Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 30
Renúncia


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como disse no último capítulo chegamos na reta final de "Forever" a partir daqui. Também já havia dito que depois do término dessa fanfic eu iria parar de escrever um pouco, mas para organizar os meus projetos e voltar ainda melhor. Pois é, nesses últimos dias eu me lembrei de um antigo projeto (na verdade o meu primeiro projeto desde que eu entrei no Nyah!) e vou reescrevê-lo antes do fim das férias (e dessa vez eu vou terminá-lo huehue). Enfim, nos próximos capítulos vou mantê-los informados, okay?

Sem mais delongas, eis aqui o capítulo 30! ^^



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Desde que a família de Lila havia descoberto que a heroína laranja e branca de Paris que fazia parte da equipe de Ladybug era a garota italiana o clima dentro da casa de Francisca só havia piorado. A morena havia se isolado praticamente de todos que moravam lá dentro e depois de dois dias sem o seu miraculous estava praticamente enlouquecendo. Sem celular, sem computador e confinada ao próprio quarto até segunda ordem, Lila nunca se sentira tão sozinha. Não sentia fome e nem comia há dias, não importasse o quanto sua tia insistisse a resposta sempre era gritado como um “não” antes de bater a porta do quarto. Não queria nada além de sua liberdade, o que, além de ter sido tomada de si, parecia algo impossível àquela altura do campeonato.

Mesmo já não aguentando mais chorar a mesma não pôde evitar algumas lágrimas quentes rolarem no seu rosto moreno. Não aguentava mais toda aquela situação. E o pior de tudo aquilo: a consciência de tudo havia sido sua escolha.

— Lila?

Reconheceria aquela voz em qualquer lugar do mundo. Era ela que lhe acalmava quando estava apreensiva durante as gravações forçadas de Mário, quando estava com medo de fazer alguma coisa de errado em frente as câmeras... E principalmente quando precisara de um ombro amigo para momentos como aquele. Virou-se e rapidamente se encontrou com aquele que roubara o seu coração ali, num abraço que precisava há muito tempo.

— Sandro... Eu... Eu não queria que ninguém... – tentou explicar com a voz totalmente embargada enquanto o garoto afagava seu cabelo com carinho.

— Está tudo bem Lila. – Sandro assegurou, passando seus dedos entre as mechas castanhas da garota. Não pôde deixar de esboçar um sorriso. – Eu só acho que nunca poderia imaginar que a minha namorada, a garota insegura, mais gata, teimosa, esperta que eu conheci nos estúdios de Hollywood lá em Florença durante as gravações de um filme bobo, era a mesma super-heroína que usava um uniforme sexy de raposa salvando o mundo por ai.

A italiana deu um pequeno soluço abafado pelo peito do melhor amigo e... Bem... Namorado. O mesmo continuou apoiando o queixo sob sua cabeça:

— Realmente eu fiquei sem saber o que fazer quando descobri, por isso não apareci antes. – admitiu com um sorriso triste. – Me desculpe.

A resposta foi apenas um abraço ainda mais apertado no moreno, que retribuiu depois de alguns segundos. Logo aquela imensidão verde lhe encarava com os olhos molhados e inchados, lhe causando um meio sorriso enquanto secava seu rosto com as mãos.

— Porque não me contou Lila? – perguntou.

— Eu não podia revelar a minha identidade a ninguém Sandro. – Lila contou triste, abaixando os olhos para o chão. Suspirou. – Ninguém da minha equipe pode, entende? Pode colocar a vida das pessoas mais importantes da nossa vida em perigo se souberem quem você é por trás de uma máscara. – explicou voltando a encarar o namorado.

— Bom, sem querer parecer muito chato, mas acho que isso não funcionou muito. – Sandro disse balançando os ombros enquanto falava.  

— Não, mas eu precisava fazer aquilo. Sabia das consequências e mesmo assim não me arrependo de exatamente nada do que eu fiz. – a morena respondeu se afastando um pouco e tirando uma das mangas de sua blusa laranja. – Exceto esse machucado.

