Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 39
"Enfim, tudo acabou bem."


Notas iniciais do capítulo

Oi genteee! >—<

Então, assim, esse provavelmente será o penúltimo capítulo de Forever. :( Mas não fiquem tristes! Em breve uma nova fanfic será lançada e eu voltarei!

Espero que vocês gostem do capítulo e provavelmente nos vemos no próximo capítulo que, sem dúvidas, sera I-N-E-S-Q-U-E-C-I-V-E-L. :D



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Chloe se sentia como se estivesse flutuando no ar. Tentava imaginar se aquela altura do campeonato já havia morrido junto com seus amigos e com o resto do mundo ou se era apenas uma alucinação que Style Queen lhe atormentava para sua diversão pessoal. Não, talvez sua mãe não seria tão cruel assim... Tudo bem, poderia ser até pior daquilo que imaginava. Muito, mais muito pior. Talvez pra onde quer que fosse seria melhor do que lutar até a morte e... Ah, a quem queria enganar? Não iria ser hipócrita. Não naquele momento. Havia sido derrotada e provavelmente a leveza que sentia era sua alma sendo levada para algum outro lugar.

Ou talvez não fosse exatamente do jeito que ela imaginara.

— Chloe, acorda! – uma voz pediu, longe de sua mente, mas fora o suficiente para fazer com que a loira de cabelos platinados abrisse seus olhos.

Um arquejo de surpresa veio de imediato. Ali, no mesmo lugar onde estava lançando a magia que sua coroa lhe proporcionava, estava Ladybug. Marinette, a garota na qual nunca imaginava ser amiga novamente, girando seu ioiô o mais rápido que conseguia para segurar o ataque negro de Style Queen. Ela estava ali se esforçando por ela, mesmo não possuindo a mesma altura que necessitava. Mas sua surpresa não parou por ai. Ao seu lado estava Chat Noir, empurrando com toda sua força seu bastão e fazendo o mesmo que sua namorada estava fazendo. Prendeu sua respiração ao ver Paon e Volpina fazendo o mesmo com suas armas, lutando para ajuda-la a vencer a Rainha do Estilo. Até mesmo Tortoise usava seu escudo com o braço que não estava imobilizado.

Todos. Todos sem exceção estavam mais uma vez mostrando sua lealdade a sua amizade.

“– Você nunca precisou de mim. Dentro de você e dos seus amigos há uma coisa que eu nunca tive, mas pude presenciar nos poucos momentos perto de vocês. A amizade de vocês é tão mágica quanto o poder do cristal de Style Queen.”

Sentiu suas forças invadirem seu corpo novamente e fechou os olhos com força. Não iria desistir. Por Alex. Por seus amigos. Por sua pátria. Abrindo ambos os olhos novamente, a garota impulsionou o corpo para frente e pisou com força no chão. Isso fora o suficiente para chamar a atenção de sua oponente e o bastante para a loira seguir a sua própria força de vontade. Sentindo sua mão arder, a herdeira do cristal fez o seu último ataque: lançou um tiro de cristal certeiro em Style Queen. O pequeno fragmento de cristal amarelo atingiu com precisão a mão onde havia se formado uma luva negra, atravessando-a e estilhaçando a pedra escura sobre sua palma. Chloe fechou o punho com força, fazendo com que faíscas surgissem no local do ataque e causasse uma dor inimaginável na Rainha do Estilo.

Um urro de dor saiu da vilã e a mesma jogou seu corpo para o lado contrário da Torre Eiffel onde estava. Porém, algo ainda mais espantoso aconteceu: do mesmo lugar onde estava tal pedra alaranjada um raio foi lançado no ar, onde na frente dos olhos de todos, dava origem a outra pedra. Tinha o dobro do tamanho da que fora destruída e sua aparência era ainda mais bela do que tudo que os heróis já haviam visto. Era roxa escura e para a surpresa de todos dali, a filha do prefeito sabia o que ela significava.

Era uma pedra do Oráculo. Ela simbolizava aquilo que Alex lhe dissera.

Amizade. Aquela era a prova mais do que concreta que a amizade era algo realmente mágica.

— O que?! Não! – Style Queen berrou, levantando a mão para tentar destruí-la.

Mas já era tarde: ela já havia tomado o seu lugar na coroa de Órion onde era muito bem vista a todos dali. Naquele momento, ao lado de sua equipe, ela podia dizer com todas as palavras do mundo que jamais iria desistir de seus amigos. Eles eram o seu tudo e a sua força. Mas havia algo que se não estivesse vivendo ou vendo com os seus próprios olhos nunca iria acreditar. Abaixo de cada um também havia um círculo muito parecido com o que seu cristal lhe proporcionava e no centro de cada círculo estava gravado o desenho de seus determinados miraculous, sendo que cada herói correspondia a uma determinada cor de cada círculo.

Era simplesmente inacreditável.

Mas não se limitava por ai: para completar tudo, o símbolo do Yin Yang gigantesco estava sobre o chão onde pisavam. O mesmo símbolo que surgira na batalha contra Hawk Moth.

— Não! – ouviu sua inimiga murmurar enquanto tentava arrumar um jeito de se livrar do cristal cravado em sua mão.

