O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 67
A Promessa


Notas iniciais do capítulo

Boa noite magos e magas! Estamos de volta com mais um capitulo da saga O mago das Espadas! Hoje trago-lhes a continuação do embate entre Wolf e Tadashi além de novas revelações sobre as Relíquias e seus tipos e também um reencontro e o cumprimento de uma promessa!

Curiosos? Leiam e descubram! Desde já uma leitura para todos!



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O céu estava fechado naquele tarde de primavera, trovões ecoavam pelo ar avisando que mais uma tarde chuvosa começaria e foi o que aconteceu. Às pessoas corriam apressadamente pelas ruas de terra já enlameadas a procura de abrigo, mais havia uma figura que não corria apressadamente como os outros. Caminhava de cabeça baixa sentindo a chuva molhar seus pelos azuis, suas patas afundavam na lama suja, seus olhos amêndoas sem brilho, alheios a tudo a sua volta, até mesmo quando alguém passou correndo pisando em uma poça de água respigando sobre seu focinho o sujando ainda mais e mesmo assim ele nada fez, apenas continuou seu caminho... sozinho. Estava magro, faltavam-lhe pelos em boa parte de seu corpo, suas garras e presas estavam fracas e sem brilho, nem de longe lembravam as terríveis e aterrorizantes armas que ceifaram a vida de centenas de adversários. Ali estava um velho cão que peregrinava pelas ruelas da vida sozinho e sem mais forças para lutar por seus sonhos.

Vagou por mais de uma hora até chegar ao cemitério da cidade e ir para área dos indigentes, onde aqueles esquecidos pela história eram enterrados, porém quem ele conhecia não estava enterrado ali, pois nem seus restos mortais foram aceitos naquela terra, por isso seguiu em frente até uma velha cabana abandonada, esquecida pelo tempo... menos por ele.

Subiu as pequenas escadas da cabana parando diante de suas portas, farejou ainda sentindo a velha presença de seu antigo mestre e amigo. Sentiu um nó na garganta e as lágrimas já começando a brotar de seus olhos cansados. Empurrou as portas com sua cabeça abrindo o suficiente para que pudesse entrar e lá ele viu o que aquela velha cabana esquecida pelo mundo guardava... uma velha armadura vermelha e dourada, com ombreiras largas e abertas, estava trincada e com fissuras por toda sua extensão, sua túnica estava rasgada com sinais de traças, uma máscara vermelha e branca com o olho esquerdo faltando estava fixada ao topo da armadura e sobre ela um chapéu circular todo feito de palha.

Abaixo da armadura estava um suporte feito de madeira já podre onde repousava uma espada de bainha vermelha fogo que perdia sua coloração viva, a lâmina estava devidamente selada com cordas roxas e papeis que o lupino reparou serem medalhões usados pelos monges do passado.

Se aproximou da arma a cheirando.

Ergueu a cabeça olhando para a armadura, as memorias do passado voltando novamente e sentiu as lágrimas brotarem com ainda mais força de seus olhos cansados.

Subitamente as portas da cabana são arrombadas e uma forte corrente de vento adentra o ambiente encobrindo o lupino, um vento puro e húmido que tentava amparar sem sucesso a dor de seu irmão.

“Mestre...”

Seus olhos amendoados fitavam a armadura.

“Um dia... eu irei salva-lo... eu prometo...”

Ele fez aquela promessa a muito, muito tempo atrás, sem saber se um dia iria cumpri-la. O destino tentou por vezes destruí-lo, apagando seus vestígios da história e do tempo, mais Gaia não o esqueceu e nem de sua honrada promessa e lhe deu uma nova chance... chance essa que ele agarraria com todas as forças e a cumpriria... agora!

Os dois continuavam conectados por suas espadas, as seguravam com todo seu ardor e força, seus olhos ocultos por sua máscara e visor reluziam em pura sede de sangue, desejavam mais do que tudo o sangue um do outro em suas lâminas que ecoavam um som agudo pelo contato constante, eram antigas companheiras de batalha que finalmente depois de seiscentos anos descobririam quem era a mais forte! Só se separaram quando não havia mais teto para quebrar, haviam chegado ao andar térreo do prédio, pousaram cada um de um lado do salão, observam-se, estendem suas katanas, agacham-se e se lançam um contra-o-outro novamente, só que dessa vez não se colidiram, mais sim passaram rente um ao outro fazendo as pontas de suas espadas se chocassem. Deslizam pelo chão usando suas garras como contra peso, giraram em 180° graus e avançando novamente um contra-o-outro, repetiram esse mesmo movimento três vezes até voltarem a se enfrentar cara-a-cara.

Suas espadas criando rastros negros e carmesins a cada golpe desferindo e bloqueado. A diferença de tamanho era clara entre os dois, Tadashi com sua forma Regente media agora 1,80, já Wolf 1,65, mais essa diferença era suprimida pela agilidade do ex-lupino que aplicava golpes velozes e constantemente trocando sua espada de mão, emendando com socos e chutes desferidos no corpo encouraçado do Regente das trevas, num desses movimentos, pulou, girou no ar aplicando dois chutes seguidos na face do Hamada que recuou, porém pegou seu pé esquerdo e o lançou para fora do prédio. O ex-lupino girou no ar, caindo deslizando pelo chão, Tadashi aproveitou e pulou de dentro do prédio com sua espada em punho carregada de vento sombrio, Wolf respirou fundo fazendo uma pequena nuvem escapar por sua máscara, se jogou no chão de costa e aplicou um chute duplo flamejante giratório no abdome do “novo” Xogum que rugiu de dor pelo golpe e por ser lançado para o ar, próximo a uma janela do enorme prédio.

