At The End Of The World escrita por xmeglex


Capítulo 1
Capítulo 1: Will you find me?


Notas iniciais do capítulo

~ Oi oi galerinha ~
Estava tentando tomar coragem para postar essa fanfic aqui!
Na verdade tenho algumas Malec terminadas há tempos, mas fiquei incerta de postar.
Essa foi a primeira fanfic Malec que escrevi, então peguem leve. Sei que vai ter muita coisa que não condiz com os personagens MAS RELEVEM POR FAVOR ♥

Vou ver se posto mais algumas hoje~
Obrigadinha por darem essa chance! Até as notas finais~

ps é uma fanfic de shadowhunters. Se não gosta, não leia. A backstory e os personagens usados nessa fanfic são da série e não dos livros. Mas o Nyah não tem tag ainda pra isso~

pps essa fanfic foi escrita ao som de The End of the World de Ingrid Michaelson. Se quiserem ouvir, é uma boa musica.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719227/chapter/1

Ninguém nunca acreditaria se alguém lhe dissesse que o mundo vai acabar amanhã. Mas aquela era a realidade.

Os shadowhunters lutaram tanto tempo contra demônios e ideias malignas, mas haviam esquecido de olhar simplesmente para a natureza. Os sinais eram claros. No entanto, quem havia parado para olhá-los até aquele dia? Ninguém.

— Não... - a voz era chorosa. - Não, por favor...

Magnus deixou uma lágrima escorrer pela bochecha ao olhar para o céu aquela manhã.

O sol estava menos brilhante que o normal, e bem mais laranja. Ele sabia o que significava, e tinha certeza que vários mundanos não tinham ideia do que estava por vir. O sol estava morrendo e, antes de ir, ele faria seu último show de luzes e calor.

Alec...— o nome saiu sussurrado de seus lábios.

O namorado estava em uma missão em Idris, e não voltaria até a semana que vem. Se Magnus ao menos tivesse visto os sintomas da Terra, nunca teria deixado o arqueiro ir. Agora ele pagaria o preço. Morreriam longe um do outro.

Seus instintos o fizeram pegar o celular e discar o mais rápido que pode para o mais alto.

No segundo toque, a voz rouca de Alec atendeu.

— Alô?

— Alec... - suspirou.

— Magnus? Está tudo bem? - a voz tornou-se mais firme e Magnus pode ouvi-lo sentar na cama. - Que horas são? Está tudo bem?

Não pode deixar de rir baixo deixando as lágrimas caírem.

— Alexander... O sol está morrendo... Dou apenas um dia ou dois... E você não está aqui... Alec, volte para casa, por favor...

— O que? Magnus, respire. Do que está falando? - Alec riu irônico, achando que fosse uma piada. -  Eu sei que está com saudades, e acredite eu também estou. Mas não pode inventar desculpas desse tipo para me trazer de volta. Sabe que preciso completar as minhas respon...

— Não é uma brincadeira, Alec! Droga!  Olhe pela janela! Ai deve estar noite, mas olhe para a lua. Vê algo diferente? - Magnus esfregou as mãos nos cabelos.

— Não há lua... Mas pode ser lua nova, Magnus, relaxe.

— Não! Alec...  Ai em Idris era para haver uma lua crescente. Não há traços da lua... O sol já envolveu ela... Alec, por favor... Venha para casa... Venha...

— Magnus, assim que eu terminar minhas obrigações. Tente relaxar. Nada irá acontecer. Fique tranquilo.

— Mas, você...

— Eu preciso ir. Ligo mais tarde, okay? Amo você. Tchau.

Magnus ficou encarando o celular quando a ligação encerrou.

Como o namorado podia ser tão teimoso... Tudo que ele pedira foi passar seus últimos momentos nos braços de seu amor. Mas afinal, que garantia ele tinha de que Alec passaria seus últimos segundos com o feiticeiro... Ele poderia preferir passar com sua irmã. Seu parabatai. Com a sua família...

Uma dor profunda o atingiu. Não aguentaria nem mais o último dia se fosse assim.

Caminhou até suas garrafas de bebidas e serviu em suas belas taças. Bebeu seu melhor whisky, acariciando a cabeça de Chairman Meow. Duas lágrimas escorreram mais uma vez. Ele sempre soube que partiria sozinho, mas não esperava que fosse tão cedo.

Pegou o celular e digitou uma mensagem rápida para Isabelle.

"Aproveite a noite como se não houvesse amanhã. Beije seu irmão por mim. Amo você, querida Isabelle."

