Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 37
Confrontos & Sombras do Passado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! ^^

Boa leitura para vocês e desde já peço desculpas por qualquer erro de gramática (sei que sempre haverá algum que deixarei passar), tive que revisá-lo muitas vezes correndo e por isso nem tive muito tempo de corrigir. Até lá embaixo!



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Marinette estava exausta. Sentia como se tivesse sido atropelada por um caminhão e depois pisoteada por um elefante. Afinal, ser arremessada contra um prédio não é fácil para ninguém. E para piorar toda aquela situação todos os seus parceiros de combate não estavam diferentes de si. Adrien por pouco não havia quebrado algumas partes do corpo e se não fosse por seus reflexos rápidos Chloe teria ficado surda há pouquíssimos segundos, um pouco antes da morena ser arremessada para longe do monstro morcego de cristal. Se levantou com um pouco de dificuldade e encarou o grande animal ao horizonte indo na direção oposta na que estava.

“Ele não para.” Pensou frustrada. Mexeu os braços e uma dor excruciante invadiu seu corpo, lhe fazendo reprimir um gemido doloroso. “Pensa Ladybug, pensa...”

Estranhou quando subitamente seu comunicador começou a vibrar, mesmo que preso a sua cintura e sem demora o pegou. Era um tipo de vídeo-chamada. Paon estava ligando e joaninha não tardou em lhe responder. Ela estava correndo e a mestiça pôde reconhecer a voz de outras duas pessoas atrás da voz da ruiva.

— Escuta Mari eu tenho um plano. – anunciou entre a respiração ofegante e entrecortada. – Tem um jeito de acabarmos de uma vez só com esses dois monstros que estão atacando a cidade, mas eu vou precisar da sua confiança.

— Estou ouvindo. – a mestiça afirmou prestando atenção no rosto da heroína enquanto se desviava de um dos disparos lançados pelo monstro semelhante a um ursinho negro.

— Vamos atrair o Morcegão ai e o Ursinho Bilú do Mal para a rotatória da Avenida Victor Hugo. É o ponto mais próximo de onde nós estamos e onde os monstros estão também. – Paon explicou fazendo a heroína de pintas assentir com a cabeça, afirmativamente. – Colocando os dois próximos o suficiente podemos matar dois coelhos com uma cajadada só, entendeu?

— Entendido. – Ladybug respondeu desligando o comunicador em seu ioiô e procurando alguma coisa que indicasse a proximidade do plano da amiga. A poucos metros dali a mesma pôde vê-los se aproximando do ponto marcado. – E lá vamos nós.

Juntando o resto de determinação que ainda circulava em seu sangue, a morena jogou a sua arma contra um dos únicos prédios que ainda estavam de pé e correu pelos telhados luxuosos do shopping Center de Paris. Com movimentos rápidos, logo conseguiu chegar perto o suficiente para chamar a atenção de seus parceiros que acabavam de se recuperar de mais um golpe transferido do adversário criado por Style Queen. Abaixo de si o chão tremera, avisando que o plano de Kattie iria acontecer e não iria demorar.

Balançando os braços estilo exagerado de sua prima Bridgette, Ladybug imediatamente conseguiu chamar a atenção de Morcegão que lhe intimidou com seus grandes e horrendos olhos amarelos de cristal no mesmo instante e ameaçou abrir sua boca e lançar um grito poderoso em sua direção. Foi então que descobriu o lugar onde a fonte do poder do inimigo estava: no topo da sua cabeça. Agora era diferente. O problema seria chegar até lá encima.

Lucky Charm!— gritou lançando o ioiô para cima.

Como já suspeitava um objeto conhecido caiu em suas mãos. Um espelho. Com o seu campo de visão da sorte ela compreendeu tudo o que deveria fazer em seguida. Balançou a cabeça para Chat Noir e Abelle conseguiu entender o recado rapidamente. Distraindo o monstro a heroína de pintas conseguiu correr mais veloz do que todos ali imaginavam, atraindo o mesmo por onde a mesma estava se dirigindo. Era quase cômico: a cada dez passos que Marinette corria pela avenida marcada correspondia a dois passos gigantes do “Morcegão” que vinha lhe seguindo. Um barulho insuportável vindo pelas suas costas fez com que a joaninha fechasse os olhos com força e corresse ainda mais rápido.