— Stella Bourgeios. – a herdeira do cristal chamou e sua voz ecoou por todo o pátio que restara da Torre Eiffel. A mesma lhe encarou com um olhar furioso e a filha do prefeito estendeu uma de suas lanças para a mesma, seguida de seus parceiros que tinham suas armas em mãos. – Você nunca mais irá interferir na harmonia desse mundo e de nenhum outro enquanto nós estivermos aqui para te deter. Nunca mais! – a mesma gritou.

No mesmo instante, todos os objetos que eram utilizados como as armas se iluminaram. Cada um correspondia a cor de seu determinado círculo: o ioiô e os brincos de Ladybug brilhavam na cor vermelha; o escudo de Tortoise brilhava num tom de verde belíssimo junto com a pulseira do seu miraculous; os leques de Paon e o broche em seu cabelo cintilavam azul ciano; a flauta de Volpina estava iluminada em sua ponta e juntamente com o colar da raposa emitiam tal brilho alaranjado, e por fim, o anel de Chat Noir brilhava junto de seu bastão, lançando uma luz negra onde estava juntamente com o círculo abaixo de si. No meio dos cinco estava Abelle e novamente o desenho de seu miraculous apareceu debaixo de si. Entretanto eles não eram os únicos.

A frente da pedra recém-conquistada pairava o desenho exato do miraculous da borboleta, revelando o sétimo miraculous presente e fazendo com que tal pedra brilhasse ainda mais.

— Eu jamais irei me render! – a mulher urrou e em seguida conseguiu partir o que impedir seu poder de fluir de sua mão direita em milhões de pedaços.

Estendendo o pulso com toda a sua ira, a luva de cristal negro se posicionou em seu antebraço para lançar mais uma vez um novo feitiço. Chloe estreitou os olhos e apertou a lança em suas mãos. Em questão de segundos, Style Queen fez com que a maior onda de seu poder corrompido viesse na direção da abelha e dos seus amigos. A filha do prefeito fechou os olhos enquanto via o ataque iminente se aproximar de si e respirou fundo. Por mais que aquilo se tornasse doloroso mais tarde era o certo a se fazer naquele momento. Quando os abriu novamente um único e triste pensamento invadiu sua mente.

Eu sinto muito mamãe.

— Desistir nunca. Render-se jamais! – todos gritaram um uníssoro, o que, mesmo que ninguém soubesse ao certo como, fez com que seus miraculous reagissem.

Um verdadeiro arco-íris saiu de cada um dos heróis, desde o vermelho de Ladybug até mesmo ao roxo-púrpura de Hawk Moth, não só fazendo com que o cristal negro da Rainha do Estilo fosse destruído, mas com que tal magia lhe atingisse diretamente e fazendo com que o grito de derrota da inimiga ecoasse por toda a Paris deserta.

Depois disso um clarão cobriu toda a Torre Eiffel.

***

Mais uma vez a Bourgeios se sentia como se estivesse flutuando, porém, daquela vez era diferente. Através de suas pálpebras podia ver uma luz clara lhe envolver e uma leve brisa batendo um seu rosto foi o suficiente para seu corpo inteiro se arrepiar. Estava com receio de abrir seus olhos e encontrar mais um desafio.

Estava cansada de lutar.

Estava cansada de perder as pessoas que eram importantes para si.

— Abra os olhos. – uma voz ordenou, impondo autoridade e respeito, fazendo a garota estremecer novamente.

Preferiu obedecer, mesmo desconhecendo quem estava a sua espera. Quando sua visão se adaptou a tamanha luz do local que não sabia onde estava, a loira prendeu a respiração.

A loira demorou seu olhar, encarando a figura á sua frente a altura que era encarada. Era um ser muito parecido com um homem. Não, com um verdadeiro caçador. Em uma mão carregava uma espada e na outra estava um escudo, assim como das histórias medievais que fora obrigada a ler na escola, mas sua aparência era totalmente diferente: se assemelhava muito com os gregos da Antiguidade. Seu olhar era tão enigmático que por longos minutos a garota nem mesmo se moveu do lugar de onde estava, pelo menos até a figura prender o escudo em suas costas e colocar sua espada em sua bainha preso a sua cintura.

A Bourgeios teve certeza que a confusão estava estampada em seu rosto quando uma outra figura apareceu por trás do caçador e lhe lançou uma piscadela. Era quase da mesma altura do homem, vestia um vestido amarelo com algumas listras escuras e na parte de seu busto até a altura de seus ombros estava uma grande plumagem amarelada claro. Em suas mãos haviam luvas até os cotovelos e em seu pescoço uma pequena faixa que combinava com as listras de seu vestido. Por fim seu cabelo estava preso em duas fitas negras com grandes rolos loiros claríssimos.

— Eu conheço você. – sua afirmação soou mais como uma pergunta e fez com que tal figura revirasse seus olhos com um sorriso.

— Achei que não teria dúvidas quando finalmente conhecesse sua kwami Chloe. – a mesma resmungou fingindo estar ofendida com a filha do prefeito.

— Lily? – a garota exclamou visivelmente surpresa. – Mas... Com é que...?

— É uma longa história. – a kwami humana adiantou em dizer, voltando a olhar para a mesma com um suspiro. – Mas o principal é porque você tem uma decisão importante para se fazer agora e é por isso que você está aqui.

