High Hopes escrita por Iluminada, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Você que vai ler isto, obrigada! Esta é minha primeira fanfic de Harry Potter e eu espero ter feito justiça à saga. Comentários são mais que bem-vindos. Boa leitura! ;)

Brenda Armstrong, minha amiga secreta, foi uma honra ter sido a escolhida para escrever a tua ideia!! Eu me diverti muito e espero que aconteça o mesmo contigo. Algumas coisas não saíram exatamente como eu planejei a princípio, mas espero ter atendido às tuas expectativas. ♥
É bom lembrar que o headcanon de que James Potter era um pudinzinho de maria mole com os Marotos orientou boa parte dessa fic, hahahah.
Outra coisa: a fic está, digamos, isolada do canon; parte porque eu sigo a filosofia de que numa fanfic "Voldemort" pode ser o nome da maionese estragada que Dumbleodore comeu no almoço de ontem e isso é ok e parte porque eu sou preguiçosa quando se trata de pesquisar detalhes nos livros. Perdoa. :(

RECADO IMPORTANTE A TODOS: eu reprovo os Marotos em vários comportamento que não cabem aqui, mas escrevi essa fic sendo o mais fiel possível ao que seria uma conversa deles na minha cabecinha, sem ressaltar esses problemas simplesmente porque eles não o fariam. E o Peter também foi Maroto, amoressssss.

Um beijo, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719801/chapter/1

Sirius sabia que as coisas tinham acabado de ir longe demais porque o salão comunal da Grifinória estava girando, sem qualquer tipo de figura de linguagem envolvida, e ele sequer precisou andar para perceber isso. Em um momento ele estava bem - mesmo - sentado ao lado de James e no outro James estava girando em frente dos seus olhos de um jeito nada agradável. Ele já começava a sentir a dor de cabeça que provavelmente o acompanharia no dia seguinte chegar e, oh… aquilo no seu estômago não eram borboletas. Definitivamente.

Se alguém mantivesse um registro desse tipo de coisa Sirius provavelmente teria entrado para a história como o garoto a cobrir em menos tempo a distância entre o salão comunal e o banheiro do dormitório masculino da Grifinória em toda a existência de Hogwarts. A situação não se encaixava nos altíssimos padrões de dignidade de Sirius Black, mas o problema com beber é que geralmente tem resultados desastrosos, especialmente se há firewhiskey envolvido. O fato de Peter e James terem passado a noite toda empurrando mais e mais copos para ele não ajudou. Bem, é claro que eles fariam aquilo e agora, depositando todo o conteúdo do seu estômago na privada, Sirius queria fazê-los sofrer.

ー Pads? Tudo bem aí? ー A voz de James veio do quarto e foi seguida pelo som da porta do banheiro sendo aberta. A única coisa que Sirius pôde fazer foi levantar a cabeça e olhar na direção do amigo com uma expressão que provavelmente respondia à pergunta. O único cheiro que ele conseguia sentir era de vômito saído de um corpo feito única e exclusivamente de ódio e arrependimento (particularmente pelas decisões tomadas nas últimas horas), então:

ー Não, Prongs, não está tudo bem. Por que você está perguntando isso?!

ー Rude, Sirius! Eu posso ficar magoado!

Um grunhido foi tudo que Sirius conseguiu manejar em resposta e James bondosamente não insistiu, preferindo apenas se sentar perto do outro. Ele conhecia o amigo, que era, de longe, o pior doente do mundo; ele ficava irritadiço e impaciente a cada mínima coisa errada no seu corpo. Talvez ele sempre tivesse sido assim, talvez a manha tivesse surgido com a idade, mas o fato era: um Sirius doente, é um Sirius muito chato.

 

 

 

 

Sirius calculava que devia estar ali por aproximadamente 20 minutos. Ou 20 horas. Ele ainda estava bêbado demais tanto para saber quanto para se importar. Quando finalmente decidiu levantar a cabeça encontrou James com um copo de água em sua mão e um sorriso de canto no rosto e, por mais miserável que estivesse se sentindo, Sirius foi invadido por gratidão.