Kattie precisava estar lá. E realmente estava.

Corria em sua direção, seguida por... Qual o nome mesmo? Ursinho... Argh, o segundo monstro criado pela Rainha do Estilo. Parecia ter a mesma tensão em seu rosto. Pela primeira vez desde que voltaram da prisão da vilã não havia nenhuma ajuda da policia por perto. Haviam sido detonados pelos monstros ou então já haviam gasto todo o seu armamento em vão, tentando destruí-los. Algumas esculturas de cristal em formas de carros decoravam a avenida de Victor Hugo, uma das vias de movimento mais utilizadas de Paris e talvez aquilo poderia ser mais um motivo para que os policiais remanescentes apenas observassem de longe o que iria acontecer. No instante em que Paon e Ladybug inverteram suas corridas ambos os monstros atacaram.

Slow time!— Tortoise gritou no mesmo instante.

Em menos de cinco minutos, que era o tempo de seu poder secreto da tartaruga, o moreno fez tudo o que havia combinado com Kattie há alguns minutos. Posicionou o espelho nas mãos de Marinette em um ângulo exato de 90° graus de onde havia parado na mesma direção do Ursinho Bilú do Mal parado no tempo disparava um de seus raios de cristal, mirando milimetricamente no cristal negro na cabeça do então batizado “Morcegão”. Assim, quando o tempo voltasse ao normal, o raio lhe atingiria, destruindo-o enquanto o garoto lançava seu escudo no olho solitário do segundo monstro. E foi assim que aconteceu: um dos inimigos havia sido destruído completamente, se tornando pó, ou melhor, areia dourada que todos já conheciam bem. Porém o urso mutante de cristal negro ainda estava presente e bem vivo na frente dos seis heróis.

O pior é que isso somente não bastava. O mesmo estava furioso e havia parado o seu olhar na direção de Abelle, principalmente por conta do pingente pendurado ao seu pescoço.

Ele iria transformá-la em uma escultura de cristal.

— Chloe! Cuidado! – gritou, porém a loira não escutou. Estava apavorada, porque provavelmente ninguém poderia tirá-la do cristal se fosse atingida.

O raio veio em sua direção e... O chão lhe encontrou. Assustada olhou para trás e prendeu a respiração com o que viu. Marinette estava ali, presa em seu lugar. O raio que deveria ser para ela havia lhe atingido porque a mestiça queria salvá-la.

A fúria tomou conta de si e ainda utilizando suas asas mágicas agarrou Adrien pelos braços com força, saindo do chão e subindo o mais ágil e rápida que conseguiu. Lá embaixo Volpina criava diversas cópias de todos os heróis para confundir mais uma vez o Ursinho Bilû do Mal enquanto os outros lutavam contra seus braços e eram lançados contra diversas estruturas que ainda se mantinham de pé. Ambos os loiros sabiam que precisavam acertar o olho caolho em uma cabeça que não parava de se mexer. Adrien fez um sinal para que a portadora do miraculous do pavão lhes seguisse junto com Tortoise.

— Agora! – Chloe berrou enquanto a dupla da Tartaruga Azul ia na direção do monstro e ela soltava Chat Noir no ar, bem acima da cabeça do mesmo.

Cataclism!

O gatuno lhe atingira com exatidão o olho amarelo pela terceira vez. Sendo corroído pelo poder da destruição do herói, o monstro começou a se transformar em poeira dourada até que finalmente desapareceu por completo. Todos ali já haviam utilizado seus poderes secretos dos miraculous e logo a transformação de cada um iria acabar. Chloe não estava nem ai pra isso. Com toda a força que ainda lhe restava tentava lançar um feitiço de cristal para libertar Ladybug de dentro daquela escultura de cristal negro no meio da avenida. O grupo de heróis a observava, mesmo sabendo que a ajuda que dariam seria quase que inútil. 

