My Imaginary Friend escrita por Cardamomo


Capítulo 6
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? rs

[CUIDADO COM A LOUCA DO TEXTÃO]

Eu não tenho nem o que dizer pra explicar essa demora toda, só não conseguia escrever e me sentia mal com isso, mas acabava não fazendo nada pra mudar.
Por um momento eu pensei em apagar a história, porque achava meio feio deixar um negócio inacabado desse jeito e não sabia se eu seria capaz de terminar. Mas eu não fiz isso, e nem vou. Eu disse que ia terminar essa história e eu VOU terminar essa história! Pode demorar um pouquinho, mas My Imaginary Friend vai ter um fim digno sim, rapaz.

Então sentei na cadeira, tirei a poeira do teclado e disse: Você vai terminar essa história ou você não se chama você. Esse não é meu nome, mas deu pra entender que eu tava decidida.

Vi que minhas ideias pra essa história eram muito desorganizadas, então eu arrumei o roteiro e agora eu tenho um rumo certo. Só parei de escrever quando já tinha escrito quase metade da história e eu até que fiquei bem feliz com o resultado.

Agora que eu segurei as rédeas e tomei controle da situação, acredito que a coisa vai andar. Finalmente, né? Só demorou dois anos hasuhaushau que horror

Mas chega de textão que eu sei que o que interessa aqui é a história e não meu papo furado.


Boa leitura! Eu tava com saudade disso kkkk



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“You say you love me, I say you're crazy
We're nothing more than friends
You're not my lover, more like a brother
I know you since we were like ten, yeah...”
 

Acho que uma das sensações mais esquisitas e desagradáveis que existe é acordar sem ter certeza se sabe onde está. 

 Pelo menos foi esquisito e desagradável para Noah que acordou com a cabeça deitada no traseiro de um garoto que depois ele descobriu ser Dominic, o caladão que tem aula de matemática consigo.

No primeiro momento, ele não fazia ideia do que tinha acontecido na noite anterior e isso deveria ser desesperador, mas ele até achou bom, pois não acreditava muito que seria agradável quando se lembrasse do porquê de ter dormido com a cabeça em cima de uma bunda aleatória.

"É isso o que acontece em festas então? Acho que fiz bem em não participar dessas coisas nos meus 17 anos de vida." Noah pensa de forma irritada e continuaria com seus pensamentos, mas se lembrou de que foi acordado pelo seu celular tocando. 

Inclusive, acordar ouvindo a música Friends do Marshmallo ft. Anne-Marie, deveria ser atentado à sanidade daqueles que se encontram na friendzone, mesmo aqueles que não admitam esse fato. 

Ele se lembraria de dar um soco no irmão por ter feito a sacanagem de mudar seu toque de celular... de novo. 

Noah já tinha se perdido pensando em como se vingaria de Thomas e por isso levou um susto quando seu celular voltou a tocar no bolso da calça. Ele tinha perdido a ligação anterior porque estava se situando no tempo e talvez começando a lembrar dos fatos ocorridos na noite anterior. 

— Alô?! — Atende com a voz rouca de quem acabara de acordar, e por não ter olhado quem era no celular antes de atender, Noah não estava preparado pro que vinha a seguir. 

— ALÔ? VOCÊ ME ATENDE COM A CARA MAIS LAVADA DO MUNDO? ONDE VOCÊ TÁ, NOAH NIGHT? E NÃO ME FAÇA PERGUNTAR MAIS DE UMA VEZ. — A voz sempre calma de Linda tinha sido substituída por um tom possesso de raiva por seu filho não ter dormido em casa, não ter ligado pra avisar que iria dormir fora e nem atendido as ligações. 

Linda estava muito irritada, e por isso não ser algo comum, Noah sabia que estava ferrado, mas isso era um pouco fácil de resolver porque sua mãe era uma mulher bem compreensiva, pelo menos na maioria das vezes.

— Mãe! Desculpa não ter atendido a ligação, eu acabei capotando aqui na festa mesmo. Desculpa não avisar. — Noah fala em um tom baixo por conta de sua dor de cabeça e por respeito. 