Enviou.

Pensou se deveria mandar mensagem para mais alguém. Mas não lembrou de mais ninguém. Alec era seu mundo.

"Magnus, você está assustando Izzy. Quando eu voltar pra casa, conversaremos sobre isso."

O feiticeiro riu. A mensagem que chegou veio do número de Isabelle, porém ele sabia que era Alec o escritor.

Não quis responder.

Tomou seu dia revirando seus livros para tentar encontrar algo que pudesse fazer para salvar o astro e toda a vida na Terra. 

Era inútil.

Não havia feitiço que trouxesse o sol de volta a ação. E agora a pequena bola luminosa se abaixava no horizonte.

"É sério? O que você disse mais cedo... Se você estiver brincando, eu te mato."

Desta vez a mensagem veio do número do Lightwood mais velho.

Não queria responder.

O celular tocou.

Uma.

Duas.

Três.

Magnus estava encolhido no chão junto do pequeno gato e sua garrafa de, agora, vinho. Não queria atender mais nada. Queria apenas que isso acabasse logo. Rápido.

Mais uma vez, o telefone.

Usando sua magia, puxou o telefone para si e atendeu silenciosamente.

— Magnus? Está tudo bem? - o shadowhunter murmurou.

Não. Eu quero passar esse momento com você, Alexander... Não quero que esteja longe... - soluçou. - Eu estou com medo...

— Okay. Respire fundo. Eu vou conversar com Izzy. Você deve estar se sentindo sozinho, talvez possa estar doente ou algo assim. Não tem problema. Eu entendo. Vou falar com ela, tentar voltar... Mas não tenho como te prometer nada. Tudo bem? - Alec disse, tristeza carregada na voz rouca. - Você tem que me prometer que vai ficar bem até eu voltar.

— Eu...

— Prometa.

— Alec... Tudo bem. Eu prometo. - agarrou o telefone como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida. - Eu te amo, Alexander.

— Eu também te amo, Magnus. Tente tomar um banho, relaxar... Dependendo de como for, eu lhe faço uma massagem quando chegar em casa.

Magnus deixou a conversa acabar e desligou o telefone após repetir seus sentimentos para o arqueiro.

Fez como recomendado.

Preparou um belo banho de espuma e um chá de camomila mentolado.

Livrou-se das roupas e da maquiagem antes de entrar na água morna. 

Ao submergir perguntou-se o que estaria acontecendo ao redor do mundo. Os lobisomens com certeza estavam morrendo junto da lua. E os vampiros também com os raios invisíveis de luz solar. Feiticeiros deveriam estar buscando uma escapatória. Mundanos deveriam estar vivendo suas vidas simples sem pensar em que os aguardava no dia seguinte. Ou melhor, o que não os aguardava.

A água morna o fez grunhir, mas seu corpo ainda estava tenso. Apesar de não estar mais chorando, sua alma gritava. Não queria que acabasse. Não queria morrer. Pior. Não queria ficar sem Alec.

O tempo passava.

A água agora estava fria. Mas Magnus não queria sair. Ele queria ficar ali. Sentindo a água em cada canto de seu corpo. Só. Desejando que fosse um pensamento impossível. Mesmo que seu interior gritasse a verdade, ele não queria aceitar. Não podia aceitar.

Abraçou os joelhos, encostando a testa neles. Respirou o cheiro de sabonete e chorou.

Alec provavelmente falou com Izzy, mas não obteve um bom resultado. Ele não viria.

Magnus estava sozinho. Maldita família Lightwood, que era tão rígida e mesmo assim tão... Tentadora.

Precisava tanto do namorado. Mas ele não viria. O mundo acabaria em fogo e ele estaria matando demônios. Se ele pudesse ao menos ver Alec, estaria tudo bem. Afinal, durante tanto tempo eles tiveram conflitos por conta da imortalidade. No fim, morreriam no mesmo dia, mas distantes um do outro.

Magnus sentia a pele sensível por estar na água há muito tempo, mas não tinha forças para sair.

Sentiu o calor vindo do lado de fora do apartamento. Mesmo com o ar condicionado ligado, ele soube que seria antes do que imaginou. Provavelmente na madrugada daquele dia.

Riu baixinho. Mesmo que Alec conseguisse uma trégua, não conseguiria chegar em tempo. Se fosse para ser desse jeito, o downworlder preferiria que o arqueiro estivesse com sua irmã, e não sozinho na rua caminhando até seu apartamento. Pegou o celular e digitou uma breve mensagem.