ー Obrigado, Prongs. ー E dessa vez ele sorria.

ー Sempre aí, querido. ー James, por sua vez, o olhava com um sorriso que dizia a Sirius que ele não viveria pra ver o fim da zoação por aquela noite, mas também o assegurava de que, pela vontade e esforço de James, ele pelo menos viveria para ser zoado. ー Mais água?

Sirius aceitou a oferta com um aceno e, enquanto observava James murmurar um aguamenti em direção ao copo, ele reparou no absoluto silêncio do local.

ー James, me diz que isso é uma ilusão e a Grifinória não foi reduzida a terminar festas à uma da madrugada.

ー Ahn? Ah, não! Sirius, mais respeito, por favor. Você foi reduzido a abandonar festas à uma, mas o resto do pessoal ainda não chegou à terceira idade. ー Ele ainda tinha uma expressão levemente indignada quando voltou a encher o copo de água. ー Eu só coloquei um feitiço silenciador; aquele barulho todo não vai aliviar a dor de cabeça que você vai começar a sentir daqui a pouco.

ー Então por que ao invés de me insultar você não consegue algo pra resolver a dor de cabeça? E o enjôo também, já que estamos nisso.

ー Porque eu não sou a madame Pomfrey, Sirius, por incrível que pareça.

ー Isso nunca te impediu antes.

ー É, verdade. Mas eu sou bonito demais pra fazer todo o trabalho, portanto…

Sirius o olhou, totalmente desacreditado de que teria de aguentar aquela ladainha enquanto passava mal. Algo na sua expressão deve ter mostrado o quão insuportável James estava sendo porque, milagrosamente, ele interrompeu o discurso.

ー Hm, tá bem, tá bem! Toma. ー Ele tirou do bolso um frasco azul, quase transparente e o entregou a Sirius. ー Mas isso só vai ajudar com a dor de cabeça, sinto muito. A outra poção acabou e a gente não teve como repor ainda.

Sirius pareceu levemente mais miserável, mas decidiu não reclamar porque pelo menos um dos problemas estava resolvido e isso era bem mais do que ele esperava meia hora atrás.

ー Melhor?

ー Muito, na verdade. Eu quase me sinto um ser humano de novo.

James o brindou com um sorriso convencido, porque quando ela não era convencido?, enquanto se acomodava ao lado de Sirius. Os dois se sentaram com as pernas esticadas e cabeças encostadas na parede por alguns minutos, apenas aproveitando a calma do momento. Até que…

ー James, como é que você não está bêbado? ー Sirius perguntou, levando a cabeça levemente para o lado. Quando James desviou o olhar antes de responder ele começou a desconfiar da resposta; era uma bastante comum quando se tratava de James.

ー Primeiro, eu não estou muito bêbado. E é só porque eu soube que a Lilly ficou me achando o maior babaca depois da última festa e -

ー Mas você foi babaca mesmo, até o Peter concordou.ー

ー Detalhes, Pads. Enfim, o caso é que eu decidi me comportar e ­-

ー Fingir que você não é um babaca pra Lilly. Boa jogada, Jamie.

ー Eu estou começando a me arrepender de ter te ajudado, Sirius.

ー Você não está não. E eu nem sei porque perguntei, é óbvio que teria algo a ver com a Lilly, sempre que você se comporta como um ser humano ela está envolvida de algum modo. ー Ele revirou os olhos, rindo da expressão do amigo.

ー Sempre que você se comporta como um ser humano tem algo a ver com o Moony e nem por isso eu fico falando, seu idiota.

ー O quê?! Não tem não. Você é ridículo.

ー Querido, você está na defensiva.

ー E...?

ー Ah, nada de mais. Só quer dizer que você sabe que eu estou certo.

