A Piece of Us escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 14
14 — Convite


Notas iniciais do capítulo

Oi amores da minha vida, tudo bom? ♥

Primeiro, eu quero agradecer pelos comentários no último capítulo. Sério, depois de um fucking mês e mesmo sem estar respondendo os comentários (por mais que eu queira fazer isso, mas não consigo ;-;) vocês continuam aqui e isso me deixa feliz pra porra ♥

Segundo, esse capítulo era pra ter saído ontem, mas eu tive uma crise de nervoso por causa de um filhote de gato (hahahahaha ~rindodenervoso~) MAS ele enfim chegooooou, e junto com um aviso. Vocês lembram que eu disse que a história teria vinte capítulos? Então, é possível que tenha mais dois, pra não ficar muito corrido. Mas não garanto nada -p

ENFIM espero que gostem desse capítulo, e me perdoem pela falta de respostas ;-; Eu não estou conseguindo mesmo, sério, e isso está me deixando bem triste, porque eu amo vocês ♥



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Convite

YAKOV arqueou uma de suas sobrancelhas brancas assim que viu Victor se aproximar, pouco depois de Yuuri sair e os finalistas chegarem. Desde que haviam chegado ao Japão, foram poucas as vezes que seu prodígio viera a si, ainda mais com a criança pequena a tiracolo. Yukiteru ria baixo, envolvendo o pescoço alvo do pai com seus braços curtos, cobertos pelas roupas pesadas — e um tanto quanto exageradas.

Observou a maneira como ele chegava mais perto, com o típico sorriso de orelha a orelha, os lábios brancos curvados como se fosse um coração. Com isso, Yakov já bem sabia que Victor havia tido alguma ideia idiota. Não que isso fosse algo muito raro de se acontecerm, claro.

"O que você quer, Vitya?" perguntou, voltando seus olhos azuis esverdeados para os noivos que treinavam no gelo. "Por essa sua cara de bobo, imagino que não seja nada de bom."

"Assim que você me magoa, Yakov. Até parece que eu sou interesseiro." o russo mais novo respondeu, com falsa mágoa em sua voz. Era como se cantasse as palavras. "Mas eu realmente quero uma coisa, e preciso da sua ajuda. Você sabe que é o único técnico pra mim, não é?"

"Diga logo Victor, eu tenho mais o que fazer." o velho resmungou, virando o rosto para encarar o de cabelos platinados, enquanto que a criança lhe estendeu os braços e fez o mesmo para receber Yukiteru em seu colo. Era uma criança adorável, assim como seus aprendizes foram. Sentiu um beijo terno em sua bochecha e naquele momento sua expressão dizia que faria tudo o que o menin0 lhe pedisse.

"Meu menino é uma graça, não?" Victor perguntou, e se deixou rir diante da expressão abobalhada do Feltsman. "Eu queria levar ele e o Yuuri pra final do Grand Prix."

Se antes, a expressão do russo mais velho mostrava alegria e ternura, agora ele se fechou em indagação. Ah, estava bom até demais para ser verdade. "Victor, mesmo que eu permita, isso não é algo que você possa simplesmente conseguir."

"Não se preocupe." o Nikiforov deu de ombros, o semblante relaxado de sempre. "Eu sou Victor Nikiforov, não é difícil conseguir esse tipo de coisa. Pede por favor pra ele, Yuki."

O menino de cabelos negros ergueu os olhos para Yakov, o dedo polegar dentro da boca e um sorrisinho alegre a decorar os pequenos lábios rosados. O homem de idade soube ali que, certamente, não importava o que fosse, iria fazer o que Yukiteru quisesse.

 

Dia atual.

Victor observou as reações na foto que postara, os comentários que iam de apoiadores — esses, a maioria comentavam o quanto o garotinho era uma graça, ou perguntando de onde havia tirado da criança —, enquanto outros vinham com pedras e paus nas mãos, reconhecendo o garoto como a criança do vídeo. Não era como se não imaginasse que isso fosse acontecer, mas ainda assim, não deixava de se sentir decepcionado.