"Fique com Izzy essa noite. Amanhã é outro dia."

Sentiu mais um soluço se formar na garganta.

Fazia tanto tempo desde a última vez que chorou dessa forma, mas não conseguia parar. Morrer não lhe dava medo, na verdade ele sempre teve a curiosidade sobre isso. O medo era de estar sozinho.

Depois de tanto tempo vivo, fazendo festas, celebrando coisas bobas e coisas grandes, sendo um mercenário, vendendo seus serviços... Magnus não tinha amigos de verdade que gostariam de passar os últimos segundos ao seu lado, nem com as melhores bebidas. Bem, as pessoas que talvez considerariam passar o fim do mundo com ele já estavam mortas... Ragnor, por exemplo. Talvez Raphael e Camille já estivessem mortos também, por causa da instabilidade solar.

Um gemido escapou os lábios e dessa vez o choro saiu de forma sonora. As unhas pintadas cravaram-se no próprio braço. A dor física não aliviava, mas era involuntário.

Por uma pequena janela no banheiro, Magnus viu que o sol já não estava mais lá. A noite havia chego. E era questão de tempo... Questão de poucas horas.

E tudo estaria acabado.

Com um pouco de magia, Magnus ligou o rádio da sala. A música que começou era suave e...

— Magnus!

Ah.

A voz veio apressada para o banheiro. Uma voz rouca e suave, mas cheia de preocupação e urgência.

— Alexander... - murmurou quando viu o caçador entrar no banheiro apressado, mas parou na porta.

As lágrimas caíram uma última vez e Alec puxou o feiticeiro para seus braços, tirando-o da água, sem se importar se molharia sua roupa.

— Como você chegou tão rápido... - Magnus sussurrou deslizando os dedos molhados pelos cabelos de Alec, sentindo-o tremer.

— A Clave liberou o portal quando viram que... Você sabe... - o arqueiro soluçou. - Magnus, como não vimos isso se aproximando? Não podemos fazer nada? Tem tanto que ainda quero viver... Com você...

Magnus estava mais tranquilo agora que tinha Alec por perto. Então sorriu suavemente e afastou um pouco o abraço, encontrando os olhos úmidos do Lightwood. 

— Eu sei, meu amor. Eu também quero... Mas não há o que fazer. Está tudo bem, meu querido anjo... Tudo vai ficar bem... - beijou os lábios com calma. - Mas você tem certeza que quer passar esse tempo aqui? Digo, Isabelle...

— Ela está junto de Simon. Jace e Clary sumiram quando a Clave fez o anúncio. - apertou os olhos. - Já... Já nos despedimos... E eu quero estar com você, Magnus...

Ambos sorriram desta vez, de forma quase imperceptível.

Alec desfez seu sorriso ao unir os lábios mais uma vez. Apesar de tudo, o beijo era tranquilo e suave. Não era desesperado. Muito menos, triste. No entanto, tinha gosto do álcool que Magnus bebera no intuito de sumir com a tristeza.

Magnus estalou os dedos e vestiu-se com seu roupão de seda azul.

Caminharam para o quarto, onde deitaram. Alec com a cabeça no ombro do namorado, respirando tranquilamente ao sentir suas roupas serem substituídas magicamente por um roupão parecido com o de Magnus, só que escuro como a noite. Beijou o peito do feiticeiro.

— Você se lembra de quando nós vimos a primeira vez? - Alec sorriu, deslizando os dedos pelo abdômen definido.

O downworlder acompanhou o sorriso e beijou a testa do namorado.

— Claro. Você me salvou de um belo incômodo. - riu baixinho. - Por alguns segundos, eu cheguei a me perguntar se o anjo Raziel tinha atirado aquela flecha.

— Oh, pare. - riu. - Eu estava um desastre. Tudo estava desabando por causa de Jace e Clary.

— E mesmo assim, - Alec podia sentir a voz voltar no tempo, o sentimento de nostalgia preso entre as palavras. - você me salvou. E tudo que eu podia pensar era como chegar mais perto de você. Como conquistar seu coração...

— O engraçado é que não foi nenhuma das suas tentativas desesperadas de cantadas e ideias sugestivas. - o shadowhunter murmurou. - O dia que bebemos juntos. A bebida não me cai bem, você sabe...

— Oh, sim! O tapete da minha porta de entrada também sabe muito bem. - riu sem medo.

