O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 48
O Modo de Lutar de Cada Um


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Magos e Magas, estamos de volta com mais um capitulo da Saga O mago das Espadas!!! Começamos hoje a luta de Hiro contra seu irmão Tadashi e sua imponente empresa Word Marshall, alem de algumas resposta a duvidas que forma deixadas de lado.

Curiosos? Leiam e descubram!

Desde já uma boa leitura e vamos ao capitulo da semana!!!



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Desde tempos antigos o homem precisou lutar, seja pela sobrevivência, disputas por territórios ou status. Mas nem sempre o significado “lutar” quer dizer avançar com tudo e lutar usando somente os punhos ou armas, mais também a mente.

Sábios diziam que quem usava a mente em um combate tinham muito mais chances de saírem vitoriosos em uma luta contra um oponente que só queriam saber de bater e matar! Esses que se achavam invencíveis pelo seu tamanho e força física se viam desesperados ao serem superados por oponentes de menor estatura e força física... também não era para menos, afinal era uma “força incompleta”.

Os monges de Yamato em seus estudos para aperfeiçoar suas artes márcias treinavam seus corpos até o limite, porém para que esse limite fosse ultrapassado precisavam quebrar as barreiras da lógica. Barreiras essas que a própria mente criava limitando assim seu usuário.

Por isso o treinamento com a mente era essencial.

Meditações, estudos, movimentos que fluíam em harmonia com a natureza, ajudavam na percepção da mente para o mundo extraordinário que se estendia para fora de suas limitações e de sua lógica. Assim quando a mente se “libertava” das amarras invisíveis que a prendiam, ela começava a trabalhar junto com o corpo e o coração e juntas criar a maior de todas as forças deste mundo... o Chi... mais precisamente a Aura.

Portanto não importa quantos exercícios físicos para aumentar a massa muscular você faça se sua mente não estiver em união você fatalmente será derrotado... seja na guerra... ou na vida.

Dentro do grande prédio em um dos corredores um persocon limpava o chão com um esfregão, tudo estava calmo até ele ouvir o barulho de algo caindo ao seu lado, olhou e percebeu ser a tela de uma saída de ar, até ai tudo bem ela poderia ter se desprendido, pode acontece com frequência. Porém o que não acontece com frequência é uma menina de cabelos ruivos rebeldes trajando um macacão verde escuro colante saltar de dentro do duto de ar e parar perto dele. Ela olha em volta sem perceber sua presença, olha para o alto e grita:

Pode vir Zie a barra tá limpa!

— Tô indo! – Responde uma voz de dentro do duto, logo em seguida uma outra moça sai dele, trajava vestes vermelhas e negras, seus cabelos eram loiros e longos indo quase até o chão, pode perceber também que alguns fios da longa cabeleira da jovem estavam trançados perto do rosto. Ela se pendura na beirada do duto aberto para depois se soltar e descer em segurança no chão. Bate as mãos que estavam cobertas por luvas umas na outras dizendo; – Pronto saímos da ventilação!

— Lugarzinho grande aquele hein? Achei que não íamos sair nunca! – Exclama a ruiva de cabelos rebeldes batendo com as mãos em sua roupa tirando a poeira. – E agora?

— Bom agora nós vamos... – A menina loira se cala, se vira lentamente com o dedo indicador esquerdo erguido para a direita finalmente percebendo o persocon bem ao lado delas. – Ops!

— Ops, mesmo! – Exclama a ruiva dando um tapa na própria testa, pelo visto não tinham sido tão discretas quanto pensavam.

O persocon por sua vez pisca encarando as duas jovens, sua interface neural não era tão avançada, afinal cuidava da limpeza, então não precisava pensar muito só fazer. Por isso ao terminar de observá-las e constatar que estavam sujas pega dois paninhos de seu carrinho de limpeza e os oferece as jovens.

Estão sujas precisam se limpar.

A reação da duas princesas foi de surpresa, espanto e estáticas, afinal o androide as viu saindo do duto de ar, o mínimo que ele poderia perguntar era o que elas faziam lá dentro, mas não, simplesmente ignorou esse fato e as ofereceu panos para se limparem... isso realmente era...

— Suspeito! – Murmura Mérida pegando um dos paninhos. – Vai que tem um produto químico nesses trapos que nos fara dormir! – E fita o androide que apenas pisca e sorri. – Tome cuidado Zie... o sorriso bonitinho dele pode ser uma armadilha por isso de maneira nenhuma cheirei esse pano!