Suas mãos doíam de tanto bater o punho no chão para lançar uma mágica capaz de desfazer o poder obscuro da Rainha do Estilo. Não havia tido sucesso em nada por longos minutos. A rua deserta fazia com que a cena se tornasse ainda mais melancólica. Porém, a batalha ainda não havia sido totalmente perdida.

Crystall Souventus.

Diante dos olhos marejados da filha do prefeito, a garota pôde ver um raio luminoso passar por debaixo de si fazendo o que ela não havia conseguido fazer: trazer Marinette de volta. Em um piscar de olhos a mestiça estava rodeada pelos outros parceiros da equipe. Mas a Bourgeios não estava olhando na direção da joaninha. Não. Ela mantinha o seu olhar fixo na pessoa parada atrás de si.

Ele estava ali.

— Acho que deveria ter te ensinado esse feitiço antes. Não achava que poderia fazer tanta falta assim. – Bombz disse, se desculpando por tal erro com um sorriso tímido no rosto. Coçando um pouco a nuca, acrescentou: - Sabe como é... Não é todo dia que um monstro de um olho só que lança raios de cristal aparece na nossa cidade.

— Você voltou. – a loira murmurou quase num sussurro. O rosto do garoto a sua frente se tornou passivo enquanto o mesmo dava um passo em sua direção. – Por quê? Achei que tivesse me dito que teria que enfrentar Style Queen sozinha.

— Eu já lhe expliquei os motivos do porque de estar aqui ainda. – Bombz relembrou, encarando os olhos azuis da garota a poucos centímetros de distância de onde havia parado. Temeu que a mesma ouvisse o bater de seu coração, então resolveu não se aproximar mais de si. – Eu não posso mudar aquilo que você descobriu sobre ela abelhinha. Não posso lutar essa luta por você. – explicou observando o cristal preso ao seu pescoço. – A única pessoa capaz de derrotar a Rainha do Estilo é a herdeira do cristal. A única coisa que posso fazer é te ajudar e te proteger quando necessário. Essa é a minha função Chloe.

— Eu não compreendo... – Abelle sussurrou abaixando a cabeça. Sua mente sofria com um turbilhão de pensamentos confundindo sua razão. Sentiu uma mão em seu ombro e levantou o olhar lentamente. Lá estavam os olhos de chocolate que tanto sentira falta.

— Não. Você não quer entender. – o garoto debaixo da máscara disse suavemente, sem nenhuma ironia em sua voz como fazia de costume. A filha do prefeito soltou um pequeno suspiro que foi seguido pelo primeiro bip de seu miraculous. – Agora me escute tá bem? Vocês precisam ir para prefeitura. Agora.

— Para a prefeitura? – Tortoise repetiu confuso, atrás de ambos. Alex desviou o olhar da abelha a sua frente para o portador do miraculous da tartaruga. – O que tem de errado lá?

— Ainda há outro monstro para enfrentarmos? – Volpina indagou preocupada.

— Acho que a joaninha ai pode explicar o meu raciocínio, não? – Bombz rebateu com um sorriso zombeteiro de costume. – Afinal, ela deve saber mais do que eu sobre esse assunto.

— O prefeito. – Ladybug sussurrou e arregalou os olhos quando entendeu do que o loiro estava se referindo. – Style Queen quer se livrar do prefeito, porque foi ele que começou toda essa história. Porque foi ele que a traiu no passado e acabou facilitando a aparição da Rainha do Estilo.

— Mas o que o pai da Chloe tem a ver com tudo isso? Com ela? – Paon perguntou visivelmente confusa. – E como assim traição?

— Você não está sugerindo que... – Chat Noir começou encarando sua namorada. A mesma abaixou a cabeça e assentiu com um logo suspiro.