— Guaah!!! – Mesmo com seu corpo todo protegido o mago sentiu o impacto da técnica.

Blade Wolf por sua vez aproveitou a brecha criada. Rapidamente dá uma cambalhota para trás ficando agachado, mirrou seu alvo e correu na direção dele escalando o prédio em segundos criando uma linha de fogo pelo caminho. A visão do Regente das Sombras foi encoberta pela figura de manto carmesim que já o atacava com sua espada o obrigando a se defender.

— Seu cachorro maldito!!!

Pragueja o mago que desfere uma lâmina de sombras ao qual o ex-lupino salta esquivando-se com facilidade. Encolhe seu corpo girando no ar como uma estrela cadente, caindo por cima do Hamada que se defende, porém a força e velocidade do golpe o lançaram de volta para dentro do prédio.

— Miserável!!!

Xinga ao se levantar de dentro de uma pinha de moveis e concreto, mais principalmente por ver o ex-lupino adentrar pela fenda aberta e partindo contra ele em mais sucessão de golpes rápidos. O Hamada não estava conseguindo acompanhar a velocidade dos golpes de Wolf que pareciam ficar cada vez mais rápidos e precisos.

“Ele não é tão forte quanto Kojiro, mais é tão rápido quanto!”

Pensa o Regente das Sombras saltando pelas salas trocando golpes de espada em pleno ar contra o ex-lupino.

“Nenhum dos ataques dele até agora foi de grande escala ou carregados em 100% de Aura ou Mana, somente ataques físicos e cortes rasos em minha armadura.”

Calcula o Regente enquanto se defendia de mais uma sequência de golpes do companheiro de Hiro.

“Graças ao pacto de Fortinbras, meu corpo e tudo o que me reveste pode se regenerar em instantes!”

Essa era uma das maiores vantagens que o Hamada havia conseguindo com o Demônio do Abismo.

Entretanto... 

“Então, por que minha armadura não está se regenerando?!”

Ele percebia que os cortes feitos por Wolf em sua armadura não se reconstituíam.

“Será por causa da espada dele?”

Olhou bem para a lâmina carmesim do adversário.

“Ela claramente é uma arma especial capaz de matar seres sem corpo, ou protegidos por Mana como eu!”

Os Espíritos Guardiões se alimentam da Mana que reside no mundo. Através da Mana eles podem aumentar suas Auras e assim se manterem vivos por décadas ou até mesmo séculos! Os filhos de Althena como não são naturais deste mundo não podem absorver a Mana, os que tentaram, tiveram seus corpos destruídos pela grande quantidade de energia. A única forma de absorver e usar a Mana é sendo um Regente!

O Regente pode usar a Mana para aumentar sua própria Aura criando magias nunca antes vista, ou forjar um involucro envolta do seu corpo que pode ter várias formas e tamanhos. Quando mais Mana aplicada a proteção, maior será a resistência do corpo do Regente, criando assim, uma defesa absoluta aprova de qualquer feitiço ou arma mundana. A única forma de ferir um Regente é outro Regente como foi dito no passado... entretanto como o próprio Tadashi pode perceber a uma hora atrás seu ex-amigo conseguiu feri-lo com seu gelo... e ele não era um Regente.

“Reproduzir um elemento da natureza sem defeitos e em completa Harmonia é quase impossível! Mais nesse curto período de tempo eu já vi coisa que superaram em muito meu conhecimento!”

Deduz o jovem bloqueando outra sequencias de golpes de Wolf.

“Ele é um Regente sem dúvidas, mais está espada não parece fazer parte do conjunto da forma Regente dele!”

Isso porque existem duas formas de Espíritos Guardiões; os de Armamentos e os Relicários.

Os de Armamento como Hagamoto, habitam em suas próprias armas. Quando morrem, suas almas vão direito para suas armas que eles possuíam ainda em vida. Sendo assim para o Regente usar seu poder, obrigatoriamente deverá utilizar a arma para que possa usufruir de todo o poder do Espirito Guardião. Em outras palavras são simultaneamente Relíquias e Catalizadores.

Já os de Relicários são espíritos que residem em qualquer objeto que não seja uma arma. Eles podem variar de joias, recipientes, parte do corpo do falecido que era sua parte mais importante e lembrada, até panelas! Quando assumem a forma Regente eles não possuem armas para usou próprio, para isso precisam encontrar itens específicos que possam suportar a grande quantidade de Aura e Mana em seus corpos.

Esses itens são chamados de...

“Artefatos!”

Conclui o Hamada defendendo outra sucessão de golpes de Wolf, causando mais fissuras em sua armadura.

— DROGA!!! – Rosna o Regente em fúria. — Como um verme como você pois a mãos nesse Artefato?!

— Artefato? – Questiona o ex-lupino sem entender, enquanto trocava golpes com o mago.

Isso mesmo! São itens raros que contem grande poder embutindo neles! – Diz o Mago das Trevas. São objetos que não são encontrados com facilidade e de difícil manuseio. Alguns são tão poderosos que só conseguem ser usadas por Regentes!