Era aquele tipo de gente que lhe seguia? Aqueles eram os fãs que cultivava em anos como patinador?

Fez uma expressão de degosto, e baixou seus olhos azuis para fitar Yukiteru ainda adormecido de forma terna ao seu lado, o rosto pequeno relaxado enquanto respirava lentamente, com calma. Victor se perguntava por quanto tempo aquela inocência fosse durar, e para ser sincero, desejava que fosse para sempre. Ainda que bem soubesse que um dia, seu menino iria crescer.

Se perguntava também o que faria quando a época das namoradinhas — ou namoradinhos, não havia como saber até que esses dias chegassem — estivesse a sua porta. Como é que Yuuri e ele reagiriam? Isso é, se estivessem juntos.

Pensando nisso de novo?; questionou a si mesmo, levando ambas as mãos ao rosto para inspirar. Eles podiam estar bem um com o outro, sem brigar, mas ainda assim, continuavam separados, haviam tido uma briga horrível há alguns anos. Eram amigos, e não um casal. Apenas isso, ainda que Victor não conseguisse aceitar.

Sentiu, porém, a mão pequena se entrelaçar a sua, e baixou a cabeça para fitar a criança que lhe destinava um sorriso pueril, retribuindo o gesto para afagar os cabelos escuros do filho. Parte de si agradecia muito que Yukiteru não tivesse começado a chorar porque Yuuri não estava ali.

"Cadê o papai?"

Cedo demais para comemorar.; Victor pensou. bem, não seria tão difícil assim entreter uma criança de três anos enquanto o moreno tomava banho. "Ele foi tomar um banho, Yuki. E depois você e eu vamos também."

"Eu não quero." Yukiteru respondeu, e Victor não pôde evitar soltar uma risada repleta de ternura. Aquela criança preciosa deveria ser protegida do mundo. "Não quero banho!" dizia, um bico adorável a se formar nos lábios pequenos.

"Mas você vai ficar com esse bumbum fedendo? Tem que tomar banho como um bom garoto. Você é um bom garoto, não é?" o mais velho perguntou, falando com suavidade em sua voz. Ainda não tinha experiência suficiente com Yukiteru, mas sentia que melhorava a cada dia.

"Yuki é o menino mais bonzinho do papai." a criança respondeu, contando nos dedos as pessoas que citava. "E da vovó, e do vovô, da tia Mari, da tia Yuuko, do tio Nishigori, da tia Minako, das meninas, do tio Phichit... Do Victor, do vovô Yakov..." vovô Yakov? "Do Yurio e do Beka. Yuki é bonzinho."

Okay, Victor não era a pessoa que Yukiteru mais gostava — era o décimo, ou décimo terceiro se contasse cada uma das trigêmeas —, mas saber que tinha um lugar no coração daquele pequenino... Isso já lhe aquecia a alma de uma maneira que jamais imaginaria, em seus dias frios trancados no apartamento solitário em São Petersburgo.

Riu baixo, puxando o menino para um abraço enquanto acarinhava os cabelos curtos e escuros. Se pudesse, gostaria de estar todo o tempo do mundo com aquela criaturinha que precisava de proteção, mas quanto mais a final se aproximava, menos poderia ficar com ele e com Yuuri.

 

— ...—

 

Yuri apoiou sua cabeça no ombro do noivo, levantando a mão para fitar a aliança dourada em seu anelar. E pensar que o cazaque fora louco o suficiente de lhe pedir em casamento no pódio, na última final que participaram, em Veneza. Otabek havia lhe impressionado naquele dia, de uma maneira que não imaginava que alguém poderia fazer — afinal, era ele, Yuri, que surpreendentemente vinha superando a lenda viva da patinação, Victor Nikiforov.

Um resmungo felino deixou seus lábios quando Hiroko lhes serviu o desjejum, antes de sorrir para a senhora. Gosta dela, do marido, da filha e do neto. Bem, talvez gostasse do filho dela também, mas só um pouco. De resto, ele era um katsudon extremamente irritante.