— Uma decisão? – Chloe repetiu tentando absorver o máximo do que estava acontecendo. Olhou para o homem imóvel e ambos os olhares se cruzaram, seguido de um silêncio inquieto.

— Você foi a única simples mortal até a atualidade em que a minha coroa achou digna de ajudar. Você lutou bravamente junto com seus amigos e provou que não era definitivamente aquilo que aparentava ser. Provou ser digna de portar algo do universo. – a expressão carrancuda e misteriosa de tal caçador se suavizou por um pequeno momento. – Por derrotar a Rainha do Estilo e evitar que ele entrasse em um colapso, eu, juntamente com as outras Constelações Supremas do céu, decidimos lhe conceder um desejo.

— Sua coroa... – a loira repetiu dividindo seu olhar sob a versão de sua kwami humana e a figura misteriosa a sua frente. –Então você é Órion? A constelação de Órion em carne e osso mesmo?

— Sua apareci para você desta maneira para que me reconhecesse mortal. – o homem respondeu arrogantemente, fazendo a filha do prefeito  abaixar o seu olhar por um momento. – A constelação que você no céu é apenas uma pequena homenagem da Antiguidade em minha memória. Sou muito mais do que isso que você imagina.

— Eu sei, não quis dizer que... – a super-heroína balbuciou nervosa com a situação.

— E se você imagina que estou aqui para fazer um favor para uma simples humana insignificante como você por obrigação, saiba que está redondamente enganada mortal. – Órion continuou fazendo sua autoridade ecoar por onde quer que estivessem naquele momento enquanto apontava o dedo indicador para a mesma.

— Espera ai, por favor, dê uma chance para ela. – Lily pediu entrando entre ambos. O caçador astronômico apenas lançou um grande suspiro na direção da abelha e assentiu com a cabeça, se afastando da Bourgeios em seguida. – Agora, voltando ao assunto principal Chloe, você tem uma decisão a fazer. O universo é muito poderoso e você mais do que ninguém sabe disso depois de tudo o que aconteceu. – a garota balançou a cabeça desviando o olhar de sua kwami. – Você pode pedir o que quiser que o bonitão nervosinho ali vai te dar, então... Pensa bem tá bom?

Chloe olhou novamente para seja lá o que fosse aquele homem que estava ali e cruzou os braços, tentando colocar suas idéias no lugar. Toda aquela situação era muito maluca para si mesma: nada parecia ser real. Mas somente a idéia de poder consertar qualquer coisa lhe era tão tentadora que ela concordou que talvez aquilo realmente estivesse acontecendo. Fechou os olhos e segurou o pingente que de alguma forma ainda estava consigo. Tinha tantos pedidos, tantas opções do que poderia que o universo lhe concedesse... Não sabia o que pensar.

Suspirou pesadamente e se virou para onde as duas figuras aguardavam sua resposta.

Não seria egoísta nunca mais.

— Já decidiu o que deseja? – Órion, o caçador do céu, indagou querendo saber sua resposta.

— Sim. – para a sua surpresa o homem deixou um sorriso aparecer em seu rosto. Respirando fundo prosseguiu: - Eu poderia pedir um milhão de coisas, como por exemplo ter minha mãe de volta, ou que toda Paris fosse reconstruída depois do estrago que Style Queen fez, ou pedir que o garoto que eu amo volte a vida. – a garota deu uma pausa e retirou o colar em seu pescoço, estendendo-o para o homem a sua frente. – Mas eu não o pedirei. Apenas quero que tudo volte ao normal como sempre foi. Longe de magia. Longe do cristal. Longe do passado.

Lily cobriu a boca com as mãos e sorriu orgulhosa de sua portadora. Aquela definitivamente fora a atitude mais madura e decente que a filha do prefeito já havia tomado desde que se tornara Abelle pela primeira vez. Já o homem parecia saber o que iria acontecer e apenas assentiu com a cabeça, tomando o pequeno acessório das mãos de Chloe devagar.

— A sua escolha está correta Bourgeios. – disse, surpreendendo a loira por alguns minutos. Cerrando a mão sobre o pingente em suas mãos, ela pôde ver algo acontecer de estranho. – Henyt estava certo ao seu respeito. Admito que lhe julguei mal, mortal. De fato minha coroa viu algo de bom dentro de você.

— Se me permite perguntar, o que acontece com ele? – a filha do prefeito indagou sem tirar os olhos de onde estavam parados. –O que acontece comigo? 

— Na hora certa você saberá criança. – o caçador respondeu olhando na direção que a herdeira do cristal olhava. Em sua mão o cristal antes amarelo agora estava quase totalmente negro.

— Agora é a sua vez de espalhar a mudança por ai sua loira aguada. – a heroína ouviu sua kwami dizer se aproximando e lhe tocando o ombro. Ambas trocaram um pequeno aceno de cabeça e em seguida a filha do prefeito recebeu um abraço de Lily humana. – Nos vemos mais tarde e... Cuidado com o coração. –pediu com um sorriso zombeteiro.

Chloe nem teve tempo de questionar tal comentário. Tudo ofuscara sua visão e ela foi obrigada a cerrar seus olhos.