— Style Queen é a mãe da Chloe. – Ladybug revelou, fazendo com que Bombz cruzasse os braços e abaixasse a cabeça. Todos ficaram boquiabertos com tal coisa e nem uma palavra saiu pelos cinco segundos que se passaram. – Quando éramos pequenas ela ainda era uma mulher normal, feliz e casada com André Bourgeios, que ainda estava sendo lutando com sua campanha para ocupar a prefeitura e tal cargo. Stella Bourgeios.

— Meu Deus. – Volpina soltou visivelmente surpresa. Não estava diferente de seus parceiros de combate.

— Depois vocês já conhecem o resto. – foi a vez de Alex se pronunciar. – Stella simplesmente sumiu de Paris após descobrir a verdade, tanto por estar magoada com toda aquela situação como para tentar superar o relacionamento recém-rompido. Ela então viajou para Londres, onde ficou um bom tempo e até conseguiu superar o que aconteceu por essas bandas, mas um novo desentendimento foi o suficiente para que Style Queen nascesse. Como vocês já sabem, ela fez uma troca: o poder pela sua alma. Pela sua sede de vingança daqueles que a fizeram sofrer.

— E agora que ela tem o poder necessário ela vai cumprir a sua promessa. – Chat Noir concluiu. Alex assentiu com a cabeça.

— Mas então precisamos fazer alguma coisa. – Tortoise protestou, voltando para a realidade em que estavam. – Se ela conseguir a vingança que ela tanto almeja com o ex-marido então mais nada irá lhe impedir de conquistar o resto do mundo depois.

— Hã... Pessoal. – Paon chamou, conseguindo a atenção dos outros. Perplexa, procurou com o olhar uma pessoa que não estava mais ali e que notara que ninguém também havia percebido sua falta. –Onde a Chloe foi parar?

***

Um estrondo fez a porta do escritório do prefeito se escancarar, espalhando uma grossa camada de poeira por todos os lados e revelando uma figura sombria iluminada pela pouca luz do local. Os policiais que faziam a ronda de segurança avançaram para a tal, mas o esforço em proteger o político de Paris fora em vão: apenas um movimento com as mãos fora o suficiente para que todos os seguranças se tornassem estátuas no meio da ampla sala e não lhe atrapalhassem mais o caminho. Ainda escondida nas sombras onde a luz não alcançava, fez com que uma gargalhada sombria ecoasse de propósito pelo ambiente e arrepiasse todos pelos do corpo de André Bourgeios, seu ex-marido.

— Ora ora ora. – a Rainha do Estilo disse dando um passo a frente. O sorriso ainda estava estampado em seu rosto. – Olhem só o que eu encontrei aqui. O grande e poderoso prefeito de Paris. – desdenhou enquanto via o medo atingir mais uma vez os olhos do homem escondido atrás da mesa do escritório. – Espere um pouco, esse maldito móvel está atrapalhando a nossa conversa presidencial. – a vilã reclamou usando a magia do seu bastão e removendo o impedimento e olhando mais uma vez na sua direção.

— O que você quer de mim? A chave da cidade? A prefeitura? – André indagou se afastando da desconhecida que atacara toda a cidade e que pretendia fazer o mesmo consigo. – Fique com você, mas não faça nada contra o povo de Paris.

Mais uma risada de Style Queen soou na sala onde ambos estavam sozinhos. Para impedir que aquele momento no qual esperara por tanto tempo não acabasse tão cedo, a vilã, com apenas um toque seu bastão no chão, fez com que o tão renomado e corrupto político não fosse nada mais que outra obra de arte no meio do grande e amplo escritório. Só que dessa vez, a mulher prendera sua vítima apenas até metade de seu corpo. Ah, como tinham coisas para serem ditas naquele momento! Quando tempo havia esperado... Não iria desperdiçar tal oportunidade.

— Não me reconhece André? Achei que mesmo depois de todos esses anos você ainda conseguiria reconhecer a esposa que tanto dizia que amava de longe. – a mesma comentou dando um sorriso cínico. Colocou o dedo indicador no rosto e fingiu estar pensativa por um instante. – Se bem que... Depois de o que? Quase dezesseis anos? Acho que há outras pessoas que você se lembraria primeiro não é mesmo? Não, eu não sou nem um pouco importante para você não é Bourgeios?

