Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 31
Fim da Linha


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Bem, vamos lá...

Primeiro de tudo eu queria dizer que já estou trazendo os novos projetos para depois do final de "Forever". Como no capítulo anterior havia mencionado começarei a repostar Escola de Poderes Fênix Azul (meu primeiro trabalho que será reescrito no Nyah); postarei mais uma fanfic de Miraculous, mas um pouco diferente dessas (no caso será surpresa e não darei spoilers, mas como colher de chá vou dizer que se passa num futuro alternativo a "MPS" e a "F", ou seja, não tem ligações cronológicas); uma fanfic com os universos da Disney e Pixar (TAMBÉM NÃO DAREI SPOILERS) e outras duas histórias criadas exclusivamente por mim, originais. Ainda não sei em que ordem todas serão postadas, mas TODAS serão postadas algum dia em/ou algum momento.

PS: Talvez hajam algumas one e mini shot's para explicar o que aconteceu em Londres com a Bridgette e o Félix. Muitos leitores me pediram isso e prometo que em breve será postada também.

Depois de que isso foi esclarecido queria deixar uma sugestão para este capítulo. Se puderem, leiam ouvindo essa música:
( https://www.youtube.com/watch?v=phASUXPz9ao )

Repitam quantas vezes forem necessário. Posso assegurar que será muito mais emocionante. ;-)

Boa leitura! #Rumoapróximafanfic!



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Crystal Property! — fora a primeira coisa que Bombz dissera quando chegaram no local mais afastado do parque em que estavam.

Mesmo sendo a única a já ter ouvido o feitiço antes para poder aperfeiçoar seus próprios poderes Chole sentiu uma onda gelada atravessar o seu corpo. Não queria participar daquilo. Sabia que a ideia de enfrentar Style Queen daquela maneira não era a melhor ideia do mundo, mas não tinha muitas escolhas. Com apenas três pedras do oráculo conquistadas e só uma estrela prestes a cumprir a promessa da vilã de terminar o que começara com o mundo, a loira se sentiu pequena enquanto um brilho amarelado envolvia todo o ar a volta de onde estava parada. Mas não era só aquilo que lhe atormentava enquanto seus parceiros se transformavam em heróis consigo.

Era a sua equipe.

Nunca imaginara que chegariam naquele ponto tão desconfortável e estranho. Era como se ninguém ali nunca tivesse enfrentado nenhuma luta em comunhão, unidos... Como se nem se conhecessem há pouco mais de um ano. Todos nem se encaravam e nem ao menos piscavam olhando para a filha do prefeito e para Bombz. De fato o garoto estava certo.

Style Queen estava prestes a estilhaçar aquela amizade de vidro em milhares de pedaços.

— Está pronta? – Alex perguntou baixinho à garota e percebeu algo diferente em seu rosto. Sendo o mais discreto que pôde se aproximou de onde a abelha ainda estava imóvel. – Não se preocupe, vai dar tudo certo. Não precisa ter medo abelhinha. – sussurrou se posicionando ao lado da loira.

— Eu não tenho medo de Style Queen. – retrucou no mesmo tom que o loiro. – Estou com medo de não conseguir. – admitiu contragosto. O garoto deu uma pequena gargalhada.

— Você nunca vai saber o que pode fazer se não tentar. – rebateu vendo a mesma balançar a cabeça, um pouco mais determinada. – O feitiço é simples, mas requere concentração. Pronta?

Gold Teleportation Crystal! — ambos portadores do cristal gritaram juntos com as palmas das mãos estendidas para frente.

Foi algo inexplicável: dois círculos se formaram em ambas as posições, formando um círculo dourado gigante com o desenho de uma estrela de quatro pontas. Em seguida dois raios luminosos concretos se afundaram no chão com força, se transformando logo em seguida literalmente num portal enorme e incrivelmente difícil de acreditar que era real. A escuridão de seu centro provocara calafrios em Bridgette. Já os heróis se entreolharam duvidosos quando uma leve brisa saiu do mesmo, arrepiando a todos os ali presentes e fazendo até mesmo Félix estremecer. Novamente Bombz foi o primeiro a se manifestar com um leve pigarreio:

— O portal não fica aberto por muito tempo. – avisou indicando o mesmo com o quiexo. Passou os olhos por todos rapidamente e os parou em Ladybug. – Quem vai ser o primeiro?

