Blindspot escrita por Princesa Leia


Capítulo 1
O Mistério em Hoth


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Kylo Ren teve dificuldade em se concentrar em suas funções como um dos líderes da Primeira Ordem durante todo o dia, sua cabeça latejava desde a hora em que tinha acordado. Estava furioso consigo mesmo por não conseguir prestar atenção em uma palavra dita pelo General Hux na reunião no começo da noite e saiu irritado da sala, a porta batendo atrás de si. Foi para seus aposentos e arrancou sua máscara, jogando-a no canto do quarto. Havia algo errado, ele sentia. Procurou manter o foco naquilo que o afligia, em busca de respostas.

Hoth.

O distúrbio na Força era claro agora que Kylo estava concentrado. As tarefas na base da Primeira Ordem tinham o distraído o dia todo, porém, nesse instante, ele conseguiu sentir. Tinha que ir para Hoth. Havia algo que ele precisava ir buscar no planeta cheio de neve e gelo. Suspirou, frustrado por não obter mais detalhes. Não sabia o que estava acontecendo, e odiava não saber. A partir do momento que soube que precisava ir para Hoth, não conseguiu ficar tranquilo até estar em uma nave em direção ao planeta.

Suas habilidades como piloto e sua autoridade como líder garantiram que Kylo conseguisse uma das melhores naves que possuíam na Base. Suas mãos tremiam um pouco ao pilotar o veículo, lembranças de seu pai corriam por sua mente. Han Solo tinha feio um ótimo trabalho como instrutor de pilotagem de seu único filho. Kylo acelerou a nave, limpando sua mente de memórias inúteis. Uma pontada na cabeça o preocupou; precisava chegar a Hoth logo, a ligação que sentia com o planeta estava mais fraca a cada segundo, como se estivesse morrendo.

 A aterrissagem foi suave, apesar do início de uma tempestade de neve. Kylo pulou para fora do veículo e procurou ao redor com os olhos. Tirou a máscara para tentar enxergar melhor. Caminhou pelo planeta por quase meia hora, procurando por algo que não sabia o que era. A tempestade se intensificava a cada passo de Kylo, o que tornou impossível que ele conseguisse ver claramente. Tentou deixar com que a Força o guiasse, entretanto o frio dificultava sua concentração. Deu meia volta e partiu para a direção oposta. A situação mudou cerca de vinte minutos depois.

Os olhos de Kylo foram atraídos por uma forma tentando se levantar do gelo, sem obter sucesso. Correu em sua direção e podia sentir o coração batendo forte no peito. Alcançou a forma e percebeu que se tratava de uma mulher, que agora estava desmaiada. Kylo olhou curioso para o corpo despido em sua frente, quase sem vida. Tirou seu casaco e enrolou em volta da jovem. Pegou-a no colo, passando um braço por suas pernas e outro pelo dorso. Pressionou seus corpos juntos, na tentativa de mantê-la aquecida, e caminhou em direção ao veículo.

Deixou a mulher enrolada em seu casaco no chão, colocou sua máscara e ligou a nave, deixando Hoth em alguns segundos. Kylo observou cuidadosamente a jovem e concluiu que não poderia voltar para a Base com uma mulher nua e desacordada nos braços, pelo menos não sem saber quem ela era. Diminuiu a velocidade da nave e ligou o piloto automático. Caminhou até o corpo e puxou seu casaco. Cambaleou para trás, tonto, com o ouvido zumbindo. O que diabo está acontecendo, pensou ao se aproximar da mulher. Com cuidado, ajoelhou ao seu lado, procurando uma visão melhor das palavras gravadas na pele do estômago dela.

Ben Solo.

Kylo não mentiu para si mesmo naquele momento. Tinha consciência de que estava aterrorizado e confuso com a situação. Respirou fundo algumas vezes, tentando oxigenar o cérebro. Precisava recuperar seu bom senso. Pensou em descartar a mulher no primeiro planeta que vissem pela frente, mas isso não lhe daria respostas. Kylo queria saber o que estava acontecendo e só conhecia uma forma de conseguir respostas: ler mentes. Sem maiores considerações, esticou a mão em direção ao rosto da jovem e vasculhou sua mente. Só havia um problema.