— Eu estou muito brava com você, filho. Sabe que eu fico preocupada e quando eu vi que não tinha dormido aqui, quase surtei. — Linda diz em um tom mais baixo por saber que seu filho falava a verdade. Ele e Thomas tiveram uma ótima criação e eram bons garotos, seus pais sabiam disso então não viam motivos para não acreditarem em suas palavras. 

— Sei que foi péssimo, desculpa mais uma vez. — Pede o garoto enquanto se levanta, pronto pra procurar seu irmão e seus amigos. Estava louco pra ir pra casa tomar um banho e voltar a dormir. 

— Tá, tá. Quando você chegar em casa, eu penso em como vou te castigar por ter preocupado eu e seu pai desse jeito. — A bela mulher diz querendo encerrar o assunto por hora. Noah dá um suspiro frustrado sabendo que teria que lavar a louça do jantar nas próximas semanas, era sempre esse o castigo de Linda. Super original. 

— Tá bom, mãe. Agora eu vou desligar porque ainda tenho que achar o pessoal. — O garoto já caminhava até a cozinha a procura de algum sinal dos outros três. 

— Thomas tá aqui em casa! — Linda diz em um tom muito animado. O que é no mínimo algo estranho por não ser uma informação digna dessa animação toda, e por ela estar gritando possessa há menos de cinco minutos atrás. Vai entender a cabeça dessa mulher. 

— Traidor! Não acredito que o Thomas foi pra casa e não me chamou. Agora eu tô com sede de vingança. — Noah reclama parando de procurar os outros por um instante pra se dar o luxo de ficar revoltado com seu irmão. 

— Acho que não daria pra ele te trazer junto, eu entendo o lado do meu filhote. — A mulher diz insinuando algo que o Noah não conseguiu compreender. 

— Ele ir pra casa sem me levar tudo bem, agora eu não atender uma ou duas ligações é o fim dos tempos! Tô começando a sentir um favoritismo aqui, senhora Night. 

— Primeiro, eu liguei VINTE E DUAS vezes pra você, mocinho. E parando pra pensar agora, esses serão o número de dias que você vai lavar a louça do almoço e do jantar. Segundo, favoritismo é minha mão dando umas palmadas merecidas nesse seu traseiro que eu limpei por anos. — Belinda diz em um tom que Noah não conseguiu saber se era tudo verdade ou só ela sendo a mulher maluca de sempre. 

— Tá, mas por que Thomas não recebeu nenhum castigo por ter me abandonado aqui? — Pergunta Noah de forma manhosa querendo entender a injustiça consigo.

— Porque ele teve um motivo pra não te trazer junto, filhote. — Linda responde e pelo tom de voz, Noah podia jurar que ela tava com um sorriso enorme no rosto enquanto ele não entendia nada do que tava rolando ali. 

— Que motivo é esse, mulher? 

— ELE TAVA ACOMPANHADO!!!!!! — Belinda grita animada fazendo a dor de cabeça de Noah piorar, mas espera... acompanhado? Por quem? 

X

 Thomas estava em pânico!

O mesmo se encontrava encostado ao lado de seu guarda-roupa enquanto encarava a criatura que dormia tranquilamente em sua cama.

O que foi que aconteceu na noite anterior? 

Essa era a pergunta que pairava a cabeça do loirinho assustado. 

Por que tinha inventado de beber? Em que momento ele começou a beber? Onde? Como? Por quê? Tantas perguntas sem respostas, isso estava deixando ele louco.

Ele não se lembrava muito do que tinha acontecido, vinham apenas flashes em sua cabeça e esses flashes eram o que mais o deixavam, além de louco, nervoso. 

Quer dizer, quem ficaria numa boa com imagens de si e seu melhor amigo se beijando em uma banheira, em um carro, na sua sala de estar, nas escadas e depois em sua cama?

Acho que ninguém, não é mesmo? Pelo menos se seu melhor amigo tiver uma namoradA e for, supostamente, hetero. 

