse ao encontro de sua kwami no hospital (ou qualquer lugar que ela estivesse).

 Embora a força de vontade para fazer tudo aquilo o mais rápido possível fosse imensa,ainda sim Marinette estava impedida de realizar tal feito (afinal seu corpo tinha limites,que naquele instante estavam sendo ultrapassados)Mesmo assim sua teimosia tentou ignorar aquele ferimento,agravando ainda mais a situação da mulher que descia as escadas com muita dificuldade enquanto se apoiava nos corrimões.

 Porém não demorou para que a dor vencesse aquela batalha e derrubasse a sua vítima.Marinette não conseguiu se manter em pé por muito tempo e logo se sentou nas escadas,reencostando a cabeça na parede e esperando que a dor diminuísse.

—Droga…justo agora?-A mestiça resmungava enquanto segurava as lágrimas.

—Marinette!-Derrepente a voz de Nathaniel ecoou pelas escadas,vinda do andar acima-Aonde você está?

A mesma nada respondeu e permaneceu sentada nos degraus, até o rapaz descer as escadas e encontra-la.

—Marinette...me desculpe...eu não tinha a intenção de te magoar com a história do Adrien,eu só…-O ruivo se sentou ao lado da mestiça enquanto falava com um tom triste em sua voz.-Eu não sou muito bom em expressar os meus sentimentos sabe?as vezes eu posso falar coisas que não devia…

Marinette permaneceu calada e virou a cabeça pra cima,cerrando os olhos e deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

—Por favor não chore!-Nathaniel tentou consolar a amiga-Eu não sabia que tinha te magoado tanto!

—Não é isso...Minhas costelas….-A mestiça mal conseguia falar com a tamanha dor que estava sentindo.

Assim que ouviu a resposta o rapaz não pensou duas vezes e socorreu a amiga às pressas, levantando e carregando-a escada abaixo.

—Não vai ter jeito...vou ter que te levar pro hospital.

Aquela frase soou como música nos ouvidos de Marinette que estava torcendo para que aquilo acontecesse.Enquanto era conduzida pelos inúmeros degraus do prédio,uma pontada de arrependimento lhe atravessava a cada momento em que encarava Nathaniel lhe carregando...mesmo depois de tudo o que ela tinha dito pra ele,ainda sim ele não guardou qualquer mágoa em relação a ela e a ajudava como se nada tivesse acontecido.

Marinette tinha que reconhecer que não foi muito nobre da sua parte tê-lo tratado daquela forma.

—Me desculpe…-A mestiça falou baixinho enquanto mordia os lábios.

—Desculpa pelo quê?-O ruivo lhe direcionou um olhar confuso.

—Pela forma que eu te tratei mais cedo...eu é quem não devia falar aquelas coisas pra você…

—Esta tudo bem Marinette,eu te entendo.-Nathaniel respondeu com um sorriso inocente e continuou o trajeto.-Agora é melhor poupar as suas palavras até que a gente chegue no hospital.

Marinette assentiu com a cabeça e voltou a ficar calada até que chegassem ao local desejado, porém o silêncio fora rapidamente interrompido pelo toque estridente do celular da mestiça,que por sua vez prontamente atendeu a ligação.

Enquanto isso Nathaniel ficou esperando a amiga terminar a ligação,percebendo que a sua feição havia mudado drasticamente em poucos minutos.Seu rosto empalideceu,seus olhos logo ficaram avermelhados e úmidos enquanto seus lábios secos tremiam levemente, Marinette não pronunciou nenhuma palavra depois que atendeu aquela ligação,apenas ouvia com atenção tudo que lhe era dito.

Minutos depois a mestiça encerrou a ligação e encarou o aparelho com lágrimas nos olhos.

—O que houve?!

—...Aconteceu alguma coisa com meu pai…-Aquelas palavras saíram quase inaudíveis dos lábios de Marinette,que logo se fecharam.

—O que era?

—Eu-eu não sei…-Era perceptível que a mesma segurava os soluços presos em sua garganta,a aflição que sentia naquele momento superava qualquer dor que estava sentindo anteriormente.

—Onde ele está?-Nathaniel tentava se manter firme sem derramar uma lágrima na frente da amiga.

—No hospital…-Marinette respondeu com a voz trêmula enquanto encarava o amigo.Aqueles olhos azuis pareciam estar implorando por ajuda e Nathaniel entendeu o recado...levando a amiga às pressas até o hospital.

Algum tempo depois no Hospital=====

Marinette não sabia de onde havia tirado forças para se locomover entre os corredores saturados de pacientes,a mesma não enxergava nada além do seu medo naquele instante.