— Quem é você? Como sabe o meu nome? O que... O que você quer de mim afinal? – o prefeito indagou desesperadamente tentando se livrar de sua prisão e possível morte certa. A mulher com um bastão a sua frente sorriu abertamente.

Com um movimento simples com sua mão direita, ela retirou o capacete e revelou seu rosto para aquele que estava a sua frente. Seu olhar incrédulo fora o suficiente para que tivesse certeza de que recordasse de seu rosto e de todo o sofrimento que o faria sentir dali pra frente. Permitiu que seus cabelos, agora compridos e, embora sem benefício nenhum em sua prisão, muito bem cuidados caíssem da máscara que utilizava e que também lhe cobria os olhos azuis tão lembrados na filha de ambos.

— S-stella?... – o homem sussurrou aterrorizado e surpreso ao mesmo tempo. – Como... Como é que... Você...

— Ora é muito simples de explicar André. – Style Queen disse ignorando o fato de seu ex-marido estar totalmente amedrontado. – Eu fiz apenas o que qualquer mulher traída pelo único homem que ela amava faria no meu lugar. Eu saí do país, fui para longe, conheci novas pessoas, conheci vários homens... Mas novamente eu fui traída. Traída justamente quando achei que iria conseguir recomeçar, quando eu pensei que daria a volta por cima na minha vida. – a vilã parou por um instante e toda a ironia, felicidade e o sorriso de seu rosto foi substituído pelo ódio. Pela raiva e principalmente, pelo tamanho poder que agora possuía. – Então quando tive a oportunidade de me vingar de vocês eu a agarrei sem pensar duas vezes. Eu já errei uma vez e por isso fiquei muito tempo aprisionada em um lugar onde não havia nada e onde eu também não podia fazer coisa alguma, a não ser observar o que acontecia no mundo. Onde eu não podia criar a minha própria filha e só podia vê-la crescer sem um pai que lhe desse a atenção na qual ela precisava. Onde eu só podia observar sentada a desgraça que você trouxe para o nome Bourgeios. Onde eu só podia observar tudo aquilo o que você e August faziam depois que me fizeram ir para o fundo do poço! – gritou sentindo algo dentro de si queimar. Não sabia se aquilo era somente seu ódio ou era seu preciso e indomável poder, mas sabia de uma coisa: aquela sensação era simplesmente maravilhosa.

— Olhe... Stella eu, eu sei que errei muito com você no passado, mas... Mas eu peço desculpa... Desculpa tá legal? – o prefeito pediu com a voz fraquejada por tamanho medo e o cérebro lento por tal adrenalina que sentia.

— Viu? Agora você me pede desculpas. – a ex-esposa do político apontou, achando graça do pedido. – Porque eu sou uma ameaça. É assim que funciona... – desdenhou com um sorriso sarcástico e apertou com mais força o bastão que havia em suas mãos. – Todo mundo sempre faz a mesma coisa: erra, pisa, esmaga as outras pessoas no auge de sua vida feliz e maravilhosa até o momento que o jogo vira totalmente e essa pessoa sofre com as consequências dos seus atos. Como você acha que eu consegui isso? – indagou apontando para o caos na cidade do lado de fora da prefeitura. – Ora foi muito fácil. Eu o guardei André. Todo o rancor, toda a minha sede por vingança, pois eu sabia que um dia eu estaria aqui para terminar o que eu havia começado.

De súbito Stella voltou o seu olhar para o prefeito da capital francesa e o sorriso em seu rosto se alargou ainda mais. Segurando com a outra mão a sua única e necessária arma, a vilã nem percebeu quando seus olhos se iluminaram por completo, da mesma cor em que o cetro em suas mãos emanava o brilho do poder do cristal.

— Mas eu já falei demais sobre mim querido. – argumentou, apontando sua arma na direção onde estava André Bourgeios. – Quais são as suas últimas palavras antes de ser totalmente exterminado da face deste planeta?

— Não se atreva a tocar no meu pai. – gritou alguém seguido por uma lança negra muito conhecida pelos cidadãos de Paris.

