O Aventureiro escrita por roberto145


Capítulo 3
III - Primeiros Desafios




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—Ei, dorminhoco, acorde – a treinadora, lentamente, mexia o menino. -Já está na hora de encontrar sua família.

Durante a conversa noturna que precedia o sono, Johann acabava contando toda a sua história de como havia acabado ali naquela caverna. Aquela vontade mágica de tornar seu mundo mágico encantava Brunhild que sorria ao escutar cada palavra. Ao fim, ela comentava que o desejo latente era ser também um treinador e, assim, incutia nele essa iluminação. Sim, seria um treinador pokémon! E tão bom quanto Brunhild!

Desperto, o menino comia outro chocolate que a jovem lhe oferecia. Em seguida, ambos saíam daquela caverna que fora o lar de um perigo tenebroso, mas também de um laço que Johann jamais esqueceria em sua vida e protegeria com o maior carinho da Terra. Caminhavam, dessa forma, sobre a neve fofa que recobria todo o solo. Não demoraria para que os dois escutassem latidos de Growlithe e gritos a procura do garoto. Eram, certamente, os empregados e alguns familiares a busca dele.

—Achamos eles – Brunhild sorria. - Nos despedimos aqui – Johann contra argumentava que não era preciso. - Não, temos que nos separar aqui – ela continuava a sorrir, tentando disfarçar um pouco de tristeza. - Mas veja, aqui está um presente – ela lhe entregava uma pokéball. - Aqui está um Noibat que capturei junto ao meu Noivern. Infelizmente, não tenho tanto tempo para treiná-lo, mas você terá bastante. Então, torne-o forte e conquiste insígnias. Eu estarei esperando-o como a Melhor Campeã de Kalos! - ela entregava a esfera a ele enquanto segurava as lágrimas. - Até lá, Johann. Você foi um ótimo parceiro de viagem, mesmo que por apenas uma noite - abraçava-o.

A treinadora, então, afastava-se, indo em direção ao começo de outra rota próxima àquela. Johann a observava sumir no horizonte enquanto ela adentrava no meio de uma floresta de coníferas. Voltava-se, depois, para o grupo que o estava procurando. Inicialmente, a comoção era enorme com o abraço dos pais ao filho, mas nas horas seguintes viria o seu castigo. Com um empregado em seu encalço, não sairia mais daquele castelo nem de casa por pelo menos um mês. Não era algo tão insustentável assim, pois possuía um Noibat que poderia treinar contra um dos Rhyhorn que serviam para realizar tarefas. Assim, passava muito tempo de suas tardes dessa forma. Porém, aquilo em nada agradava seu pai, que, com mãos de ferro, impedia o filho de se tornar um treinador. Não lhe agradava nem um pouco aquela ideia, ainda mais porque idealizava Johann ajudando nos negócios da família.

Tal como a imagem de Sierdrig, contudo, o garoto não desistia fácil de seus devaneios. E assim, mesmo escondido, continuava a treinar Noibat furtivamente do empregado encarregado de vigiá-lo. Isso lhe garantia ainda mais castigos e estendia indeterminadamente o principal. A continuidade em perseguir seu sonho, porém, era como a água no rochedo. A sua mãe e alguns parentes, observando a insistência, começavam a fazer partido para que o líder dos Walstunn aceitasse o destino de Johann. O maior expoente era o seu tio paterno, que visava, aos poucos, a aumentar o seu poder até o momento em que tomaria a liderança da família. Para isso, era necessário tornar os herdeiros do irmão mais fracos e os seus fortes. E assim, Johann finalmente tinha a permissão que tanto queria. Seria enviado a um professor voltado a ensinar treinadores em Snowbelle.

Munido de Noibat e Rhyhorn, o garoto era enviado à cidade gélida. O imponente ginásio, incrustado em uma montanha de gelo, era algo que admirava o pequeno Johann. Nos dois anos que passaria lá, não havia um dia sequer de deixar de olhar para o admirável produto de arquitetura e engenharia, sendo inspirado a se tornar melhor a cada dia. Era fundamental essa inspiração, pois a estadia não era a das mais agradáveis.