Certo, pelas coisas que Thomas conseguiu recordar, estranhamente só os momentos em que ele e seu melhor amigo se beijavam, ele tinha quase 90% de certeza de que 100% hetero o Dylan não podia ser.

Talvez bi? 

Isso não importa no momento, o que importa é que Thomas estava em pânico. 

Acordara quando sua mãe entrou em seu quarto para acordar ele e seu irmão pra que eles fofocassem sobre a noite anterior. 

Ele levou um susto quando sentiu um corpo abraçando sua cintura com certa força e se assustou mais ainda ao perceber que ele e esse, até então desconhecido, corpo estavam usando apenas cuecas. 

Foi difícil se livrar do abraço apertado sem acordar o outro e mais difícil ainda se livrar de sua mãe que parecia ter ganho na loteria de tão feliz que estava.

Qual é? Ele não era tão encalhado assim... ou era? Talvez. 

Bom, só conseguiu se livrar dela quando a lembrou que Noah parecia não ter dormido ali. Foi sacanagem com o irmão mais novo? Sim! Ele ligava? Nem um pouco.

A maior de suas preocupações no momento é tentar se lembrar da noite anterior completa e não só fragmentos, porque ele estava realmente preocupado e com medo de ter perdido a virgindade com um cara comprometido que, por acaso, é seu melhor amigo por quem é perdidamente apaixonado. 

E ele também estava com medo da reação de Dylan quando este acordar por diversos fatores, tais como...

1. Dylan era comprometido com uma garota;

2. Garota essa por quem Dylan aparenta ser bem apaixonado; 

3. Dylan estava bêbado, mesmo que não muito, ainda o bastante pra talvez fazer a besteira de ter transado ou não com seu melhor amigo;

4. Dylan estava emocionalmente instável por ter brigado/terminado com sua namorada. 

5. Dylan não faz ideia de que Thomas é apaixonado por ele.       

6. Dylan pode querer se afastar de Thomas depois do que pode ou não ter rolado naquele quarto na noite anterior;

7. Listar coisas está deixando Thomas ainda mais assustado, então paramos por aqui. 

— Eu devia mesmo ter ficado em casa assistindo Friends. — Sussurra Thomas sem ideia do que fazer a seguir.

X

 — Então você tá me dizendo que é meu, abre aspas, amigo imaginário, fecha aspas? — Pergunta Arthur não botando muita fé naquela conversa que tava ouvindo do garoto que estava sentado ao seu lado no telhado de sua casa.

— Não precisa falar "Abre aspas/Fecha aspas", era só fazer a porcaria das aspas com o dedo. — Responde Boobo um pouco irritado, já era a terceira vez que ele tem que explicar quem era pro Arthur. Particularmente achou ofensivo o garoto não lembrar-se de si, mas dava um desconto por saber que ele ainda tava se recuperando da bebedeira da noite anterior. 

— Cara, isso me parece ser trabalho de uma boa marijuana.  

— Arthur, pelo amor, quantas vezes eu vou ter que repetir essa droga? 

— Até eu acreditar. Ou até passar o efeito dessa coisa aí que tu fumou. — Responde Arthur coçando seus olhos na tentativa de passar sua leve tontura. 

— Se você não acreditasse pelo menos um pouco em mim, não teria me deixado ficar aqui na sua casa. — Aponta Boobo de forma esperta, torcendo pro moreno ao seu lado se lembrar de uma vez de si. 

— Só deixei você ficar aqui porque parece que me ajudou ontem.  — Retruca não tendo total certeza por ainda estar com borrões dos acontecimentos da noite anterior. 

Mas sim, Boobo ajudou Arthur da forma que pôde. Não foi uma coisa muito fácil convencer o moreno a ir embora com ele. Só conseguiu ter um pouco de controle quando o outro começou a vomitar e aceitou que era hora de ir pra casa mesmo. 

Mas mais difícil de convencer Arthur a ir pra casa, foi levá-lo de uma forma que não chamasse muita atenção. Boobo não era bobo, sabia que as pessoas poderiam estranhar um garoto bêbado escorado no "nada". Então tentou ir do jeito mais discreto possível, tanto na casa onde ocorria a festa, quanto no ônibus que pegou. 