***

Sentia algo macio debaixo de si. Parecia estar apoiada ou deitada em alguma coisa. O sono invadia sua mente por completo e mesmo tentando se mexer parecia que algo pesava sobre si. O cansaço e as tamanhas dores no corpo lhe atingiram em cheio depois de tudo o que havia acontecido naquele mês e meio de férias. Ao longe podia ouvir pessoas conversando e aos poucos seus sentidos começavam a voltar, fazendo questão de destacar os hematomas e pontos em seu corpo que nem sabia que poderiam estar lesionados formigarem levemente. Logo que abriu os olhos notou que sua visão continuava embaçada e após piscar diversas vezes, ela começava a voltar ao normal. A iluminação estava muito clara, mas mesmo assim Chloe conseguiu identificar onde estava.

Devia estar em algum quarto de hospital.

Olhou para baixo e identificou uma cama confortável e alva que nunca havia visto igual até aquele momento. Ao seu lado haviam algumas máquinas que apitavam e uma delas estava ligada a um de seus dedos das duas mãos. Encarou aquele aparelho por alguns segundos e voltou a olhar ao redor. Definitivamente aqueleera um dos melhores quartos que já ficara desde o seu próprio quarto no Le Grand Paris. Tinha até mesmo um frigobar próximo a uma grande janela longe de onde estava, o que fez a loira dar um sorriso fraco.

Como se ela realmente fosse se levantar dali para beber alguma coisa gelada.

— Vejo que os medicamentos estão funcionando como o médico me informou.

Vagarosamente a garota inclinou a cabeça na direção de tal voz e sentiu um alivio em seu coração. Ninguém menos do que o seu pai, André Bourgeios, o prefeito da cidade estava ali parado ao lado da porta de seu quarto. Estava a salvo. Estava repleto de machucados e vestígios do encontro com a Rainha do Estilo, mas estava a salvo. Inteiro e bem ali, apenas a poucos centímetros de distância dela. A garota sentiu os olhos marejarem quando viu seu pai se aproximar e lhe envolver em um abraço carinhoso. Havia anos que ele não fazia isso.

— Eu senti tanto medo de perder você filhinha. – confessou enquanto a mesma lhe apertava com força. – Como... Como é que você está se sentindo? – indagou se separando um pouco da mesma e lhe tocando o rosto.

— Um pouco cansada. – Chloe admitiu respirando fundo. – Mas eu estou bem pai, de verdade. – garantiu tentando mostrar que realmente era verdade. O homem a sua frente suspirou de alívio e em seguida a encarou sério.

— Porque não me contou essa história desde o começo filha? – André indagou e a garota sabia muito bem do assunto que se tratava. Levantou-se com um pouco de esforço e se sentou a cabeceira da cama, tentado escolher as palavras certas para responder a pergunta de seu pai.

— Eu... Bom... – começou encarando as mãos sob seu colo. – Eu tive medo pai. Medo que a minha chance de ser uma pessoa diferente não fosse aceita por você e nem por ninguém. Eu... Bom... Tive uma oportunidade e não podia desperdiçá-la pai. Eu vi que sendo Abelle, uma heroína assim como a Ladybug, eu poderia ser alguém totalmente oposta daquilo do que eu parecia. Eu tinha poderes especiais. Salvaria as pessoas. Traria mais segurança para a cidade. –fez uma pausa e suspirou tristemente. – Eu achei... Que o senhor iria olhar para ela e ter orgulho de mim, mesmo que parecêssemos duas pessoas distintas. – murmurou para a surpresa do prefeito de Paris.

Longos segundos se passaram enquanto acontecia aquele momento decisivo na vida de ambos os Bourgeios. Então o mesmo apenas levantou a cabeça da garota com uma das mãos com um olhar diferente no rosto. Não era repreensão. Não era raiva. Era algo que a loira enxergava pela primeira vez entre ambos.

Orgulho.

— Mais do que nunca você me mostrou que é uma Bourgeios. A Bourgeios mais madura, responsável e corajosa que eu já vi no nossa família até os dias de hoje Chloe. – disse, fazendo a mesma ficar boquiaberta. – Querida, você percebeu que nunca é tarde demais para mudar. Que nada é impossível quando você o quer. Eu não poderia estar mais orgulhoso e feliz de ter você como minha filha.

— V-você está falando sério pai? – a mesma indagou incrédula e inexplicavelmente admirada em ouvir aquilo.

— Não tenho motivos para não estar. – André rebateu, sentando-se ao lado da filha. – Por outro lado eu é que tenho que aprender a ser como você Chloe. Mudar muita coisa.

A filha do prefeito não conteve um sorriso.

— Nunca é tarde para mudar. – repetiu, arqueando uma sobrancelha levemente.

Duas batidas na porta fizeram o prefeito retribuir seu gesto e se levantar com um pouco de esforço. Dando um beijo no topo de sua cabeça, o homem balançou a cabeça em sinal positivo e foi na direção da porta. A surpresa não acabara por ali, disso Chloe tinha certeza, mas algo lhe dizia que aquelas palavras não seriam só palavras. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa uma pessoa apareceu detrás da porta aberta pelo prefeito. Uma pessoa que a loira não podia acreditar que estava bem ali diante de si.

Dividiu seu olhar sobre ela e seu pai, ainda incrédula, tentando entender como aquilo estava acontecendo.

— Acho que vocês dois tem muito o que conversar. – André Bourgeios comentou encarando o garoto adentrando o quarto. Deu um pequeno toque no ombro do mesmo e fechou a porta atrás de si.