— Ele tem o cheirinho de um produto de limpeza que a tia Cass usa na casa dela é gostoso!

— NÃO ERA PRA VOCÊ CHEIRAR SUA BURRA!!! – Brada a ruiva incrédula.

— Ops...

— Sem essa de OPS!!! – Exclama a Dumbroch com a cara vermelha como seus cabelos. – Não podemos nos descuidar estamos em uma missão lembra?!

— Méri!!! – Agora foi à vez de Rapunzel chamar atenção da amiga que perceber que falou demais.

— Aí... que merda!

Missão? As senhoritas estão em uma missão? – Questiona o persocon com os olhos brilhando fazendo as meninas suarem frio.

— E agora Zie... o que a gente faz? – Pergunta a ruiva entre os dentes.

A princesa loira encara o androide, depois para seu material de limpeza e logo em seguida para o duto de ventilação e por fim ela sorri já com uma ideia em mente.

— Isso mesmo senhor persocon, estamos em uma missão... e uma muito importante! – Diz Rapunzel gesticulando com os dedos para dar ênfase, tal atitude fez Mérida dar outro tapa na própria a testa ao pensar que a amiga havia perdido o juízo.

E que missão seria essa? – Pergunta o androide e a princesa responde.

— Missão de reconhecimento de tubulações e ar de San Fransyko!!! – Exclama Zie com voz grossa e batendo no peito e Mérida da outra tapa na própria testa. – Fomos chamadas para averiguar se estava tudo bem na ventilação do prédio, por isso estávamos no duto... entendeu?

Quando Mérida ia dar o terceiro tapa na própria testa ela se detém, ergue uma sobrancelha e encara a amiga que continuava.

— Peço desculpas se o assustamos sr.persocon, mas poderia nos ajudar em nossa missão, precisamos chegar aos outros andares mais não conhecemos o prédio todo, pode nos indicar ou fornecer algum mapa para nos guiar?

E finaliza picando docemente fazendo a amiga botar o dedo pra dentro da boca em nojo... odiava frescura e sem perder tempo agarra o ombro da amiga.

— Zie... você não tá achando mesmo que esse robozinho vai cair nesse seu papo furado, né? – Pergunta incrédula a Dumbroch. – Tipo... você conseguiu fazer com que aquele persocon garçom nos ajudasse lá no jardim, usando a mesma tática... não acha mesmo que outro androide vai cair nesse mesmo truque, não é?

Aqui está meu cartão de aceso. – Responde o androide entregando um cartão para Rapunzel que sorri em agradecimento.

— Muito obrigada!

— VÃO A MERDA TODOS VOCÊS!!!! – Berra a ruiva socando a parede. – Como você consegue garota? Como consegue ser tão cara de pau?!

E a resposta da loirinha foi:

— Ué... sendo oras! – E sorri fechando os olhos para amiga dando linguinha pra fora, que fica petrificada.

— Você me dá medo... sabia?

— Somos muito gratas pela ajuda sr.persocon, agora temos que ir, vem Méri! – Exclama a princesa puxando a amiga anda pálida enquanto o persocon acena em despedida.

Só que...

Ah! Um momento senhoritas! – As meninas param olhando para trás enquanto o persocon se aproxima. – Devo só lhes informar que meu cartão só dá acesso até metade do prédio onde ficam o centro de ventilação, escritórios, cozinhas, já os andares executivos, vips, laboratórios e armamentistas eu não tenho acesso tá...se cuidem! – E puxa seu carinho entrando em uma porta para continuar seu serviço sem perceber que deixou as duas jovens sem chão.

— Rapunzel... – Mérida chama à amiga. – Ele disse... armamentistas... do tipo... “armas”?

— Sim Méri... ele disse. – Confirma a princesa de cabelos dourados. – Acho que agora tô começando a entender porque o Tadashi se referiu a esse prédio como um castelo! – Se volta para amiga. – A situação é mais séria do que a gente pensava miga!

A ruiva engole seco.

— Não tá pensando em desistir... né?

A princesa de Corona fecha os olhos, em ambas mãos aperta o cartão de acesso que recebeu do persocon, podiam usar ele pra sair afinal estavam nos andares mais baixos e pelo visto Tadashi ainda não havia percebido que elas sumiram da festa, podiam aproveitar e escapar e contar tudo o que descobriram para o professor Kojiro e voltar com Soluço e Jack... no entanto...