A morena respirou profundamente e deu um passo a frente na direção do seu próprio destino. Com o ioiô em mãos a joaninha avançou até o portal, pronta para qualquer adversário que pudesse atacá-la desprevenida. Obviamente não foi o que aconteceu. Ninguém ousou sequer respirar enquanto a mestiça desaparecia na escuridão á frente de todos que estavam por perto. Alguns segundos se passaram até que uma mão vermelha com algumas bolinhas negras surgisse com um sinal positivo no ar, indicando que todos a seguissem logo porque não havia perigo do outro lado.

E assim aconteceu: um a um, todos os heróis da equipe de Ladybug fizeram o mesmo que sua líder. Deram mais um passo na direção de seu destino.

Mas antes que Abelle pudesse fazer o mesmo a garota foi parada por Bombz. Só faltavam ambos e o desentendimento no rosto da filha do prefeito era visível aos olhos chocolate do garoto.

— O que? – a mesma perguntou olhando para Bombz. Seus olhos chegavam até mesmo brilhar naquele momento, algo que assustou Chole debaixo de sua própria máscara. – Alex, o que foi? Você está bem?

— Eu... Queria te dizer uma coisa. – respondeu soltando o braço da loira devagar. A mesma balançou a cabeça impaciente.

— Não pode ser depois de derrotarmos Style Queen? – Abelle rebateu tentando avançar para o portal novamente. Mais uma vez fora barrada por Bombz.

— É importante Bourgeios. – o loiro insistiu lhe segurando pelos seus ombros com firmeza e encarando seus olhos azuis como o antigo céu de Paris. A observou bufar em silêncio e cruzar os braços.

— Alex, nós não temos muito tempo. – lembrou tentando soar calma mesmo com seu coração galopando dentro de seu peito. – Por favor, me diga que isso é realmente importante.

Mais uma vez uma pequena brisa atravessou ambos os jovens lhes lembrando constantemente da missão que ainda tinham a realizar. Que não queriam realizar, mas que precisavam. Sentindo um embaraço em sua mente e uma súbita emoção crescendo em seu interior, Alex mal conseguia se mover. Não conhecia o que estava acontecendo consigo. Não conhecia aqueles sentimentos que sempre voltavam em sua mente quando tentava eliminá-los de seus pensamentos. Não sabia o que estava acontecendo com si mesmo, mas uma fina linha de esperança dentro de seu ser lhe dizia que era bom. Que as batidas sem controle dentro de seu peito eram algo bom. Que o que sentia pela primeira vez a muito tempo poderia ser algo bom também.

Dando dois passos à frente, se aproximou da sua abelhinha sem desviar os seus olhos castanhos de si. Chole sequer ousou se mexer aguardando uma resposta daquele garoto que ainda escondia coisas de si.

— É algo importante. – repetiu observando a garota revirar os olhos com tanto mistério em sua voz. O loiro suspira profundamente. – Eu acho que é melhor você não ir.

A resposta que obteve foi uma crise de gargalhadas vindas da Bourgeios. Já esperava aquele tipo de reação vindo da mesma e apenas estreitou os olhos esperando a oportunidade de continuar.

— Isso é brincadeira né? – a heroína indagou entre risadas e coçando os olhos com a costa das mãos. – Você é muito divertido Alex, deveria ser comediante um dia. – comentou recuperando o fôlego.

— Eu estou falando sério Chole. – Bombz disse fazendo a mesma lhe lançar um olhar sarcástico. Cerrou os punhos tentando manter a calma. – Ela é muito mais poderosa do que você imagina e enfrentá-la dessa maneira não é a melhor solução do mundo. Vocês podem morrer lá dentro na melhor das hipóteses. Você pode morrer Chole. – ressaltou dando um olhar duro em sua direção.