ー Bom ー Sirius deu de ombros ー, eu não posso fazer nada se o Moony é a única pessoa sensata de nós qua-

ー Ele ia adorar ouvir isso. ー E James provavelmente contaria só para assistir a Remus mandando e desmandando ainda mais em Sirius, mas agora usando a justificativa de que ele era o mais sensato do grupo; você mesmo disse, Padfoot.

ー -tro. E você também ficou na defensiva.

James se importou muito pouco com a expressão acusatória no rosto de Sirius.

ー Eu não posso fazer nada se a Lilly é tão sensata quanto o Moony. ー Ele arqueou as sobrancelhas, sorrindo, vitorioso, ao observar Sirius abrir a boca, tentando formular uma resposta, mas terminar em silêncio.

 

ー Eu acho que o Moony é mais sensato que ela, mas… ー Ele interrompeu o que falava porque de repente James estava se levantando. Ele não ia deixá-lo sozinho ali, ia? Sirius precisava de pelo menos uma poção para o estômago se quisesse voltar com Prongs, e ficar naquele banheiro por mais tempo e ainda sem companhia era uma perspectiva péssima. ー Onde você está indo, James Potter?

ー Eu estou indo buscar álcool, Sirius Black. Você ー ele se virou da porta com uma expressão de quem não planejava fazer nada de bom ー precisa de mais álcool.

Sirius quase entrou em pânico.

ー Não, eu não preciso não! Eu já passei mal o suficiente, James, caralho.ー Mas sua única resposta foi a porta se fechando. ー Ah, merda.

 

 

 

Quando James voltou ele piedosamente trazia apenas uma garrafa na mão e Sirius não poderia estar mais aliviado. Não é que ele não gostasse de beber, veja bem, e sim que ele tinha acabado de vivenciar a experiência mais nojenta e degradante da sua vida por causa de álcool; ninguém poderia condená-lo por não querer repeti-la tão cedo.

ー Certo. Nós vamos passar um tempo de qualidade juntos, Sirius. ー Ele sorriu maroto enquanto estendia garrafa para o outro.

ー Você está soando como uma mãe. Ou um namorado. E eu sinceramente não consigo decidir o que é pior, então só para. ー Ele olhou para a garrafa que lhe fora entregue. ー Que diabo é isso?

ー Vinho trouxa. Não me pergunta como conseguiram porque eu não sei. E pensando bem, nem quero. Você só precisa saber que é gostoso, alcoólico e que a tua família teria um infarto coletivo se te visse bebendo isso.

Sirius realmente não poderia discutir com aquilo. Ele preferiu tomar um gole e, cacete, aquilo era bom mesmo! Suave, adocicado e leve ao paladar; um contraste gritante com o gosto forte e amargo do firewhiskey recém bebido. Paraíso era o que era. Ele devolveu a garrafa para James e eles beberam em silêncio e sem pressa, trocando a garrafa entre si, por em torno de meia hora.

ー Pads, James começou, antes de levar a garrafa à boca. ー de nada.

ー Hm? Por quê?

ー A Marlene ー ele precisou parar para rir da expressão aterrorizada de Sirius. ー Calma! Ela só estava procurando por você e eu a despistei antes que ela fosse perguntar ao Moony. Ou que viesse te procurar aqui.

ー Merlin, James, eu fico te devendo uma! Eu não sei o seria pior, honestamente. ー A mente bêbada de Sirius provavelmente fazia a coisa toda parecer ainda pior do que seria, mas bêbado ou não, ele sabia que seria ruim em algum grau. ー Eu nunca vi o Remus detestar alguém tanto assim e nunca vi uma pessoa ter mais dificuldade em entender quando alguém a está ignorando.

 

ー Ela sabe sabe que você a está evitando, Sirius, a garota não é idiota. O que ela não sabe é o porquê. Aliás, por quê?

ー Bem... É que... Hm. ー Falar estava começando a ficar complicado. Especialmente sobre aquele assunto. ー A nossa última transa foi a pior da minha vida.

ー O quê?! Eu achei que Sirius Black não tivesse transas ruins. ー O nome de Sirius soou como "Siriãz Black", mas o recado foi transmitido; mesmo que o sarcasmo tenha sido seriamente prejudicado pela voz bêbada de James.