— Se desistirmos agora... o Tadashi pode aproveitar a deixa e fugir usando alguma daquelas geringonças aladas, igual à que o Yama usou pra roubar o Weltall no porto... lembra?

Mérida arregala olhos em espanto.

— Acha que ele teria uma daquelas máquinas? – Questiona a ruiva.

— Se eu fosse ele... sim teria! – Responde Zie. – E outra, sua memory box ficou lá no jardim, mesmo que tenhamos transmitido a gravação para os meninos é bom termos a gravação original para servir de prova... só por via das dúvidas.

A Dumbroch coça o queixo pensativa.

— Verdade... e também tem aqueles magos sacanas... as imagens podem ajudara a botar todos eles na prisão! – Deduz a princesa valente.

— Exatamente! – Responde Zie.

— Então... isso quer dizer que...? – Um sorrisinho torto surge nos lábios vermelhos de Mérida que são respondidos pelos olhos verdes faiscantes de Rapunzel.

— Vamos continuar com o plano original!

— Que é ferrar com os planos do Tadashi e levar ele a justiça!!! – Brada Méri socando o ar.

— Isso aí!

— Então mãos à obra loirinha, por que eu tô doida pra quebrar algum brinquedo super caro do Tadashi... será que ele tem algum?

— Dentro desse prédio. – Zie olha em volta. – Com toda a certeza.

O sorriso da ruiva dobra de tamanho e uma aura maligna emerge de seu corpo.

— QUE BOM!!! – Segura a mão da amiga e a puxa. – Vamos Zie... VAMOS QUEBRAR GERAL!!!

— Méri... cê tá me assustando.

A ruiva sorri com meiguice.

— Zie minha fofa... não é você quem tem que ficar como medo... e sim ELE!!! – E do nada chuta uma lata de lixo pelo caminho. – Operação depredação da propriedade de Tadashi Hamada... INICIAR!!! – E começa a correr puxando Rapunzel que tinha uma carreta e uma gota atrás da cabeça, começava a se arrepender mentalmente de ter dado ouvidos a sua amiga maluquinha e ferrar com os planos de Tadashi.

Na ruas de San Fransyko...

Um grande congestionamento ocupava quase todas as ruas e vias expressas da cidade, nenhum carro ou veículo de rodas se mexia. Memory box aladas gravavam as imagens e transmitiam para toda a cidade, um dia atípico, mesmo para uma cidade grande onde o transito nesse horário é pesado, ninguém conseguia se mexer e os motoristas começavam a ficar nervosos incluindo...

— Fui treinando por muito anos na arte da paz interior... assim posso manter a calma e serenidade para resolver e enfrentar os mais devidos tipos de problemas que surgissem na minha frente.

Uma buzina toca bem perto dele.

— Por tanto... estou acostumado a enfrentar situações de tenção, angustia...

Outra buzina toca.

— Estresse, raiva, frustração, melancolia...

Vários carros buzinam simultaneamente.

— Dor de ouvido, cabeça, ombros, pescoço e nas mãos de tanto apertar esse volante!

As buzinas tocam novamente, só que agora em ritmo.

— Pensando nas besteiras que aquele quarteto de idiotas, energúmenos, desprovidos de tutano, aloprados, sem noção, chatos, irritantes, convencidos mais acima de tudo...

Outra buzina.

— PAREM DE TOCAR ESSAS MALDITAS BUZINAS, SEUS IDIOTAS QUE NÃO VEM QUE ISSO NÃO VAI FAZER O TRANSITO ANDAR!!! PASSEM POR CIMA, VOEM, MAIS PAREM DE TOCAR ESSAS MALDITAS BUZINAS!!!!!

E a reposta ao apelo do professor foi outro buzinaço ainda mais alto e não aguentando mais o valoroso professor desfere uma cabeçada no volante do caro... realmente não estava costumado com o mundo dos não-magos.

— Preciso de férias... bem longas... de preferência em uma montanha onde o único som que posso ouvir são das andorinhas cantarolando.