Os olhos de Wolf se arregalam ao ouvir aquilo, olhou de relance para sua velha companheira. Sabia que ela era especial dês do momento em que a obteve, porém nunca se perguntou de sua peculiaridade ou raridade fora de sua terra.

E isso o fascinou...

“O mundo é realmente um lugar grande!”

Exclama em sua mente, dá um sobre passo parando de frente para o Regente acertando um cruzado de direita em sua face e uma joelhada em sua costela direita. Tadashi sentiu ambos os golpes o fazendo cuspir sangue.

— MALDIÇÃO!

— Xingar não vai fazer você me acertar moleque! – Debocha Wolf esquivando de outro corte de sombras do Hamada. – Mais para sanar sua dúvida, essa espada sempre foi minha!

— O quê disse?!

— Ela era minha companheira de batalha nos tempos de Executor Real! – Explica o ex-lupino. – Depois daquele fatídico dia em que Hagamoto foi executado eu nunca mais a vi. Uma parte de mim achava que ela havia sido destruída, enterrando meu legado de sangue e mortes, para sempre! Mais a outra... sempre acreditou que ela ainda existia, selada em algum lugar à espera de um novo mestre que possa brandi-la em defesa de Yamato! – Declara sentido sua velha companheira reverberar. – E quer saber a maior ironia de tudo isso... ela estava com você o tempo todo!

— O-O QUÊ?!

Tadashi não acreditou no que ouviu, seus olhos travaram na espada nas mãos do antigo companheiro de seu Espirito Guardião. Sua mente não conseguia assimilar tal coisa.

Só podia ser...

— ISSO É IMPOSSÍVEL!!!

— Por que é impossível? – Questiona Wolf de maneira fria enquanto flocos de luz dourada começaram escapar de seu corpo e espada. – Só por que você disse que é?

Tadashi sentiu um frio na espinha ao ouvir aquilo, seu corpo a tremer e uma dor de um ferimento grave que sofreu a poucas horas atrás a incomoda-lo.

— Quem decide se algo é impossível ou não aqui... – Os flocos de luz dourada se juntaram criando outros maiores, Wolf ergue o punho esquerdo com os dedos indicador e médio para alto, na mesma hora as esferas alteraram suas formas para a de pequenos lobos com presas e garras ameaçadoras. – ... sou eu!!!

Ao final de sua ameaça os pequenos lobos douras dobraram de tamanho, agora eram lobos adultos, com pelos dourados flamejantes que rodeavam o ex-lupino como uma alcateia pronta para o ataque, apenas esperando a ordem e seu líder.

— Magia de invocação!!! – Brada o Hamada ao ver os lobos envolta de Wolf.

“Não, é uma técnica do Clã Kage no Ashi.”

Brada Hagamoto de dentro da mente de seu Regente.

“É a...”

— Shadoupakku! – Sibila Wolf. – Porém graças a Ifrit eu a melhorei e ela se tornou a... – Aponta os dois dedos na direção do Hamada. – ... Hono no pakku!!!

O bando rosna soltando suas presas e obedecendo as ordens de seu alfa avançam contra o oponentes correndo pelo chão, teto, paredes... e pelo ar!

— Mais que merda!!! – Brada o Hamada brandido sua espada destruindo três lobos, porém ao fazer isso eles explodiram bem diante dele o jogando para trás.GUAAAAHHH!

“Ele modificou a técnica! Transformou os lobos das sombras que só serviam para atordoar em verdadeiras bombas!”

— O QUÊ?!

Bradam a dupla sem acreditar no que viam.

Cortesia de um dos magos da sua reunião moleque, quem disse que não se pode apreender nada com o ocidente? – Ironiza o ex-lupino ao lembrar da luta de Hiro com o antigo Regente de Ifrit.

SEU MALDITO!!!

“Tadashi recue!!!”

A voz de Hagamoto se faz mais forte na mente do Hamada que berrar em resposta:

— NUNCA!!!

E tentava atacar os lobos que explodiam bem próximos a ele, e sua armadura começa a trincar. Os lobos de Wolf atacavam pontos específicos, mais precisamente onde o companheiro de Hiro acertou cada golpe com sua espada. Os cortes começaram a se aprofundar e a deteriorar a armadura do Hamada mais velho que não conseguia concentrar sua Aura em um ataque de larga escala, estava completamente encurralado!

— MALDIÇÃO!!!

— Esse é só o começou da sua execução... moleque! – Entoa Wolf ao mover três dedos e a mesa quantidade de lobos se juntam criando um ainda maior que avança a toda velocidade contar o Hamada que salta para trás com sua máscara já trincada, olha bem para o imenso lobo que vinha a seu encontro e furioso invoca seu tornado negro cobrindo toda a extensão de sua lâmina e gritando:

— YAMI NO TATSUMAKI!!!

O tornado das trevas é liberado na direção do lobo de fogo que simplesmente entra no rodamoinho da escuridão e correr por suas extremidades na direção do Hamada!

MAIS O QUE É ISSO?!

— O Hagamoto não te contou? – Questiona o ex-lupino. – O vento e o fogo são elementos irmãos que estão sempre descritos nas histórias antigas como os elementos da fundação e da destruição.

Os olhos de Tadashi se turvam ao ouvir aquilo.

— O fogo sozinho não pode se ascender sem uma lufada de vento que intensifique suas pequenas faíscas as transformando em uma simples fogueira, até um terrível incêndio. Assim também como o vento que sozinho não pode destruir uma fortaleza ou grande rochedo sem a força do fogo para ajudá-lo.