A iluminação local mostrou claramente a dona daquela voz e as reações de ambos os personagens dentro do escritório mostraram que a heroína chegara no momento certo. André não deixou que sua surpresa passasse despercebida: a abelha mais conhecida de toda a cidade era sua filha! A sua única e nem um pouco a ver com o raciocínio dos fãs da super-heroína, era Abelle! Só de pensar em um milhão de perigos que sua garotinha correra desde que a abelha aparecera na cidade sentiu o coração se encher de culpa por não ter notado tal coisa antes. Em contrapartida, não podia se sentir tão diferente naquele momento. Chloe estava lhe salvando de uma Stella totalmente fora de si e aquilo sim era algo com que ele precisava se preocupar naquele momento.

Já a mulher adulta não deixou passar um suspiro irritado de si. Sua expressão mostrava que apenas a presença de sua filha ali não lhe agradava nem um pouco.

— Você de novo? – resmungou enquanto faíscas dançavam em seus olhos. Se a garota não tivesse descoberto que era sua própria mãe antes jamais poderia dizer que a sua inimiga mortal seria tal. Realmente não havia mais nenhum indício humano no que um dia fora Stella Bourgeios. – Quantas vezes eu vou precisar me livrar de você sua pestinha?

— Digamos que quem mexe com uma colmeia leva mais ferroada se correr das abelhas. – Abelle rebateu pegando mais duas lanças presas ao seu quadril e levantou do chão levemente com as asas batendo rapidamente em suas costas. – Eu vou repetir só mais uma vez: deixa o meu pai em paz ou você vai ter que se ver comigo.

— E o que você vai fazer? – Stella indagou começando a gargalhar, deixando claro o suficiente que não tinha medo nenhum em sua voz. – Vai lançar um dos seus “ferrões” para me deter? Ou então você vai me irritar o suficiente para que eu mate você como uma verdadeira abelha irritante? Não, não, não... Espera... Já sei! Você vai fazer igual aquelas infelizes das abelhinhas enviadas das profundezas para infernizar a vida dos que estão tomando um refrigerante na praia e se desesperam quando esse querido inseto aparece para estragar toda a festa. – a vilã estava realmente rindo de sua cara, onde conseguia superar ao máximo todo o seu deboche, toda a sua ironia e todo o sarcasmo que praticara por anos com os colegas de sua classe sem se importar.

Abaixou o olhar por tempo o suficiente para que a inimiga sentisse como se tivesse acabado com toda a moral que tinha em sua fala heróica e em seguida lançou o famoso ataque surpresa sobre a mesma: num verdadeiro flash a loira conseguiu lançar uma lança em um dos enormes saltos altos da oponente, quebrando em cheio sua haste de sustentação e conseguindo desequilibrar por um pequeno instante sua inimiga. Infelizmente não fora o suficiente para distraí-la, pois quando finalmente havia avançado sobre a mesma e ambas travavam uma luta corporal Style Queen tratou de afastar logo o pensamento que sua filha tinha de derrota-la, acertando um soco bem forte em seu estômago e um tapa estalado em seu rosto, lançando-lhe para longe de onde estava e bagunçando um grande armário de bebidas e vinhos caros que André guardava num dos cantos de seu escritório.

Chloe podia jurar que havia visto estrelas há poucos segundos atrás. Já sabia que podia apanhar da abominação que sua mãe havia se tornado, mas aquilo tinha sido algo muito mais dolorido do que poderia pensar. E mesmo que seu cabelo estivesse incrivelmente bagunçado, algumas de suas perfeitas e muito bem cuidadas unhas estivessem quebradas e, principalmente, que o ataque de Stella tivesse acabado de estragar toda a maquiagem e cuidado que a Bourgeios tinha com seu rosto, Chloe ainda tinha a ousadia de não desistir. Lutando contra a dor, o desespero por seu estado físico e para tentar voltar a respirar antes de outro ataque da vilã, a garota ficou aliviada quando sua oponente se preocupou em continuar o seu discurso maligno digno de vilão de HQ e lhe deu o privilégio de alguns segundos de distração.