— Pelo visto nem o maior dos treinamentos em busca da paz interior te preparam para o dia-a-dia de um trânsito congestionado, né Kojiro-sama? – Pergunta tia Cass compadecida pelo pobre professor que responde com a cara ainda no volante:

— Sim Cass-sama... – Ergue o rosto onde uma marca vermelha esta detalhadamente desenhada em sua testa. – Pelo visto... encontrei um novo adversário, o problema é que não sei se conseguiria vencê-lo! – Completa o samurai que dá com a testa novamente no volante.

 A tia de Hiro cobriu a boca suprimindo um riso, não queria magoar mais ainda o pobre professor.

— Perdão sensei, acho que vocês magos não estão acostumados a pegar transito né?

Um murmuro incompreendido é respondido pelo professor o que faz a moça dar três tapinhas nas costas do samurai.

— Não se preocupe, tenho certeza que o que quer que eles estejam fazendo não deve se nada grave!

O samurai na mesma hora remove a cara do volante.

— Isso porque a senhora não viu o que aqueles quatro desmiolados podem fazer juntos... acredite Cass-sama... quando aquele grupo revolve aprontar... nem Althena pode nos proteger!

A Hamada pisca algumas vezes.

— O senhor tá exagerando... não tá?

— Quem dera! – Brada o professor. – Os outros professores eu já cansamos e dar advertências, castigos, tirar pontos, ameaçar de expulsão, mas parece que nada os faz melhorar! – Soca o volante, tais palavras e gesto causaram espanto na moça.

— Espere um pouco... eles já fizeram coisas mais graves?

— Dezenas! – Exclama o professor cobrindo o rosto. – Sabe... eles não são crianças más... gostam de ajudar o próximo e detestam injustiça... só não sabem medir o tamanho do estrago.

— He, he... entendi. – Comenta tia Cass. – Só que dessa vez, foram eles que cometeram a injustiça, né?

O professor se calou, seus olhos puxados se arregalaram ao ouvir a reposta da tia de seu aluno... afiada como uma espada, aliás achou estranho ela não demostrar nenhum rancor ou repulsa pelo grupo de Draconia desde o incidente com seu sobrinho, mas pelo visto... ela só não estava demostrando abertamente o que as vezes pode ser perigoso.

— Cass-sama... posso lhe fazer uma pergunta?

— Claro.

— Porque a senhora pediu para eu não expulsá-los?

A tia de Hiro e Tadashi meneia a cabeça de trás para frente enquanto batia os dedos indicadores uns nos outros.

— Porque eu pedi para não expulsá-los o senhor me pergunta?

— Sim... eu admito que fiquei confuso, afinal eles haviam machucado seu sobrinho e consequentemente um futuro colega de escola... além de “involuntariamente” serem os responsáveis pelo sumiço de Weltall a expulsão era o resultado mais logico. – Responde o professor com perfeição.

Porém...

— E o senhor acha mesmo que eles iam ser expulsos?

O samurai novamente foi pego de surpresa, o som que ecoava do lado de fora não mais o importunava, ou melhor, deixou de prestar-lhe atenção, todos os seus sentidos estavam voltados para a mulher a sua frente que pacientemente esperava sua resposta.

Que ele deu assim:

— Cass-sama... não sei se a senhora sabe, mais em Draconia um professor tem o mesmo status de um general de um exército real e os alunos a de soldados, então não importa o que aconteça, se um soldado desobedecer a um superior ele deve ser punido! Entende?

A moça meneia a cabeça em confirmação.

— Perfeitamente professor, mas... rei ainda é maior que General, não é?

— O quê? – O professor de Draconia ficou atônito após a última colocação da tia dos Hamada, uma bem perspicaz e fria diga-se de passagem. – Cass-sama... o que está tentando me dizer?

Ela suspira pesadamente.

— Perdão professor se o ofendi, não foi minha intenção... só estou sendo realista.

— Realista? – Indaga o professor cruzando os braços, serio. – Explique-se?

A doceira fecha os olhos, respira fundo, era hora de dizer o que estava guardado em seu coração há alguns dias.

— Professor... eu posso ser bobinha, brincalhona e até destrambelhada... mas não sou ingênua! – Abre os olhos fitando o mestre. – Eu sei muito bem que Rapunzel, Mérida e Solução são princesas e príncipe de reinos importantes e influentes pelo mundo, até Jack parece ser importante se bem que não faço mínima ideia de donde ele é!

— Acredite em mim... não vai querer saber! – Interrompe o professor com uma careta, como se tivesse se lembrado de algo desagradável. – Continue por favor.

