Crônicas de uma jornalista escrita por Andrew Ferris


Capítulo 16
O começo de um novo tempo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Gostaria de agradecer a todos que acompanharam a histótia de Elis Turler! Espero de verdade que tenham amado ela tanto quanto eu, aqui estamos no último capítulo de uma jornada que teve mais baixos que altos, mas ainda assim merece seu devido espaço! Obrigado novamente e vamos ao que interessa...



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Com o passar das semanas, Bruce e eu nos reaproximamos, criando uma relação mais amistosa do que que poderia imaginar. Vez ou outra nos encontrávamos em algum bar ou lanchonete, ás vezes até parque, para conversar sobre as novidades da rotina. Ele, obviamente, falava por muito mais tempo do que eu, desde os projetos das Indústrias Wayne até suas noites perigosas e os bandidos que conseguia prender.
— O Coringa continua desaparecido - Relata Bruce em um desses encontros - O que significa que não está matando ninguém e deve estar desesperado por isso.
— Você vai encontrar esse marginal cedo ou tarde, tenho certeza - Afirmo comendo um pedaço do meu hambúrguer - O que realmente me preocupa é essa máfia crescente em Gotham.
— Nada que não possa ser resolvido com alguns interrogatórios e intimidações - Esclarece Wayne cheio de convicção.
— E a senhorita Kyle? - Questiono mudando de assunto.
— Está fora de Gotham, mas não tenho certeza de onde está.
— Espero que não tenha tanto zelo por mim, chega a ser doentio senhor Wayne - Declaro com malícia, o que o faz sorrir depois de muito tempo. Os dias passavam e, embora estivesse oficialmente fora do Planeta Diário, aqueles momentos quando fazia Bruce sorrir compensavam minha falta de vivência. Na maior parte do tempo livre, passava em instituições de caridade da Lex Corp em parceria com a Fundação Wayne e ajudava a auidar de crianças e idosos com deficiências e doenças, outros abandonados à própria sorte. Então vi o que tinhame tornado para aquelas pessoas. Estava representando aquilo que Jason e Bruce acreditavam à minha própria maneira, pois as pessoas me olhavam como sua esperança, seu sinal de que havia bondade no mundo e nas pessoas, e aquilo me enchia de orgulho. Nos fins de semana costumava sair para ver uma exposição pela milésima vez, até que resolvi mudar a rotina e passar o dia inteiro em casa sozinha. Primeiro abro meu notebook, separo algumas besteiras e espalho pela mesa ao meu redor. Havia algo em mim que dizia que eu devia fazer mais, que precisava fazer enquanto era tempo. Sendo assim abro dois arquivos, um para escrever um ensaio e outro para escrever a carta a Bruce. O resto do dia me dedico a escrever sobre o que estava sendo feito pelos necessitados, sobre a causa filantrópica das duas empresas parceiras e sobre a condição dos órfãos em Metrópolis. Naquela noite escrevo a carta a Bruce, sorrindo a todo momento sem entender exatamente o motivo. Minto, sabia exatamente a razão, mas prefiro mante-la dentro de mim. Na segunda-feira levanto cedo e vou até uma copiadora, onde imprimem para mim a carta, já o artigo eu reescrevo ao longo da semana para envia-lo a um grupo conhecido na mídia. Esse seria meu último trabalho como jornalista, minha contribuição a Metrópolis e, para o orgulho de um certo bilionário, para Gotham. Como a causa envolve uma parceria entre as empresas, aconteceu que muitas vezes nós, os voluntários e associados, éramos realocados para as sedes de outras cidades, como Star City e Central City, mas também e, principalmente, para Gotham. Em Gotham cuidamos de muitas pessoas, principalmente feridos por conta de conflitos entre os policiais e criminosos, mas no geral havia o mesmo que nas demais localidades. Crianças e idosos precisando de amparo. No fim, minha fé estava se reerguendo tão inabalável quanto nunca, e o que veio a seguir aumentou mais ainda isso. Uma bela manhã, me levanto e começo a organizar as coisas que tinha largado em cima da mesa. Estou preparando meu café quando recebo uma ligação de Bruce.
— Finalmente senhor Wayne, achei que tivesse se esquecido de mim de vez - Ele ri dando um leve suspiro.
— Estive ocupado. Lex Luthor e eu estamos muito próximos agora e estamos com uma série de projetos a ser desenvolvidos. Inclusive, hoje estou indo a uma reunião com ele e seus assessores na torre da Lex Corp.
— Então você vem a Metrópolis - Afirmo interessada no assunto.
— Vou, e não se preocupe, vou dar uma passada aí quando a reunião terminar.
— Se não passasse já saberia qual seria seu destino - Ele faz um silêncio prolongado.
— Elis, seu o que anda fazendo e, tenho que confessar, fiquei orgulhoso. Principalmente com aquele artigo que escreveu.
— Você não o leu, quem leu foi o Alfred - Deduzo rindo da situação.
— Foi mesmo, mas pelo que ele me disse ficou incrível. Dizem por aí que pode ser premiada por isso.
