Forever escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 12
A Volta da Raposa


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo me desculpem pela demora. Há alguns dias eu recebi uma má noticia e estava um pouco ocupada com as coisas da minha escola. Sabem como são essas coisas não é mesmo? :v
Em segundo lugar, me perdoem pelo capítulo. Está um pouco sem sal mas era preciso enfiar a Lila de volta nessa história huehuhue :v



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Era um domingo chuvoso na cidade de Florença, na Itália. Desde que Lila Rossi havia voltado para a casa de seus pais e deixado a tia que tanto se preocupava com si em Paris, a vida mostrou cada vez mais dura consigo mesma. O porquê estava ali? Bom, havia dois motivos. O primeiro é que seus pais queriam que a garota voltasse o quanto antes para seu verdadeiro lar para realizar um trabalho num filme que seria lançado em Hollywood:”Duas faces de uma Moeda”. Como seus pais tanto insinuavam e lhe explicavam que aquela seria uma boa oportunidade para que a filha de um “quase” diretor hollywoodiano pudesse ter sua fama levantada assim como atores conhecidos internacionalmente, a garota acabou aceitando. Não para ser reconhecida por todo o mundo. Para ficar próxima de seus pais. Graças ao trabalho de seu pai como ajudante de um diretor famoso de cinema e com sua mãe o tempo todo ocupada com o trabalho de super modelo, a garota se encontrava mais sozinha do que nunca e só lhe restava pensar na vida que deixara para trás na cidade do amor.

Os amigos. As experiências que presenciara. A derrota de Hawk Moth.

Isso lhe fazia lembrar o segundo motivo de estar de volta a suas raízes. A promessa que havia feito para Ladybug.

“Marinette estava parada tentando absorver as palavras da morena a sua frente. Afinal depois de tudo que Lila fizera para ela quando fora akumatizada, seria mesmo a herdeira legítima para ser a nova portadora desse miraculous? Ou seria apenas mais uma mentira da garota para enganá-la e pegar o seu miraculous da criação? Olhou desconfiada para a morena de olhos verdes e em seguida para Abelle.

— Por favor Ladybug, você precisa acreditar em mim. – Volpina pediu balançando as mãos para a heroína. – Eu sei que já fiz muitas coisas contra você e que sei que nunca seremos melhores amigas, mas eu mudei. Depois daquele episódio relacionado com o Adrien Agreste, eu percebi que estava agindo como uma completa idiota. Eu realmente espero que você possa me perdoar um dia. Só quero uma nova chance de mostrar que mudei. – lhe pediu aguardando uma resposta. A joaninha continuava imóvel a sua frente. – Por favor. Eu juro que depois que derrotarmos o Hawk Moth eu devolvo o meu miraculous para o Mestre Fu e nunca mais tento ser heroína de novo.”

De fato aquilo lhe custara boa parte da pessoa que havia se tornado: Volpina lhe mostrara que na vida a mentira não é a melhor solução e que as pessoas que estão próximas a você gostam quando você é você mesmo. Agora sem o seu miraculous e longe dos únicos amigos que já tivera na vida a garota só tinha uma única saída. A internet. Pelo menos havia um jeito de todos não se esquecerem de si completamente no cotidiano. As vídeochamadas foram a sua salvação de compromissos famosos por poucos, mas muito aproveitados momentos. Principalmente com sua tia Francisca, onde morara boa parte do ano que se passara.

Eu ainda não acredito que a minha querida sobrinha está mesmo contracenando com artistas famosos todos os dias! – a mesma havia repetido mais uma vez contente pela sorte da morena. – Bem que você poderia pedir um autografo daquele gostosão do Johnny Depp pra mim, não é filha?

Para uma mulher morena de quarenta anos e solteira, Francisca era como uma verdadeira mãe para Lila. Desde quando era pequena ela sempre cuidara mais de si do que seus próprios pais e isso era algo que nunca esqueceria mesmo depois que estivesse casada. Com um bom humor invejável e um coração de ouro, ou Fran, como a sobrinha lhe chamava, a jovem mulher trabalhava como fotógrafa profissional de eventos e casamentos. Afinal... Aquele sempre fora o seu sonho e admirava a morena de olhos verdes.

— Prometo que vou fazer o possível tia Fran. – disse entre gargalhadas. Lançando um olhar malicioso para a mesma completou: - Se bem que eu prefiro o Tom Cruise... Aquilo que é homem dona Francisca.