O imenso lobo chegava mais próximo a Tadashi que brande sua espada desfazendo sua técnica para perceber que dezenas de lobos menores estavam a sua volta esperando que ele fizesse exatamente aquilo.

— NÃO...

Assim eles podem se ajudar, tornando-se uma força mutua capaz de criar salvação, ou destruição... que é o seu caso.  – Diz Wolf, mas o Regente das Sombras provavelmente não conseguiu ouvir o final da explicação, pois seus olhos e ouvidos foram encobertos pela luz e pelo barulho estridente de uma explosão que se seguiu, uma tão forte que criou um rombo em todo aquele andar que se propagou pelos andares superiores e inferiores, chegando a ala medica.

— AAAAHHHH!!! O que é isso?! – Exclama a ruiva valente sentindo o ambiente sacolejar.

— O prédio todo tá tremendo! – Brada o albino se apoiando em seu cajado.

— Professor!!! – Grita a princesa de cabelos dourados se segurando ao mestre que brada:

— WALTER-SAN!!!

O persocon imediatamente corre até uma parede a socando, revelando um compartimento com um imenso botão vermelho ao qual o pressiona. Luzes vermelhas e sirenes altas ecoam por todo o laboratório alertando para o estado de emergência, ativando assim o protocolo Rocket Canoon!

— O protocolo Rocket Canoon foi ativado!!! – Berra um androide todo animado.

— Finalmente!!!

— Vamos vazar dessa joça!!!

— Todos a seus postos! – Brada Miku!

— Sim senhora!!!

Os simpáticos androides começam a correr pelo laboratório apertando vários botões vermelhos escondidos nas paredes, os aparelhos e espécimes foram revestidos por uma blindagem especial os mantendo seguros. Depois se sentaram em seus assentos puxando cintos de segurança, outros colocaram capacetes com visores. Na sala onde o grupo de Draconia estava os androides faziam o mesmo, até Walter se sentou em uma cadeira colocando um sinto em volta de seu corpo.

E isso claro não passou despercebido pelo grupo.

— Ei engomadinho, o que tá havendo? – Questiona a ruiva valente sem entender.

— Parece que tá todo mundo animado e biruta! – Exclama Jack olhando os persocons que realmente sorriam, enquanto sentavam em suas cadeiras afivelando seus cintos e é claro acenando de volta para eles.

— O que tá acontecendo? – Questiona Zie abraçada ao professor que olhava tudo nos mínimos detalhes e começou a perceber algo.

— Cintos de segurança, capacetes de proteção, blindagem especial para as amostras, sorrisos de felicidade e empolgação e... – O professor sente um familiar cheiro pelo ar. – ...combustível queimando?!

E olhou para Walter que calmamente diz:

— Acho melhor todos vocês se sentarem.

Aquilo foi à deixa para o professor arregalar os olhos, jogar Rapunzel em uma cadeira, depois pegar Jack e Mérida, também os jogando em duas cadeiras próximas, corre afivelando os cintos da dupla, depois da princesa loira e senta-se em uma cadeira ao lado dela já colocando seu cinto e um capacete que um persocon oferece a ele retribuindo com um “joinha”. E antes que o trio perguntasse o porquê de tudo aquilo... aconteceu!

O local inteiro tremeu, ou melhor, se moveu! Foguetes brotaram das paredes externas do laboratório, cabos de energia se desconectaram, fazendo o gerador interno do laboratório ser ativado, gerando energia para todo o ambiente.

Em uma salinha na ponta do laboratório um grupo de três persocons ativavam os comandos enquanto o do meio segurava fortemente o manche começando uma contagem...  

Ignição em cinco... quatro... três... dois... um... ZERO!!!

— Não sei não, mais acho que vem merda aí. – Comenta o albino antes de sentir uma enorme pressão sobre seu corpo o forçando a ficar colado na cadeira. O mesmo aconteceu com Mérida e Rapunzel que mal tiveram tempo de gritar! Suas bocas ficaram abertas enquanto ar entrava as fazendo criar caretas indescritíveis. Já o professor estava tranquilo aproveitando o passeio.

Nisso o imponente prédio da World Marshall começou a desmoronar, a explosão de Aura e Mana criadas pelo Regente das chamas foi demais para as já avariadas estruturas do local e em três minutos o enorme prédio veio abaixo. Tudo que tinha nele foi destruído, seu luxo, sua gloria de tempos de ouro viraram pó, a única coisa que não fora destruído foi um objeto voador não identificado eclodindo de dentro do quinquagésimo andar! Era retangular, revestido por uma blindagem cinza, foguetes liberando fogo de coloração verde impulsionavam o objeto que ao atingir certa altura liberou asas laterais que lembravam folhas de uma arvore centenária produzindo gotas de orvalho que marcavam sua passagem pelos céus. A ponta frontal da nave tinha um formato pontiagudo, com um desenho grafitado de um bico de pássaro e na fuselagem lateral estava grifada a palavra... esperança.

E naquele dia a nave intitulada “Wings of Hope” fez sua primeira decolagem pelos céus de San Fransokyo... e pouso também!