E sim, foi quase uma missão impossível acenar pro ônibus parar e entrar com o bêbado zuado querendo se agarrar em si pra dormir a todo momento. 

Boobo acredita que deveria ganhar um prêmio de melhor amigo do universo por ter ajudado Arthur, mesmo esse não merecendo muito. 

— Ajudei sim. Sorte sua que eu sou um ótimo amigo ou teria te deixado agarrado naquele vaso sanitário vomitando suas tripas. E você bem que merecia isso por ter me deixado. — Boobo diz em um tom que mescla entre o acusatório e o magoado. 

Arthur volta a encará-lo tentando mesmo puxar na sua memória confusa quem pode ser aquele garoto adorável, até que...

— PUTA MERDA! Eu lembro de você. — Diz alto arregalando seus olhos para o outro. Nesse momento Boobo dá um grande sorriso, pois finalmente seu amigo tinha lembrado de si, pelo menos, era o que parecia.

— Você lembrou de mim, Artie? Isso é um alívio, eu já tava ficando preocup...

— Eu sonhei com você! Caramba, como isso é possível? — Arthur interrompe Boobo de forma animada e até mesmo incrédulo por ter sonhado com o garoto e logo em seguida, esse garoto aparece. 

O sorriso de Boobo apaga por completo depois do que Arthur disse. 

— Sério, Arthur? Porra, sou eu. Você deveria se lembrar do seu primeiro melhor amigo. Aquele que ficou do seu lado quando você não tinha mais ninguém com quem pudesse contar. É ridículo você sequer lembrar de mim. Qual é? Eu sumi quando você fez novas amizades e tive que aprender a lidar com o fato de que você não me via mais por anos. Sabe o quão desesperador é você ver as pessoas, mas nenhuma delas ver você? Nem aquele que você considerava seu melhor amigo? Eu sempre estive ao seu lado, SEMPRE. Por todos esses anos e quando você finalmente volta a me ver, nem lembra quem eu sou? Porra... — Boobo libera o que tinha dentro de si com lágrimas em seus olhos desesperados e sem esperar uma resposta do garoto de olhos arregalados, Boobo sai do telhado indo para um lugar desconhecido.  

Arthur fica confuso e surpreso com o que tinha acabado de ouvir, então abraça suas pernas tentando absorver o que tinha acontecido há segundos atrás. 

Porém, antes mesmo de voltar a tentar lembrar do garoto desconhecido, um outro corpo aparece em seu telhado. 

— Arthur! Caramba, cara. Eu tava te procurando. — Diz Noah ofegante, o que se deve ao fato de ter corrido pra casa do seu amigo depois de chegar na sua própria. 

— O que houve pra tu tá assim, Noah? — Arthur pergunta preocupado com seu amigo. 

— É que o Thomas tá lá em casa surtando porque pode talvez ter perdido a virgindade com o, se prepara pra bomba, Dylan.  

Arthur se levanta na hora e dá um salto, indo pra escada de emergência velha, quase pulando em cima de Noah. Os dois saem correndo para a casa dos Night.

O problema Garoto Desconhecido poderia ser deixado de lado por alguns instantes. 

 


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Notas finais do capítulo

"Boobo não era bobo" não sei pq, mas eu adoro essa frase hsuhau
Eu sei que parece ULTRA clichê eles não lembrarem muito bem do que aconteceu na noite anterior, mas não esqueçam que eles são três inexperientes que quase nunca saem e muito menos bebem. Então até que faz sentido se parar pra pensar.

Meu muito obrigado pra todos aqueles que leram até aqui e praqueles que não desistiram da história ♥

Se quiserem deixar um favorito, comentário e tals tals tals, isso me deixaria bem feliz. Eu adoraria saber a opinião de vocês, se preciso mudar algo, ou até mesmo se alguém quiser me xingar pela demora k. Mas não se sintam obrigados a nada, até porque vocês não são.

Até breve! E é breve mesmo porque pra quem não leu as notas iniciais, eu já tenho vários capítulos prontinhos.



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