Cass estranhou a atitude do professor mais deixou pra lá e continuou seu relato.

— Pois bem... – Ela olha diretamente nos olhos do samurai e responde na lata; – O senhor acha mesmo que esses monarcas iriam deixar que os filhinhos deles fossem expulsos de uma escola tão influente por culpa de uma “algazarra” em uma outra terra?

Silencio... nenhuma palavra, gesto ou movimento foi proferido pelo professor que apenas encarava a moça a sua frente. Seus olhos estavam fixos a cada movimento no que ela fazia, assim como ela, que não se intimidou com o olhar do mestre, afinal era o que o pensava e havia mais um motivo para acreditar que grupo não sofreia nada.

— Antes que o senhor pense que eu estou delirando, fique sabendo que cheguei a essa conclusão após um fato que ocorreu com o Hiro e o Weltall alguns meses atrás.

O samurai arqueia as sobrancelhas.

— Eles haviam interceptado uma carga de produtos eletrônicos, invadiram o local conseguindo prender todo mundo, até ai tudo bem... o problema é que meia-hora depois o mesmo grupo foi solto e sabe porquê?

Ele nada respondeu.

— Eram filhos de executivos e de políticos importantes que estavam saqueando cargas para pagar drogas no mercado negro. Logico que os pais sabiam, mas como ficaria a reputação deles se a mídia soubesse que seus “amados” filhinhos haviam sido presos por tráfico?

O rosto do samurai ganha uma tonalidade pálida.

— A solução foi negociar um pena reduzida e culpar os robôs por “influenciar” a juventude e assim eles saíram livres e impunes... o que estou querendo dizer professor é que não importa o seus status, sua posição ou respeito que tenha... quem tem poder nas mãos não se importa com isso, eles impõe sua vontade... e temos que acata-las gostando ou não.

O professor ficou estático, sentiu um peso enorme nos ombros e na cabeça, cobriu a boca com a mão esquerda pensando seriamente no que Cass disse, realmente não havia cogitado que os pais de seus alunos pudessem interferir, mesmo o diretor Odin e eles sendo a lei lá, os monarcas podiam usar sua influência no ministério ou no conselho de reis e prejudicar Draconia e isso seria...

— Tem razão... – Responde o samurai que recebe um meneio de cabeça da moça.

— Por isso para evitar que mais uma injustiça acontecesse eu intervir.

O samurai passa ambas as mãos pelo rosto, respira fundo e encara a mulher ao seu lado com emoção e respeito.

— A senhora ajudou Draconia!

Ela sorri encabulada.

— Acho que toda uma instituição não merece ser punida pelo mal exemplo de seus alunos, né?

Ele sorri em resposta.

— Obrigado.

O sorriso do samurai fez o rosto da tia de Hiro ficar rubro e a deixando sem jeito.

— Que isso, eu só fiz o que qualquer doceira, não cozinheira, digo jardineira... ai eu não sei mais quem eu sou!!!

— Há, há, há, é isso e muito mais Cass-sama.

— Hum?

O professor segura as mãos da Hamada, tal atitude a fez voltar seu rosto para o professor que sorria compassivo.

— A senhora mostrou ser uma mulher fantástica, carinhosa, compreensiva e acima de tudo fiel a seus ideias... e isso me deixou impressionado.

O rosto da Hamada fica rubro como morango, nunca recebeu um elogio tão lindo e carinhoso de um homem como o professor lhe dissera agora. Seu coração batia acelerado que parecia que ia sair pela boca, suas mãos suavam e suas pernas tremiam. Estava a ponto de demasiar quando o professor pergunta:

— Só a uma coisa que ainda não entendi.

— Quê? – A mente da cozinheira volta a realidade depois de ter feito um passeio rápido pelo nirvana.

— A senhora não me deixou expulsa-los só por que prejudicariam Draconia... ou tem algo a mais?

A tia de Hiro morde o lábio inferior, separa suas mãos das do samurai que estavam quentes, as coloca contra o peito e diz sem medo:

— Eu fiz isso também pelo Hiro.

— Pelo Hiro? – Questiona o samurai.

— Sim...

— Mais por que? – O professor não entende atitude de tia do menino. – Creio que seu sobrinho deva odiar eles, então porque defende-los?

Cass aperta forte suas mãos, havia chegado a hora de falar...