A aeronave improvisada fez um pouso forçado deslizando pelo chão! Os persocons tripulantes, incluindo Jack levantaram as mais para o ar que sacolejavam pelo balanço rindo da situação, as meninas ainda faziam caretas enquanto seus cabelos cobriam e descobriam suas caras a cada rodada da aeronave, já o professor por sua vez lia uma revista tranquilamente.

E quando finalmente a Wings of Hope parou...

Aterrissagem perfeita! – Declara o piloto removendo o capacete.

— Mandou bem Pepe! – Enaltece um dos copilotos.  

— Sim! Suas incontáveis horas no vídeo game foram muito bem recompensadas! – Reafirma o outro com o polegar par cima.

E ainda dizem que os vídeo games não ensinam nada... ô gente sem cultura! – Declara o piloto coçando o nariz.

Na parte do grupo de Draconia...

— Acabou... morremos? – Murmura uma ruivinha descabela e completamente pálida.

— Não minha querida, estamos vivinhos da silva! – Comenta Jack. – E só posso dizer uma coisa... – Pausa dramática por que ele gosta. – FOI MUITO FODAAAA!!!

— AAAAHHHHHHH!!!! – A princesa valente grita em pânico enquanto seu amigo se levantava do assento.

— FOI INCRÍVEL, IRADO, INESQUECÍVEL!!!

Concordo plenamente, foi uma viajem muito irada! – Comenta um persocon ao lado de Jack.

— Pode crer maninho! Bate aqui! – Berra o albino estendendo a mão.

Como?

O albino pisca.

— Eita! Vocês não sabem bate mão?

O androide nega com a cabeça.

— É simples! Você levanta o braço, abre a mão e dá uma batidinha, assim! – Explica o mago do gelo para o androide que ao receber o toque seus olhos brilharam. As informações correm até sua interface neural e depois se espalharam por todo seu corpo causando uma sensação de felicidade extrema.

— Isso... é... LEGAL!!! – Responde o simpático androide devolvendo o cumprimento para o Frost que devolve:

— É isso aí meu camaradinha, bate mão em todo mundo!!! – Berra o albino todo bobo e todos os persocons da nave improvisada começam bater nas mãos dos outros.

O chefe que assistia a tudo sorri da pela cena.

Até que eles não são tão idiotas assim. – E desfivela o cinto se reerguendo. – Então sensei? Como foi a viagem?

Kojiro dobra a revista que lia sobre o colo e remove o capacete sobre sua cabeça.

— Muito bom! O início foi um pouco turbulento, mais o resto da viagem foi bastante tranquilo! – Afirma o professor sorrindo. – Não achou a viagem muito tranquila, Rapunzel? Rapunzel?

Infelizmente a loirinha não pode responder, ou melhor, nem conseguiu ouvir a pergunta de seu professor, pois seus olhos estavam brancos, assim como seu longo cabelo, uma nuvenzinha escapava de sua boca e quando Walter desfivelou o cinto seu corpo escorregou pela cadeira até o chão ficando toda molhe como uma boneca de pano.

Nossa... isso é novidade. – Comenta o chefe dos androides piscando.

— Ela é meio fraca para viagens aéreas, principalmente em alta velocidade. – Comenta o professor pegando sua aluna no colo enquanto Miku chegava com um copo d’água para oferecer a sua nova amiga.

Já Mérida...

— Ela está com uma cara muito pálida.

— Suas funções motoras estão baixas.

— Seus dentes estão juntos e trincando.

— Seus dedos causaram rasgos nos nossos acentos.

— Resultado... pânico de voo!

Declaram os persocons envolta da ruiva.

— Que nada gente, isso é só frescura mesmo! – Brinca o albino.

Os olhos da ruiva tremem assim como seus dentes que rangem de raiva. Estava se sentindo completamente acabada, não teve a menor ideia do que aconteceu e pra piorar Jack estava fazendo gracinha com ela enquanto não podia se mexer.

“Eu pego ele! Ah, se eu pego ele!!!”

Murmura a princesa valente em sua mente, porém se ela achava que Jack havia acabado. Ela estava muito enganada!

— Mais aí turma! Querem saber o que pode fazer ela melhora de vez?

Os androides meneiam as cabeças em negação.

— Colocarem ela de volta naquela capsula de cura! O que acham?

Os olhinhos do bando de robôs fofos brilharam, suas interfaces neuras calcularam os prognósticos, variáveis e opções e todas levavam a mesma reposta.

A câmara de Cura!

— A CÂMARA DE CURA!

Berra o grupo animado, já correndo até a princesa, só que ela ouviu tudo e a mera mesão da terrível câmara a fez literalmente reagir.

— É RUIM, HEIN!!! – Exclama se levantando e saindo correndo porta a fora pelo laboratório. – NÃO VOLTO PRA AQUELA COISA NEM MORTA!!! – Berra desesperada e ficou ainda mais ao ver o bando... e Jack atrás dela!

— Peguem ela cambada! Não deixem nossa paciente escapar!!!

Sim, senhor!!! – Gritam a turminha correndo atrás da princesa.

— JACK EU TE MATO!!! – Declara a jovem fugindo.

— Pode matar mais eu vou feliz, há, há, há!!!

— ORA SEU!!! AAAHHHHH

A princesa ia xingar de volta porém ao esbarrar em uma parede a mesma caiu e ela rolou para fora do laboratório, sentindo de imediato areia a cobrir.