— Vai ficar uma cicatriz. – o garoto comentou tocando levemente o pequeno corte que atravessava uma boa parte de suas costas sob seu ombro esquerdo e que fazia par com outro arranhão no braço oposto.

— Grandes pessoas sempre carregam grandes momentos marcantes, mesmo que sejam cicatrizes. – Lila rebateu arqueando as sobrancelhas com graça. – Fico feliz que tenha uma história para contar para os nossos filhos um dia.

— Realmente será uma ótima história. – Sandro concordou com um sorriso malicioso, fazendo a mesma corar levemente. Mas logo balançou a cabeça para o que estava guardando para o final da conversa. – Escute, eu sei que aquela tia que tava querendo detonar a cidade só pode ser derrotada com você dentro da equipe. Eu e a sua tia Francisca vamos arranjar um jeito de você fugir ainda hoje para ir até eles acabar de uma vez por todas com tudo isso.

O silêncio era o que deixava clara a surpresa da Rossi. O que ele estava dizendo? Como é que Sandro, O Sandro, iria conseguir deixa-la fugir? E sua tia então? Jamais iriam encontrar o seu miraculous antes de sua saída e jamais iriam conseguir distrair Mário para que saísse daquele castigo ridículo. Contudo aquela era a sua melhor chance que tivera há dias e talvez fosse a sua última também.

— O irmão daquele Adrien Agreste que sumiu, o Félix disse que estaria conosco para fazer isso o mais rápido possível. – o moreno continuou olhando pela janela do quarto da mesma. O carro de Bridgette estava parado há poucos metros de distância da casa de Francisca. – Quando eu der o sinal você vá e termine o que você começou. – avisou indo para a porta do quarto com rapidez.

Ele sempre ficava preocupado ou nervoso quando precisava fazer alguma cena difícil com muitos efeitos especiais nos estúdios de gravação por onde passava, mas aquela vez era diferente. Ele estava tenso. Tenso por torcer para que todo aquele plano desse tempo e principalmente por enfrentar o seu mais novo sogro de frente daquela maneira. Estava tão submerso em seu plano que se assustou com o puxão que recebera de sua namorada antes de sair no corredor.

— Porque? – foi a única coisa que Lila conseguiu dizer.

Sandro sorriu e deu um pequeno beijo na italiana. Separou-se da mesma ainda sorridente:

— Porque eu te amo e quero que você seja livre. – respondeu saindo do quarto.

***

Tudo aconteceu muito rápido: em um momento Lila estava andando de um lado para o outro em seu quarto, ansiosa e preocupada com o que iria acontecer, e, num piscar de olhos estava correndo como uma completa desesperada para fora da casa de sua tia Francisca. Os gritos eram tantos que a italiana não reconheceu de quem eram cada um. Na verdade não queria nem olhar a tamanha fúria que estaria estampada no rosto de seu pai quando atravessou a porta da frente e encontrou Félix lhe esperando no carro mais próximo. Parecia o plano de fuga perfeito.

Parecia.

— Acho que temos um problema. – Lila anunciou com a cabeça baixa.

— A policia está atrás de nós? – Félix indagou se virando para trás.

— Não... – a italiana começou olhando para o loiro.

— Então não temos problema nenhum. – rebateu voltando seu olhar para a motorista do carro. – Você acha que a sua prima vai mesmo querer ouvir a gente? Porque depois de tudo aquilo que eu vi na televisão eu acho difícil de...

— Televisão? – Lila exclamou com os olhos arregalados. Tentou conter a respiração e disfarçou a surpresa. Ninguém mais podia saber que era uma heroína. – Quer dizer... Você está dizendo que toda aquela confusão que aconteceu na cidade passou na televisão?

— Depois do ataque daquela ameaça não identificada em Paris muitas gravações anônimas foram passadas na TV. – Bridgette esclareceu sem tirar os olhos do caminho que devia trilhar. – Principalmente a minha prima querendo dar uma voadora na Volpina e na equipe de Ladybug.

