O Festival de Johtoh escrita por Juh11


Capítulo 3
Capitulo 3




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Capitulo 3

—Bom dia, filho. – minha mãe me acorda calmamente com um beijo na testa. – Seu pai já está na recepção, se arrume para irmos para as fotos.

—Fotos? – pergunto confuso, não lembro nada de fotos.

—Para a imprensa obviamente, agora você é o campeão do festival de Johtoh, achou que a imprensa deixaria passar em branco? Eles também pediram para que você levasse seus Pokemons que competiram.

—Mas eu ia falar com a May agora de manhã, ontem à noite o Max veio me falar que ela já estava dormindo. – protestei sonolento, não tinha a menor vontade de ir tirar fotos para a imprensa sabendo que por motivos inesperados a May está mal nesse momento.

—Sei que falar com a May é importante e suas fãs estarão te esperando. Além disso, seu pai tirou o dia de folga para poder te ver, levante-se logo, na hora do almoço você conversa com a sua namorada.

—Mãe- levanto da cama já irritado – Quantas vezes eu tenho que te dizer que a May NÃO é minha namorada.

—Estou indo encontrar seu pai, apresse-se. – ela sai do quarto sem dar satisfação. Ok, eu amo ter minha mãe por perto, mas já não aguento mais essa história dela falar que eu e May namoramos/iremos namorar.

—Ora, se este não é meu menino de ouro. – meu pai vem em minha direção com um amplo sorriso. Analiso-o a distancia e vejo que nesse último ano a quantidade de cabelos brancos em seus cabelos castanho-claros duplicou, mas sua barba continua bem aparada e ele vestido seu clássico terno com uma gravata verde ressaltando seus olhos. –Que luta, rapaz! Não faz ideia do quanto eu estou orgulhoso de você mesmo que eu entenda pouca coisa nesse ramo.

—Obrigado, pai. – respondo sem graça.

—Roserade esta realmente muito forte, quem diria que aquele ovo dado por uns dos meus clientes mais fieis se tornaria um pokemon tão esplêndido, mas é claro que todo o mérito é seu pela criação. Que luta tensa! Aquela menina, é aquela menina que você conheceu em Hoen e que você achava uma coordenadora patética, não era? Eu lembro de quando você voltou pra casa depois de conhecê-la, não parava de reclamar o quanto ela era insignificante é que não via sentido nela querer ser coordenadora. Bom, ela evoluiu muito, não acha? Ela está no mesmo nivel que você e  por muito pouco não te ganhou. – sim, meu pai realmente falava muito quando ficávamos muito tempo sem nos ver e mesmo que ele fale que não é do ramo, desde que entrei nos concursos de coordenação, ele tem se informado bastante –Além de ter se tornado uma fenomenal, ela também ficou muito bonita, não acha?

Nesse hora eu travo e me envergonho. Me envergonho porque eu realmente costumava pensar que estava muito acima da May e ela conseguiu alcançar meu nível, me envergonho porque me arrependo de te-la chamada de patética um dia e também, por concordar com o meu pai sobre o quanto ela ficou bonita.

—Drew? – uma mulher loira aparece usando óculos de armação vermelha e um salto enorme. –Eu sou Rebecca da revista de coordenadores, será que podemos começar o ensaio?

—Sim. – respondo e entro para sala.

Tiramos dezenas de fotos entre fotos manhãs individuais, com cada pokemon e com cada um individualmente. O pessoal da revista foi muito simpático comigo e inclusive me deram uma foto de presente a qual escolhi apenas com a Roserade, afinal, ela merece um destaque especial.

Almoçamos no restaurante do hotel e tudo estava indo bem até a família de May entrar no salão. Percebi a chegada deles quando entre uma garfada e outra, meu pai semicerrou os olhos e resmungou “Norman” enquanto minha mãe revirava os olhos. O ciúme de meu pai era bobo depois de tantos anos juntos, mas me fez despertar e perceber que minha rival não estava com eles.

—Ela não está com eles. – falei, deixando meu pai confuso, mas minha mãe entendeu o recado. –Vou ir lá ver como as coisas estão.

—Drew? – Caroline perguntou confusa quando me aproximei da mesa.

—Olá, desculpe interromper o almoço de vocês, eu estava com minha família algumas mesas pra trás e não pude deixar de notar que May não veio, está tudo bem com ela? – perguntei da maneira mais educada possível. Norman olhava para mim como se me avaliasse, Caroline tinha carinho em seus olhos, mas quem me respondeu foi Max.

—Ela está no quarto, não quis descer por estar sem fome.

—Sem fome? – pergunto confuso. May nunca fica sem fome.

—É, sem fome. – Max repete ajeitando os óculos e então eu capto em seu olhar. May não está sem fome, ela apenas está chorando demais para sair em público.

—Vocês se importam de eu ir até o quarto conversar com ela? É importante... – pergunto. Norman está quase rosnando para mim e pronto para dizer não, mas Caroline toma a dianteira.

—Claro que sim, querido, ela adoraria. – a mãe de May responde com uma voz meiga que contrasta com o olhar inquisidor do pai.

—Obrigado. – agradeço e me retiro.