— Certo, certo, certo. Cada um com suas opiniões! – respondeu levantando os braços em sinal de rendição. A mulher adorava ver como a sua única sobrinha mudara: havia melhorado seu humor, seu jeito de conversar consigo e até mesmo o seu sorriso se tornara mais bonito. Mas ainda havia algo em sua expressão que ela estava disposta a descobrir. – E então, quando você volta a Paris? Sua tia está com saudades!

— Eu realmente não sei. – Lila disse permitindo-se entristecer novamente. – Você sabe que eu quero estar mais perto dos meus pais e esse talvez seja a única oportunidade de estar próxima dos dois, pelo menos por algumas horas. Estou no meio da gravação de um filme e sinceramente não pretendo voltar ai tão cedo.

— Eu entendo seu lado filha, mas... Você está feliz ai? Com seus pais? – Francisca indagou preocupada por seu bem estar.

Aquela era uma ótima pergunta. Ali – naquele vasto camarim dos principais estúdios de cinema de Hollywood— ela era feliz? Longe de tudo, longe de seus amigos, de sua escola, de sua vocação como super-heroína e da única pessoa que realmente se importava com ela? Longe da cidade que lhe proporcionou experiências para sua vida inteira? Seu cérebro não conseguia formular uma resposta e quando iria dizer algo para a mulher no computador a sua frente, uma das assistentes de seu pai, Mário Rossi, abriu a porta apressada.

— Senhorita Lila, o intervalo acabou. Estamos lhe aguardando no set de gravação.

A adolescente assentiu com a cabeça e olhou para a tela de seu notebook novamente. Deixaria aquela conversa para mais tarde mesmo que não quisesse responder sua tia sobre aquele assunto.

— Eu preciso ir agora tia. – avisou dando um sorriso amarelo para a mesma. – Mas eu prometo que a gente termina essa conversa depois ok?

— Está bem querida. – Francisca disse dando um pequeno suspiro. – Mas se acontecer qualquer coisa ai na Itália ou precisar de alguma coisa pode contar comigo. Boa sorte nas gravações e que a força esteja com você Lila.

***

— Corta! Corta! Corta! – o diretor chefe de toda aquela produção gritou em um megafone pela terceira vez daquele dia. – Senhorita Lila você não está acertando sua fala mais uma vez! Está com algum problema para interpretar esse papel? Porque se estiver posso chamar sua substituta nesse mesmo instante para terminar esse file no seu lugar.

— Desculpe senhor diretor, eu... Eu estou um pouco distraída com esse roteiro... – Lila explicou sem jeito.

— Não existe desculpas senhorita Rossi. – o diretor a interrompeu enquanto a garota era o centro das atenções de todos os personagens do set ali presentes. – Ou a senhorita leva o seu papel a sério ou então está fora do meu filme!

— Senhor eu...

— Diretor, eu realmente acho que tudo isso não é necessário.

Todos voltaram seus olhares para uma pessoa que a morena já conhecia bem: Mário Rossi.

Lila não sabia se ficava feliz ou assustada que seu pai finalmente se colocara em sua defesa para ajudá-la. Observou com um pingo de esperança seu pai se aproximar do diretor para pedir que fosse mais delicado e paciente com a mesma. Mas as palavras que ouviu o diretor dizer arrancaram aquele único sentimento bom de si.

— Senhor Rossi, o senhor realmente acha que você é necessário aqui? – indagou indiferente. – Acha que a presença de mais um ajudante de estúdio é realmente necessária?

— Com todo respeito diretor, mas a pessoa que mais ajuda em todo esse set sou eu. – Mário disse levantando a cabeça, querendo mostrar o quanto sua presença ali era importante.

— Está dizendo isso só porque ela faz parte de sua família. – ponderou o diretor.

 – Não é só porque Lila é minha filha que estou dizendo isto. Ela é talentosa, com uma beleza estonteante e exatamente aquilo que o senhor precisa para o seu filme, tanto que foi o senhor mesmo que a escolheu entre tantas outras garotas selecionadas.

— Senhor Rossi, o senhor está realmente passando dos limites. – o homem continuou o que estava se tornando uma pequena discussão. – Aqui dentro quem manda sou eu e querendo você ou não, EU decido quem sai e quem fica no meu filme. – disse por fim, virando-se para aos telespectadores que assistiam a tudo com medo. Pegou o megafone em mãos novamente e gritou: - Do começo pessoal!