— Sim, sim. - a risada de Alec preencheu os ouvidos de Magnus como uma bela canção. - Mas foi nesse dia que eu percebi que tinha algo em você... Algo que me fazia perder o controle. Ah, algo que ainda me faz perder o controle. Não sei. Mas naquele dia, quando o álcool ainda não tinha destruído minha razão e lógica, eu tive a certeza de que você era especial.

Magnus sorriu e beijou os lábios do arqueiro, prendendo os dedos nos seus.

Era um momento íntimo e deles, para sempre deles.

— Quer dizer, então, que você se apaixonou por mim quando estava bêbado, Alexander? - Magnus riu, sentindo o mais alto inverter posições.

Alec estava sobre ele. Os olhos mostravam um tom escuro, quase domados pela pupila dilatada.

— Não. Estou dizendo que você não precisava nem ter tentado chegar mais perto de mim. Eu já estava preso em sua órbita. - beijou suavemente a boca entreaberta, e ao se afastar viu as bochechas coradas. - Ora, o grande, magnífico, imortal, poderosíssimo Magnus Bane está corando.

— Cale-se. - puxou os lábios para si, beijando-o ferozmente até que estivessem sem ar. - Quem está corado agora, Alexander?

Os dedos longos do feiticeiro soltaram o laço do roupão, expondo o corpo nu repleto de runas. 

E naquela noite eles inundaram-se de amor. Marcando um ao outro com cada suspirar de prazer, cada frase cheia de carinho e paixão, como se não houvesse amanhã. E, ah sim, não haveria.

Alec comandou os movimentos aquela noite, fazendo Magnus arquear a coluna cada vez que seu quadril rodava. Os dedos calejados do arqueiro cravavam-se no peito do feiticeiro. O nome de cada um saia dos lábios. E aquele momento era tão deles, que nada conseguiria afastá-los. Muito menos o fim do planeta Terra. Isso, na verdade, era um mero detalhe.

Depois de atingirem o ápice algumas vezes, a exaustão tomou os corpos, junto do calor. Não importaram-se em colocar roupas. Magnus, magicamente, limpou seus corpos e aumentou a potência do ar condicionado. 

— Quanto tempo temos? - Alec murmurou, odiando como sua voz tremeu.

— Talvez três horas. Talvez menos. Talvez mais. - esfregou os dedos nos fios escuros e sorriu. - Obrigado, Alexander... Eu nunca, em momento algum de minha vida, imaginei que pudesse chegar meu último dia nos braços da pessoa que mais amo. E você está me dando isso. Então muito obrigado.

— Não me agradeça por isso. - escondeu o rosto na curva o pescoço do feiticeiro, por alguns segundos, mas se afastou mostrando um sorriso. - Agradeça pelos orgasmos que tivemos. Eu diria que estão no primeiro lugar no nosso top 5.

Riram.

Estava tudo bem.

O mundo podia acabar. Não tinha problema.

Eles estavam felizes. E nada podia tirar isso deles. Nada. Nem se a Terra se tornasse um montinho de poeira.

Alec piscou pesado, sentindo um cansaço preencher seu corpo.

— Podemos dormir? Eu não sei se quero estar acordado quando as coisas começarem a... -o shadowhunter murmurou, não querendo mostrar seu medo.

— Tudo bem, meu anjo. Vamos dormir. E não tenha medo, eu estou aqui. E... Quando abrirmos os olhos... Ainda estaremos juntos. Agora e para sempre. - o mais baixo beijou os cabelos do namorado.

O Lightwood sorriu e enlaçou os dedos nos do feiticeiro. Beijou cada pedaço de pele que pode alcançar e fechou os olhos, mas não dormiu. Não ainda.

— Magnus... Obrigado... De verdade. - a voz parecia bem mais grave que o usual.

— Eu deveria estar agradecendo, Alec. Você me salvou. E me salva sempre que sorri dessa forma. - deslizou os dedos livres pelos lábios curvados. - Eu o amo, Alexander. Como jamais me permiti amar alguém. Você é, sim, o primeiro e único shadowhunter que levei para a cama. Mas além disso, é meu primeiro em tantas coisas. O primeiro shadowhunter que deixei entrar tão fundo em meu coração. O primeiro homem que teve a audácia de dizer "não" para mim. A primeira pessoa a desistir de um casamento, arriscar tudo, por mim... Você é dono de todas as minhas primeiras vezes realmente felizes.

Magnus sentiu Alec tremer.