Passo em uma lanchonete e compro algo para ela, sei que May está com bastante fome. Bato em sua porta e escuto um “Não, Max, pela quarta vez, pode ir sem mim, não estou com fome.”. Percebo que a porta esta destrancada e abro.

—DREW! Não entre assim no quarto dos outros. – ela se esconde debaixo das cobertas e posso ver de relance  o quanto seu rosto está inchado. – O que você quer? Seja rápido.

—Quero conversar com você, mas primeiro, acho que você deveria comer. – respondo.

—Já disse, não estou com fome. – ela fala ainda encolhida debaixo da coberta de modo que eu apenas possa ver seus olhos.

—Que pena. – digo olhando para a embalagem em minha mão. – Eu havia trazido algo. – reparo no olhar dela curioso, May não resiste a duas coisas: curiosidade  e comida, e eu estava juntando os dois.

—O que tem aí? – ela pergunta com um fiozinho de voz.

—Ah, apenas um macarrão com molho branco e frango, mas você não quer, certo? Mesmo sendo seu favorito – e é nessa hora que reparo que ganhei. May arregala os olhos avermelhados surpresa e posso perceber que ela está quase salivando atrás daquela coberta. –Ainda está quente...

Ela levanta um pouco mais o rosto e corada responde.

—Já que você insiste... ‘

Abro um sorriso, mexo na franja e levo a embalagem até a mesa que existe no quarto. Separo a embalagem dos talheres e retiro a sua tampa, exalando pelo quarto um cheirinho gostoso de macarrão. May melhora um pouco o rosto e parece maravilhada, noto que ela ainda está de pijama (o qual possui um desenho de ursinhos na blusa e flocos de neve no short), mas ela parece não ligar. No instante que ela senta na mesa, começa a comer sem pensar duas vezes e noto uma melhora significativa em seu rosto. Depois de uns cinco minutos apenas comendo, ela me pergunta:

—Por que fez isso? Como sabia meu prato favorito? – sua sobrancelha está arqueada e ela acaba de perceber o quanto esta cena é estranha – Aaah! Eu ainda to de pijama. – ela esconde o rosto entre as mãos envergonhadas.

—Esquece isso, May – eu falo – Bom, respondendo a sua pergunta, vim até aqui porque estava preocupado. Não te encontrei ontem o dia inteiro e quando tentei vir aqui, Max disse que você estava dormindo. Hoje no almoço, sua família inteira estava no salão de jantar e Max disse que você estava sem fome. Desculpa ruim, May, você nunca está sem fome. E sobre seu favorito, não é difícil, já te vi pedindo muitas vezes esse prato de macarrão. Mas me conta, o que está acontecendo?

—Eu sou um fracasso – ela responde e seus olhos se enchem de lágrimas – Até agora não consegui ganhar nenhum festival, nunca vou realizar meu sonho.

—May, de novo não, você ta pior do que no Festival de Kanto! E você está muito mais forte agora. Você não perdeu por falta de talento, nem por seu adversário ter sido mais forte, você perdeu por uma falta de sorte!

—O problema, Drew, é que pra mim sempre é falta de sorte! – ela diz no meio das lágrimas – Você acha que é fácil as pessoas te compararem ao seu pai a vida toda? Sabe, na minha idade, meu pai já era líder de ginásio, sabia?

—ë, to sabendo, minha mãe era líder do fã-clube dele. – respondo rindo

—É, pois é! É complicado,ainda tem Max que em muito pouco tempo vai me superar, aquele menino é geni... Pera, sua mãe fazia parte do fã-clube do meu pai? - isso a deixa um pouco mais tranquila.

—Sim – respondo ainda rindo da reação de meu pai no almoço – Minha mãe liderava o fã-clube de Larousse, saiu do fã clube pois ele se dividiu quando seus pai começaram a namorar. Minha mãe shippava os dois. – posso ver a expressão chorosa de May virar um leve sorriso.

—Sua mãe shippava meus pais? Que coisa louca – ela ri de leve. Mal sabe ela que atualmente a minha mãe shippa a gente junto.

—May – começo e apoio minhas mãos em seus ombros – Você não é seu pai  e nem seu irmão, pare de se cobrar tanto. Naquela luta de ontem você foi incrível e por muito pouco não me derrotou.

—Você não sabe o quanto eu treinei duro pra esse festival, não sabe quantas vezes eu me imaginei recebendo aquela taça, para perder por uma falta de sorte? Drew, Você sabe o que é isso? Sonhar tanto com uma coisa e perde-la por algo que nem foi culpa sua? Se tivesse sido falta de treino ou qualquer outra falha minha, eu entenderia, mas a perda de um ataque, o último ataque?

—Por isso eu acho que você não deve se culpar tanto, a culpa não foi sua. Pare de se culpar tanto. – seguro sua mão e May fica completamente vermelha – Tenho uma surpresa pra você, mas pra isso, quero que você vá na premiação hoje.

—Mas Drew, eu não q...

—Por favor, May, é importante para mim que você esteja lá quando eu receber a taça da fita. – quando termino de falar, me dou conta de minhas palavras, eu fico ruborizado e ela fica ainda mais.