Johann sentia que seu professor não lhe acrescentava muito conteúdo. Provavelmente, conseguiria mais conhecimento por meio da experiência do que ficar lendo livros repetitivos e aprendendo estratégias já ultrapassadas. E era verdade. O menino possuía um talento inato, algo que o diferenciava de todos os aprendizes que iam àquela cidade. E seu tutor sabia disso, porém não aceitava esse fato. Assim, pegava mais pesado com ele do que qualquer outro aluno seu. Desse modo, se os demais deviam fazer dez exercícios, Johann faria trinta. Se os demais podiam ir treinar no pátio da praça principal da cidade, Johann devia ir arrumar o local onde todos estudavam. E, quando finalmente a permissão chegava para ir treinar, os seus colegas e moradores da cidade o impediam.

A situação ficaria insustentável durante uma emboscada dos demais alunos. Motivados pela inveja, colocavam o garoto frente a frente com um Drapion selvagem em uma excursão pela rota 19. A primeira escolha para enfrentar a ameaça era seu Piloswine. Este era o terceiro pokémon dele, quando em uma visita a sua família, capturara-o em Fross Cavern, junto a um Snorunt. A batalhava se iniciava com um rápido Ice Shard. A peluda criatura congelava o ar em volta de suas presas, formando, assim, algumas estacas que eram lançadas violentamente por um mecanismo físico de pressão. Os projeteis atingiam alta velocidade, não dando tempo de reação para o venenoso. Percebendo a vantagem, Johann logo anunciava uma nova ordem, Substitute. Assim, surgia uma estranha criatura à frente do suíno, que olhava para o treinador e fazia um gesto de positivo com o dedo. A invocação desse exótico ser era o tempo suficiente para que o adversário se refizesse do ataque e preparasse o seu. Afiando as suas garras enquanto as entrelaçavam uma na outra, em um movimento conhecido como Hone Claws, o escorpião movia velozmente até o seu alvo, acertando-lhe dois cortes com as garras envoltas em um manto negro. O menino logo compreendia que se tratava de um Night Slash.

Esses eram os primeiros movimentos da batalha. Sorrindo, Johann acenava positivamente para a criaturinha invocada e que logo desaparecia após tomar dano. Porém, Drapion não pararia por ali. Irritado com o primeiro golpe de gelo, aproveitava a pouca distância até o inimigo para lhe desferir uma mordida venenosa. Percebendo o novo movimento, o treinador logo ordenava que seu pokémon cavasse. E assim, era feito, porém, mesmo que fosse um bom cavador, Piloswine era atingido em uma das patas pelo Poison Fang. Estando dentro do buraco, não era possível analisar a situação do suíno. Contudo, logo ele retornava à superfície, bem debaixo do corpo do escorpião, acertando-lhe um fortíssimo golpe. Dig causava um considerável dano.

—Retorne Piloswine. Você fez um bom trabalho – Johann tomava tal decisão, pois percebia que seu pokémon havia sido envenenado. - Rhydon, é a sua vez!

Surgia em campo a primeira evolução que o garoto conseguira. O rinoceronte se colocava à frente do adversário, com seus quase dois metros de altura. Contudo, o oponente também era bravo e orgulhoso de sua força, não o temendo. A nova batalha começava com o escorpião tentando acertar mais uma vez Night Slash. E conseguira, porém não contava com a estratégia de Johann para contra atacar. Com as patas dianteiras livres da função de suportar o peso do corpo rochoso, Rhydon agora as usava para desferir Hammer Arm. A violência do ataque era tanta que fazia Drapion vacilar um pouco em sua ofensiva apesar do dano causado. Caso contrário, teria suas garras literalmente afundadas no solo. Ainda assim, o forte golpe do bípede o acertava parcialmente. A sua força era vista pelo estrago que causava ao solo próximo ao venenoso, com a abertura de buraco de diâmetro considerável.

Devido a forma como o escorpião recuava, era a melhor forma para que Rhydon atacasse. Assim, Johann ordenava que seu pokémon usasse Stone Edge. Com o corpo deste sendo tomado por uma energia que atraía as rochas do solo já danificado, pedaços variados de rochas se elevavam, orbitando, então, o rinoceronte que se jogava contra Drapion. Para este, nada restava senão por suas garras a frente da cabeça. Era um ataque muito violento e provocava machucados de gravidade considerável. Percebendo o quanto o escorpião estava tonto, o treinador lançava uma pokéball. Capturava, assim, aquele que era para ser sua tocaia.


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