— É simples professor. – Volta seus olhos verdes água para o mestre respondendo; – Fiz isso... para que o Hiro pudesse ter a chance... dar o troco em todos eles!

Foram as palavras ditas pela Hamada que tinha em seu olhar um brilho de determinação e desejo de justiça, o mesmo brilho que os olhos castanhos de seu sobrinho irradiavam em qualquer situação e agora mais forte do que nunca enquanto encarava o imponente prédio bem diante dele.

— Chegamos! – Exclama o menino descendo das costa do lobo de metal e ficando ao seu lado. – E aqui estamos... Word Marshall.

— A maior empresa privada armamentista de San Fransyko. – Responde o VNT encarando o prédio. — E também... onde “nasci”.

— É... – Responde o pequeno gênio. – Devido a mudança de regime de monarquia para república, San Fransyko perdeu sua força militar própria, ficando assim a mercê de grupos armamentistas independentes que cobravam para “proteger” o pais. – Explica. – Com o tempo os grupos perceberam que podiam lucrar muito com esse tipo de proteção e assim foram surgindo diversas empresas armamentistas oferecendo os mais diversos tipos de equipamentos para defesa, mas nenhuma delas se igualou a esta que está na nossa frente. 

— Exatamente. – Responde Wolf. — Todo o armamento bélico pesado, sistemas de defesas, maquinas de batalha, VNT e veículos de combate espalhados pela cidade vieram daqui!

— O lugar perfeito para criarem um novo tipo de máquina sem ninguém para interferir... detesto admitir mais esse cretino escolheu o lugar perfeito para trabalhar. – Responde Hiro se referindo aos ciborgues.

— E então... qual o plano? – Pergunta o VNT virando seu focinho para o menino. — Creio que uma entrada pela frente esteja fora de cogitação, não é?

O pequeno gênio não responde, ficou apenas de braços cruzados encarando o prédio sem piscar.

— Hiro?

— Estou pensando. – Responde o menino.

— Pensei que já tivesse um plano, afinal quando você e Weltall me enfrentaram parecia que já tinham um em mente. – Comenta o VNT que para sua surpresa percebe que o menino sorri.

— Mais ou menos.

— Ah?

— É verdade que quando o Felix te localizou com o sonar, o Weltall e eu partimos para tentar te impedir, já que você estava comandando os outros VNT, só que não esperávamos que você fosse tão forte e comandasse tão bem sua alcateia. – Revela Hiro que tinha total atenção do lobo. – Então o plano de contingencia ou seja, o PLANO A, tinha ido pelo ralo, então tivemos que partir para o PLANO B.

— Que seria?

— Força o oponente a se revelar, ou seja... sair de sua zona de conforto, entendeu o que eu disse?

Os olhos de rubi do VNT brilharam em espanto, devido a sua Giga Ai, podia pensar e agir mais rápido se adaptando a situação em que se encontravam, por isso que durante o incidente no prédio abandonado esperou os policias entrarem para atacar, pois estavam em seu território, mas Hiro percebeu seu plano e forçou seus lobos a aparecerem e assim perderem a vantagem do terreno.

Fazendo isso...

— Vira a luta a seu favor! – Exclama o lobo de metal surpreso.

— Exatamente! – Responde o pequeno gênio apontando para o prédio. – No momento estamos em desvantagem numérica enquanto aquele maldito tem um grupo de magos, armamento bélico de ponta e pior... os ciborgues.

O lobo percebeu o tom sombrio na voz do menino ao se referir as novas maquinas.

— Verdade... ainda não sabemos seu potencial de combate.

— Precisamente.

— E então... como procederemos? Como fazer o inimigo se mostrar?

O pequeno gênio coça o queixo, pensava em inúmeras possiblidades, mais todas davam no mesmo resultado.

— Parece que vamos ter que apelar para o PLANO C.

Os olhos de rubi do VNT piscam.

— E o PLANO C seria?

Sem responde o Hamada da seis passos para trás, aponta o polegar esquerdo na direção do prédio como se medisse algo, depois saca a espada em suas costa, aponta para o céu aonde ela reluz, traz para baixo deixando o cabo perto do rosto, fecha os olhos murmurando palavras que o VNT não conseguiu ouvir, mas o que seu olhos cor de rubi presenciaram foi a lâmina começar a brilha como se respondesse a um chamado, um vento misterioso começa a soprar, mais não vinha do norte, sul, leste ou oeste, mais sim do menino. Seu corpo começa a emanar um brilho verde que se intensifica, o scanner de mana do lobo de metal começam a medir sua a força baseada na dos magos que estavam no prédio, nos primeiros segundos a Aura do pequeno gênio se equivalia a dos oponentes, mas com o passar de tempo... já as sobrepujava!