—Eu estou atrapalhando o casalzinho? – escuto a voz de Max vindo da porta – Desculpe, mas esse é meu quarto também...

—Nós-nós nã-não... – May começa gaguejando, mas de fato, nós dois ruborizados e de mãos dadas aparenta que algo constrangedor estava acontecendo.

—Eu já estava de saída, Max, sem problemas. Espero vocês no festival mais tarde. – levanto e saio do quarto deixando os irmãos sozinhos.

A noite chegou e com ela fui com meus pais a cerimonia de premiação do Grande Festival. A decoração deste ano era totalmente natalina, com um Papai Noel para  as crianças tirarem fotos e até uma pista de patinação no gelo. Visgos, guirlandas e bonecos de neve estavam espalhados para todos os lados. Todos usavam suas roupas típicas de festivais, os quimonos.ípicas de festivais, os kimonos.neve estavam espalhados para todos os lados. ica ainda mais.

um ataque, o  O meu era verde-claro com detalhes azuis.

Procurei por toda parte por May, mas não existia nenhum sinal da menina de olhos cor de safira. Em dado momento, uma outra garota veio falar comigo.

—Drew, hora de receber a taça, por favor, me acompanhe.

Despeço-me dos meus pais e sigo-a entre a multidão. Quando estou me aproximando do palco, vejo May vestida com um lindo quimono azul royal com detalhes em vermelho e os cabelos presos em um coque alto.

—E com vocês, o vencedor da taça da fita deste ano, vindo da cidade de Larousse, Hoen, Drew! – anuncia o apresentador enquanto a torcida aplaude fervorosamente. Aperto sua mão e logo em seguida levanto a taça e funcionários de palco rapidamente aproximam o microfone para mim.

— Boa noite a todos que estão aqui e que estão me assistindo na tv em suas casas. Ganhar a taça da fita é meu sonho desde os 8 anos de idade e finalmente consegui cumpri-lo, mesmo estando tão longe de casa. Como vocês sabem, nenhum sozinho se conquista sozinho, todo mundo tem sua própria equipe pessoal e eu gostaria de usar meu tempo hoje para agradecer a eles. Primeiro, gostaria de agradecer aos meus pais que mesmo fora do ramo de criação pokemon fizeram o máximo para me ajudar e estão aqui para me homenagear. Pai, mãe, eu amo vocês e tudo o que fizeram por mim. – inúmeros aplausos e gritos elogiosos ecoaram no local. – Aos meus pokemons por sempre trabalharem em equipe e aceitarem meus treinamentos. – mais aplausos - Em seguida, gostaria de agradecer ao eu fã-clube por me acompanhar sempre e estar sempre na torcida. – gritinhos de garotas histéricas para todos os lados. –E por último, gostaria de pedir a todos que tomassem um minuto de seus tempos homenageando uma pessoa incrível, minha rival May, que disputa festivais comigo a anos e só me faz ficar mais forte. E a revista de coordenadores, por favor, façam uma coluna sobre May que foi incrível na luta e poderia estar no meu lugar agora, todo mundo que assistiu a luta final percebe isso.  Obrigado a todos pela atenção e um feliz Natal.

Desço do palco sendo aplaudido e May veio em minha direção.

—Puxa, muito obrigada pelo reconhecimentos. Passei a tarde pensando sobre o que você me disse e você tem razão, não há motivos para ficar chateada.

—Você está linda – respondo sem pensar e nós dois ruborizamos.

—O-obrigada – ela responde.

—Bom, eu te prometi uma surpresa caso você viesse. – respondo. –Vamos até a segunda barraca, deixei algo comprado pra você.

—drew, não precisava, só o discurso e a entrevista que a revista de coordenadores me convidou a fazer amanhã já eram mais do que suficientes, além de tudo o que você fez por mim hoje. – ela responde, eu ignoro e seguro a sua mão.

Levo-a até a segunda barraca onde pego a encomenda feito mais cedo. Entrego-lhe a rosa feita por Roserade mais cedo, o chocolate e o pacote de presente.

—Um presente? Drew, não precisa de tudo isso. – ela está completamente vermelha.

—Abra – e quando o rosto dela se transforma em admiração total ao retirar do pacote um glaceon de pelúcia, abro um genuíno sorriso. – Feliz Natal, May. – ela olha pra mim com um enorme sorriso no rosto.

Eu não consigo resistir, eu me aproximo e olho em seus olhos cor de safira. A tristeza de mais cedo ainda não desapareceu por completo, mas posso ver que ela já foi quase toda tomada. May não é um fracasso e também não é o próprio pai, nem tudo dá certo, mas coisas boas podem vir de coisas que julgamos ruins e eu espero que ela entenda isso.

—Obrigada – ela agradece de novo ainda com um sorriso no rosto – Obrigada por me convencer de que eu não sou um fracassado. Próximo festival, quem vai estar com essa taça serei eu.

E eu posso ver que a maior parte de May está de volta e eu amo essa determinação em seu olhar.

Eu sorrio para ela e ela retribui, eu me aproximo e selo meus lábios nos dela. E isso é muito melhor do que qualquer taça da fita.


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