Ele estava ali. Alex, o garoto que vira morrer em seus próprios braços, estava ali. Vivo, inteiramente cheio de vida, bem ali, lhe encarando tão profundamente que nem mesmo sabia como ainda estava respirando. Piscou os olhos enquanto se segurava para não chorar a sua frente.

Não precisou.

Quando deu por si ambos já estavam envolvidos em um abraço apertado, e a garota não perdeu a oportunidade de enfiar os dedos no meio dos cabelos loiros escuros e bagunçados que o Zuberg tanto lhe proibia de fazer. Finalmente poderia admitir o que sentia sem ter que se preocupar com o que poderia acontecer com o mundo lá fora. Poderia fitar o quanto quisesse aqueles olhos hipnotizantes de chocolate. Sem perder tempo a garota beijou aqueles lábios que tanto desejou sentir próximo dos seus e rapidamente foi retribuída, assim que percebeu uma das mãos do garoto segurando sua nuca com carinho. Algumas lágrimas pendiam dos olhos azuis da Bourgeios, mas nenhum dos dois se importou com isso.

Nada mais importava naquele momento.

***

No mesmo hospital que a filha do prefeito estava, a equipe de Ladybug também estava sendo atendida com os devidos cuidados médicos, onde o próprio prefeito André Bourgeios fizera questão de dar toda a assistência que precisariam mais tarde. Num dos quartos no mesmo andar particular que Chloe estava em observação, estava Lila Rossi. A italiana já havia acordado há algum tempo e estava terminando de ser atendida quando sua família chegou. A enfermeira terminava de fazer os curativos necessários onde a raposa se machucara quando Francisca entrou apressada no quarto. Nem mesmo esperou a morena dizer alguma coisa e já enchera seu rosto inteiro de beijos, lhe encarando com os olhos cheios de lágrimas de preocupação e de alivio por vê-la ali, viva e inteira como antes da garota praticamente fugir de casa contra a vontade de Mário.

— Figlia mi hai quasi ucciso dal cuore, non farlo mai, per favore. – a mulher pediu agarrando o pescoço de sua sobrinha com o sotaque italiano a flor de sua pele. Ela sempre falava sua língua natal em situações de muito estresse ou de muita preocupação, exatamente como aquela. De relance, Lila viu a enfermeira sair do cômodo do hospital com uma risadinha.

— Tá bom tia, mas... Será que dá pra não me apertar tanto desse lado? – a garota murmurou sendo abafada pelo corpo de Francisca. Com um pequeno gemido viu sua tia se afastar de si, enxugando o rosto em seguida.

— Como você está Lila? – ouviu Sandro perguntar aparecendo ao seu lado e segurando a sua mão com preocupação. – Está doendo muito? Quebrou alguma coisa? Você precisa de alguma coisa agora, será que posso fazer por você?

— Sandro, a única coisa que eu preciso agora é um pouco de ar. – a italiana respondeu com um meio sorriso. O garoto pegou uma de suas mãos e depositou um pequeno beijo na mesma. – Como sabiam que eu estava aqui?

— Desde que você voltou para Paris e enfrentou aquela vilã na Torre Eiffel nós já sabíamos que você estava aqui. – Mário se pronunciou chamando a atenção da filha única para si. – Não nos encontramos com você antes por causa do caos da cidade.

— Vocês foram atacados? – Lila indagou assustada. Francisca negou com a cabeça.

— Não minha flor, mas foi por pouco. – a mulher contou chamando a atenção da garota para as roupas gastas em diversos pontos que os três no quarto usavam. – Um dos monstros de Style Queen atacou o centro da cidade e congelou muita gente numa coisa que parecia vidro, mas um vidro bem escuro. Aquele restaurante daquela sua amiga ruivinha, o Le Vent’ Souffle também foi atacado.

— Não sobrou muita coisa de pé lá, pelo menos não parece muito mais com um restaurante. – Sandro continuou coçando sua nuca desajeitadamente. Lila não evitou colocar uma das mãos sobre a boca. Sua melhor amiga certamente já deveria saber de tamanho estrago. – Depois do ataque os O’Green nos ajudaram a salvar o maior número possível de pessoas que ainda não haviam sido evacuadas da cidade.

— Infelizmente a policia nos obrigou a sair de Paris também, pois haviam dito a população que Ladybug e os outros heróis já estavam cuidando da situação. – seu pai fez questão de continuar enquanto se aproximava da cama onde a morena estava. – Assim que tudo se resolveu, nós voltamos e o prefeito nos convocou até aqui. Parece que ele já sabe quem são os heróis de Paris.

A garota abaixou a cabeça e olhou para o chão por alguns segundos, sem saber o que pensar.

Sentiu Sandro apertar sua mão e soltou um pequeno suspiro.

— Então a situação é pior do que eu pensei. – murmurou por fim, sendo seguida por uma troca de olhares entre sua tia e o seu namorado.

— Francisca, Sandro, posso conversar a sós com a minha filha? – ouviu a voz de Mário pedir, mas não ousou olhar para cima. Seu olhar ainda estava fixo no chão e a garota se perguntava como o piso do hospital poderia ser tão bonito que não havia reparado antes.