— Cof, cof... mais que merda é essa? – Questiona tossindo, quando ergue a cabeça vê apenas areia a sua volta e a frente. – Mais o que...? – Se senta de joelhos dobrados olhando envolta, até perceber uma cidade bem conhecida ao longe. – Perai... mais aquela ali não é...?

San Fransokyo. – Responde uma voz conhecida atrás dela.

— Ah? – Ela vira seu rosto dando de cara com Walter que saindo do laboratório puxou um maço de cigarros do bolso do jaleco, puxa um com a boca e estala os dedos diante da ponta o ascendendo. Da uma traga e libera uma nuvem de fumaça pelo ar daquela noite estrelada.

Ainda não percebeu o que aconteceu, né?

Mérida pisca enquanto balbuciava.

— Nós... nós... nós... vo... vo...

— Nós voamos do prédio até aqui. – Responde o persocon para espanto e total surpresa da ruiva que fica de boca e olhos arregalados.

— O QUÊÊÊÊÊÊ?!!!!

— É isso mesmo ruivinha! Nós voamos!!! – Exclama o albino pulando pra fora da aeronave improvisada dando cambalhotas.

— M-M-M-M-M-MAIS...

Como fizemos isso? – Walter completa a pergunta da ruiva que meneia a cabeça ainda com os lábios tremendo. – Através de muito trabalho duro. – Dá mais uma tragada em seu cigarro, assoprando logo depois outra nuvem pelo ar. – Enquanto Tadashi estava em Draconia recolhíamos todo e qualquer material descartado por ele e seus investidores mesquinhos. Vide Yama e políticos corruptos.

— Uau! – A ruiva expressa em espanto finalmente.

Foi um trabalho muito delicado e preciso. – Responde Walter acabando de tragar o restante de seu cigarro, para depois jogar seus restos na areia o cobrindo em seguida com seu pé esquerdo. – Mais os resultados foram muito satisfatórios, devo dizer. – Completa o persocon sorrindo satisfeito para a nave improvisada que ele e seu bando conseguiram criar.

— Foram muito satisfatórios mesmo. – Diz o professor deixando a nave sendo acompanhado logo depois por Miku e outros persocons que carregavam Zie, já mais corada e seu cabelo de volta a cor normal.

Isso claro não passou despercebido por Mérida que sacou logo o que aconteceu.

— ZIE?!

— Oiiiiiiiii.... – A princesa loira acena com os olhos vesgos, arrancando uma gota atrás da cabeça da jovem ruiva, que não demorou pra perceber o que ouve com sua amiga.

— Ela apagou né?

Hu-hu. – Responde Miku e os outros persocons descendo da nave e encostando a princesa loira na lateral da nave que acenava com as mãos enquanto sorria.

— Miga, vem cá! – Diz Zie acenando e caindo de lado na areia. Tal visão fez a Dumbroch dar um tapa na própria testa a meneando em negação 

— Aí, aí, eu mereço... – Murmura a princesa chorosa se levantando e indo socorre a amiga, enquanto Jack ensinava outras gírias e cumprimentos ao persocons.

Kojiro por sua vez se aproxima de Walter que encarava o céu limpo.

— É uma bela noite não é?

Sim é. – Responde o persocon com as mãos para dentro do jaleco. – Dês dos meus tempos de prisioneiro, olhar as estrelas e a Brave Vesperia era a única coisa que me faziam não perder as esperanças. – Confessa o androide abaixando a cabeça.

— Tempos de prisioneiro? – Questiona o professor surpreso.

Sim. – Murmura o androide. – Eu, assim como meus irmãos e irmãs sofri o julgo de ser vendido e usado como escravo. Sem ter o direito de me defender ou reagir, tratado como uma mercadoria, um boneco de plástico que eles podiam fazer o que quisessem!

Kojiro sentiu o timbre de voz do jovem androide se alterar. Seus lábios a se contraírem e seus olhos a brilharem em fogo vivo. Então se recordou de ter lido que os persocons devido suas aparências dóceis e inocentes eram tratados como objetos de desejo para muitas pessoas de má índole. Cass-sama havia lhe contado uma vez que Hiro e Weltall, junto com outros policias haviam fechado vários estabelecimentos de prostituição onde exploravam persocons de vários tamanhos e sexo diferentes.

Tal pensamento lhe deus asco.

“Você deve ter sofrido muito nesta vida Walter.”

Pensa o professor olhando o androide e depois seus alunos e os persocons.

“E por isso decidiu protege seus irmãos e irmãs de sofrerem o mesmo destino.”

Um senso de admiração e respeito crescia no coração do professor com respeito ao chefe dos persocons. Mesmo sem muito, ele conseguiu proteger vários de seu povo e quem sabe quantos mais ele iria libertar dali pra frente. E depois reparou na palavra escrita na fuselagem da nave e suas asas verdes.

— Asas da Esperança... um nome com um belo significado.

Ah, isso? Foram eles que escolheram. – Walter aponta para seu grupo. – Mais não posso negar que eu também gostei do nome!

— Entendo. – Confirma o professor voltando-se para a cidade.

Então sensei? Qual o próximo passo? – Pergunta o androide.

— Reunir todas as nossas forças! – Declara o mestre. – Eu, meus alunos, você e seus persocons, Daigoro, Hiro e depois... – Fecha os punhos com força fazendo seus ossos estalarem. – ... lançar uma ataque total contra Tadashi, Hagamoto... e o dito Fortinbras!