— Incrível... seu nível de Aura está acima da média de uma criança da idade dele! – Comenta o VNT. — É um poder que não se conquista rápido, leva-se tempo, dedicação... como ele...?

O lobo de metal não teve resposta para sua pergunta apenas uma demonstração do que o pequeno gênio era capaz agora. Não era mais indefeso, agora podia lutar tão bem quanto qualquer adulto... ou até melhor. Não precisaria mais ficar nas linhas de trás sendo protegido por seu amigo gigante, agora poderia lutar ao seu lado... como sempre sonhou. A Aura a sua volta começa a ganhar forma, não era mais um amontoado de energia mais sim uma imensa ave que abre suas asas liberando suas forças. Aponta a katana para o prédio com a mão direita, desliza o pé direito para trás, apoia a lâmina sobre as costas da mão esquerda e arqueia o corpo e por fim abre os olhos que já não eram mais castanhos, mais sim verde esmeraldas como sua Aura.

— Que tenha início ao PLANO C... de CAOS!!!

A Aura esverdeada na forma de um pássaro se comprimi toda na lâmina da katana que em segundos é liberada após um corte horizontal desferido pelo menino! A imensa ave voa em rota de colisão contra o prédio, os danos a estrutura seriam imensos isso se a ave não tivesse se chocado com o que parecia ser um muro invisível que cobria toda a construção. Os scanners do VNT apitam de imediato.

— A uma barreira maciça de energia em torno de todo o prédio! – Exclama o lobo. — Como não há percebemos?!

— Por que é o tipo de barreira que só se manifesta quando ataques externos são efetuados. – Explica o pequeno gênio que volta a sua posição normal, gira a espada entre os dedos colocando a lâmina na bainha a guardando lentamente.

A ave continuava sua investida na barreira.

— São muito difíceis de serem criadas e de serem mantidas.

A lâmina descia pela bainha laqueada enquanto sua ave lutava.

— Tão difícil que o usuário tem que dar parte de sua Aura para cria-la.

A lâmina estava perto de ser totalmente coberta.

— Mais quando são destruídas...

A barreira começa trincar.

— Não tem como seu criador sair ileso!

E guarda totalmente a espada na bainha criando um eco que ressoa até a ave que explode levando consigo a barreira que se fragmenta em inúmeros cacos de magia morta. Dentro do prédio Tadashi comemorava e bebia, aproveitando seu momento de gloria quando sente uma pontada no peito. O copo escorrega de sua mão esquerda caindo no chão e se quebrando assim como sua orgulhosa barreira, sentia algo lhe rasgando pro dentro como uma navalha de fogo a dor era tanta que ele não conseguiu conter o grito.

— UUUUUUUAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!

Os magos param de festejar e observavam seu mestre de cerimônia gritando, se jogando ao chão e se contorcendo de dor, de seu peito uma mandala roxa se formava e nela um rasgo na sua pele foi feito assustando a todos os presentes e como se aquilo não fosse humilhante o suficiente o rapaz vomita fazendo todos ficarem enojados, tudo aquilo durou cinco minutos, minutos esses que com certeza Tadashi jamais esqueceria, ficou estatelado no chão ao ponto que os persocons tiveram que acudi-lo o levando dali e lá fora Hiro sorria com feito de sua obra.

— E então... o que achou?

O VNT demora alguns segundos para responder já que estava mudo após presenciar aquele espetáculo e de ver os fragmentos da magia caindo como flocos de neve.

— Minha sincera opinião?

— Por favor.

— Foi incrível! – Exclama o lobo. — Agora entendo porque Weltall queria tanto lhe proteger. – Se volta para o menino. — Você realmente é alguém que pode trazer a mudança!

O menino fecha os olhos e meneia a cabeça em negação.

— Não Wolf... sou só alguém querendo fazer justiça e...

Encara o prédio a sua frente já sem a barreira.

— Salvar um amigo.