— Tomara que não, essa fase da minha vida passou faz tempo. Acho que conscientizar as pessoas é mais importante do qualquer premiação hipócrita.
— Você está certa. Bem, vou ter que desligar agora. Vou entrar no helicóptero e não vou conseguir te ouvir.
— Até breve - Mais tarde, me sento para assistir à televisão e todos os noticiários falam da mesma coisa, a nave alienígena que sobrevoava a Terra naquele exato momento. Pelo visto o exército havia tido o primeiro contato com os extraterrestres e o resultado foi a entrega daquele que procuravam. O segundo contato tinha acontecido para pouco mais de uma hora, quando os alienígenas causaram uma destruição sem precedentes em uma cidade do Kansas chamada Smallville. Mesmo com tudo o que vinha sendo discutido e as diferentes opiniões comentadas a respeito do tal alienígena de roupa colorida, eu via nele algo de bom. Diferente dos seus iguais, ele não atacou ninguém, pelo contrário, salvou soldados e civis da pequena cidade. Reflito essas coisas quando me dou conta de fortes tremores no prédio. Olho do lado de fora e lá estava uma nave enorme sobrevoando Metrópolis. A nave estava estática, imóvel, emitindo pulsações no chão que aniquilavam os objetos mais próximos. Embora estivesse longe do rsiod e destruição, não seria positivo da minha parte e nem bom para minha consciência ficar ali olhando enquanto aquela zona acontecia. Sendo assim, troco de roupa e saio do prédio apressada, me dirigindo a um dos vários pólos comunitários. Chegando lá, me deparo com um homem desesperado retirando as pessoas do prédio.
— Moço, eu sou Elis Turler, vuluntária do projeto. Do que está precisando?
— Preciso que me ajude e aos outros e retirar todos que estão aqui. Vamos realocá-los na sede do outro lado da cidade, bem longe desse inferno - Assim que ele termina de falar, corro para dentro do predio e começo a tarefa de tirar os atendidos do prédio, desde os mais agitados aos que tinham mobilidade reduzida. Conforme esvaziamos o local, percebo que a cada instante rachaduras se formavam por todas as paredes do edifício, então aviso a situação aos demais funcionários, o que nos deixa alerta para aumentar a afilidade do nosso trabalho. Quando finalmente esvaziamos o local, vejo um prédio mais adiante cedendo às pulsações da nave e caindo no chão. Por algum motivo tomo impulso e corro na direção do prédio destruído. Verifico os destroços procurando sobreviventes e, ao encontrar uma mão balançando pelos ares, me aproximo desesperada para salvar quem estava ali debaixo.
— Não se preocupe, vim te ajudar - Declaro segurando a mão da pessoa. Removo algumas pedras, e quando consigo tirar a pessoa dali debaixo ela me abraça e chora desesperada. Pouco depois disso meu celular toca e eu tendo sem hesitar, dando tapas de apoio à pessoa assustada e reprimida.
— Bruce - Chamo em tom de urgência - Preciso de você aqui o mais rápido possível.
— Onde você está?
— Perto do raio da nave alienígena.
— Você o que? Que merda você está fazendo aí? - Questiona Wayne sem conseguir expressar seu verdadeiro nível de indignação.
— Estava ajudando a esvaziar o Centro Comunitário Wayne. Essa gente precisa de ajuda. Muitos prédios tombaram e tem muitos feridos, não sei quantos morreram.
— Eu estou em Metrópolis. Daqui a pouco chego aí, me espera na torre Wayne - Quando me dou conta, um prédio começa a desmoronar bem onde eu estava, e o sobrevivente que eu tinha salvo agora era tirado dali por outra vítimas. Tomo fôlego e corro dali sem pensar enquanto os destroços caíam ao meu redor. Quando enfim o prédio cai, observo os arredores segurando as lágrimas, afinal de contas tinha espacado da morte por um triz, o que me faz tremer dos pés ao tronco. Assim que o momento do choque passa, encaro a torre Wayne e vou para lá sem pensar duas vezes. A torre Wayne era longe o bastante do raio de destruição, então parece o lugar mais óbvio para ir. Bruce me liga novamente, então eu atendo assustada quando chego na portaria do prédio.
— Onde você está, Elis? - Pergunta Bruce com a voz receosa.
— Já cheguei na torre Wayne.
— Ótimo. Vai ficar tudo bem, vou ver como as coisas terminam aqui.
— Eu sei. Boa sorte - Deixo Bruce em espera antes de respirar fundo para controlar meu desespero quando escuto um forte estrondo. Dou uma olhada na direção da nave alienígena e percebo que o raio de destruição tinha sumido. Agora a nave estava flutuando e parecia ser engolida por um raio gravitacional. Muitas pessoas correm do centro de destruição da cidade, enquanto outras saem de dentro de carros e estacionamentos, acreditando que o pior já havia passado. Saio de debaixo da tenda erguida no lado de fora do prédio e observo o céu. Nada de nave. Respiro aliviada quando escuto o vento soprar com tanta violência quanto se alguém tivesse disparado com uma arma. Subitamente, dois projéteis ultrarápidos voam na direção da torre e tudo o