ー James, eu não tenho culpa se o boquete dela é horrível e eu broxei! Dentes, meu caro, ela usou dentes!

James queria sentir pena do amigo, ele realmente queria, mas tudo que conseguiu foi rir. Muito.

ー Eu ia perguntar porque você não contou isso, mas acho que é óbvio… ー Ele enxugou as lágrimas dos olhos, pensando no que dizer. ー Sinto muito. Eu acho?

ー Não precisa fingir, Prongs. Você não sente não. Mas tudo bem, eu estou aliviado, eu precisava mesmo de uma desculpa pra me livrar de sair com ela. Ela já estava querendo namorar e... não.

ー Ah, longe de Sirius Black se envolver com um namoro! ー Ele rolou os olhos.

ー Nem todo mundo é um loverboy como você, James. Ai, Lilly, como eu te amo! Lilly casa comigo?? Awwwnn. ー Ele juntou as mãos ao lado do rosto enquanto batia os cílios, coroando a imitação deplorável da voz de James.

ー Você é insuportável. ー Ele jogou a rolha da garrafa na cabeça do idiota ao lado, mas ela passou longe, porque aparentemente beber prejudicava a sua pontaria. Sirius riu e tomou a garrafa da mão dele. ー Eu realmente gosto dela, sabe?

ー Eu sei. Você não para de falar disso, não tem como esquecer, loverboy.

ー É. Acho que não... E você consegue imaginar o sexo? ー Sirius bateu a mão no próprio rosto. ー Não, Pads, é sério! O corpo dela... Merlin!

ー James, eu tenho certeza de que você não quer que eu imagine sexo com a garota que você quer namorar.

ー Não, não mesmo. É capaz de você querer roubá-la e aí vai ser o meu fim.

Sirius riu e o empurrou com o ombro.

ー Não, James, ela é... ruiva demais pro meu gosto. Além do mais, tem muitas meninas em Hogwarts.

ー E meninos também. ー James já sentia a cabeça pesada, levemente embotada. E ele sabia que aquilo não teria saído se ele estivesse sóbrio.


ー É. ー Não, espera. ー James... o quê?

ー Ué, você acha que a gente não sabe? Sirius, por favor.

ー Co- como assim?

ー Você seca a bunda de qualquer menino que passe na sua frente, tanto quanto das meninas. E o Peter também. Mas ele se limita aos meninos. ー Ele deu de ombros. ー Eu não sei porque você tentam esconder, sinceramente.

ー Eu achei que vocês não iam gostar, ficar estranhos comigo, ou sei lá. Porque você são meninos e -

ー Bem observado, nós somos meninos. Os mesmos que descobriram que o Remus era um lobisomem e nem piscaram!

James queria bater em Sirius. E em Peter também. Dois idiotas.

ー Você está certo. Desculpa não ter falado nada ー Ele estava se sentindo totalmente idiota (algo totalmente não comum para ele, veja bem).

ー Não tem que pedir desculpa ー James sorriu condescendente. ー, ninguém precisa contar que é hetero, se assumir ou algo assim. É só que não precisava ter escondido.


ー Okay, entendido. ー Sirius estava realmente grato. Ter amigos assim fazia coisas com seu estômago que não lembravam em nada os efeitos do álcool. Era bom ser amado sem cobranças. ー Mas e você? ー Ele virou a cabeça para lado, um gesto típico seu, encarando o garoto do seu lado.

ー O que tem eu?

ー Meninos...?

ー Ah, não. Não, não, não. Não. ー Ele balançou a cabeça freneticamente, o que lhe causou um pouco de tontura.

ー Ah, Jaaaames, nem um pouquinho? ー Sirius se empurrou na direção do outro, quase derrubando a garrafa no processo. ー Nem num ménage, hm?

James pareceu considerar a ideia.