— Olha aqui Alex, não vai ser você que vai ficar no meu caminho agora. – a loira respondeu lhe lançando um olhar afiado. – Se você não entendeu ainda nós temos que ir. Temos que tentar. Paris inteira conta com nós, Adrien conta com nós e talvez todo o mundo. Ainda existe uma pequena chance de vitória e é atrás dela que nós estamos indo.

— Chole você pode ser loira, mas você não tem nada de burra. – o garoto comentou lhe encarando do mesmo jeito que ela tentava lhe intimidar. – Você como escolhida da coroa de Órion sabe mais do que ninguém que sem todas as pedras do oráculo não tem como derrotar Style Queen. São sete pedras, não só três delas. Isso é loucura! Vocês não querem enxergar o que está bem debaixo do nariz de vocês!

— Caso você também tenha esquecido só há uma estrela para a libertação dela. – Abelle argumentou elevando o tom de voz. - Nós não temos escolha nenhuma Alex. Nós precisamos tentar. Precisamos arriscar. Precisamos salvar as outras pessoas, mesmo que isso custe a nossa vida.

— Mas a que preço vocês estão se arriscando Chole? – Alex indagou praticamente a centímetros da mesma. Podia sentir a sua respiração acelerada e nervosa com ele. – E as pessoas que gostam de vocês deixadas para trás? E tudo o que vocês construíram até aqui? Simplesmente vai jogar tudo isso fora para enfrentar uma vilã que você sabe que não está preparada ainda?

— Você não entende Zuberg. – a heroína de listras disse sentindo algo dentro de si desmoronando quando o garoto deu mais um passo até ela. Aquele segredo estava lhe sufocando.

— Então me explique abelhinha. – o mesmo pediu tão baixo que sua voz parecia uma súplica a garota. Seus olhos azuis lhe transmitiam o mais puro conflito interno que a mesma travava em silêncio. – Me explique porque você simplesmente não pode ficar aqui, segura. Me explique porque você não pode ficar fora disso tudo.

— Porque está fazendo isso? – Chole perguntou tentando resistir em tocá-lo. – Porque se preocupa tanto comigo? Porque você...

— Porque você é a minha esperança Chole. – Bombz lhe cortou antes que pudessem prolongar aquela conversa. – Porque você despertou coisas em mim que há muito tempo não sentia. Porque você, por mais que queira se afastar de mim e me odiar, sempre vai me ter ali para te ouvir, para te ajudar quando você precisar. Porque eu não posso perder você Bourgeios. Não posso perder mais ninguém. – confessou segurando seu rosto com ambas mãos. – Porque eu não quero te perder para ela se eu posso evitar isso.

A surpresa no rosto da filha do prefeito era visível a todos que olhassem em sua direção. Simplesmente não poderia mostrar outra coisa que não fosse surpresa. Alex havia praticamente se declarado para si, declarado que realmente sentia alguma coisa por ela. Por mais que quisesse negar para sua mente o seu coração lhe confirmava que a garota também guardava um pequeno sentimento nas sombras de si. O mesmo sentimento que lhe enganara há algum tempo sobre Adrien e que agora lhe assombrava com o loiro que lhe conquistara quando menos esperava. Não sabia o que fazer e certamente o mesmo se aproveitara daquilo para acabar com o espaço entre ambos com um beijo. O beijo que ambos também esperavam a muito tempo secretamente.

Mas Chole sentiu um vazio enorme em seu coração antes que o mesmo se enchesse de emoções. Por mais que desejasse aquele momento não podia aceitá-lo. Não podia colocar Alex em risco e principalmente ela mesma. Não suportaria perdê-lo para Style Queen. Não agora que os dois finalmente haviam se acertado. Pequenas lágrimas se acumularam em seus olhos e a loira não conseguiu continuar a beijar o garoto da sua vida.

— Me desculpe Alex, mas eu não posso. – disse se distanciando do mesmo e tentando secar os olhos antes que ele as visse.

— Você não pode o que Chole? – Bombz perguntou com a voz diferente. Estava magoada. – Não pode dar ouvidos a razão ou não pode admitir seus próprios sentimentos?