"Está nervoso?" ouviu o companheiro perguntar, e levantou a cabeça para fitá-lo, uma de suas sobrancelhas louras arqueadas, como se questionasse o porquê da pergunta. "Você está fazendo uma expressão engraçada."

"Por que eu estaria nervoso?" replicou, ainda que com uma pergunta, tomando uma postura mais arrogante. "A vitória já é minha."

"Você é tão convencido e confiante, Yurio." a voz de Victor se manifestou ali, e o Altin deu um sorriso de canto, o russo mais velho havia resumido seu pensamento em palavras enquanto se aproximava com Yukiteru no colo, com os cabelos ainda molhados de um banho recente — que, diga-se de passagem, fora difícil convencê-lo a entrar na banheira, e acabara molhando os dois pais —. "Tomara que o Otabek, Minami e JJ fiquem na sua frente. Principalmente o JJ, tomara que ele leve a Amelie, uma graça aquela menina."

"Isso porque não puxou o pai." o louro resmungou, e estendeu os braços para receber o pequeno Katsuki em seu colo, enquanto Otabek apenas deu de ombros. Aquela rivalidade entre eles era um tanto infantil. "A mesma coisa com o Katsudon Junior, ainda bem que ele não puxou nem a você, nem ao Porco."

"Ah, que cruel, Yurio." Victor resmungou, um bico desolado em seus lábios e se Plisetsky não o conhecesse, talvez, só talvez sentisse pena. "Tenho pena do Otabek se um dia vocês tiverem um filho com a sua personalidade, dois gatinhos arrogantes."

Otabek engasgou, tossindo um pouco com as palavras do mais velho, enquanto seu noivo apenas gritava alguma coisa com raiva, ainda que as bochechas estivessem coradas e ele tapasse as orelhas de Yukiteru. Mas para Otabek, talvez fosse interessante ter mais um gatinho arrogante.

 

—...—

 

Yuuri soltou um longo suspiro assim que Victor deixou o quarto com o filho deles, se permitindo trocar as roupas molhadas, um pouco irritado. Mal havia se banhado quando Yukiteru espalhou água pelo banheiro todo, inclusive sobre seu corpo e do Nikiforov — inclusive, com o apoio do último.

Colocou as primeiras peças que encontrou, se preparando para descer até a sala de jantar, onde os demais se encontravam, ainda teria que trabalhar naquela tarde, mas o Katsuki não tinha certeza se desejava sair de casa depois de tudo que havia lido. Precisava dos seus remédios.

Procurou pelos comprimidos dentro do guarda-roupas, onde o filho não poderia alcançá-los e tomou sua dose ideal. Sua ansiedade as vezes parecia lhe matar pouco a pouco, mas existia alguém por quem ele amava viver. Yukiteru sempre, sempre seria a pessoa mais importante em sua vida. Principalmente porque viera de outra pessoa que lhe fora muito importante, e talvez ainda fosse.

Levou uma de suas mãos ao pescoço e massageou levemente, se sentindo um pouco tenso, mas o barulho da porta atrás de si o fez se virar. Victor já havia voltado?

"Primeiramente, me desculpe por ter dito pro Yuki que ele podia sim, jogar água pra cima." o russo começou, levantando as mãos em sinal de rendição, o que fez Yuuri rir, mesmo que contra a vontade do moreno. "Mas agora, será que podemos conversar um pouco? É importante."

"Ah... Sim?" Yuuri respondeu, ainda que com uma pontada de incerteza e apontou para a cama, convidando Victor a sentar, o que foi atendido rapidamente.

"Yuuri, eu vou direto ao ponto, ok?" o Katsuki assentiu. "Eu já pedi ao Yakov e entrei em contato com umas pessoas que conheço dentro da bancada organizadora do Grand Prix e consegui uma credencial para você, e para o Yuki. Quer vir conosco?"


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ O próximo já está todo planejado, então eu acho que saí semana que vem. Beijos nessas bundas e até lá ♥



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