My Imaginary Friend escrita por Cardamomo


Capítulo 1
Feliz Aniversário, Arthur


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa é a minha primeira long publicada, espero que seja do agrado de vocês!
Boa Leitura ^^



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Festa de criança, isso significa crianças melequentas correndo para todos os lados, barulhos infernais, docinhos e pais tediosos loucos para irem embora.

Normalmente, as festas eram assim, mas esse não é o caso da festa de Arthur.

O garoto de pele alva e corpo magricela estava completando 10 anos e as únicas pessoas que se encontravam em sua festa eram os amigos bêbados de seu pai e as amigas falsas de sua mãe.

Não que o pequeno não tivesse convidado nenhuma criança, ele convidou todos de sua sala, mas ninguém apareceu ninguém nunca ia já que o consideravam "estranho", ele nunca entendeu o motivo de pensarem isso dele, mas nunca pôde fazer nada pra mudar tal pensamento.

Arthur, um garoto que mal completara uma década de vida e já era considerado um completo perdedor.

Ele não tinha ambições, nem sabia o que era isso, mas já sabia o que o futuro lhe aguardava, tinha que continuar o trabalho de seu pai na oficina da família.

Ele não costumava se importar com o fato de sua vida ser um pouco difícil, mas nesse dia foi inevitável não ligar.

Ser a única criança em sua festa não era nada agradável, e o pior nem era esse fato e sim que seus pais não estavam dando a mínima para ele.

No fundo, Arthur sabia que seus pais o usaram como desculpa para fazer uma festa para seus amigos, eles sabiam que nenhuma criança iria, pois também achavam que seu filho era estranho.

O único que não pensava assim do garoto era seu avô Carl, porém este tinha falecido há mais ou menos dois anos atrás.

Cansado de toda aquela baboseira, Arthur pegou um cupcake, uma vela que estava em cima do bolo e os fósforos, indo para seu quarto no segundo andar.

Ao chegar a seu quarto, o garoto foi direto para a janela onde ao lado tinha uma pequena escada um pouco enferrujada que levava para o telhado de sua casa.

Esse era um dos lugares preferidos do pequeno, ele poderia passar horas sentado naquele amontoado de lençóis que o mesmo colocou ali na intenção de realmente ficar boas horas pensando na "vida".

Cobriu seu pequeno corpo e colocou a vela no cupcake e a acendeu.

A noite não estava muito ventosa então não houve problema em acender a vela.

O pequeno pensou bastante antes de fazer um pedido. Ele era jovem, mas muito cético quanto às coisas do mundo, aos dez anos já sabia que Papai Noel não existia, sabia que quem colocava uma moeda debaixo do travesseiro, quando caía um dente, era seu avô e que velas não costumam realizar desejos.

Porém Arthur estava mal por não ter nenhum amiguinho consigo então resolveu que acreditar nisso não seria má idéia, para ele, não custava tentar.

— Eu só queria alguém para brincar, alguém com quem conversar porque desde que meu avô se foi está sendo difícil pra mim, sempre foi, mas sem o vovô Carl as coisas pioraram um pouco mais. – Disse o pequeno de olhos fechados e depois soprou a pequena vela.

Arthur ficou ali esperando algo acontecer, mas nada. Deu um suspiro frustrado e colocou o cupcake de lado, olhando para as luzes da cidade.

Pensou ser bobo por ter acreditado que, de fato, algo aconteceria.

O pequeno fechou os olhos e se deitou nos lençóis, pensando em passar a noite naquele lugar.

— Não vai ficar com dor por estar nessa posição? – Pergunta um garoto que apareceu, de repente, ao lado de Arthur, assustando o mesmo que levanta rapidamente.

O desconhecido era, aparentemente, mais baixo que Arthur, tinha pele clara e grandes olhos azuis.

— Q-Quem é vo-você? – Pergunta Arthur ainda assustado.

— Eu sou você no futuro. – Responde o garoto sério e depois de segundos cai na risada. – Brincadeira, eu sou o Boobo.

— Quem é Boobo? – Pergunta Arthur, assustado e agora confuso.

— Sou eu. – Responde o garoto com um sorriso divertido e até irônico, mas muda de expressão ao ver o garoto em sua frente sério. – Você não tem senso de humor? Eu sou seu amigo imaginário, seu bobo, quem mais eu seria? Só se você tiver o costume de receber visita de pessoas estranhas que aparecem, de repente, ao seu lado em um telhado. 

