Forever escrita por MusaAnônima12345
Lila tinha acabado de chegar na casa de Francisca. Depois de uma longa caminhada pela cidade para se relembrar de várias situações boas que enfrentara por Paris a mesma só queria tomar um bom banho e aproveitar o resto da tarde dentro de sua casa. Obviamente não foi o que aconteceu quando passou pela porta de entrada.
Mário estava lhe aguardando com um sorriso um tanto esquisito de mais, algo que assustou a italiana assim que o encontrou ali.
— Hã... Aconteceu alguma coisa? – perguntou tirando os fones de seus ouvidos e encarando o homem a sua frente receosa.
— Estava esperando a minha filha chegar. – respondeu encarando a mesma com um leve tom de ansiedade em sua voz. – Não posso?
— Além de estar sendo vigiada agora precisa controlar o meu tempo também? – Lila rebateu fechando o rosto com certa intolerância ao pai. – Não estamos mais em Hollywood se você não percebeu. – acrescentou indo em direção à cozinha da casa.
— Não foi isso que eu quis dizer Lila, não distorça as coisas. – Mário pediu acompanhando a morena até o cômodo e entendendo o que procurava. – Sua tia saiu com o Sandro até a cidade. Provavelmente vão voltar tarde.
— E o que foram fazer lá? – a garota perguntou enchendo um copo com água e em seguida bebendo. – Alguma sessão de fotografias?
— Na verdade não faço a mínima ideia. – Mário confessou enquanto a mesma colocava o copo na pia novamente. – Mas como conheço Sandro há muito tempo, creio que ele e Francisca se darão bem juntos.
— Eu também acredito que sim. – Lila disse cruzando os braços. – Mas diga logo o que você quer pai. Tenho muito o que fazer ainda.
Mário coçou a nuca. Realmente tinha perdido total respeito de sua pequena bambina.
— Eu vou ser sincero minha filha... – começou tentando encontrar coragem para prosseguir. - Eu quero recomeçar a nossa relação de pai e filha, eu quero que seja diferente. Sem brigas, discussões. Quero ter você de volta querida, por favor... Por favor, acredite naquilo que eu estou te dizendo.
Lila não sabia o que pensar. Depois de tantas confusões, tantos mal entendidos que seu pai lhe fizera, tantos motivos para odiá-lo, ele simplesmente queria que ela lhe perdoasse? Queria uma segunda chance? Sua vontade era de falar diversas coisas baixas para o homem a sua frente e dizer que nunca mais iria sequer olhar em sua cara pelo resto de sua vida, o que realmente estava prestes a sair de sua boca. O único problema que lhe impedia de despejar sua raiva de anos sobre o mesmo foram as palavras que morreram em sua garganta. Um pequeno pensamento que sobreveio em sua mente era o motivo.
“— Ladybug, eu sei que esta situação pode parecer ridícula. Mas todos nós merecemos uma segunda chance, mesmo que tenhamos feito coisas terríveis alguma vez na vida. Temos o direito de provar aquilo que somos. – Abelle explicou olhando de canto para a mesma transformada em Volpina.”
Suspirou derrotada. Cholé estava certa. Todos mereciam uma segunda chance uma vez na vida.
— Tudo bem. – concordou passando a mão no rosto. – Vou te dar mais uma chance pai.
***
A tarde estava agradável até onde os olhos verdes da italiana enxergavam. Apesar de não suportar andar com Mário, a garota estava gostando de pela primeira vez realmente fazer alguma coisa com sua família. Bem... Quase em família. Ambos estavam passeando próximos a Champs Elysèes e ficaram em silêncio, apenas pensando no que deveriam falar um para o outro. Era quase constrangedor se lembrar do passado e não comentar nada com o outro. Por mais que não gostasse de admitir para si mesma, aquele estava sendo um ótimo recomeço. Agarrou o colar do miraculous da raposa em seu peito e suspirou olhando ao redor.
— Eu nunca tinha visto esse colar antes. – Mário puxou assunto encarando a filha. – Foi sua tia que te deu?
— Ah, não... – Lila respondeu pensando em alguma desculpa. – Ele... Ele foi presente de um amigo querido quando cheguei em Paris.
— É muito bonito. – seu pai comentou com um pequeno sorriso. A morena retribuiu o sorriso.
— Obrigada. – agradeceu voltando a encarar a paisagem ao seu redor. – Ele é muito importante para mim.
O comentário intrigou Mário por algum tempo. Algo lhe dizia que tinha alguma coisa por trás daquele colar tão diferente e essa ideia permaneceu em sua mente até chegarem perto da Torre Eiffel, onde se sentaram em um banco para admirar o ponto turístico mais cobiçado do mundo inteiro. Ah, como aquele cenário trazia diversas recordações para a italiana! Sua missão com Ladybug e Abelle contra Chat Blanc, as reuniões em períodos de guerra com os akumas de Hawk Moth, a descoberta dos pergaminhos que os levariam até o esconderijo do mesmo, o fim do vilão diante de seus olhos... Os momentos que passara com Kattie antes de traí-la... Abaixou a cabeça.
