Espirrava duas vezes. Mais uma vez. Ao fim, batia as mãos empoeiradas, que apresentavam um certo grau de urticária. Coçava-as, mas não adiantava muito. Pelo contrário, a sensação desagradável aumentava. Suspirava e logo em seguida respirava fundo, movendo seus olhos azulados para cima e para baixo. Sua cabeça pesava consideravelmente após tantas horas de leitura. Ao se levantar, uma súbita tontura paralisava seu corpo. A visão, por alguns segundos, tornava se enegrecida, enquanto seu cérebro parecia se separar de todo o resto e flutuar livremente. Quando a vertigem passava, uma rápida queda de pressão agora a acometia.

Caminhava lentamente por meio de uma caminho formado entre quatro mesas já velhas naquele espaço pequeno, porém bem iluminado por janelas dispostas circularmente na cúpula que formava o teto próximo do chão. Em seguia, andava entre algumas estantes. Ao passar por elas, chegava em um minúsculo local onde havia um acesso inferior por meio de uma escada e duas bolsas encostadas. Abria uma delas e tirava uma garrafa.

—Que criança infeliz... – dava um gole de uma bebida típica de Sinnoh. – Desde do início, quando encarara um pokémon tão feroz como Druddigon já demonstrou o mau agouro que acompanhou essa pobre alma... Mesmo que tenha conhecido Brunhild, ainda assim, para mim, parece que esse pobre garoto desperta um certo nível de raiva nas pessoas. Talvez seja verdade que exista um destino para cada um, mesmo que, como profunda buscadora de conhecimento pela ciência, devesse negar tal subjetividade. Contudo, tudo nesse mundo parece haver uma estranha magia que rege cada um de nós. Assim, esse Johann acabara despertando o pior lado das pessoas, como em aquele que deveria ser seu tutor. Criar antipatia unicamente por causa de uma discordância tão fútil? Ainda mais em um local tão distante de Kalos como é Unova. Sem dúvida, houve descomedimento. Estranhamente, exageros de atitude também vieram por parte de outras pessoas, a exemplo de armadilhas e culminando na repugnante situação em que envolveram Noibat. Porém, também é notório que haja pessoas em que tal ira não é desperta sem explicação. Talvez haja outras pessoas como ele, mas ainda faltam dados para essa conclusão. O livro talvez possa me orientar. Ah! Já ia me esquecendo das mudanças de personalidade. Procurarei também – olhava para a garrafa.- Olha só como sou... – ria. – Mergulhada em tantos pensamentos que mal bebi esse chá de folhas de Roselia...