My Imaginary Friend escrita por Cardamomo


Capítulo 7
Meias conversas e sorvete


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou em menos de um anooo, rs
Queria agradecer quem não desistiu, vocês são demais!

Boa leitura o/



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Estavam todos na cozinha da casa dos Night. 

Thomas estava abraçando seus joelhos, sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar, com o olhar fixo em um ponto aleatório a sua frente. Ele parecia meio perdido, mas estava bem mais calmo que antes. 

Hanna, que tinha chegado um pouco depois de Noah ter mandado uma mensagem para a mesma, estava tranquila e com certo tédio no olhar, a mesma encarava suas unhas e se perguntava o motivo de ninguém estar falando nada. 

Noah, Arthur e Belinda estavam em pé ao redor da mesa, os três estavam se encarando pra saber quem ia falar primeiro. 

— E então... vamos falar do elefante na sala? — Pergunta Noah de forma lenta com medo de falar besteira. 

— Qual é, Noah? Eu sei que o Dylan não tá com o corpo tão em forma assim, tipo, ele tá com uns pneuzinhos e tudo mais, mas precisa chamar o garoto de elefante? — Quem solta a pérola é Hanna, dando um risinho no final de sua fala, fazendo todos encará-la. Arthur confuso, Linda disfarçando uma careta, diferente de Thomas que não fez questão de disfarçar, e Noah que não sabia o que dizer.

— Não é isso, Hanna. É só que... eu tava...

— Nem tenta, Noah. Não vale a pena. — Thomas interrompe Noah já que esse não conseguia nem terminar uma frase. 

Noah costuma ser inocente as vezes e não era muito bom em perceber se as pessoas estavam falando sério ou não consigo. Por isso ele achou que Hanna realmente não conhecia essa expressão. E explicar uma expressão não é a coisa mais fácil do mundo. 

— Não vamos perder o foco aqui, certo? Só queremos saber o porquê do Dylan estar dormindo na sua cama, Tom. — Arthur diz fazendo Thomas voltar a se sentir desconfortável e abraçar suas pernas de novo.

— Eu já disse que não lembro. 

— Isso aqui virou The Hangover agora, é isso? — Pergunta Hanna revirando seus olhos.

— Garota, quem foi que te chamou aqui mesmo? — Pergunta Thomas já ficando irritado com Hanna, mais uma vez.

— Seu irmão me chamou. 

— E eu não posso imaginar o motivo pra ele ter feito isso. — Thomas retruca encarando Noah com um olhar assassino. Ele até esqueceu por uns segundos da sua situação. Thomas realmente não gostava muito de Hanna.

— Olha aqui, gente. Foco! Tom não lembra da noite dele com o garoto que tá na cama, ok? ok. Então o único jeito de saber o que aconteceu, é perguntando pro garoto. — Linda coloca ordem no lugar, fazendo todos se calarem. 

— Não vamos perguntar nada pro Dylan, ok? Eu tô torcendo pra ele não lembrar de nada também. — Thomas fala com um pesar em seu tom de voz. Linda o olha com tristeza em seu olhar, ela estava feliz por ele ter finalmente saído da seca eterna, mas vendo seu filhote tentando disfarçar a tristeza, fazia seu coração partir em mil pedacinhos. 

— Por falar nisso, será que esse menino não vai acordar mais não? — Pergunta Arthur vendo no relógio em forma de pizza que ficava em cima da geladeira que já iria dar 14h. 

Timing perfeito, Artie. — Hanna sorri apontando pras escadas, onde um Dylan confuso desce devagar, tentando se situar no tempo. 

Thomas arregala seus olhos e levanta de uma vez da cadeira, fazendo a mesma cair e causar um estrondo alto. Dylan se vira pra onde tinha feito barulho e se vê mais confuso ainda com cinco pares de olhos sobre si. 

— Nós vamos comprar chá. — Linda dá uma desculpa esfarrapada e puxa Arthur, que puxa Noah que traz Hanna consigo até a saída.

Em menos de um minuto as duas pessoas que se encontravam na casa eram Thomas e Dylan. John tinha ido assistir jogo mais cedo na casa de seu amigo. 

Thomas ficou em silêncio encarando Dylan que já estava menos confuso a cada segundo que se passava. Ele estava sério, mais do que em qualquer vez que Thomas pudesse se lembrar.

Eles ficaram assim por cerca de cinco minutos, mas na mente do loirinho foram uns quarenta. Parecia que por Dylan eles poderiam ficar assim por muito mais tempo, mas Thomas já não tava aguentando aquele silêncio. 

— Você se lembra do que aconteceu ontem? — Perguntou o loiro com a voz baixa. 

— Sim. 

— E a gent...

— Sim. 

— Tem certeza? — Pergunta Thomas nervoso por estar recebendo respostas tão secas do outro. 

— Você não lembra? — Finalmente Dylan disse mais que um palavra, mas o mesmo continuava sério.

— Não...

Depois de receber sua resposta, o moreno fica calado por mais uns três minutos.

— Bom, se você não lembra, agora sabe que, sim, a gente transou. — Dylan diz de uma vez o que Thomas estava suspeitando.  

— Eu... 

— Olha, eu acho que agora não é o momento pra falar sobre isso. Eu tava bêbado, você também. E você nem lembra. Eu só... eu preciso pensar sobre isso, ok? — Dylan interrompe Thomas, o que era até bom porque o loirinho não fazia ideia do que ia dizer. 