E olha para o anel em seu dedo médio esquerdo, o presente de despedida de seu amado amigo, que abriu as portas para a verdade e do caminho que ele deveria seguir. Quando aquilo acabasse teria uma conversa séria com Armatas sobre a experiência que teve... infelizmente teria que entregar o anel, afinal trato é trato e para o pequeno gênio isso era lei.

“Só que antes ele vai ter que me explicar MUITA coisa, mais principalmente... sobre você.”

Pensa o pequeno gênio virando o rosto e olhando para a espada que carregava consigo.

“Porque você me escolheu?”

— Hiro tem alguém na porta do prédio! – Alerta chamando atenção do menino o tirando e seus pensamentos.

Caminhando tranquilamente um homem de porte alto se aproximava da dupla. Sua pele era banca, possuía cabelos longos e rubros como o fogo e trajava uma roupa atípica para os padrões da cidade. Os olhos azuis do homem encontraram com os castanhos de Hiro e por um instante suas Auras se chocaram, causando um atrito no ar.

— Parece que o plano saiu melhor que a encomenda... um mago já saiu para verificar. – Murmura o menino para o lobo que meneia a cabeça em afirmação.

O homem por sua vez para sua caminhada, ergue ambas as mãos batendo palmas fazendo com que o menino arqueasse uma sobrancelha.

— Que belo espetáculo! – Exclama o homem. – Aquela reunião estava um porre, por isso resolvi vir aqui fora espairecer um pouco e o que eu vejo? Um jovem e talentoso mago demostrando seus poderes contra um prédio inteiro revestido por uma barreira... ou melhor ex-barreira. – E sorri para o menino que encarava o homem com seriedade.

— Pois é, aqui em Yamato quando temos um problema gostamos de resolve-lo logo... e eu tenho um baita problemão para resolver ai dentro, então que tal deixarmos a conversa de lado e partimos para o que interessa senhor mago? – Dispara o pequeno gênio já com a mão esquerda sobre sua espada.

O homem sorri de orelha-a-orelha.

— Gostei de sua atitude... franco, sério, determinado e direto ao ponto. – Coloca sua mão direita sobre o cabo de sua longa espada. – Talvez você possa acalmar minha Ifrit... ela está meio injuriada após presenciar algumas coisas... não muito agradáveis.

— Ifrit! – Exclama Hiro. – É o nome da sua espada?!

— Sim... é! – Responde o homem sacando sua espada e Hiro pode perceber os detalhes da arma. Sua lâmina era de dois gumes e vermelha cor de sangue, o cabo negro reluzente com um topázio no centro. – O Rei das Chamas Infernais!!! – Brada o mago e chamas brotam das laterais da espada tomando a forma de uma medonha besta com jubas e chifres. Tal visão fez o menino serra os olhos determinado e imediatamente sacando sua espada e se colocando em posição.

No entanto...

— E a sua espada menino... qual é o nome dela?

— O nome dela?

Fecha os olhos sentido a o ar sua volta se intensificando e abre os olhos bradando:

— Ela carrega o nome de minha terra, uma terra que vocês magos tentaram inutilmente conquistar e falharam miseravelmente!

O homem se surpreende ao ouvir aquilo.

— Então... o nome dela é?

— YAMATO!!!

Brada o pequeno gênio com toda as suas forças ao mesmo tempo que seu anel brilha e a imagem de Kasedori surge atrás dele. Segura o cabo alvo da espada com ambas as mãos, posiciona a espada ao se lado direito com sua ponta apontada para o adversário que lambe os lábios.

— Bom nome... vamos ver se faz jus a ele! – Exclama o lorde de Dumbroch avançando contra o pequeno gênio.  

— Posso te garantir... ela faz... E EU TAMBÉM!!! – Brada Hiro também avançando, em segundos os dois colidem suas espadas, os olhos castanhos e azuis fasquiando e as bestas acima deles colidindo suas garras.

Tem início a primeira luta de Hiro em sua busca por Weltall!!!


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Notas finais do capítulo

E assim a guerra de Hiro e Blade Wolf tem inicio e o primeiro a cruzar o caminho da dupla é Laistor e sua espada de chamas Ifrit!

Quem sairá vitorioso nesse embate? Qual será a resposta do professor Kojiro ao apelo da Tia Cass? E o Big Four?

Essas e outras resposta no próximo e eletrizante capitulo de O Mago das Espadas!!!

Desde já uma boa semana para todos! Até a próxima!!!



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