Ouviu passos silenciosos passarem por sua cama, mas não antes de sentir um beijo de seu namorado em um dos lados do seu rosto. Esboçou um pequeno sorriso ao sentir uma sensação morna invadir suas bochechas em reação a tal ato inesperado. Sentiu o balançar em seu colchão e sustentou seu olhar para o homem parado ao seu lado. Mário lhe encarava tão enigmático que a italiana não sabia dizer o que ele carregava por trás daqueles olhos tão conhecidos e ao mesmo tempo tão estranhos para ela mesma. O silêncio predominou dentro quarto e subitamente o pai lhe envolveu num abraço forte.

— Lila, eu... Eu... – o homem não sabia como se expressar, mas a jovem entendeu o que estava acontecendo ali. Talvez. – Me perdoe por tudo aquilo que lhe disse antes. Eu estava furioso com diversas situações e descobrir que a minha própria filha estava correndo um perigo gigantesco daquele modo sem qualquer tipo de segurança foi o cúmulo pra mim e...

— Pai, você tá me deixando sem ar. – Lila murmurou com falta de ar, fazendo com que o italiano se soltasse rapidamente de si com um pedido de desculpas. Respirando fundo, a Rossi continuou: - Será que dá pro senhor me explicar que coisas são essas?

Mário suspirou e passou a mão pelo cabelo.

— Eu me divorciei da sua mãe Lila.

A italiana ficou boquiaberta. Por mais que reclamasse de sua mãe, a falta que a mesma fazia constantemente em sua vida, ela ainda era a sua mãe no final das contas. Enquanto tentava achar palavras para dizer alguma coisa para seu pai, o mesmo se levantou da cama e começou a andar pelo quarto.

— Depois que nós viajamos para Paris saiu uma noticia que a sua mãe, a modelo mais famosa da Europa, estava saindo com um cara bilionário do continente americano. Pouco tempo depois eu descobri que isso não era apenas um boato. – explicou o mais calmo que conseguiu. – Aquele dia que descobri que você era a aquela super-heroína chamada Volpina, foi o mesmo dia que eu realmente havia acabado de me separar dela. Não iria aguentar perder a minha filha do mesmo jeito que tinha perdido minha esposa, Lila. – confessou, virando-se com um olhar arrependido e triste em sua face. – Eu jamais quero te perder filha.

— Mesmo que isso te custe me aceitar como eu sou? – a garota perguntou em disparada. – Mesmo eu sendo uma super-heroína e precise me arriscar para salvar as outras pessoas? Mesmo assim pai?

Mário se aproximou da morena de olhos verdes e segurou seus ombros com cautela. Seu peito ardeu com tal pergunta, mas faria de tudo para se reconciliar com a Rossi.

— Mesmo que você faça tudo isso filha. – respondeu sentindo os olhos ficarem levemente molhados. Lila não estava diferente de si.

— O que você acha Trixx? – a morena de olhos verdes perguntou olhando para o seu travesseiro para evitar as lágrimas escorrerem por seu rosto. Mário seguiu o seu olhar e levou um leve susto com o que viu. – Acha que podemos aceitar o pedido de desculpas do papai?

— Eu acho bom que ele nem brinque em me afastar de você novamente porque senão a coisa vai ficar muito FEIA. – a pequeninha kwami laranja avisou encarando os olhos do homem ameaçadoramente, lhe deixando o recado bem claro. O mesmo engoliu em seco quando a pequena raposa se afastou e pousou no ombro de sua dona. – Porém acho que todo mundo deve ter uma segunda chance. Mesmo que ele esteja bem longe de ser um cara que eu quero por perto.

— Modos Trixx. – Lila lhe repreendeu, fazendo sua kwami revirar os olhos e virar o rosto para o adulto. Voltando seu olhar para ele, percebeu a sua cara de espanto e deu um sorriso de canto, enxugando a beira de seus olhos esverdeados. – Não se preocupe, ela não morde. – brincou.

— Eu não teria tanta certeza... – a raposa murmurou para si mesma.

— Então estamos... – Mário começou balançando as mãos, sugestivamente. A italiana sorriu e abraçou o pai.

— Eu perdoo você pai. – afirmou enquanto o mesmo retribuía seu abraço.

Batidas na porta chamaram a atenção da garota enquanto uma figura ruiva despenteada e com alguns curativos nas pernas olhou para sua direção. Acenou para que entrasse enquanto a melhor amiga fechava a porta por onde entrara. A garota estava mancando um pouco, mas tirando aquilo parecia estar bem. Seu olhar era tão reconfortante que a italiana se soltou de seu pai para poder dar um pouco de atenção para a mesma. O mesmo disse que daria uma volta e mais tarde voltaria para ver como a filha estava.

— Vejo que as coisas entre vocês dois melhoraram não é? – Kattie comentou se sentando ao lado da morena.

— É, um pouco. – Lila confirmou com um sorriso de canto, mas que rapidamente desapareceu. – Sinto muito pelo seu restaurante Kat.

— Eu também sinto. – a ruiva rebateu com um sorriso triste. A italiana sabia como aquele lugar era importante para si e par sua família. – Bom, veja pelo lado bom. Agora nós vamos poder ampliar o estabelecimento com aquele espaço exclusivo para karaokê. – contou com seu ânimo de sempre.