— Eu sinto muito Bombz. Eu não posso. – a loira repetiu se virando para o mesmo sentindo a falta de um pedaço de si. – Não posso dar ouvidos a razão e não devo admitir os meus sentimentos. Não agora. Preciso seguir em frente. Eles precisam de mim.

Aquilo partiu o coração do garoto em dois. Ela preferira A Rainha do Estilo. Algo em seu interior se enfureceu e Bombz escureceu seus olhos. Se era o que a loira desejara ele não iria insistir mais.

Não iria lhe atrapalhar mais.

— Vá então. – disse entre dentes. A heroína tentou dizer algo, mas apenas o olhar sombrio do garoto lhe calou novamente. – Vá, mas você irá sozinha. Não vou te ajudar lá dentro Abelle.

Muitos segundos se passaram e um desconfortável silêncio se formou entre ambos. Chole sentiu como se o vazio em seu peito se tornasse um abismo e quisesse devorá-la ali mesmo. Lutando para segurar as lágrimas ou mais orgulhosa por não aceitar que a vissem fraca, a abelha andou lentamente até o portal que ainda lhe aguardava aberto e forçou as palavras saírem de sua garganta:

— Que assim seja então Bombz.

E então a heroína adentrou o portal sem olhar para trás.

***

O esconderijo da Rainha do Estilo era gigantesco para todos os outros heróis, mas de alguma forma também era familiar aos olhos de Chole. Contrariada, ela precisava agradecer a vilã por pelo menos aquela colher de chá. Depois de explicar superficialmente que Bombz não poderia ajudar ninguém no esconderijo de Style Queen todos ficaram preocupados. Sem alguém experiente no cristal não tinham muitas chances de vencer aquela batalha. Mas antes que se tornasse mais uma discussão o bracelete que Ladybug continha em seu pulso começou a efetuar o brilho que ela tanto conhecia.

O brilho do Yin a procura do Yang.

— Esperem um pouco, Adrien é refém da Style Queen. – Félix se manifestou dissipando mais uma intriga antes que ela se tornasse real. – Então se nós acharmos o Adrien...

— Nós achamos Style Queen. – Bridgette completou baixo. Olhou ao seu redor e os parou em sua prima. – Acha que conseguimos encontrá-lo prima?

— Nós vamos encontra-lo. – a joaninha respondeu amarrando o ioiô em sua cintura. – Mas tem alguma coisa errada aqui.

— E o que seria? – Abelle perguntou sem dar muita importância para a garota.

— Tudo está muito fácil. – Tortoise respondeu antes da mestiça, pegando o escudo em suas costas e observando o silêncio ao redor de todos. – Fácil de mais.

Como que se respondesse aquele comentário do moreno algo foi lançado em cima da equipe de Ladybug, não acertando Chole por pouco. Aquele “algo” era um enorme pedaço de uma das colunas de sustentação da ampla câmera que todos estavam presentes. Todos com os olhos apavorados olharam na direção de onde a coluna foi jogada e o que encontraram era pior do que a própria vilã que iriam enfrentar ali. Era mais um monstro a mando da Rainha do Estilo.

Continha mais de dois metros de altura e olhos pequenos no topo de sua cabeça, mas ainda sim cintilantes e escarlates. Pequenas partes de seus braços e pernas era composto do conhecido cristal amarelado, mas seu corpo era o mais surpreendente: não era feito de cristal ou semelhante a Wilock ou Yalef, mas da ponta da cabeça até os pés era feito do mesmo material que o chão que pisavam. Granito. Granito preto e praticamente indestrutível.

Passos pesados e rápidos vieram na direção de todos juntamente com a certeza que aquele seria o desafio mais difícil que já enfrentaram.

— Se separem! Já! – Bridgette rugiu correndo para um local que pudesse se esconder. Infelizmente o miraculous de sua prima em suas mãos não podia fazer muita coisa. Quase não podia fazer muita coisa.