Uma brisa passa pelo mestre e o chefe dos persocons que olhavam para a capital. Seus semblantes de guerreiros que estavam prontos para uma guerra. Uma que eles não estavam dispostos a perder de maneira alguma!

— Vamos acabar com essa guerra de uma vez por todas!

De acordo!!! – Responde em afirmação o chefe dos androides serrando os punhos com força.

— Apoio totalmente profe! – Exclama Jack se aproximando da dupla. – Mais acho que o mais importante agora é achar o Soluço e o Hiro!

— Ele têm razão... não acredito que eu disse isso! – Diz Méri socando a própria cabeça enquanto Jack sorria torto. – Eles saíram voando do prédio mais cedo e depois não sentimos mais as Auras deles!

Uma feição de preocupação estampa o semblante do mestre, sua mente cogitou nas consequências de um duelo entre Hiro e Soluço, mais precisamente entre um Cavaleiro e um Arauto. Com toda a certeza os danos seriam graves e ambos poderiam se matar no processo!

“Se Tadashi usou suas nanomaquinas em todos eles, com certeza Soluço também foi infectado.”

Um suor frio escorreu pela testa do professor, pensar que Tadashi poderia ter um Arauto a seu lado lhe dava calafrios.

“Temos que achá-los e impedi-los de se matarem!”

— Vamos procurá-los! Tentem sentir suas Auras e...

Não será necessário.

— Ah? – O professor se cala ao ouvir e sentir uma voz e Aura familiar bem acima dele, que não foi o único a perceber, pois todos ali presentes voltaram suas atenções para a mesma direção e seus olhos se deparam com uma figura de armadura azul-escuro e trajando um manto carmesim sobre a aeronave improvisada. Só a visão do misterioso já os deixava impressionados e mudos, mais o que mais chamou a atenção deles, em especial do professor e do trio de adolescentes foi ver um rapaz de cabelos castanhos e pele morena sobre os ombros do misterioso, desacordado e muito machucado.

— Mais... é... – Mérida se cala.

— O SOLUÇO!!! – Gritam Jack e Zie que se levanta aos trancos e barrancos se juntando aos outros.

O ex-lupino por sua vez desse da nave jogando o moreno nos braços de Jack que acaba caindo pelo peso do amigo, na mesma hora as princesas se juntam a ele. E finalmente após tantos desencontros o Big Four estava reunido... mais não era o momento de comemorar.

— Mano acorda! Fala com a gente! – Pedia Jack ajeitando o amigo em seus braços. 

— Por Althena, ele tá muito machucado. – Murmura Zie segurando a mão esquerda do Arauto tentando conter as lágrimas que já teimavam a cair.

— Quem fez isso com ele?! – Inquere a ruiva valente furiosa, já se voltando para o ex-lupino. – FOI VOCÊ?!

A princesa já saca seu arco e já ia avançar contra o Regente, mais foi contida pelo professor que grita.

— Controle-se Mérida! Vai quere cometer o mesmo erro de agora a pouco?!

As palavras do professor acertam em cheio no orgulho da princesa. Ele estava certo, ela havia agido sem pensar e Walter a imobilizou e as seus amigos com facilidade. Sabia que tinha que ser mais cabeça fria e não ser guiada por suas emoções, mais...

— Mais professor o Soluço... ele... ele...

Ele está vivo, menina. – Responde Wolf de maneira simples.

— O quê...?

— Ele tá respirando! – A voz de Jack tira Mérida de seu transe. Ela volta sua atenção para o rapaz nos braços de seus dois amigos que se mexia aos poucos.

— Soluço... – Uma emoção tomou conta de seu peito e se desvencilhando dos braços do professor corre até o grupo e sem pedir ou esperar abraça o moreno com toda a sua força e ali ela chorou de alivio e alegria por aquele que ela amava estar vivo. O albino e a loira sorriem pela cena e também se juntam ao abraço, tudo isso assistindo pelos persocons que sorriam felizes pelo momento.

Menos um que estava atônito e ao mesmo tempo temeroso.

— Daigoro!

É Blade Wolf, seu idiota! – Corrige o ex-VNT.

— Não importa! – Ralha o professor. – Como você chegou aqui tão rápido?!

Pegando uma carona.

— Pegando uma carona?! – Repete o mestre incrédulo.

— Sim. – Responde Wolf apontando com o polegar direito para a nave dos persocons. – O prédio estava desabando, então vi essa geringonça saindo dele, corri e subi nela.

O professor e os persocons piscam perplexos.

— Uauuuuu! – Exclamam alguns dos androides.

Pois é. ­­– Responde o Regente. – E quando vocês chegaram ao deserto pulei fora, simples.

— Isso não teve nada de simples! – Comenta Jack erguendo a cabeça. – Alias... quem é esse cara?! – Questiona o albino para suas amigas que olham receosas para o recém chegado. – Meninas?

— Despois eu explico Jack. – Corta Kojiro. – E onde você achou o Soluço nesse estado? Não me diga que foi o...

O Regente das chamas ergue o dedo indicador direito diante do rosto fazendo o samurai se calar. E com esse mesmo dedo aponta na direção contraria a do professor que se vira o seguindo e vê algo que nunca esqueceria...