— Amigo Imaginário? Como assim? – Não era o normal de Arthur ser lerdo assim, mas tenta ser racional quando alguém aparece do nada, ao seu lado, em seu "esconderijo", e em uma altura consideravelmente alta.

— Amigo Imaginário, sabe? Aquele que está em sua imaginação e ninguém, além de você, pode ver. – Responde o garoto com um tom de voz um tanto quanto debochado.

— Eu sei o que "Amigo Imaginário" significa. – Responde Arthur irritado pelo tom de voz do outro. – Só não acredito que eu vá ter um, ou que exista. – Termina emburrado.

— Mas é claro que existe, eu não sou uma miragem. – Diz o garoto parcialmente irritado. – Quer dizer, talvez eu seja uma miragem sim, mas isso não importa no momento. – Termina meu confuso com sua própria fala.

— O qu...

— Olha, quando me disseram que você era difícil, eu nem levei a sério, mas deveria ter considerado a minha outra opção, sabe, ele era um garoto dentuço que só tem um chapéu rosa e amigos esquisitos. – Diz o garoto Boobo apoiando as mãos para trás ficando parcialmente deitado, o tom debochado nunca o abandonando.

— É impressão minha ou você ta falando do garotinho dos Padrinhos mágicos? – Pergunta Arthur confuso, um sentimento muito presente no momento.

— Oh, você entendeu a referência? – Responde com outra pergunta assustado, pois ele estava considerando o fato de estar conversando com um completo lerdo.

— Sim, idiota. – Respondeu o garoto mal-criado. – Então quer dizer que voc...

— Não, eu não tenho uma varinha mágica e nem nada do gênero. – Interrompe o garoto, com um tom de descaso na voz.

— Entendi, mas então você vem de um universo mágico e é um soldado mandado para satisfazer a solidão da humanidade? – Arthur pergunta animado, ele não entendia o que estava acontecendo, estava muito curioso também, mas estava feliz porque, mesmo de uma forma estranha, ele não estava sozinho. Agora ele queria entender o garoto ao seu lado.

— Cara, você viajou agora. Não, eu não sou de um universo mágico e nem sou um soldado, na verdade, eu nem sei de onde eu sou. – Diz o garoto que agora parece estar muito confuso consigo mesmo.

— Não sabe de onde você é? – Pergunta Arthur com a curiosidade muito aguçada.

— Foi o que eu disse. – Responde Boobo meio rude. – O que eu sei é que eu ouvi sua voz dizendo que queria um amigo e depois eu me vi aqui ao seu lado, sabendo tudo sobre você e com algo em mente. – Termina meio enigmático.

— O que é?

— O que estava em verde fluorescente em minha mente é que eu preciso fazer você feliz. – Responde e dá um sorriso largo para o garoto ao seu lado que o olha assustado.

— Ta me estranhando? – Pergunta Arthur meio na defensiva. Ele não tinha amigos então vivia na internet, e já viu certos "filmes" onde um cara queria fazer o outro feliz de um jeito bem estranho.

— Não desse jeito, idiota. – Respondeu o outro com uma careta. – Aquele jeito que crianças da nossa idade deveriam ser.

— Quantos anos você tem? – Pergunta com as bochechas extremamente vermelhas, aquele assunto o deixou constrangido, e foi por sua própria culpa e mente parcialmente poluída.

— Sabe que eu não sei, devo ter a sua idade. – Responde com descaso pegando o cupcake que Arthur tinha deixado de lado. – Posso? – Pergunta com o doce quase na boca.

— Claro, mas eu também quero. – Responde Arthur, então Boobo morde um grande pedaço do doce e entrega nas mãos do outro.

Arthur resolveu ignorar o fato de o garoto ter aparecido, de repente, ao seu lado, e tentou aproveitar a companhia do outro, que era bastante divertida.

Então a noite acabou assim, com os dois dividindo um cupcake de chocolate e conversando sobre coisas bobas de crianças.

Na mente de Boobo estava a promessa de fazer Arthur feliz, e na de Arthur? Bem, ele pensou que não deve ser tão ruim ter um amigo imaginário.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se deu pra notar, mas a personalidade deles muda bastante e de forma rápida, isso é porque na minha visão criança é assim mesmo.
Enfim, espero que tenham gostado e até o próximo :)