Mas aquilo não havia acabado para uma pessoa. Um Rossi jamais leva desaforo para casa. Cheio de determinação misturado com raiva de tanta soberba do diretor por quem fora contratado, Mário se dirigiu até o mesmo e continuou a discussão de poucos minutos atrás.

— Se o senhor realmente acha que manda nesse lugar, está enganado. – revelou, com sua voz soando ameaçadora. – Todas essas pessoas que trabalham nesse set são importantes, todas elas mandam em alguma coisa ainda que seja pequena. Lila é uma ótima atriz e só o senhor não está vendo isso.

— Já chega! – Lila gritou se colocando entre ambos antes que começassem a se bater. – Eu me demito! Já cansei de tudo isso.

— O que? – os dois disseram em uníssoro enquanto a morena se dirigia até a porta.

— Você não pode simplesmente dizer que está fora e sair daqui mocinha! – o chefe de seu pai berrou com um sotaque americano nítido fazendo a mesma sorrir de canto. – Eu é que mando nesse lugar! Só saem as pessoas que eu mando sair!

— Sinto muito, mas o senhor não manda em mim. – disse acenando com a cabeça e saindo do estúdio de gravações.

Porta a fora Lila saiu em dispara a saída daquele lugar. Certamente seu pai iria atrás de si tentando convencê-la do que estava fazendo era loucura e que voltaria até o set para se desculpar com o renomado diretor de filmes de Hollywood. Mas daquela vez a garota não iria abaixar a cabeça para os pedidos de seu pai. Se ele só a considerava como uma boa atriz e era somente isso que lhe dizia então o trataria do mesmo jeito.

— Lila, por favor, reconsidere o que você está fazendo. – Mário pediu segurando o braço da garota antes de sair do estúdio onde estavam gravando. A mesma se virou e o encarou tristemente.   

— Eu já tomei a minha decisão pai. – respondeu tentando se soltar de seu pai. – Agora me solta. Preciso resolver uma coisa importante com a minha tia.

— Filha, pense bem. Esse foi o seu sonho desde que você tinha dois anos de vida. Você sempre quis estar nos palcos, ser aplaudida por tudo o que fizesse, até mesmo aproveitou o meu cargo para tirar foto com seus atores favoritos, se lembra? Agora você está jogando tudo para o alto por uma simples cobrança de um dos diretores mais importantes de todo o mundo e...

— Será que você entende? – a morena berrou o interrompendo bruscamente. Sua expressão mostrava o quão estava triste e magoada pelas simples lembranças que o homem a sua frente comentava com orgulho. - Não! Você nunca entendeu! Desde que eu nasci eu sempre quis estar perto de você e da mamãe, aproveitar enquanto eu era pequena e me divertir com o que todos os pais do mundo fazem com seus filhos. Eu sempre quis a atenção de vocês, o amor de família que eu via todos os meus colegas perto de casa terem por seus filhos. Eu sempre quis que vocês olhassem para mim! Mas isso nunca aconteceu por conta da droga de trabalho que vocês dois tinham! Nem você e muito menos a minha mãe, se é que posso chama-la assim, nunca cuidaram de mim, simplesmente me jogaram para a minha tia lá em Paris onde eu nunca podia ver e nem atrapalhar vocês. – seu coração estava em pedaços. A única coisa que queria era ter uma família como todos os outros e isso fizera seu pai se paralisar por completo. – Tia Francisca foi a única que me amou de verdade! Vocês nunca me amaram e até hoje só me veem como uma estranha, como se o nome “Rossi” representasse alguma coisa ou algo do tipo. O único motivo de eu ter voltado para a Itália foi esse, tentar mais uma vez estar próxima daqueles que poderiam ser os meus pais. Mas parece que nada mudou mesmo.

— Filha... Eu...

E com um movimento rápido, a morena se soltou do mesmo e caminhou até a saída. Nenhum dos dois sabia exatamente o que dizer, então, antes de ir a garota olhou uma última vez para seu “pai”.

— Eu tenho pena de você. - virando-se porta a fora soltou as últimas lágrimas de tristeza de toda a sua vida italiana. - Arrivederci papà.  

Estava decidido. Voltaria para Paris naquela mesma noite. Lá sim existiam pessoas que se preocupavam com ela.


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