— Pode acreditar que vai ter. – Lila assegurou lançando-lhe um sorriso maroto. – Tenho certeza que o Le’ Vent Souffle reformado e atualizado será muito melhor que o anterior, guarde minhas palavras. – ambas deram uma gargalhada. Um minuto de silêncio envolveu ambas até a Rossi quebra-lo novamente: - E como está o Louis? Como você está?

— Graças a Deus não tive ferimentos muito graves, só algumas escoriações em alguns lugares. – Kattie explicou apontando para as pernas e uma pequena parte do pescoço. –Pena que Louis não teve a mesma sorte. O médico dele disse que ele fraturou o braço e por isso vai ter que usar gesso por algum tempo até estar bom de novo. Mas tirando isso ele também está vivo. – comentou com uma risadinha.

— Você não devia estar lá com ele? – a italiana perguntou dando uma arqueada de sobrancelha sugestiva. A canadense corou levemente.

— Passei aqui para ver como você estava enquanto a tartaruga foi ver se encontrava a Marinette e o Adrien. – contou, fazendo a morena assentir com a cabeça. Logo sua expressão se tornou séria. – Acho que depois de toda essa história todo mundo vai saber quem são as pessoas por baixo das fardas de heróis. Levei o maior tempão tentando convencer meus pais que não tinha nada a ver com Paon, mas não tenho certeza que eles acreditaram.

— A minha família inteira já sabe. Pelo menos os que estavam aqui agora pouco. – Lila comentou mexendo nas unhas destruídas da batalha. – Eles pareceram levar tudo numa boa, mas não sei o que pensar sobre tudo isso.

— Mais cedo ou mais tarde essa história terá de ser contada. – a ruiva falou com um olhar fixado em um ponto qualquer do quarto alvo como neve. – Só espero que esse dia não chegue tão cedo.

Lila concordou em silêncio enquanto acariciava a cabeça de sua kwami laranja.

***

Marinette e Adrien estavam praticamente no mesmo quarto, mas sendo atendidos separadamente, como se não se conhecessem no ponto de vista dos enfermeiros e dos médicos ali presentes. Nenhum dos dois estava preocupado com os ferimentos ou com tanta gente desnecessária entrando e saindo do cômodo do hospital. Não, o problema ia além daquilo. Suas famílias estavam ali, felizmente estavam todos bem, como a mestiça havia notado dando graças a Deus, porém totalmente aflitos por toda aquela situação sem explicações. Marinette havia descoberto que depois do desaparecimento de Adrien e em seguida de Félix, Gabriel Agreste fizera questão de proteger os Dupain-Cheng em sua mansão que, por coincidência ou não do destino, não havia chegado nem aos pés da destruição assoladora que ainda dominava a cidade. Todos estavam bem, mas ainda havia um problema a resolver.

August.

— O médico responsável disse que vai pedir a autorização necessária para enterrar o cadáver em Londres, no cemitério que a família escolher. – Gabriel anunciou, entrando no quarto onde estavam seus filhos e todos os Dupain-Cheng reunidos. O estado dos jovens mais velhos era deprimente. – Eu sinto muito filho. Mandarei tratarem disso pessoalmente quando ele chegar a Inglaterra.

— Obrigada senhor Agreste, não tenho como agradecê-lo pelo que está fazendo nesse momento. – Bridgette agradeceu com os olhos um pouco inchados de tanto chorar a perda de seu professor. Recompôs a voz embargada e sua postura, acrescentando: - Mister August foi uma pessoa muito importante na faculdade onde eu e seu filho estudávamos no exterior. Tenho certeza que seu filho falou dele para o senhor em algum momento.

— Claramente. – o mesmo respondeu com sua postura séria costumeira. Olhou para Adrien e em seguida para Marinette, que era atendida por seus pais. – Na verdade isso é o mínimo que posso fazer depois que encontraram o meu filho e o trouxeram inteiro de volta. Vocês o encontraram e Félix também. Agora estamos quites senhorita Dupain-Cheng. – Gabriel acenou com a cabeça levemente enquanto saía para terminar as últimas arrumações para o velório que lhes aguardava em solo britânico.

Bridgette olhou para as mãos e em seguida cobriu os ombros com o cobertor que havia recebido do hospital. Apesar de estar triste, sabia que aquilo fora o melhor para todos. August seria perseguido e morto mais cedo ou mais tarde pela Rainha do Estilo, e se aquilo não tivesse acontecido talvez as coisas poderiam ter terminado muito piores do que já estavam. Encostou a cabeça na parede atrás de si e fechou os olhos, tentando imaginar o que iria acontecer assim que saíssem daquele hospital. Infelizmente seu pensamento logo se dissipou quando alguém se sentou ao seu lado e imitando seu gesto. Nem precisou abrir os olhos. Já sabia quem era.

— E então, o que a gente faz agora? – perguntou em voz baixa, somente para o loiro ao seu lado ouvir. – Mais cedo ou mais tarde eles vão precisar saber da verdade Félix.

— Vamos esperar toda essa história terminar primeiro. – o rapaz respondeu com a voz embargada também. Por mais que não quisesse admitir, também acabara chorando quando recebeu a noticia. – O mais certo a se fazer é deixar essa história para lá. Ninguém precisa saber o outro lado da história que nós dois sabemos.