 Enquanto via os outros tentarem se esquivar do monstro de pedra a garota pegou o que escondia debaixo de seu casaco. Uma pistola que a mesma havia ganhado de presente do sistema de espionagem britânico quando ganhara a missão de investigar Style Queen na França. Marinette teria de perdoá-la por não ter sido totalmente verdadeira com consigo. Mas precisava se preocupar com coisas mais importantes naquele momento e deixaria o momento de pedir desculpas para mais tarde. Carregando a arma com algumas balas que também estavam guardadas em seu casaco, a jovem adulta vasculhou o local onde estavam na procura de uma saída de onde estavam.

— Precisamos nos separar! – gritou para os outros que estavam a poucos metros de distância de si.

— Tá maluca? E essa coisa? – Paon gritou de volta, tentando distrair o adversário para uma tentativa de ganhar mais tempo para Ladybug utilizar o seu ioiô em suas pernas.

— Se continuarmos todos juntos será mais fácil dele nos atacar. – Bridgette observou entre gritos. – Style Queen está querendo nos cansar antes que possamos encontrar ela. Esse monstro é só uma distração!

— Ela tem razão. – Félix concordou tentando encontrar um local que pudesse se transformar em sua versão de Chat Noir sem que ninguém percebesse. – Precisamos de outra estratégia ou então vamos virar purê de batata.

Abelle sentiu o coração acelerar quando percebeu que poderia ganhar tempo para que Marinette, Félix e Bridgette pudessem encontrar Adrien. Olhou para o monstro furiosamente e tomando velocidade de onde estava parada se lançou sobre a cabeça do mesmo, gritando o mais confiante que pôde um dos variados feitiços que Alex havia lhe ensinado em seus treinos noturnos escondidos. Obviamente a criatura não gostou nem um pouco daquela ação e reagiu lançando a heroína de listras contra outra coluna da câmara do esconderijo. O monstro que já era aterrorizante antes agora tinha feito várias pontas irregulares e pontiagudas brotarem em suas costas e garras de cristal maiores da que as suas próprias mãos. Tirando o fato que onde antes não havia nem ao menos uma boca formada agora também haviam dentes reluzentes e afiados.

— Vão! Nós vamos distraí-lo o quanto pudermos e alcançamos vocês! – a loira gritou indicando a saída enquanto se aproximava novamente de Volpina para outro ataque. – Vão!

Não foi preciso repetir, Ladybug usou o seu ioiô para alcançar a grande porta que dava acesso a outro corredor com Félix e sua prima em seus calcanhares. A adrenalina fez com que os três corressem como loucos para onde o bracelete da morena fazia questão de brilhar ainda mais e ninguém ousou olhar um segundo sequer para onde estavam indo. Quer dizer, até algo agarrar Bridgette por sua cintura e arrastá-la para trás, deixando sua arma cair no chão. Dessa vez não era um monstro. Era a pura areia dourada que adornava a Rainha do Estilo se transformando em diversas formas do submundo para horrorizar a todos os presentes.

— Não! – Ladybug gritou fazendo menção a parar para ajudar sua familiar, mas fora barrada pelo braço estendido de Félix.

— Encontre o Adrien. – ordenou e antes que a mesma pudesse questionar a segurou firmemente pelos ombros. Os seus olhos frios e perfurantes foram o suficiente para calar as palavras de Marinette por baixo da máscara. – Eu cuido dela. Encontre o Adrien. Vai!

Sentindo uma dificuldade gigantesca para respirar e mover os pés Ladybug saiu dali tentando controlar as lágrimas antes que caíssem de seus olhos. Quando já estava prestes a entrar em outro corredor com uma escadaria a morena apenas ouviu uma frase entre os gritos de sua prima.

“Plagg, me transforme!”

***

Crystallyses Ratthy!  - Abelle gritou se colocando a frente de Paon para atacar o Pedregulho, o apelido nem um pouco fofo em que colocaram no monstro com qual estavam lutando.

De certo modo aquele feitiço não fez nenhum efeito no adversário do quarteto de heróis e acabou provocando ainda mais a fúria daquele monte de cristal e granito polido. Parecia realmente impossível derrotá-lo. Parecia. Enquanto Pedregulho tentava acabar com os planos de defesa de Tortoise e seu escudo, Volpina começou a analisar alguma possibilidade de encontrar alguma fraqueza no corpo do monstro. Algo que pudesse torna-lo vulnerável as armas de alguém da equipe.