ー Bom... Talvez. Não pode ser tão ruim, né? Quer dizer, eu não vejo tanto assim os atrativos em sexo com outro homem, mas eu sei reconhecer que alguns são bonitos, então, não sei, acho que sim. ー Ele então franziu a testa, e se virou para Sirius. ー Falando nisso, como é que você começou a achar meninos bonitos? Quando você percebeu que achava?

Sirius brincou com a garrafa nas mãos, enquanto pensava no que responder. Entregando-a para James, ele começou a falar.

ー Hm... Na verdade eu sempre achei. Ao mesmo tempo que eu achava meninas bonitas eu achava meninos também e era isso. Não demorou muito para perceber que a segunda parte não era muito bem vista, então eu não falava. E nunca foi algo sexual, ou... nunca algo a mais. Eu não tinha me sentido realmente atraído por um menino até... ー ele parou e olhou James, o rosto sério. ー Você tem que prometer que não vai rir. E não vai dizer uma palavra disso fora daqui.

ー Eu juro solenemente. ー James deu uma piscadela.

ー Certo... Tá. Eu não me senti realmente atraído até ver o Remus saindo do banho no nosso dormitório no quarto ano. ー James abriu a boca pra falar, mas foi cortado. Sirius não pararia por nada agora que o vinho tinha lhe dado a coragem para tirar aquilo do seu peito. ー Ele estava tão lindo! Ele sempre se vestia dentro do banho, por vergonha, provavelmente, mas naquele dia o dormitório supostamente estaria vazio, então ele não se incomodou em sair e, Merlin, James, eu nunca fiquei excitado tão rápido na minha vida! E então ele se virou e me viu e enrubesceu de um jeito tão lindo... Eu estava totalmente perdido naquele lugar, naquela hora.

ー Eu ia fazer alguma piadinha de que você só queria ver o que ele tem dentro das calças, mas, caralho, você está apaixonado. Sirius Black apaixonado. Que loucura.

ー É. ー Sirius sorriu, acanhado. ー Isso é o quão incrível o Remus é.

ー Bom, ele é mesmo. E é bem bonito também... A bunda dele é ótima.

ー James!


ー O quê? Eu sou hétero, não cego. Ele tem uma senhora bunda.

ー Ai, porra, ele tem! Eu só queria...

ー Você pode, por favor, me poupar dos detalhes?

Sirius riu, mas continuou mesmo assim.


ー Prongs, por favor, você consegue imaginar o quão incrível ele deve ser na cama?!

 

ー Eu sabia que ácool ajudaria a arrancar uma coisa e outra de você, mas não esperava que fosse tanto. Eu estou arrependido.

 

ー Claro, porque você é um santo que não fala de sexo. Uhum, James.

 

ー Eu falo, mas não é por isso que quero imaginar dois dos meus melhores amigos transando. Você já ouviu falar de limites?

 

ー Hm… ー Sirius fingiu pensar um pouco, coçando sua quase-barba. ー Não, não de verdade. ー Ele sorriu e deu uma piscadela. ー Já que a gente tá nesse assunto, bem, você sabe qual foi minha pior transa - e por favor não vamos falar daquilo de novo -, então eu quero saber qual foi a sua.

 

James mal terminou de ouvir e já ficou vermelho, o que assegurou a Sirius de que aquela seria uma das boas.

 

ー Não foi exatamente uma transa ruim, é só que… ー Sirius fez um movimento para que ele continuasse. ー Eu… eu não conseguia parar de pensar na Lilly.

 

ー Puta merda, James!

 

ー É, eu sei. Ela era bonita, divertida, tinha tudo pra ser uma puta transa, mas acho que ela era ruiva de menos para mim. ー Ele riu. ー Pensando bem, foi até engraçado. Mas acho que ela não gostou muito, porque eu saí correndo assim que acabou.

 

Sirius literalmente se dobrou de rir. Ele queria tanto que os outros dois estivessem ali para ouvir aquilo.

 

ー Acho que é justo você me zoar por essa. Foi terrível mesmo.

 

ー Terrível é apelido, Prongs, socorro!