— Isso não é mentir? – Bridgette soltou abrindo os olhos e encarando o amor de sua vida ali, do seu lado. O mesmo deu uma risada baixa.

— Não, é apenas encobrir a verdade. – rebateu imitando o gesto da garota outra vez e encarando profundamente os seus olhos azuis. – Apenas por enquanto. Quando realmente for necessário nós contamos, mas agora não.

— Me lembre de nunca acreditar em você. – a morena pediu se aproximando do rosto do loiro. – Você não presta mesmo Chat Blanc. – sussurrou pouco antes do mesmo lhe lançar um sorriso debochado e ambos se encontrarem num beijo cheio de paixão que os dois ex-heróis de Londres possuíam um pelo outro.

Do outro lado do quarto, um pouco afastado de onde o casal se encontrava em um momento que tanto aguardaram, os pais de Marinette a questionavam sobre onde estava para ir parar naquele hospital. Ambos diziam como haviam entrado em desespero quando não lhe encontraram e precisaram evacuar a cidade sob a ameaça dos monstros de cristal de Style Queen.

— Nunca mais faça isso de novo mocinha. – Tom disse após um longo sermão a repreendendo de todo o pânico que o seu sumiço causara em Sabine. A garota estava envergonhada de tudo o que causara a sua família, porém no fundo sentia que fora o melhor a se fazer naquele momento. – Ouviu bem?

— Sim papai, eu prometo que nunca mais farei isso de novo. – a garota assegurara lançando um olhar arrependido na direção do adulto e em seguida segurando a mão de Adrien. – Eu estou bem, não precisavam ter se preocupado tanto assim comigo.

— Querida se coloque no nosso lugar. Te procuramos por toda a parte, você e a sua prima. Nada. – sua mãe contou enquanto Tom lhe abraçava. – Achávamos... Que tínhamos te perdido. – concluiu encarando ambos os garotos.

— Senhora Cheng, nós prometemos que nunca mais iremos repetir o nosso erro. – Adrien se pronunciou tocando sua mão com carinho. A mulher lhe lançou um olhar compreensivo. – Sabemos o quanto foi difícil para vocês saberem que poderíamos estar no perigo, mas o mais importante agora é que estamos bem. Estamos bem aqui, vivos e sem faltar nenhuma parte. – afirmou com um meio sorriso na face.

— Tem razão meu filho. – Sabine concordou retribuindo seu gesto. Não deixou de notar a expressão distante do loiro. Talvez ainda não havia se acostumado com tal apelido. – Agora eu quero abraço bem apertado do meu casal favorito de todos.

Os dois garotos sorriram e atenderam ao pedido da mulher rapidamente. Adrien se sentia feliz. Pela primeira vez havia sido convidado para um abraço de urso com toda a família de sua namorada e naquele momento só podia agradecer por ter sogros tão incríveis como aqueles que agora conquistara. Mesmo em momentos difíceis, mesmo em momentos de paz. De uma coisa ele podia ter toda a certeza do mundo: tinha muita sorte em fazer parte de uma família com aquela. Não sabia quanto tempo havia se passado, porém assim que uma enfermeira voltou para o quarto ele não deixou de dar um pequeno suspiro.

Talvez teria mais tempo para isso mais tarde e sorriu com tal pensamento.

— Adrien Agreste e Marinette Dupain-Cheng? – a mesma perguntou olhando algo na prancheta em suas mãos. Ambos se entreolharam e assentiram com a cabeça. – O estado de vocês está normalizado e tirando os pequenos curativos vocês já podem ir para casa. – anunciou com um mínimo sorriso.

— Que noticia maravilhosa. – Tom disse animado. Porém quando a enfermeira esboçou em sair do quarto, sua filha lhe chamou novamente.

— Por acaso poderia me informar onde Kattie O’Green e Louis Ruppert Yaosaka estão? Eu gostaria muito de falar com eles. – Marinette pediu, tentando disfarçar o seu nervosismo. – Eles estão bem?

— O senhor Yaosaka e a senhorita O’Green’s já foram liberados há alguns minutos. Um senhor chamado Niakamo-Fu junto com a família da sua amiga os levaram para casa. – respondeu e em seguida desapareceu pelo corredor do hospital.

— Niakamo-Fu? – a garota ouviu sua mãe reptir, mas não deu muita atenção.

Entre comentários entre os outros que estavam naquela sala logo o hospital foi deixado para trás, fazendo com que os Dupain-Cheng e os Agreste vissem como Style Queen deixara a cidade do lado de fora do prédio. Tudo estava destruído menos a famosa e indestrutível Torre Eiffel no horizonte da capital do país. A portadora do miraculous da joaninha não segurou um suspiro. Se aquele monumento pudesse falar certamente diria muitas coisas a respeito de tudo o que já aconteceu desde que se tornara Ladybug. Entretanto, ela tinha certeza que tal torre já passara por muita coisa pior e com muitos outros pensamentos, a garota e sua família se dirigiram até o carro que lhes aguardavam no final da rampa do hospital.

 Dali pra frente as coisas seriam muito diferentes, mas a mestiça tinha certeza que não só sua equipe, mas como toda a Paris, iriam conseguir se reerguer e seguir em frente.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo pessoal! ;)

#OOLH
#RumoAPróximaFanfic!
#100comentários!



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