Não havia nada ali.

Observou em silêncio por alguns minutos e depois decidiu a cobrir com o casaco novamente. Levantou irritado e pegou seu sabre de luz. Ao barulho do objeto sendo ativado, os olhos da mulher se abriram e ela olhou ao redor assustada. Kylo congelou, segurando forte sua arma. Não sabia com quem estava lidando, não ia deixar sua guarda baixa só porque se tratava de uma mulher. Um gemido de dor escapou dos lábios roxos da jovem ao tentar se sentar. A luz vermelha do sabre dava um ar sinistro à forma de Kylo, que não tirou o olhar dela nem por um instante.

— Quem é você? — Ambos perguntaram juntos.

Kylo apertou os olhos, desconfiado, antes de responder.

— Minha nave, o direito de fazer perguntas é meu.

— Não sou eu quem está usando uma máscara — a jovem disse e tentou parecer corajosa, mas não convenceu.

— Qual seu nome? — Kylo perguntou. A voz robótica que saía da máscara assustava a mulher ainda mais. — E por que eu não consigo ler a sua mente?

A mulher pensou por alguns segundos, incerta do que dizer. Não tinha a resposta dessas perguntas.  Não tinha respostas para nenhuma pergunta, nem para as suas próprias. Apertou os braços entorno de seu corpo, tentando se proteger. Sentiu uma dor ardente logo abaixo dos seus seios e livrou-se do casaco para enxergar. As letras avermelhadas, marcadas a ferro em sua pele, fizeram com que ela regalasse os olhos.

— Você fez isso comigo? — Perguntou com a voz trêmula, sem tirar os olhos do estômago.

— Não — Kylo respondeu confuso. Estava tentando entender o que estava acontecendo. Primeiro, ele não tinha conseguido acessar qualquer tipo de memória da mulher e, agora, ela não parecia saber o que o nome de nascimento de Ren estava fazendo em seu corpo. — Você sabe qual é o seu nome?

Ela piscou algumas vezes e manteve uma expressão de frustração no rosto ao balançar a cabeça negativamente. Kylo insistiu:

— Consegue se lembrar de alguma informação? Qualquer coisa.

— Sinto muito — respondeu com a voz falha, sem olhar para ele. — Não me lembro de nada antes de você aparecer.

— Sua memória deve ser sido apagada por uma pessoa bem talentosa, é quase impossível não deixar nenhum vestígio — Ren pensou em voz alta. — A mesma pessoa marcou esse nome em sua pele... Quem? E por quê?

— Ben Solo — sussurrou a mulher, os dedos correndo levemente pela pele dolorida. — Talvez possa ter sido ele que...

— Não seja estúpida — Kylo a interrompeu, nervoso. — Ben Solo não poderia ter feito isso com você. Ele está morto.

A jovem se calou, constrangida. Olhou discretamente para o homem mascarado e desejou poder ver seu rosto, sua expressão entregaria o que ele pensava. Ficou em silêncio, encolhida no chão. Não ousou se mover, dor e medo a impediam de tal ato.

— Sou Kylo Ren, um dos comandantes da Primeira Ordem e mestre dos Cavaleiros de Ren — Ren disse em no tom monótono do sintetizador de voz. — Você está sob minha custódia até que eu descubra quem fez isso. Alguma dúvida?

— Não, senhor — a mulher respondeu olhando os próprios pés.

Kylo deu as costas para ela e voltou para o controle da nave. Entrou em contato com a Base e informou sua chegada. A mulher ficou onde estava, no chão, sem saber para onde estava indo ou o quem Kylo Ren era. Seus títulos de comandante e mestre não faziam diferença para ela, que não sabia o que diabos eram a Primeira Ordem e os Cavalheiros de Ren. Ficou calada, pensando sobre o que aconteceria a seguir. Estava nas mãos de Kylo Ren e esse pensamento não a tranquilizava nem um pouco.


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Notas finais do capítulo

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