 

ー Eu sei, acredita em mim. ー Ele balançou a cabeça e resolveu desviar o assunto. ー Mas e a sua melhor transa?

 

ー Essa é difícil… ー James apenas rolou os olhos. ー Não, sério, eu não sei se dá pra decidir… Mas acho que foi com a Marlene também. Ela entrou escondida no nosso dormitório e me acordou com masturbação. Foi… surpreendente.

 

ー Ooooh, foi na véspera do jogo com a Sonserina, né? Bem que eu achei estranho você ter demorado tanto a começar a surtar aquele dia…

 

ーÉ, foi.ー Ele apenas sorriu de lado, lembrando do dia; era uma boa memória, afinal.

 

ー E… e com meninos? ー Foi a vez de Sirius enrubrescer. ー Padfoot?

 

ー Não- não teve nenhum menino. Eu tenho certeza de que aconteceria o mesmo que houve contigo, eu não pararia de pensar em outra pessoa.

 

ー Em Remus?

 

ー É. Quando é uma menina é mais fácil fingir que eu não estou apaixonado por ele. Ainda parece errado estar com alguém que não seja ele, mas fica mais fácil me enganar.

 

ー Eu deveria ter pensado nisso também. ー Ele sorriu sem humor. ー Eu te entendo. Às vezes fico pensando se vai passar ou se algum dia ela vai me amar e… eu não sei. Você tem mais sorte.

 

ー James, eu tenho muita fé em vocês dois. Você gosta demais dela para não ser correspondido um dia. ー Ele apertou o ombro do amigo quando parou para pensar na segunda parte da frase. ー Eu tenho mais sorte, James? Do que você tá falando?

 

ー Eu não devia te falar, porque só o fato de eu precisar te falar já me dá vontade de te esganar, mas o Remus também gosta de você. Desde sempre, aliás.

 

ー Eu não- você não está me zoando? Ah, Merlin, você não está. James eu vou- eu vou- eu vou infartar, James!

 

Ele mal estava conseguindo pensar coerentemente. Se culpa do álcool ou da sua incredulidade ou de ambos ele não sabia, mas aquilo era totalmente incrível.

 

ー Você é muito idiota, que absurdo. ー James riu, enquanto passava o braço em torno do pescoço do amigo e bagunçava o seu cabelo. ー Eu acho que isso merece um brinde, que nós vamos fazer com uma garrafa e as mãos, porque sim, mas só se você prometer parar de ser um bundão e falar logo com o Moony. ー Quando Sirius apenas mostrou a língua em resposta ele completou: ー É sério! Fala com ele!

 

ー Tudo bem. Mas só se você prometer colocar um pouco mais de fé na Lilly e em você. Sério.

 

ー Okay, okay! Tin-tin, então?

 

ー Tin-tin! ー James segurava a garrafa, Sirius imitava uma taça com os dedos, os dois riam como idiotas e foi durante essa cena que a porta do banheiro foi aberta.

 

ー Posso saber a que vocês estão brindando? ー A voz de Remus tinha um tom em parte divertido, em parte intrigado.

 

Sirius sorriu para James e olhou cheio de afeto na direção de Remus.

 

ー Às nossas altas esperanças para o futuro, Moony.

***

Beyond the horizon of the place we lived when we were young

In a world of magnets and miracles

Our thoughts strayed constantly and without boundary

The grass was greener

The light was brighter

The taste was sweeter

The nights of wonder

With friends surrounded

The dawn mist glowing

The water flowing

The endless river

Forever and ever

 

~

 

Além do horizonte do lugar em que vivíamos quando éramos jovens

Em um mundo de ímãs e milagres

Nossos pensamentos vagavam constantes e sem limites

A grama era mais verde

A luz eram mais brilhante

O sabor era mais doce

As noites de maravilhas

Rodeado por amigos

A brilhante névoa do amanhecer

A água correndo

O rio sem fim

Para sempre e sempre

 

High Hopes, Pink Floyd


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ter chegado até aqui! Comentários? :) ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "High Hopes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.