A mestiça lançou um olhar enigmático para Lila, mas o voltou para frente rapidamente. A italiana estava confusa. Seus pulmões mal funcionavam direito para oxigenar o seu cérebro. Porque estava lhe dizendo aquilo? O que estava acontecendo ali? Para onde estavam lhe levando afinal? Cerrou o punho e suspirou o mais calma que conseguiu. Suas mãos suavam e ela se sentiu péssima quando percebeu o inevitável diante de seus olhos. Abaixou a cabeça, permitindo que os cabelos castanhos e compridos cobrissem a tristeza em seu rosto. 

— Vocês sabem. – concluiu sem conseguir encarar ambos jovens a sua frente. A mesma ouviu um estalar vindo do Agreste mais velho.

— Sabemos. – Félix confirmou quando viu que já estavam chegando a padaria dos Dupain-Cheng. – E é por isso que te trouxemos até aqui. Para acabar de uma vez com toda a situação que se espalhou entre você e os amigos do meu irmão.

— Como vocês descobriram? – Lila indagou com a voz rouca.

— Quando faziam poucas semanas que eu havia me hospedado na casa da minha prima de férias eu descobri que ela era a Ladybug. Não demorou muito para que ela me contasse quem era a sua equipe. – Bridgette explicou estacionando o seu carro na calçada. Deu uma pausa e desligou o carro. – Não precisa se preocupar conosco porque o seu segredo e o de todos os seus amigos estarão seguros comigo e com o Félix. Nós protegeremos com as nossas vidas o segredo de vocês. – prometeu olhando para a garota pelo retrovisor do carro.

— A única coisa que queremos é trazer Adrien de volta e acabar com Style Queen. – Félix completou com amargura na voz. – Mas o único jeito disso acontecer é enfrentando essas briguinhas ridículas que inventaram sobre vocês.

— Mesmo se quisesse ajudar vocês há duas coisas que me impedem de fazer isso. – Lila disse encarando o garoto com um sorriso triste. – Eu não tenho mais o miraculous da raposa e Mário vai me encontrar logo por ter fugido do meu castigo. Ele vai estragar tudo se me encontrar. – repetiu ficando séria.

Ambos os garotos que estavam sentados na frente se entreolharam e arquearam uma sobrancelha. Bridgette indicou o porta luvas do carro para o companheiro e voltou seu olhar para a italiana.

— Você quer dizer esse miraculous aqui? – Félix indagou ironicamente com o colar em mãos. Os olhos da mesma brilharam quando o pequeno acessório pousou em suas mãos. – Acho que é um problema a menos.

— Quanto ao seu pai... – a mestiça começou olhando para trás.

— Ele não é mais o meu pai. – Lila a cortou, sombria segurando o seu miraculous entre os dedos para nunca mais perdê-lo novamente.

— Quanto ao Mário. – Bridgette corrigiu após pigarrear. – Ele só vai te encontrar por cima do meu cadáver.

A segurança na voz da garota não foi o suficiente para impedir a ideia que o seu pai deveria estar lhe caçando pelas ruas naquele exato momento. Pelo menos ela torcia para que fosse apenas uma ideia.

***

Isolada. Essa era a palavra que definia o mundo de Marinette. A garota simplesmente não conseguia evitar. Assim como não conseguia impedir as suas lágrimas de caírem de seus olhos involuntariamente. Já faziam dias desde a batalha com Style Queen e que Adrien havia desaparecido tentando salvá-la. A cena que se passava diante de seus olhos a atormentava cada vez que se repetia em seu cérebro e a mestiça não conseguia acreditar em como todo o seu mundo começara a desabar com tanta facilidade. A única coisa que a fazia continuar era a raiva que sentia por sua arqui-inimiga e a esperança de encontrar o seu namorado.

Já não era mais aquela garota doce e simpática com ninguém, pelo contrário: todos percebiam que ela não era mais a mesma Marinette, mas ninguém ousava questioná-la. Tentavam respeitar o seu silêncio e a sua dor o quanto podiam.

— Prima? – ouviu a voz de Bridgette entrando no seu quarto. – Estamos todos esperando lá embaixo.

— Tudo bem, diga a eles que já vou descer. – a mesma respondeu sem encarar sua parente no alçapão de seu quarto.

