—Lila?-Alya e Nino reconheceram aquela mulher imediatamente,indo em direção a ela.

—Como o meu marido está?!Por favor eu preciso saber!!-Lila chorava desesperadamente, enquanto se jogava em cima de Nino o abraçando forte.

—E-ele tá bem…-Nino ficou paralisado ao ver que Alya o encarava com um olhar mortal.

—Pensei que estivesse com ele em casa…-Alya a confrontou,desconfiando de que alguma coisa errada estava acontecendo.

—Eu tive um compromisso…-Lila mergulhava o rosto nos ombros de Nino.

—Uhum sei…”compromisso”.-Alya revirou os olhos,tentando controlar a vontade de socar aquela mulher que agarrava o seu marido.

Lila por sua vez nada respondeu e continuou chorando copiosamente nos braços do melhor amigo de Adrien, Já Nino tentava ao máximo se afastar de Lila mas a cada passo que ele recuava...Mais ela o apertava.

—Então...O médico acabou de falar que o horário de visitas está aberto,porque não vai lá ver o SEU MARIDO?-Alya não estava mais suportando ver aquela cena,agora ela entendia o porquê de Marinette odiar tanto aquela mulher.

—De-desculpa...Eu não sei se estou preparada pra vê-lo agora..

—MAS É CLARO QUE ESTÁ PREPARADA! VOCÊ NÃO VAI QUERER PERDER A OPORTUNIDADE DE VER O SEU NOIVO NÃO É?!-Alya tentou puxar Lila para longe de Nino,mas sua tentativa foi frustrada.

—Não...Por favor...Eu não sei se vou suportar ver o meu noivo naquele estado…-Lila chorava cada vez mais,se segurando em Nino.

—A Alya tem razão Lila,é melhor ir ver o Adrien…-Nino tentava acalmar os ânimos.

—Eu não sei se vou conseguir ir sozinha agora...Seria tão bom se viesse comigo.-Lila dava um sorriso para Nino,aumentando a raiva de Alya que se encontrava cerrando seus punhos.

—Se quiser eu te acompanho até lá.-Alya já estava planejando mil e uma formas de matar aquela mulher atirada.

—É muito gentil da sua parte Alya,mas sabe...O Nino me transmite mais confiança e segurança.-Lila respondeu abraçando aquele pobre homem que rezava pela própria vida ao notar o olhar furioso da esposa.

 Derrepente Lila puxou Nino para longe da esposa,saindo da sala de espera como se não tivesse uma mulher furiosa desejando a sua morte naquele lugar.

—Considero o seu silêncio como um “sim”,Obrigada Nino... Você é um verdadeiro cavaleiro…-A morena enlaçou o braço com o de Nino e saiu calmamente até os corredores do hospital até o quarto do paciente….enquanto Alya sentia fumaça saindo de suas narinas e dos seus ouvidos,aquilo certamente não iria acabar nada bem.

Enquanto isso...No quarto de hospital==

Adrien recém abrirá os olhos observando atentamente o ambiente ao seu redor,aquele local quieto e tranquilo lhe transmitia uma sensação de paz(diferente do que sentiu na sua própria casa quando foi atacado pela noiva).

Agora se levantando cautelosamente na maca, percebeu que estava sem camisa com o abdômen encoberto por ataduras e que a cada movimento que fazia,sentia uma dor latente naquela região.Enquanto tentava se recuperar aos poucos,sentia que havia algo faltando mas não conseguia lembrar de jeito nenhum o que era... Até que o mesmo escutou um barulho vindo da janela e quando se virou para verificar o que era a surpresa venho,um gato estava batendo com a patinha no vidro...Olhando fixamente para Adrien segurando alguma coisa em sua boca.

O loiro estranhou aquilo,mas não resistiu a fofura daquele gatinho preto...Assim abrindo a janela,deixando que o animalzinho entrasse no quarto.