que vejo é um raio vermelho cortar o prédio de um lado a outro. Os dois projéteis saem de dentro do edifício e logo a estrutura começa a ceder. Nesse instante eu e outras pessoas saímos de perto da torre, enquanto pedaços de concreto caem ao nosso redor. Quando penso que vou me safar pela segunda vez, uma pedra minúscula atinge minha cabeça e caio no chão. Ergo a cabeça tentando enxergar os arredores, mas minha vista está turva, o que não me impede de levantar, não fosse a quantidade de destroços da torre que caía em cima de mim, soterrando meu corpo por completo. Tudo está escuro e eu não consigo respirar direito ou sequer me mover. Sinto minhas costelas presas, bem como membros e cabeça. Por mais que tente sair do lugar, todo esforço era em vão. Continuo tentando me levantar, empurrar uma pedra que fosse, mas o peso em cima de mim vencia sem sacrifício. Aos poucos sinto fortes incômodos no corpo, assim como sangue correndo para dentro de meus órgãos e escorrendo pelo nariz, dificultando ainda mais a respiração, enquanto um forte formigamento se instalava nas pernas e percorria o resto do corpo. Eu sabia que não havia saída, estava perdida, tanto que penso ter escutado a voz de Bruce chamando por mim repetidas vezes. Uma lágrima escorre dos meus olhos enquanto faço um esforço máximo para desviar o olhar para onde minha bolsa se encontrava. Só então lembro que não havia desligado a chamada de Bruce. Sendo assim, arrasto minha mão pelo entulho, abrindo pequenos rasgos na pele, mas enfim alcanço o celular e coloco a ligação no viva-voz.
— Bruce! Bruce! Sou eu Elis - Tento gritar, mas minha voz sai fraca, quase um sussurro, no entanto num volume suficientemente alto para que ele conseguisse me escutar.
— Elis - Grita Bruce desesperado - Graças a Deus. Onde você está? O que aconteceu?
— Bruce...- minha voz falha. Cada palavra era um esforço tão grande quanto continuar respirando - Eu tentei escapar, mas...o prédio caiu em cima de mim - Bruce fica em silêncio por alguns instantes, o que para mim foi uma eternidade, como se esperasse continuamente o retorno de Jason.
— Elis, estou subindo na parte mais baixa dos destroços. Se você conseguir me dizer onde está... - Não adianta. Mesmo que tivesse enxergado onde caí, não tinha ideia de quantas toneladas de pedra haviam caído em mim durante minha corrida.
— Bruce...esqueça de mim - Peço com a voz rouca enquanto as lágrimas rolam soltas por meu rosto todo machucado.
— Não diz isso, Elis. Eu vou te achar, eu... - Eu tento sorrir, mas nem isso a dor permite.
— Você não vai me achar, Bruce...não antes da equipe de resgate... - Meus pulmões doem, me impedindo de prosseguir.
— Elis...por favor - Ele respira fundo engolindo o choro.
— Bruce, por favor - Começo juntando o máximo de ar que pude - Não se esqueça de mim, nem da promessa que fez...você pode ser visto como um...como um criminoso para sempre, mas...não esqueça... do que você significou para mim...
— Elis...
— Eu te amo Bruce Wayne... - O idiota que, como uma criança, acreditou em um ideal apesar de tudo, de perder os pais, o filho e o que mais perdeu. Eu perdi tantas coisas e mesmo assim só consegui encontrar meu caminho no final. Parece que eu estava certa, sobre aqueles pressentimentos. Ainda bem que deixei aquela carta, pedi ao carteiro para entregar na sua porta, e espero que possa ler e entender tudo o que sinto por você. Sei que as coisas entre nós nunca poderiam ter ultrapassado essa linha da amizade, mas nem por isso deixei de amar você. Você é o que essa cidade precisa, e não falo apenas de Gotham como falo de Metrópolis. Você é meu herói Bruce, mas seja o herói de todos. Você não está sozinho neste mundo, e não falei apenas de Alfred. Aquele cara colorido é um bom homem, espero que possam trabalhar juntos se seu temperamento não estragar tudo antes. As pessoas precisam continuar acreditando nessas besteiras básicas para seguir com suas vidas, e quem melhor que heróis para fazê-lo? Minhas crônicas foram o melhor que pude ser, e talvez pudesse ter sido melhor, mas assim está bom. É o suficiente para saber que o mundo está mudando, e que deve continuar com essa visão não importa o que aconteça, quantos te impeçam ou digam que está errado, fazer o certo sempre é difícil, e é por isso que as pessoas precisam de você.


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Notas finais do capítulo

Agora admito, chorei muito escrevendo essa última parte...
Algo a dizer sobre o capítulo? Sobre a história? Essa é a hora gente...
Sobre o capítulo bônus, em breve iniciarei a postagem de uma nova fic focada só no Universo DC dos cinemas, espero que acompanhem também, principalmente pq essa fic serviu de base para a construção que fiz!!!
Espero que tenham curtido a história e acompanhe as demais enquanto a continuação não sai!
Até a próxima!!!



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