Após ouvir um suspiro vindo de sua prima e sua porta fechando em seguida, Marinette não evitou soltar o ar que prendera. Ainda não entendera como reunira forças para conversar com sua equipe depois de um acontecimento tão recente consigo mesma. Analisou as palavras em sua cabeça novamente e repensou no assunto que iriam tratar naquela reunião pela décima vez. Precisava resolver aquilo o mais rápido possível. Vestiu seu casaco e nem se preocupou em prender o seu cabelo como costumava. Não se preocupava dos outros verem como estava naquele momento.

Respirou fundo mais uma vez e desceu as escadas até a sala de estar de sua casa. Todos voltaram seus olhares para si, mas seguiu seu caminho até estar no meio de seus amigos. Nenhuma palavra saiu de sua boca, nem mesmo quando viu a presença de Lila ali nem quando notou a falta de alguém da equipe.

— Obrigada por todos terem vindo. – sua prima agradeceu quebrando o silêncio que incomodara sua cabeça. Mordeu o lábio inferior e continuou lançando um pequeno olhar para Félix. Aquilo tinha que dar certo. Precisava dar certo. – Como devem ter percebido nós sabemos o segredo de vocês. Sabemos que todos aqui possuem um miraculous e um kwami especial que lhes tornam heróis pelo que são hoje conhecidos por toda a França.

— Mas isso não faz diferença nenhuma. – Félix se manifestou rapidamente antes do inicio de uma nova discussão. A frieza e a autoridade em sua voz foram o suficiente para fazer todos prestarem atenção no que seria dito a seguir. – A única razão de estarmos arriscando tudo isso é acabar de com A Rainha do Estilo. Para isso é necessário que todos estivessem aqui, inclusive os que carregam os cristais da lenda de Style Queen.

A porta da sala se abriu rapidamente e explicou o que o Agreste deixara confuso para os amigos. Ali parados estavam Chole Bourgeios e... Alex Zuberg. Ou melhor, a identidade secreta do mesmo: Bombz. Ambos os loiros pareceram incomodados com tanta atenção voltada para si e apenas assumiram seus lugares ao lado de Félix e Bridgette. Ninguém sabia o que fazia ou sentia: todos estavam estranhando aquilo que acontecia a volta, mas ninguém ousava questionar a autoridade de Gabriel Agreste no filho mais velho. Marinette estava com os olhos brilhando. Será que aquela era a sua chance de se desculpar com o namorado desaparecido? De encontrá-lo? De acabar de uma vez com as mentiras e fofocas inventadas pela internet sobre ela e seus amigos?

 Do outro lado da sala Louis pensava a mesma coisa. Desde que inventaram a mentira maldosa que ele e a Dupain-Cheng tinham alguma coisa Kattie havia se afastado de si. Mas se afastado mesmo: não atendia suas ligações, não respondia suas mensagens, nunca lhe recebia em sua casa e sequer queria vê-lo em seu restaurante ou em qualquer lugar que estivesse. Ela não queria mais saber de si. Toda a esperança de que a ruiva gostasse do mesmo havia se transformado em tristeza e decepção depois que vira a montagem dele e a “suposta Marinette” se abraçando e se beijando em plena batalha contra Yalef. Era claro que aquilo não passava de uma mentira ridícula que nem ao menos tinha acontecido, mas a O’Green era mais teimosa do que o moreno podia admitir. Mas Louis não sabia como a garota estava profundamente triste com ele. Não só fisicamente, mas emocionalmente também. Marinette havia se tornado sua melhor amiga no lugar de Lila. Ela dera sua própria vida pela sua, milhares de vezes em luta; arriscara tudo o que tinha para defender a sua líder, faria de tudo para ajudá-la. Mas nunca imaginou que iria perder o garoto que mais gostava para a mesma, sendo que já tinha um namorado! Era demais para Kattie. E a solidão do toque e do contato com o neto de Mestre Fu parecia a coisa mais certa a se fazer.

Mas se havia alguém incomodado naquela sala era a filha do prefeito.

