Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 23
O Tempo Está Acabando




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Lila tinha acabado de chegar na casa de Francisca. Depois de uma longa caminhada pela cidade para se relembrar de várias situações boas que enfrentara por Paris a mesma só queria tomar um bom banho e aproveitar o resto da tarde dentro de sua casa. Obviamente não foi o que aconteceu quando passou pela porta de entrada.

Mário estava lhe aguardando com um sorriso um tanto esquisito de mais, algo que assustou a italiana assim que o encontrou ali.

— Hã... Aconteceu alguma coisa? – perguntou tirando os fones de seus ouvidos e encarando o homem a sua frente receosa.

— Estava esperando a minha filha chegar. – respondeu encarando a mesma com um leve tom de ansiedade em sua voz. – Não posso?

— Além de estar sendo vigiada agora precisa controlar o meu tempo também? – Lila rebateu fechando o rosto com certa intolerância ao pai. – Não estamos mais em Hollywood se você não percebeu. – acrescentou indo em direção à cozinha da casa.

— Não foi isso que eu quis dizer Lila, não distorça as coisas. – Mário pediu acompanhando a morena até o cômodo e entendendo o que procurava. – Sua tia saiu com o Sandro até a cidade. Provavelmente vão voltar tarde.

— E o que foram fazer lá? – a garota perguntou enchendo um copo com água e em seguida bebendo. – Alguma sessão de fotografias?

— Na verdade não faço a mínima ideia. – Mário confessou enquanto a mesma colocava o copo na pia novamente. – Mas como conheço Sandro há muito tempo, creio que ele e Francisca se darão bem juntos.

— Eu também acredito que sim. – Lila disse cruzando os braços. – Mas diga logo o que você quer pai. Tenho muito o que fazer ainda.

Mário coçou a nuca. Realmente tinha perdido total respeito de sua pequena bambina.

— Eu vou ser sincero minha filha... – começou tentando encontrar coragem para prosseguir. - Eu quero recomeçar a nossa relação de pai e filha, eu quero que seja diferente. Sem brigas, discussões. Quero ter você de volta querida, por favor... Por favor, acredite naquilo que eu estou te dizendo.

Lila não sabia o que pensar. Depois de tantas confusões, tantos mal entendidos que seu pai lhe fizera, tantos motivos para odiá-lo, ele simplesmente queria que ela lhe perdoasse? Queria uma segunda chance? Sua vontade era de falar diversas coisas baixas para o homem a sua frente e dizer que nunca mais iria sequer olhar em sua cara pelo resto de sua vida, o que realmente estava prestes a sair de sua boca. O único problema que lhe impedia de despejar sua raiva de anos sobre o mesmo foram as palavras que morreram em sua garganta. Um pequeno pensamento que sobreveio em sua mente era o motivo.

  “— Ladybug, eu sei que esta situação pode parecer ridícula. Mas todos nós merecemos uma segunda chance, mesmo que tenhamos feito coisas terríveis alguma vez na vida. Temos o direito de provar aquilo que somos. – Abelle explicou olhando de canto para a mesma transformada em Volpina.”

Suspirou derrotada. Cholé estava certa. Todos mereciam uma segunda chance uma vez na vida.

— Tudo bem. – concordou passando a mão no rosto. – Vou te dar mais uma chance pai.

***

A tarde estava agradável até onde os olhos verdes da italiana enxergavam. Apesar de não suportar andar com Mário, a garota estava gostando de pela primeira vez realmente fazer alguma coisa com sua família. Bem... Quase em família. Ambos estavam passeando próximos a Champs Elysèes e ficaram em silêncio, apenas pensando no que deveriam falar um para o outro. Era quase constrangedor se lembrar do passado e não comentar nada com o outro. Por mais que não gostasse de admitir para si mesma, aquele estava sendo um ótimo recomeço. Agarrou o colar do miraculous da raposa em seu peito e suspirou olhando ao redor.

— Eu nunca tinha visto esse colar antes. – Mário puxou assunto encarando a filha. – Foi sua tia que te deu?

— Ah, não... – Lila respondeu pensando em alguma desculpa. – Ele... Ele foi presente de um amigo querido quando cheguei em Paris.

— É muito bonito. – seu pai comentou com um pequeno sorriso. A morena retribuiu o sorriso.

— Obrigada. – agradeceu voltando a encarar a paisagem ao seu redor. – Ele é muito importante para mim.

O comentário intrigou Mário por algum tempo. Algo lhe dizia que tinha alguma coisa por trás daquele colar tão diferente e essa ideia permaneceu em sua mente até chegarem perto da Torre Eiffel, onde se sentaram em um banco para admirar o ponto turístico mais cobiçado do mundo inteiro. Ah, como aquele cenário trazia diversas recordações para a italiana! Sua missão com Ladybug e Abelle contra Chat Blanc, as reuniões em períodos de guerra com os akumas de Hawk Moth, a descoberta dos pergaminhos que os levariam até o esconderijo do mesmo, o fim do vilão diante de seus olhos... Os momentos que passara com Kattie antes de traí-la... Abaixou a cabeça.