— Ok...

Depois disso Dylan foi embora, deixando um Thomas confuso e com lágrimas nos olhos.

 

X

— Ótima ideia essa de tomar sorvete, Linda. — Arthur diz com seu rosto todo melecado de sorvete de pistache. 

— Que bom que gostou da ideia, porque é você quem vai pagar. — Linda responde o garoto com o rosto tão melecado quanto o do mesmo, o diferente é que seu sorvete era de manga.

— O quê? Eu não tenho dinheiro aqui comigo. — Arthur exclama alarmado, parando de apreciar seu maravilhoso sorvete verde.

— Então temos um problema, porque eu esqueci de trazer minha bolsa. — A mulher dá uma risada e continua tomando o sorvete de forma tranquila. 

— Mãe, como a senhora chama a gente pra tomar sorvete sem ter dinheiro? — Noah pergunta enquanto segura sua colherzinha com uma mão e com a outra segura seu sorvete de uva. 

— Eu achei que vocês tivessem. 

— Eu recebi minha mesada ontem, então posso pagar.— Hanna diz dando de ombros, dando mais atenção pro seu sorvete de chocolate do que pra conversa em si. 

— Obrigado, Hanna. Queria poder pagar as coisas assim, mas nem mesada recebo. — Noah reclama encarando sua mãe. 

— Na minha época, se eu pedisse mesada pra minha mãe, ela me daria uma inchada e mandava eu capinar o quintal. O que aconteceu mesmo, então aproveita que eu não faço isso contigo e com seu irmão, mesmo vocês merecendo já que são dois preguiçosos. — Responde a mulher calando a boca de seu adorável filho. Ele tinha medo de retrucar e acabar tendo que lavar a louça do jantar até ir pra faculdade. 

— Gente, mas a Hanna vai pagar o de todo mundo? — Pergunta Arthur, o único que parecia preocupado com isso. 

— Relaxa, Tutu. Ela vai sim, só toma logo seu sorvete esquisito aí e fica tranquilo. — Linda acalma o garoto que volta a tomar seu sorvete de pistache que estava derretendo em sua mão.

— Nowe, será que a gente pode conversar agora? — Hanna pergunta no ouvido de Noah, pra não chamar a atenção dos outros dois. Os quatro estavam sentados na beirada da calçada, encarando a rua pouco movimentada perto da casa de Arthur e da dos Night. Eles poderiam sentar nas cadeiras da sorveteria que tinha a parte frontal toda aberta, mas Linda preferia sentar ali no chão mesmo. 

Vocês devem estar se perguntando sobre o que Hanna iria querer conversar com Noah e por que tinha que ser discreta. 

Bem, Noah tinha se lembrado do que fez na festa na noite anterior e se lembrou também de ter beijado Hanna. Foi por isso que ela foi até a casa deles naquela manhã, a morena não se importava muito com o problema de Thomas. Ela estava focada mesmo era no Night mais novo.

— Tudo bem. — Noah afirma e se levanta, Hanna levanta-se em seguida e vai atrás do garoto que caminhava pra uma das mesas da sorveteria, a mesa mais afastada da dupla que encarava eles de forma curiosa, principalmente sua mãe. 

— Então... 

— Hanna, eu acho que o que aconteceu ontem, foi um erro. Eu me sinto um monstro por estar falando desse jeito, mas não vejo como dizer isso de uma forma delicada. — Noah solta suas palavras de forma receosa, mas firme. Ele não queria magoar Hanna, mas também não poderia enganar a jovem. 

Hanna fica calada por um tempo, talvez por não esperar algo tão direto assim. 

— Entendo, eu sei que deve ser difícil pra você por ter sentimentos pelo Arthur, mas eu acho que eu poss...

— Eu não tenho sentimentos pelo Arthur, não algo além de amizade. — Noah interrompe Hanna mais uma vez pra afirmar algo que nem ele acreditava de verdade.

— Tá tudo bem você gostar dele, Nowe. — Hanna diz de forma carinhosa segurando a mão de Noah que estava em cima da mesa e que não segurava o sorvete. 

Muitos podem achar que Hanna é uma pessoa chata, meio irritante e sem noção, mas esse é só o jeito que Thomas vê ela, e talvez  ela seja um pouco assim mesmo, mas no fundo, ela é só uma garota comum que está tentando ficar com o garoto que gosta. Ela é uma boa pessoa, mesmo que muitos achem que não. 

— Para de dizer isso, Hanna. Eu não gosto do Arthur desse jeito. — Noah solta sua mão da mão delicada da garota de forma bruta. Ele estava começando a ficar nervoso. 

— Noah, você não precisa ne...

— Hanna, para de procurar motivo pra eu não querer ficar com você. Eu não quero porque eu não gosto de você, e não por gostar de outra pessoa. — O moreno diz de forma rude e Hanna o olha assustada e com os olhos marejados.  

A mesma levanta e sai apressada do local. 

— Ali se vai a única que poderia pagar pelos nossos sorvetes. — Linda diz tranquila lambendo seus dedos melecados, sem ter ideia do motivo da garota ter ido embora assim bruscamente.  

 


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Notas finais do capítulo

Ah, eu queria dizer que também vou focar um pouco na história dos outros personagens porque eu criei algo especial pra eles e não queria desperdiçar. Espero que isso não incomode. Arthur e Boobo ainda são o foco, sim?

Até o próximooo ♥



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