O Aventureiro escrita por roberto145


Capítulo 10
A Torre


Notas iniciais do capítulo

Como o último capítulo levou um grande tempo para ser postado, esse é um pedido de desculpas por isso. Inicialmente, estaria como parte do último, mas preferi retirar e postar em separado.

O próximo capítulo sairá logo. Aguardem.



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Thyr dirigia até o avião particular que o esperava após uma longa reunião em Arethê, a grande capital da região vizinha de Kalos. Deixando para trás muitos parentes que apenas lhe dava dor de cabeça, o executivo subia as escadas já com uma sensação de paz. Adentrava no transporte depois de breves cumprimentos à equipe de voo. Não deixava que nenhum deles interrompessem a sua ida até a confortável poltrona reservada a ele. Os empregados, então, olhavam entre si, cada um transmitindo a mesma preocupação.

—Olá... – justamente no local reservado ao representante maior dos Walstunn já se encontrava alguém. Thyr, progressivamente, sentia um calor subir por seu corpo. Antes de explodir, colocava a mão sobre os olhos. -... papai.

—O que faz aqui? – ainda com a mão tapando boa parte do rosto, falava como se rasgasse as palavras de tanta raiva.

—Ora... Negócios – Hrist sorria.

A jovem mantinha-se sentada na poltrona, com os antebraços descansando sobre os apoios e as pernas cruzadas. Vestia calça e terno negros, enquanto a sua blusa era branca. O cabelo negro era preso em um longo rabo de cavalo, com sua típica franja parte da testa no lado direito. Por fim, ainda permanecia com a expressão sorridente. Levantava-se apenas quando seu pai a olhava com maior firmeza e seu drink pedido a pouco tempo atrás chegava.

—O que você quer, Hrist?

—Você tem um problema e eu, uma solução – começava e o avião finalmente partia. – O que está achando uma fraqueza, eu, por outro lado, acho uma oportunidade de fortalecimento...

—Não tente me ludibriar desse modo - Thyr, conhecendo a filha, interrompia, pedindo para ir logo ao que queria.

—Ora, meu pai, quem me fez assim eloquente foi você – ria levemente. Então, olhava com maior arrogância. O homem se surpreendia com a súbita mudança. – Pois bem, já que é assim... Eu quero a herança de Johann – dizia calmamente enquanto o homem arregalava os olhos. – Para isso, preciso de uma assinatura sua.

—Nem pensar! – Thyr já se exaltava, assustando parte da equipe de voo.

—Acalme-se, assim poderá passar mal – sorria. – Brincadeirinha! Sei que você tem uma saúde de ferro. Mas sabe o que é ainda mais resistente? A minha ganância. Por isso, assine...

—Não! Não vou assinar nada – o homem já se encontrava vermelho.

—Mas, meu pai, será melhor para todos. Pense bem. Johann não nasceu para esse meio e jamais se adaptará a ele. Você sabe bem disso. Além disso, papai, você não terá que se preparar com os abutres da nossa família que certamente usarão ele para te enfraquecer. E, por fim, eu fico mais próxima do que sempre sonhei...

—Que é o meu lugar – Thyr a interrompia e Hrist sorria como uma criança fazendo arte. – Não sente nenhum mal falando assim? Privando seu irmão de algo tão relevante para seu futuro?

—Ora papai, mas não é isso o que está fazendo? Quem o priva é o senhor. Eu ofereço apenas a liberdade – irritava-o. – Além do mais, tudo será decidido por Johann... Ele já está grandinho ao ponto de decidir o futuro. Não é que eu vá deixá-lo às migalhas.

—Não assinarei nada. Não temos mais nada a discutir. Você não irá me tirar do meu lugar!

—Ah papai... – pedia outro drink. Esperava o empregado sair para voltar a falar. – Na verdade, eu posso tomá-lo quando quiser, como eu quiser – Thyr arregalava novamente os olhos devido à insolência. Hrist agora estava mais séria. – O que acha que fiquei fazendo por um ano? Viajei pelas mais diversas regiões e expandi minha própria fortuna sem precisar da nossa família. Tenho sócios prontos a investir nas ações de nossas empresas, basta um telefone. Obviamente, é questão de tempo o poder cair nas minhas mãos. O que lhe resta, papai, é apenas decidir se tal processo será traumático ou não.

—Você não está falando sério!

—Podemos ver isso em um telefonema – sorria enquanto retirava um smartphone. – Eu não arriscaria.

Thyr, então, pressionava os dentes com tanta força que veias saltavam em sua região temporal. Tentava pensar em uma resposta, mas nada. A petulância de sua filha o deixava irado. Respirava fundo. Desde que seu filho menor inventara a bobagem de ser um treinador, a sua vida se tornara mais estressante. Muitas situações controladas fugiam de seu poder e pareciam tirar sarro de sua cara. Era assim que seu ego, construído a cada poder ganho entre os Walstunn, dava-lhe tanto desgosto. De suas reflexões, parecia reinar a de cansaço. Queria pôr um ponto final, sendo o mais seguro a médio prazo aceitar as condições postas a ele naquele instante.

—E então, meu pai?

—Assinarei esse maldito papel...

—Ora! – surpresa, Hrist achava que o homem fosse resistir mais. Logo olhava para a sua nada agradável cara. – Não fique assim, papai! Afinal, isto aprendi do senhor. Avalie as condições favoráveis e assimile-as; use-as para se impor como fator extrínseco de intimidação.

Thyr sorria sarcasticamente, aceitando a derrota.

—Pois bem, devo lhe dar os parabéns? Mas algo me intriga, quais sócios você se refere?

—Não sei se deveria dizer, mas como é meu pai e meu tutor para a vida... O maior deles é o Instituto Ouroboros – a expressão irônica de Thyr logo se transformava em tensão.

—Você sabe com quem está se metendo? –O homem preocupado a advertia. Hrist mantinha-se tranquila. – Cuidado... Está se alinhando com gente mais esperta que imagina.

—Toda guerra é baseada na dissimulação – sorria.


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