Talvez nunca mais fossem se reconciliar novamente. Tudo por conta de uma promessa fajuta de alguém que não merecia a confiança da morena. Alguém que estragara a sua primeira amizade de verdade.

— Parece que vai chover. – ouviu Mário comentar.

— O que? – a mesma o indagou desentendida. – Porque você acha isso?

— Quando nuvens começam a cobrir o céu é sinal de que vai chover. – explicou olhando para cima e fazendo a morena olhar também. – O engraçado é que não tinha previsão de chuva para hoje.

Lila sabia o porquê daquilo quando estreitou os olhos para além das nuvens. A constelação das sete estrelas alinhadas agora havia movido mais uma estrela em sua direção. Restavam apenas duas e isso foi o suficiente para seu coração acelerar mais rápido. O prazo estava acabando.

Pior: teve certeza de que alguma coisa iria acontecer assim que viu um vulto azul atravessar o seu campo de visão na direção do rio Sena.

“Isso só pode ser brincadeira...” murmurou para si enquanto pegava o celular em seu bolso.

***

— Eu gosto de você, quer ser a minha namorada? – Louis perguntara para a árvore mais próxima de si, imaginando que a mesma era a ruiva dos seus sonhos. – Não isso não está bom. E se eu começasse conversando com ela? Ou então andar perto do Sena e só conversar com ela até a Marinette aparecer e dar continuação ao plano e... Céus, eu realmente estou enlouquecendo com essa garota na minha cabeça. – reclamou desabando no banco que estava mais próximo de si.

Toda a confiança e força que a mestiça lhe dera há algumas horas haviam desaparecido da mente do rapaz. O medo de algo dar errado ou simplesmente de algo o impedir de conseguir o que queria naquela tarde se expandia rapidamente sobre o seu cérebro, fazendo as possibilidades de um felizes para sempre com a sua garota morrerem aos poucos. Passou as mãos pelos cabelos frustrado. Sempre havia algo para dar errado nas coisas que fazia.

“O que eu estou fazendo?” reprovou-se mentalmente “Isso é loucura. Estou colocando a minha vida e a vida da Kattie em perigo”.

Abriu o bolso de sua jaqueta e encarou Wayzz, totalmente desiludido. O kwami verde flutuou rapidamente a sua frente e abraçou o rosto do moreno, tentando confortá-lo de certo modo.

— Eu não posso fazer isso Wayzz. – se lamentou com um suspiro. – Eu sei que os meus sentimentos são o meu ponto fraco e provavelmente isso pode ser usado contra mim num momento inoportuno.

— Eu compreendo a sua preocupação mestre, mas não acha que o melhor a se fazer no momento é dizer a verdade? – indagou com os olhos amarelos intensos encarando os castanhos do mesmo. – Quer dizer, de qualquer forma isso já estaria terminado não acha? Já não seria mais um argumento contra o senhor mestre.

Louis refletiu por um instante. De certo ponto de vista aquilo era dizer a verdade: o seu amor era verdadeiro. Talvez se fosse um pouco otimista tudo se resolveria sem que precisasse se preocupar a tal ponto. Claro, ali estava a resposta! Tudo se resolveria se terminasse logo com aquilo tudo. Havia encontrado a resposta para aquele indecifrável desafio emocional.

Nada ao seu redor mais importava. Nem mesmo os sinais que se passavam no céu acima de sua cabeça.   

Deu um sorriso mínimo para o pequeno ser esverdeado e encarou o rio Sena por alguns segundos, encontrando ali a calmaria para a sua tempestade.

Ou o que pensara que fosse sua calmaria.

— Louis cuidado! – alguém berrou próximo de onde estava.

O moreno se virou para trás a tempo de ver um leque azul atravessar o ar e impedir que um tiro amarelado atingisse suas costas.

 Style Queen.

 A própria Rainha do Estilo estava diante de si e fizera seu corpo inteiro estremecer. Estava incrédulo. Nunca a vira tão perto assim e agora entendia os motivos de sua existência perturbar a mente de seu avô. Sua presença exalava vingança, ódio, impiedade. Coisas que o deixavam completamente paralisado.

Sua coroa predominando em boa parte de sua cabeça e a máscara semelhante a um par de óculos escuros, lhe traziam um ar ameaçador e falso por não se enxergar seus olhos durante um diálogo e não saber se está dizendo a verdade ou não; a pele dourada em contraste com o uniforme ousado que vestia colocavam a mostra que por trás da identidade de vilã havia uma mulher livre e independente; por fim, o cetro em sua mão esbanjava a autoridade que a mesma possuía com o poder do cristal dourado. Sem que percebesse o céu que antes esbanjava sua imensidão azul agora se encontrava totalmente enegrecido, fazendo com que pouquíssima luz iluminasse a cena que se passava ali.

— Então, quem será o primeiro a me enfrentar?


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Notas finais do capítulo

Bom, sem comentários. Huehue :V



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