Talvez nunca mais fossem se reconciliar novamente. Tudo por conta de uma promessa fajuta de alguém que não merecia a confiança da morena. Alguém que estragara a sua primeira amizade de verdade.
— Parece que vai chover. – ouviu Mário comentar.
— O que? – a mesma o indagou desentendida. – Porque você acha isso?
— Quando nuvens começam a cobrir o céu é sinal de que vai chover. – explicou olhando para cima e fazendo a morena olhar também. – O engraçado é que não tinha previsão de chuva para hoje.
Lila sabia o porquê daquilo quando estreitou os olhos para além das nuvens. A constelação das sete estrelas alinhadas agora havia movido mais uma estrela em sua direção. Restavam apenas duas e isso foi o suficiente para seu coração acelerar mais rápido. O prazo estava acabando.
Pior: teve certeza de que alguma coisa iria acontecer assim que viu um vulto azul atravessar o seu campo de visão na direção do rio Sena.
“Isso só pode ser brincadeira...” murmurou para si enquanto pegava o celular em seu bolso.
***
— Eu gosto de você, quer ser a minha namorada? – Louis perguntara para a árvore mais próxima de si, imaginando que a mesma era a ruiva dos seus sonhos. – Não isso não está bom. E se eu começasse conversando com ela? Ou então andar perto do Sena e só conversar com ela até a Marinette aparecer e dar continuação ao plano e... Céus, eu realmente estou enlouquecendo com essa garota na minha cabeça. – reclamou desabando no banco que estava mais próximo de si.
Toda a confiança e força que a mestiça lhe dera há algumas horas haviam desaparecido da mente do rapaz. O medo de algo dar errado ou simplesmente de algo o impedir de conseguir o que queria naquela tarde se expandia rapidamente sobre o seu cérebro, fazendo as possibilidades de um felizes para sempre com a sua garota morrerem aos poucos. Passou as mãos pelos cabelos frustrado. Sempre havia algo para dar errado nas coisas que fazia.
“O que eu estou fazendo?” reprovou-se mentalmente “Isso é loucura. Estou colocando a minha vida e a vida da Kattie em perigo”.
Abriu o bolso de sua jaqueta e encarou Wayzz, totalmente desiludido. O kwami verde flutuou rapidamente a sua frente e abraçou o rosto do moreno, tentando confortá-lo de certo modo.
— Eu não posso fazer isso Wayzz. – se lamentou com um suspiro. – Eu sei que os meus sentimentos são o meu ponto fraco e provavelmente isso pode ser usado contra mim num momento inoportuno.
— Eu compreendo a sua preocupação mestre, mas não acha que o melhor a se fazer no momento é dizer a verdade? – indagou com os olhos amarelos intensos encarando os castanhos do mesmo. – Quer dizer, de qualquer forma isso já estaria terminado não acha? Já não seria mais um argumento contra o senhor mestre.
Louis refletiu por um instante. De certo ponto de vista aquilo era dizer a verdade: o seu amor era verdadeiro. Talvez se fosse um pouco otimista tudo se resolveria sem que precisasse se preocupar a tal ponto. Claro, ali estava a resposta! Tudo se resolveria se terminasse logo com aquilo tudo. Havia encontrado a resposta para aquele indecifrável desafio emocional.
Nada ao seu redor mais importava. Nem mesmo os sinais que se passavam no céu acima de sua cabeça.
Deu um sorriso mínimo para o pequeno ser esverdeado e encarou o rio Sena por alguns segundos, encontrando ali a calmaria para a sua tempestade.
Ou o que pensara que fosse sua calmaria.
— Louis cuidado! – alguém berrou próximo de onde estava.
O moreno se virou para trás a tempo de ver um leque azul atravessar o ar e impedir que um tiro amarelado atingisse suas costas.
Style Queen.
A própria Rainha do Estilo estava diante de si e fizera seu corpo inteiro estremecer. Estava incrédulo. Nunca a vira tão perto assim e agora entendia os motivos de sua existência perturbar a mente de seu avô. Sua presença exalava vingança, ódio, impiedade. Coisas que o deixavam completamente paralisado.
Sua coroa predominando em boa parte de sua cabeça e a máscara semelhante a um par de óculos escuros, lhe traziam um ar ameaçador e falso por não se enxergar seus olhos durante um diálogo e não saber se está dizendo a verdade ou não; a pele dourada em contraste com o uniforme ousado que vestia colocavam a mostra que por trás da identidade de vilã havia uma mulher livre e independente; por fim, o cetro em sua mão esbanjava a autoridade que a mesma possuía com o poder do cristal dourado. Sem que percebesse o céu que antes esbanjava sua imensidão azul agora se encontrava totalmente enegrecido, fazendo com que pouquíssima luz iluminasse a cena que se passava ali.
— Então, quem será o primeiro a me enfrentar?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, sem comentários. Huehue :V