—Oie gatinho...O que você tá fazendo aqui ein?-Adrien começou a acarenciar o gato que se acomodava em seu colo,deixando um “presentinho”.-Plagg!!!

O gato havia acabado de entregar o Kwami desacordado para Adrien e depois se retirou do lugar,saindo pela janela.

—Plagg!!Acorda!-Adrien tentava reanimar o bichinho, até perceber que ele só estava dormindo.-Ufa...Achei que aquele gato tinha te matado.-O loiro respirou aliviado e acomodou Plagg em cima de um criado-mudo ao lado de sua cama,e assim que iria voltar a descansar fora surpreendido por algumas batidas na porta:

—Posso entrar?-Uma voz doce e suave pediu permissão.

Adrien nada respondeu e ficou algum tempo paralisado,depois de alguns minutos mais algumas batidas e o loiro não deu nenhuma resposta...Com medo de que pudesse ser Lila,Adrien escondeu seu Kwami dentro da gaveta do móvel ao lado da sua cama e em seguida mergulhou a cabeça no travesseiro (fechando bem os olhos e fingindo que estava dormindo).

Alguns minutos se passaram e a porta fora aberta,Adrien sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha quando escutou a mesma porta sendo fechada e logo depois uma sequência de passos em volta da sua cama.

Porém o medo só foi embora quando o loiro sentiu alguém se agachar ao seu lado,pegando uma das suas mãos e com a voz trêmula e aveludada dizendo as seguintes palavras:

—Eu-eu mal posso acreditar que es-está vivo...Co-como isso foi acontecer com você?Eu deveria estar lá...Eu…-Aquela mulher segurava o choro,apertando a mão do rapaz.-Eu não imaginei que te encontraria nesse estado...Nunca pensei que alguma coisa ruim fosse te acontecer,me falaram que você estava precisando de doação de sangue e eu prometo que vou fazer o que está ao meu alcance pra te ajudar...Eu prometo.-Tais palavras soavam tão verdadeiras que Adrien não conseguiu mais manter seus olhos fechados,se deparando com uma cena que não gostaria de ver.

Marinette estava ao seu lado, enquanto uma das mãos segurava a mão da paciente a outra cobria o rosto da mesma que chorava aos poucos na tentativa de não acordar o rapaz.Doeu ver aquilo...Adrien sentiu um aperto em seu peito sem igual,nunca imaginou que veria sua amiga naquele estado e tentou ao máximo não chorar junto com ela.

—Marinette... Não precisa se preocupar comigo,eu estou bem.-O loiro tomou forças e conseguiu responder a mestiça calmamente.

—Adrien!-Marinette assim que ergueu a cabeça e se deparou com aquele par de olhos verdes a encarando, não pôde deixar de esboçar um sorriso emocionado.-Me-me desculpe…

—Pelo quê?

—Por não ter feito o suficiente,eu quero mesmo te ajudar e…

—Sua amizade já é mais que o suficiente pra mim.-Adrien respondeu com um sorriso reconfortante,puxando a garota para um forte abraço.-É tão bom te ver….-O loiro sussurrou no ouvido da amiga, apertando-a ainda mais em seus braços(nunca imaginou que ficaria tão feliz em vê-la).

Já Marinette estava surpresa com aquele gesto e com aquelas palavras,jamais cogitou na possibilidade de receber um abraço de Adrien Agreste de forma tão espontânea.Mas procurou esquecer da sua timidez e logo retribuiu o abraço aproveitando cada segundo daquele momento que deveria ser eterno.

—O que aconteceu com você?-Marinette não conteve a curiosidade.

—Como assim?-Adrien estava tão distraído naquele abraço que por alguns segundos esqueceu do motivo que o levou até o hospital.

—Como você venho parar aqui? Você sofreu algum acidente?-Marinette desfez o abraço rapidamente querendo saber de tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes.

—Não foi nenhum acidente...Pelo contrário,digamos que eu fui esfaqueado.-Adrien respondeu tranquilamente (afinal o pior já tinha passado).