— Então essa foi a sua melhor tentativa minha querida? – indagou se aproximando de onde a mesma inutilmente tentava fazer com que um pouco de oxigênio passasse por seus pulmões. – Oh grande e poderosa Abelle, o que você vai fazer agora? Ou você realmente pensou que sozinha iria conseguir me derrotar e salvar o seu papaizinho? – a verdadeira Style Queen que a mulher havia se tornado debochou, agarrando o sangue do seu próprio sangue pelo pescoço e a jogando novamente no chão. A risada de escárnio fez a situação da garota se tornar ainda pior.

— Não, deixe-a em paz Stella! – André gritou tentando se livrar do cristal preso ao seu corpo. A mesma gargalhou sem tirar os olhos da heroína. – Chloe, saia daí! Fuja filha!

— Você pode dizer o que quiser. Pode me bater até eu não agüentar mais. Pode destruir Paris e o mundo inteiro se quiser. – Abelle soltou arrastando o corpo para que pudesse encarar os olhos tão familiares a sua frente. Agora sua dor se tornara quase que insuportável, porém não seria agora que se daria por derrotada. – Mas de uma coisa você não pode fugir mãe. Por mais que negue, por mais que tente fugir, você sabe que não pode lutar contra mim. Eu posso ver nos seus olhos que essa não é você, que ainda há alguma humanidade em você. Eu posso ver que a minha mãe ainda está em algum lugar dentro desse monstro que Style Queen se tornou. – a loira sentiu os olhos marejarem, mas não permitiu que nenhuma gota sequer caísse. Aquele não era o seu objetivo.

— Não filha, por favor, não faça isso! – o prefeito gritou novamente tentando chamar sua atenção, mas não adiantava. Ela precisava continuar. Precisava acreditar que tudo daria certo no final.

— Eu sei que há muito mais dentro de você do que Style Queen imagina mãe. – continuou enquanto a mulher estava em poucos centímetros de distância próxima de si. Hesitou em desviar o olhar para a arma em sua mão firme, mas mesmo assim o fez.

Stella sentiu algo em seu peito queimar. A razão e a vingança travavam uma grande luta dentro de sua mente, fazendo com que a mulher perdesse sua concentração por longos minutos enquanto mirava a abelha á sua frente, distante dali. Memórias, pensamentos, lembranças... Tudo o que lhe invadia a mente antes de encontrar uma sombra familiar parada junto a porta do cômodo onde estavam. Não podia acreditar. Ele estava ali, mesmo depois de tudo o que havia acontecido. Deixando se levar por todo o sentimento de ódio que guardara, a Rainha do Estilo sentiu o poder do cristal queimar mais uma vez dentro de suas veias como brasas e percorrer até o punho que agarrava o bastão dourado.

— Há quanto tempo não é mesmo Stella? – uma voz desconhecida pela filha do prefeito comentou, destruindo o resto de esperança que a garota tinha. Olhou para a figura e estreitou os olhos. Na mão do homem de cabelos grisalhos, olhos azuis claríssimos e aparência de que não pertencia o lugar onde estava havia um broche que a loira conhecia muito bem. – Quase pensei que não chegaria a tempo da festa.

— Mãe, não! – a abelha pediu, tentando impedir que a vilã avançasse sobre o outro alvo que jurara se vingar no passado. – Eu...

— Não acha que a prefeitura de Paris é um local menos adequado para um acerto de contas? – o desconhecido indagou, desviando a atenção da inimiga da super-heroína ao chão. Chloe pôde ver o último fio de esperança desaparecer nos olhos consumidos pelo poder do cristal.

— Infelizmente é tarde demais para mim filha. – Stella disse antes de virar de costas e partir para cima do segundo homem que ajudara a destruir a sua vida: August.

O mesmo que fora o antigo Hawk Moth do bem e lhe trancara naquela maldita prisão no Universo no passado.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que vocês acharam desse capítulo?

Até a próxima! ^3*



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