— Agora, eu vou lhe dar mais uma primeira vez. Uma que ninguém jamais terá. Minha morte.— limpou as gotas que escorreram através dos cílios grossos de Alec. - Desde que começamos a sentir esse amor, meu desejo era te dar essa minha primeira e única experiência. E, bem, apesar de inesperada, devo concluir que cheguei em meu objetivo.

Alec riu baixinho junto do feiticeiro.

Eles ficariam bem agora. Estavam juntos, afinal.

— Você não tem ideia do que é uma primeira vez. Você tem meu primeiro beijo. Meu primeiro namoro. Meu primeiro encontro. Meus primeiros amassos em locais públicos. Você foi o causador da minha primeira rebelião contra a vontade controladora da minha mãe. Minha vida inteira, praticamente, é feita de primeiras vezes com você. Eu não me surpreenderia se ficasse sabendo que você estava lá quando disse minhas primeiras palavras! - abriu os olhos para certificar-se que Magnus ainda estava ouvindo e, ah, ele estava. Com um sorriso suave modelando os lábios. - Você é e sempre será meu primeiro. Em tudo.

A conversa terminou com beijos e um bocejo de Magnus dessa vez.

— Boa noite, Magnus. - Alec acomodou a cabeça em seu ombro, apertando-o suavemente contra seu corpo.

— Durma bem, meu doce Alexander. - O downworlder retribuiu o abraço, fechando os olhos.

Apesar do medo, da ansiedade, dormiram bem aquela noite. Simplesmente por estarem ao lado um do outro. Nenhum arrependimento no coração, nenhuma mágoa guardada. Estavam prontos para partirem com sorrisos belos nos rostos tranquilos.

Alec sonharia com dois meninos. Um jovem shadowhunter e um feiticeiro azul. Tinham seu sobrenome. E o de Magnus. Era um doce sonho.

Já Magnus sonharia com a tranquilidade do oceano calmo. Música suave tocando com a voz suave de Alec, aquela melodia que o arqueiro cantava quando queria tranquilizar Magnus, seja para facilitar seu sono ou para que ele se curasse mais rápido. Seu mundo era Alec agora. E seria assim para todo o sempre.

Dormiram, sem pensar no que o amanhã não traria. Dormiram, como se o futuro fosse um mistério que não importava, afinal, o presente era mais importante que tudo.

E os olhos mantiveram-se fechados até o celular de Alec gritar o toque que dizia que Isabelle estava ligando.

Era quase onze horas da manhã quando abriram os olhos. Magnus tinha os dedos brilhantes em azul, esperando algum ataque e pronto para defender Alec, mesmo se o agressor fosse uma onda solar.

Mas era o celular de Alec.

O Lightwood parecia confuso, mas sentou-se na cama e atendeu a ligação.

— Alec! - Isabelle tinha um sorriso auditivo na voz.

Magnus beijou o rosto do shadowhunter e gemeu perto do celular, fazendo Izzy rir do outro lado da linha. Alec cotovelou o feiticeiro, fazendo-o levantar da cama.

— Qual o problema, Izzy? Achei que ia estar com Simon. Jace e Clary sumiram e eu achei que vocês fossem fazer o mesmo.

— Eu e você também sumimos, Alexander. - Magnus gritou para a garota ouvir, enquanto servia whisky em dois copos brilhantes.

— Esse é o problema, irmão querido. - disse Isabelle entre os risos. - Jace está muito encrencado. Isso tudo foi uma confusão.

— O que quer dizer com confusão?

O feiticeiro entregou o copo para o mais alto, mas ele balançou as mãos. "É cedo de mais para beber, Magnus", seu rosto gritava. Ele deu ombros e andou até a janela, esperando ver os minutos restantes do sol.

Mas o que encontrou fez suas sobrancelhas franzirem e sua cabeça tombar para o lado.

O sol estava brilhante, em toda sua glória, como se nada houvesse acontecido. Magnus não tinha feito um falso apocalipse para trazer seu namorado de volta pra casa, ele ficaria de castigo por muito tempo se Alec não o matasse ali mesmo. Não arriscaria.

Então como...

— Jace fez o que?! Eu vou matar aquele desgraçado agora mesmo! - o shadowhunter gritou para o celular. - Eu juro que ele vai desejar pelo fim do mundo quando eu o encontrar.

Desligou ouvindo Izzy rindo.

— Não me conte. - Magnus ergueu o dedo. - Seu amado parabatai estava fazendo uma brincadeirinha junto da menina Clary. Levando em consideração o tanto que Isabelle estava rindo, provavelmente problemas com fadas.