—OH MEU DEUS!!!CO-COMO ISSO ACONTECEU?!QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ?!-A Mestiça quase caiu dura no chão.

—Calma…-Adrien tentou acalmar a amiga lhe dando outro sorriso.

—Como você quer que eu tenha calma?!Meu amigo acabou de ser esfaqueado e eu vou ficar tranquila?!

—Não foi nada Marinette…

—”Não foi nada Marinette, só umas facadinhas... Já tô acostumado”-A mestiça começou a imitar o amigo,arrancando gargalhadas do mesmo.

—Só você pra me fazer rir nessas horas hahahahahaha….-O rapaz chorava de rir com aquela imitação debochada.

—Você está rindo do que?! Você quase morreu!-Marinette não sabia se ficava irritada ou emocionada de ver o amigo vivo a sua frente (rindo horrores por sinal).

—Você se preocupa demais comigo Mari…-Adrien até tentou debochar da amiga,mas quando viu que ela começou a chorar de novo parou de rir imediatamente.

—Desculpa... Só de pensar que você poderia não estar aqui rindo na minha frente,que eu te perderia...Que-quero dizer..Que nós iríamos te perder,seria horrível...Eu não sei o que faria.-Marinette tentava limpar as lágrimas que escorriam como cachoeiras dos seus olhos,mas não foi necessário muito esforço para secá-las já que Adrien se prontificou a ajudar também.

O rapaz limpou as lágrimas da amiga,acariciando seu rosto como se estivesse lidando com uma boneca de porcelana...Cada carícia tinha um cuidado extremo,cada toque era delicado e calmo.Marinette não teve tempo nem de corar e fora puxada para mais um abraço,dessa vez mais longo e cheio de ternura.

—Não chore por mim... Está tudo bem agora.-Adrien respondeu deitando a cabeça de Marinette em seu peito,acariciando seus cabelos azulados.O mesmo não sabia direito o que estava fazendo,mas aquele gesto foi tão natural e automático que não houve espaço naquele momento para vergonha ou embaraço,era a única coisa que Adrien queria naquele momento...Proteger Marinette da própria dor e evitar que ela voltasse a derramar lágrimas das quais ele não se considerava merecedor.

Só de pensar que alguém realmente se importava com ele daquela forma era quase um insulto...Adrien sempre fora tratado friamente pelo pai desde a sua adolescência e receber um gesto tão verdadeiro como aquele,era um presente inacreditável e inegável.

Aquela cena toda o fez lembrar de inúmeras vezes em que Marinette o ajudou na escola,ou quando ela lembrou dele lhe presenteando com um gorro no Natal(poderia parecer uma coisa “boba” de se recordar,mas receber um presente daqueles era como se sentir lembrado ou amado).Foram tantas as vezes que aquela mulher mostrou o que sentia,e Adrien se punia mentalmente por não conseguir perceber nenhuma das pistas que eram mais do que óbvias.

Agora acariciando aqueles fios azulados,poderia sentir os braços de Marinette lhe rodeando cuidadosamente e sua cabeça aos poucos se aconchegando no peito do rapaz...Adrien pôde sentir seu coração palpitar rapidamente e depois de muito tempo sentir o que era o amor,num gesto simples porém significativo.

“O Nino estava certo...Ela realmente gosta de mim.”Adrien esboçou um sorriso e logo depois depositou um beijo na testa de Marinette, surpreendendo a garota que paralisou na hora.

—Obrigado por tudo.-O loiro sussurrou suavemente,a resposta não venho através de palavras mas sim por um sorriso tímido  que brotou no rosto de Marinette.Depois de anos finalmente ele percebeu o que estava perdendo,quase que aquela mulher lhe escapou pelos dedos por pura falta de atenção...Ele não sabia se o que estava sentindo ou o que percebeu que já sentia a muito tempo por Marinette era amor,mas sabia que era algo bom e talvez bem próximo a esse sentimento,e não perderia a chance de recuperar todo aquele tempo perdido.