Chole havia acabado de concordar com a última coisa que queria fazer: enfrentar a sua própria mãe. Não contara para ninguém e se pudesse, esconderia até o fim que aquilo era apenas mais uma mentira inventada por alguém. Ou melhor, por Bombz. Depois de tudo o que descobrira sobre o garoto que fazia seu coração bater mais rápido ele ainda sim escondia algo de si, fazendo seu corpo inteiro temer pelo que pudesse acontecer.

Pior: pelo que iria mesmo acontecer.

— Segundo a lenda somente os herdeiros com o cristal de Style Queen podem abrir um portal para a dimensão em que a Rainha do Estilo está para que enfim ela seja derrotada. – Bridgette continuou ainda um pouco receosa com seu próprio discurso. – E é isso que eles vão fazer. O que nós vamos fazer.

Silêncio. Alguns segundos de silêncio foram o suficiente para fazer a ruiva gargalhar forçadamente.

— Então vocês simplesmente querem nos mandar para o esconderijo de Style Queen, onde ela pode fazer qualquer coisa para acabar com cada um de nós e simplesmente derrotá-la, como se fosse simples assim? – indagou com um sorriso sarcástico no rosto. Tanto Félix como Bridgette se entreolharam.

— Não é “simplesmente” aparecer lá e destruir Style Queen Paon. – o Agreste respondeu dando ênfase ao seu nome de super-heroína. A mesma estreitou os olhos com o nome artístico parisiense. – Trata-se de lutar. Enfrentar o desafio em equipe. Algo que vocês deveriam ser neste momento.

— Você disse bem. – a ruiva retrucou fuzilando Marinette com o olhar azul esverdeado. – Deveríamos.

— Nós somos uma equipe Kattie. – a garota rebateu rangendo os dentes. – O único problema é que os membros dela ficam perdendo tempo com mentiras espalhadas para criar confusões por ai. Isso é que não nos faz uma equipe.

— Claro. – Kattie disse dando uma risada irônica com a cara de sua “líder” olhando em sua direção.  – Havia esquecido que colocar um chifre no namorado também era uma mentira.

— Olha aqui Kattie eu já estou cansado dessa conversa. – Louis disse se levantando de onde estava sentado, visivelmente irritado. – Já cansei de dizer que tudo isso não passa de um boato que fizeram com nós dois. Isso é ridículo! Vocês duas são melhores amigas! Até quando vão ficar com essa palhaçada?

— Todo mundo gosta de ter uma amiga traidora não é mesmo? – a ruiva comentou olhando com desdém na direção de Chole e parando em seguida em sua ex-melhor amiga italiana.

— Olha aqui garota não vou admitir que você fale assim dela. – a Bourgeios avisou apontando um dedo na direção que a mesma estava. Kattie sorriu mais uma vez.

— Ou o que então? – provocou. Realmente coragem não era algo que lhe faltava no sangue. – Vai pedir para o seu pai me prender? Vai me processar? Melhor ainda, vai me fazer desaparecer assim como fez com Adrien quando sua parceira Style Queen estava aqui?

— Acho melhor você parar por aqui Kattie. – Lila aconselhou baixinho.

Não houve resposta vinda da portadora do miraculous do pavão. Chole havia perdido totalmente a sua paciência e avançado para cima da ruiva, sacudindo-lhe e não resistindo em lhe dar um tapa bem dado em sua cara. O local acabara ficando avermelhado, mas Kattie não se deixou por vencida: puxou os cabelos loiros de farmácia da filha do prefeito com mais força que podia e lançou sobre a mesma vários beliscões. A confusão ficou mais séria ainda quando a italiana e Marinette tentaram separar as duas garotas: ambas juntas levaram puxões de orelha e arranhões de unhas das duas envolvidas na briga.

A cena só acabou quando Alex e Louis separaram as duas meninas a força, uma para cada lado oposto para que pudessem terminar aquela reunião com tranquilidade. Mas a atitude tomada havia sido em vão: nem Kattie e muito menos a Bourgeios se calaram afastadas uma da outra.