Alec rodou os olhos e jogou as mãos na testa.

— De todas as pessoas no mundo, meu parabatai precisava quase matar toda a Clave do coração por uma aposta com a namoradinha e um seelie! Tinha que ser Jace, óbvio! Quem mais faria isso? - grunhiu. - Qual o sentido em apostar sobre a morte do sol com um fada? Elas podem muito bem enfeitiçar o mundo inteiro, para que acreditemos que o sol está morrendo agora! E ele mesmo assim... Ah! Eu vou matá-lo!

Magnus riu. Alta e claramente. Colocou o copo na mesa e limpou duas gotas do canto de seus olhos. Estava tão feliz, tão feliz, que não podia não rir.

Mas o Lightwood pareceu irritar-se. Afinal, como ele conseguia rir depois de tanto desespero e pânico e... Alec estava furioso.

O feiticeiro sorriu deslizando as mãos pelo cabelo escuro do namorado.

— Pare de rir, estou irritado mesmo.

— Você é lindo até irritado. - os dedos percorreram o cenho franzido. - E eu estou tão feliz de poder dizer isso, oh, Alexander. Você não tem ideia de quão lindo é, mesmo quando tem intenções assassinas em relação ao próprio parabatai.

Riu mais alto e beijou sua testa, que apesar de ainda ter a expressão de fúria estava corado como um tomate agora.

O riso se transformou num sorriso suave, repleto de tranquilidade e amor.

— Alexander... - a voz murmurou o nome, repetidas vezes enquanto os olhos de gato absorviam cada detalhe no rosto do shadowhunter.

— O que foi? - Alec grunhiu, pensando em tirar as mãos de seu rosto, mas nunca tomando a decisão de fazer isso.

— Nada. Só estou feliz em poder dizer seu nome vendo seu rosto suavizar cada vez que minha voz alcança seus ouvidos. Alexander... Seu nome é a mais bela melodia... - sorriu, ao ver que o mais alto suspirou deixando a fachada irritada para outro momento.

Enlaçou os braços na cintura do namorado e sorriu beijando a pele disponível.

— Eu também estou feliz. Impossivelmente feliz. Por isso, vou deixar para matar Jace depois.— puxou Magnus para a cama, beijando sua boca com delicadeza. - Hoje eu só quero estar com você.

— Hmmm... Fico feliz que tenha escolhido seu lado angelical para não matar seu parabatai. - riu baixinho, beijando o rosto do mais alto.

— Oh, mas eu vou matá-lo. - riu junto do outro, amando a sintonia de suas vozes. - Só não hoje.

E naquele dia, Magnus e Alec esqueceram de tudo. Os celulares explodiam de mensagens e ligações não atendidas de clientes, da Clave, da própria família e até mesmo de Jace pedindo desculpas pela confusão. Mas nada mais importava naquele momento. Apenas o valor que davam um ao outro que havia sido exposto por conta de um alarme falso.

Izzy recebeu uma foto e um video de Alec rindo. Uma foto tremida. Era claro que Magnus estava fazendo cócegas em seu irmão. E o vídeo era ainda mais tremido. Alec tentava tirar o celular da mão do namorado, que estava filmando o ataque de cócegas.

— Magnus! É sério! Pare de filmar isso! - ele tentava argumentar por entre o riso imparável.

— Ora! Mas você nunca sorri apropriadamente, e sua irmã também merece ver esse belo sorriso. - Magnus ergueu o celular para longe dele por alguns segundos, filmando a parede.

O riso calou-se por pouco tempo e a câmera voltara sua mira para o shadowhunter que agora sorria docemente. Os lábios úmidos gritavam a evidência do beijo.

— Não mande isso para a Izzy... Ela nunca mais vai me deixar em paz.

O vídeo terminava ai. E Isabelle estava sorrindo como uma boba, enquanto Simon terminava de limpar a bagunça que fizeram no quarto.

Jace com certeza estava encrencado. Mas naquele momento, ninguém se incomodaria. Nem a Clave. Nem ninguém. Aquele era um momento de apreciação da vida. Algo que há muito tempo, ninguém fazia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beeeeeem!
É isso galerinha! ♥
Espero que tenham gostado!
Sinto muito se ficou fora dos personagens, mas a ideia veio de madrugada e não pude evitar!

Comentários são bem vindos e sugestões também!

Obrigada por ler! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "At The End Of The World" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.