A cada passo que dava um aperto se instaurava em seu peito,sua respiração acelerava e seus batimentos pareciam um marca passo...Tudo aquilo parecia um pesadelo,um terrível pesadelo.

Quanto mais se aproximava do respectivo quarto em que os médicos haviam indicado que seu pai estaria o medo só aumentava,as lágrimas já escorriam sem parar antes da sua chegada no hospital e aumentaram ainda mais após o encontro com sua mãe (que estava sentada do lado de fora do quarto com as mãos trêmulas sobre o rosto).

—Filha…-Assim que se deparou com Marinette a sua frente,Sabine não iria contar o que realmente tinha acontecido com Tom...mas suas lágrimas e sua feição lhe entregaram.

—Mãe...O-O que aconteceu com o papai?

A Sr.Cheng somente encarou a filha com um olhar mergulhado em tristeza e não disse uma palavra sequer...pois só aquela troca de olhares bastou para que o recado fosse dado.

—Po-por favor mãe!Me conte!-Marinette não queria imaginar que o pior poderia ter acontecido,mesmo que fosse a única resposta que lhe passava na cabeça.

—...Ele se foi minha filha…-Nunca foi tão difícil pronunciar tais palavras como naquele momento.

—I-isso não pode ser verdade... não pode!!-Marinette começou a protestar e negar com todas as suas forças,achando que aquilo tudo era uma grande mentira.-Eu quero vê-lo!

—Por favor Filha!!-Sabine puxou a mestiça para longe da porta do quarto,tentando poupa-la de ver aquela cena.

—ME SOLTA!!EU QUERO VER O MEU PAI!!-Marinette chorava e gritava enquanto se debatia nos braços frágeis de sua mãe,que por sua vez não conseguiram controlar a filha.

 Em questão de segundos, Marinette invadiu o local se deparando com a pior cena que já poderia ter visto em toda a sua vida.

 -PAI!!-A mesma ignorou as três pessoas que estavam dentro daquele quarto,saltando sobre a maca de Tom numa tentativa de acorda-lo-Pai...fala comigo...por favor,pa-pai?me-me responda...diz pra mim que isso é mentira…-A mestiça susurrou sobre o seu pai encarando os olhos serrados com uma feição serena que supostamente adormecia sobre a maca.

—Vamos lá pai...acorde!

—...ele não vai acordar…-Derrepente uma voz trêmula vinda de um canto do quarto ecoou pelos ouvidos de Marinette,que logo reconheceu aquele tom de voz.

—A-adrien?!

—Me-me perdoe...por favor,eu juro que eu tentei salvá-lo…-O mesmo se levantou da onde estava e foi em direção a amiga,que o encarava com um olhar inexpressivo.

—PARE DE FALAR ISSO!!!ELE NÃO ESTÁ MORTO!!-Marinette se agarrou ao corpo do pai abraçando-o fortemente,Adrien ficou em estado de choque ao ver aquela cena...A mulher chorava como uma criança enquanto se encolhia ao lado do pai, procurando um abrigo...ela sabia que ele estava morto,mas não queria aceitar.

—Marinette…-O loiro se aproximou da amiga a passos curtos.

—EU QUERO FICAR COM O MEU PAI!!ELE NÃO ESTÁ MORTO!! NÃO ESTÁ!!-A mesma se prendia desesperadamente entre os braços gélidos do pai aos prantos.

—...eu-eu sei…-Adrien sussurrou entre os seus próprios soluços e se pôs ao lado da maca novamente, acarenciando as costas de Marinette com as mãos trêmulas.

—E-ele só está dormindo…não é?-A mesma encarou o amigo ao seu lado com a falsa esperança estampada em seu rosto pálido e triste.

Adrien apenas concordou com a cabeça e logo depois segurou as mãos frias de Marinette tentando conforta-la.

—E-ele vai ficar bem...-Aquelas palavras saíram de uma forma tão natural que nem o próprio Adrien percebeu que as pronunciou com tamanha serenidade.

Depois de um tempo indeterminado uma onda de paz parecia ter tomado conta de Marinette,que saiu dos braços do seu pai e o encarou,acarenciando seu rosto.-Eu-eu também te amo...pai.-A mesma beijou a testa de Tom,molhando o seu rosto frio com suas lágrimas quentes e em seguida se levantou da maca indo em direção na porta do quarto, abrindo-a.

Sabine, Nathaniel e o restante da equipe médica a encarava com tristeza e pesar em seu olhar... Já Marinette assim que saiu do quarto caiu inconsciente nos braços de sua mãe...Aquele último Adeus havia sugado suas energias e o seu desmaio fora apenas a anestesia para a dor incurável da sua perda,eterna perda.

 


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