Caminhando lentamente sobre as areias do deserto ele se aproximava. Estava sem seu casaco, descalço, trajando somente uma hakama negra amarada por uma corta branca e mancando do pé esquerdo. Sua fiel espada repousava em sua cintura esquerda, fuligem cobrindo sua bainha e cabo alvo lhe dando a visão de uma arma cansada, assim como seu mestre. Seu pequeno corpo marcado por cortes, queimaduras e hematomas que com certeza teriam afetado seus órgãos internos. Seus cabelos castanhos cobriam seus olhos, sua Aura enfraquecida, como uma chama fraca preste a se apagar, mais resistia firmemente as investida de um inverno rigoroso.

O trio de magos adolescentes voltam suas cabeças na direção que todos olhavam, notando o menino chegando, e não conseguiram esconder o medo em seus olhos.

Ele para a alguns metros de todo o grupo, uma nuvem passa pelos céus encobrindo a luz da Brave Vesperia, que logo volta e cai diretamente sobre o menino que ergue a cabeça e todos viram seus olhos, verdes como jade, belos, luminosos, seu corpo podia estar acabado, suas forças esgotadas, mais seu espirito continuava inquebrável!

— Hiro...

O professor dá um passo à frente, mais logo é empurrado por uma trombada dada por Wolf que caminha na direção do menino, fazendo todos prenderem a respiração. Logo o ex-lupino para diante do pequeno guerreiro que ergueu a cabeça encarando os olhos do Regente das Chamas. Ninguém ousava dizer nada nem se mover, toda atenção estava voltadas para aqueles dois, cada movimento, gesto era captado. Ficaram naquelas posições pelo que parecia uma eternidade, até que para a surpresa de todos, o antigo companheiro de Hagamoto se ajoelhou diante do menino dizendo em voz clara para que todos pudessem ouvir:

Meu rei!

O menino por sua vez sorri tocando no ombro direito do guerreiro das chamas.

— Quem dera Wolf... quem dera. – Responde o menino. – Sou só um cavaleiro.

Mais para mim sempre será um rei! – Responde com ainda mais força o Regente das chamas erguendo sua cabeça fitando os olhos cor de jade do menino que sorri compreensivo.

— Tá bom... só não vou titubear por que tô morto! – E dá um novo passo, porém é detido por Wolf que toucou em seu ombro.

Você sabia... quem eu era?

Hiro meneia a cabeça em afirmação.

— Kaze me contou sobre você. – Responde o menino. – Sua história, sua lealdade e principalmente... de sua promessa.

O interior de Wolf treme ao sentir as memorias daquele dia diante da armadura de seu antigo mestre, de seu pedido, suas lágrimas, do vento de seu irmão de penas e de seu último suspiro antes de embarcar no sono da morte.

Obrigado... – Agradece sentindo as lágrimas feitas de mana cristalizada caírem de seus olhos na areia do que um dia foi seu lar. – Mil vezes obrigado!

— Eu que agradeço. – Responde Hiro apertando a mão do amigo. – Só me desculpe por não ter te contado antes, mais era algo que você precisava atingir sozinho.

Sim! – Afirma Wolf com firmeza. – Mais agora preciso que me responda?

— Ah?

O ex-lupino levanta um pouco os joelhos ficando na altura do menino, seus olhos frente-a-frente sem piscar se encontravam e por fim ele faz a pergunta definitiva para que possam seguir em frente:

Você o “venceu”?

Todos olharam para o jovem berkiano nos braços de seus amigos, já haviam entendido que fora o menino que causou todos aqueles ferimentos e vice-e-versa. Mais de algum modo precisavam ouvir de sua boca a resposta que não tarda a contar:

— Sim Wolf... eu o venci.

Os adolescentes sentem o peso das palavras e da tristeza que elas representavam.

— Ele não perdoou a gente. – Diz Rapunzel fechando os olhos derramando mais lágrimas de remorso.

— Não é tão fácil assim, é só olhar o estado do Soluço pra termos a resposta. – Responde Jack apertando a mão do amigo.

— Mais... nós tínhamos uma esperança. – Comenta Mérida olhando para o menino com pesar. – Como vamos vencer Tadashi... se aquele que mais precisamos também nos odeia.

Era verdade, o ódio sempre foi um sentimento muito forte que move pessoas e nações para guerra. Faz pessoas treinarem até a exaustão na busca de forças para vingar alguém querido que foi tirado. O ódio é como um ciclo sem fim, de caos, destruição e morte que dificilmente é quebrado. Essa foi sempre a história... mas hoje...

— Eu consegui Wolf...

A história seria mudada.

— Eu o venci!

Os olhos de todos se arregalam, suas expressões congelam e o ar a faltar.

— Eu venci meu ódio!

Declara o jovem Erudito, sem perceber que seu anel reluziu, assim como as mais de duas mil katanas que jazem no Vale das Espadas.


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Notas finais do capítulo

E assim todos os que se opõem a Tadahsi e Hagamoto se encontram. Será que todos eles se uniram por uma mesma causa, ou as diferenças falaram mais alto? O que Hiro quis dizer com "venci meu ódio"? Essas respostas serão respondias no próximo e emocionante capitulo da saga O Mago das Espadas!

Desde já uma boa semana para todos!

Musica para o passado de Wolf:https://www.youtube.com/watch?v=GVCudROQGwE
Seu duelo contra Tadashi e Hagamoto: https://www.youtube.com/watch?v=8SBr7TysmF4
E o reencontro entre o ex-lupino e Hiro: https://www.youtube.com/watch?v=uxLh5Ak8U4A

Até a próxima pessoal!



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