Olhou para o uniforme e em seguida algo no chão chamou a sua atenção. Pedaços dos cristais que enfeitavam as costas e os braços de Pedregulho haviam sido quebrados e espalhados em meio a luta, o que, de certo ponto de vista da raposa, mostrava alguns dos movimentos do adversário lentos. Então a luz iluminou as suas ideias. Era aquilo. Só podia ser aquilo.

— Os cristais. – indicou para Abelle quase desacordada pelo impacto de sua cabeça com pedaços da estrutura da câmara que estavam lutando. A loira olhou em sua direção confusa. – Os cristais que estão quebrados não funcionam direito. Devem ser a fonte de energia dele.

 O mais rápido que pôde avançou para cima do mesmo e assim que o adversário vira seu movimento, a raposa criou várias cópias de si mesma para confundir Pedregulho. E deu certo: nesse meio tempo Paon ajudou a distrair o bicho enquanto Tortoise tratava de destruir os cristais que conseguia ver no chão. O resultado foi inesperado.

O monstro simplesmente se transformou numa pilha morta de pedaços de granizo quando a filha do prefeito ainda não lançara o seu último feitiço. Uma onda de dúvida deu lugar a expressão de felicidade quando os quatro remanescentes perceberam que conseguiram derrotar o novo monstro de Style Queen.

— Ainda não acabou. – Paon lembrou os outros prendendo seus leques em sua cintura. – Precisamos ir atrás dos outros.

— Ir atrás dos outros. Encontrar Adrien. Salvar o Adrien. Derrotar a Rainha do Estilo e sair daqui vivos. – Tortoise listou com os dedos tudo o que deveriam fazer e encarou a ruiva com um sorriso sarcástico. – Esqueci alguma coisa querida?

— Esqueceu, a minha mão indo direto na sua cara. – a mesma rebateu revirando os olhos com o tom de voz irritante de seu ex-melhor amigo.

— Não vamos perder tempo elogiando uns aos outros. – Volpina interferiu se colocando entre ambos os garotos e indicando a saída da câmara com o queixo. – Eles foram por ali.

Assim que passaram pela porta e encontraram o corredor Abelle parou. Como era a última da fila ninguém percebeu quando a loira tomou outro rumo e entrou num corredor oposto ao que seus amigos passaram. Não sabia o que estava fazendo. Sua mente não estava trabalhando, mas seus pés pareciam ter vida própria e a levavam para o desconhecido como se já conhecessem o esconderijo da vilã como a palma de sua mão. Não, desconhecido não. Ela já havia passado por ali. Em seus sonhos, mas já estava cansada de ver aquele lugar. Estava gravado em sua mente. Cada coluna, cada cristal que cintilava sob sua cabeça como uma luminária, cada porta e até mesmo cada sensação de se sentir dentro de sua própria casa.

Subitamente o pingente em seu pescoço se acendeu quando a heroína parou diante de um portão. Um portão que parecia ser feito de aço com ferro e que se estendia por cinco metros para ambos os lados que a loira estava parada. Era a única coisa que vira até aquele momento que não era dourado e o que mais lhe surpreendeu fora o fato de que o seu mecanismo só se abriu quando o pequeno cristal começou a brilhar mais intensamente. Rangidos pequenos e um baque surdo diziam a Abelle que deveria seguir aquele caminho. A sua frente estava um enorme pátio e uma grande escadaria. Atravessou o piso de granito rapidamente e subiu os primeiros degraus com cautela. Havia muitos, mas em poucos minutos Chole pôde enxergar algo parado no topo.

Deu mais alguns passos e então sentiu seu corpo congelar onde parou. Sentiu como se tivesse entrado em uma espécie de bolha e o barulho a sua volta se tornou abafado. Sua respiração ficou mais lenta e controlada, mas mesmo assim conseguia sentir sua presença ali. A mesma sensação de todos os seus sonhos. Só que daquela vez não era sonho. Ela realmente estava ali em carne e osso, parada de costas para a mesma e apoiada a sua arma.