— Já chega! – Bombz berrou com toda a autoridade que o cristal mágico lhe oferecera. Imediatamente todos se calaram com os olhos arregalados pelo susto. – Será que vocês não entendem? Será que são tão burros assim para não enxergarem que tudo isso é o que ela quer? Não estão vendo que era esse o plano dela? Style Queen queria acabar com a ameaça que vocês eram para ela. Queria acabar com a amizade de vocês. A amizade é o que poderia por um fim em tudo, principalmente com ela. Ela teria uma chance. – o loiro esclareceu com tom de voz firme. – Não deem essa chance á ela. Neste jogo ou vocês ganham ou então vocês perdem para sempre.

— Ele tem razão. – Chole concordou se soltando do mesmo relutante. Olhou para os seus parceiros e suspirou. – Querendo ou não, precisamos estar juntos nessa uma última vez. Prometemos cuidar e proteger Paris até os nossos últimos dias, agora precisamos honrar a nossa promessa mesmo que nossa amizade e nossa equipe estejam no fim. – disse forçando as palavras saírem de sua boca. – Vamos lutar. Por Paris.

— Pela liberdade. – Lila se pronunciou, apoiando a garota.

— Pela justiça. – Bombz murmurou para si mesmo.

— Pela honra. – o moreno do grupo sussurrou olhando para os outros.

— Pela verdade. – Kattie resmungou baixo, cruzando os braços e sentando no sofá novamente.

— Pelo Adrien. – Félix disse apertando o miraculous ancestral em suas mãos. Olhou para Bridgette e esperou o que a mesma iria dizer.

— Pelo fim da ameaça de Style Queen. – a mesma dissera encarando a prima de longe. Somente ela não dissera pelo que lutaria e a mesma estava curiosa pelo seu motivo.

— Pela esperança. – Marinette sussurrou tocando no colar que o namorado havia lhe dado de presente.

***

Depois de uma longa e demorada explicação sobre como iriam entrar no esconderijo da Rainha do Estilo, o grupo de amigos decidiu que o portal para chegar até lá deveria conter mais espaço para que Bombz e Chole pudessem fazer o encantamento necessário sem risco de fazer errado. Como concordaram rapidamente logo todos já haviam se retirado da casa de Marinette. Quase todos.

Kattie ainda estava sentada no sofá pensando em tudo o que estava acontecendo ao seu redor. Não era aquilo que a ruiva queria quando disse que sua era muito normal e monótona. Era algo diferente... E de repente toda a sua vida mudou: sua vida, sua cidade, seus amigos e até mesmo Louis mudara. Ou talvez ela é que tinha um problema e colocava a culpa nos outros.

— Todos estão esperando você Kattie.

Louis.

— Eu... Já vou. – avisou sem arriscar olhar para o moreno novamente. Já sentia vergonha de si mesma por tudo o que havia acontecido há horas atrás e não precisava de alguém que lhe apontasse tudo aquilo de novo. – Diga que podem começar sem mim.

Todos estão te esperando. – o moreno repetiu novamente. – Venha se você quiser Kattie. Não vou te obrigar a nada.

— Não precisa ser frio comigo Louis. – a ruiva respondeu se forçando a olhar para o mesmo. – Eu sei que não estou totalmente certa, mas...

 - Sinceramente Kat, eu nunca imaginei que você iria acreditar mais na merda de uma montagem da internet do que o garoto que você conhece desde que você era uma criança. – Louis comentou, lhe interrompendo visivelmente desapontado e ao mesmo tempo magoado com as atitudes da amiga.

Aquelas palavras pareceram machucar profundamente a canadense, pois sua expressão irônica e sarcástica falhou por um momento. É claro que não passou despercebido pelo garoto, mas o mesmo já não aguentava mais toda aquela situação e precisava cortar aquela ideia sem noção da cabeça da O’Green. Percebendo o silêncio desconfortável que se formara entre ambos o neto de Mestre Fu foi em direção a porta da casa de Marinette. Arriscou um olhar por cima do ombro na direção ruiva, mas resistiu e foi ao encontro do resto de sua equipe.

Era preciso uma renúncia para seguir em frente.


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