 O bastão.

A fonte de seu poder.     

— Vejo que finalmente criou coragem o suficiente para me enfrentar. – Abelle ouviu a voz da mulher a atingir como uma adaga, fazendo um calafrio subir em suas costas.

“Não entre no joguinho dela Chole. Não entre.”  Se repreendia juntando forças para retrucar a provocação da vilã.

— Mais cedo ou mais tarde eu teria que fazer isso mãe. – respondeu enfatizando a última palavra de sua frase. Percebeu-se prendendo a respiração quando Style Queen se virou para a mesma com um sorriso irônico no rosto.

— Então você finalmente aceitou a realidade. – começou dando na direção da garota e retirando a máscara que se assemelhava com óculos escuros brevemente de seus olhos.

— Eu finalmente aceitei a realidade de que um dia você foi Stella Bourgeios, a mãe que me abandonou quando não tinha nem seis anos de idade. – acusou com todo o resto de petulância que ainda conseguia conter em seu nervosismo.

A vilã andou a passos largos em sua direção e encarou Chole no fundo de seus olhos com todo o ódio que conseguiu juntar naquele momento. Ela não sabia o que estava dizendo sobre si. Sua filha não fazia nem ideia da metade da história que acontecera.

— Esse nome não significa mais nada para mim Abelle. – sibilou palavra por palavra, tornando o clima entre ambas mais assustador ainda. Azul e azul se encararam e mãe e filha não cederam por um só minuto. No fim, Style Queen recuou com o típico sorriso em seu rosto. – Mas eu tenho uma proposta a lhe fazer.

— Proposta? – a abelha repetiu observando a mulher dar leves passos para os lados e alisando o bastão místico em suas mãos com cuidado. – Que tipo de proposta?

De repente Chole se arrepiou por baixo de seu uniforme. Todo o barulho e toda a sensação abafados pela presença da Rainha do Estilo começava, naquele exato momento, a perder o seu efeito e mostrar o realmente acontecia no pátio: a luta final. Ouvia alguém gritar por seu nome ao longe, mas por mais que tentasse seus sentidos ainda estavam anestesiados por sua mãe. Não. Por Style Queen.

— Junte-se a mim e pouparei os seus amigos quando a última estrela me libertar. – a vilã propôs encarando com graça a cena que acontecia diante dos seus olhos.

— Ou o que? – a heroína de listras provocou se aproximando da mulher com um olhar desafiador.

— Ou se junte a eles no seu fim. – rebateu com um sorriso largo em seu rosto. – Você tem uma escolha. Decida, pois seus amigos não têm muito tempo lá embaixo. – aconselhou indicando a equipe de Ladybug lutando com Pedregulho duas vezes maior do que antes e vários monstros que eles já haviam derrotado nas ruas de Paris. Wilock. Yalef. Todos ali numa luta só. Eles iriam se matar se continuassem.

— Junte-se a mim filha. – Style Queen repetiu estendendo uma das mãos para a filha do prefeito e se deliciando com o desespero em seu rosto. – Juntas seremos imbatíveis! Indestrutíveis! Não é isso que você quer há muito tempo? Eu estou aqui Chole, venha comigo e juntas faremos o mundo se curvar ao nosso favor.

— Se você realmente acha que pode me comprar com essa conversa... – a abelha começou transformando a sua raiva em tristeza e olhando para a mão estendida da mulher desconhecida a sua frente. – Então a minha mãe realmente está morta.

Dali pra frente seria o fim. Mas não seria por encontrar o seu fim que Abelle iria se entregar tão facilmente.

Afinal, não tinha mais motivos para continuar, mas também não tinha mais alguém que pudesse chamar de mãe. Ela havia desaparecido e Chole chegara tarde de demais para curar o passado.

Aquele era o fim da linha para ela e talvez para o mundo inteiro.


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Notas finais do capítulo

Pistola da Bridgette: http://iiguerramundialhb.weebly.com/uploads/1/7/7/8/17787373/1433558.jpg

E agora? Quem poderá nos defender?



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