O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 20
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Magos e Magas, estamos de volta com mais um capitulo de O Mago das Espadas. Peço perdão por não ter postado semana passada pessoal, mais foi por uma boa causa, passei um ótimo final de semana com meu filho e isso não tem preço!

Quando tiverem filhos vocês entenderam o que estou dizendo.

Mas agora voltado ao foco da historia, hoje teremos o reencontro entre os irmãos Hamada que promete altas emoções! Então sem mais delongas vamos ao capitulo de hoje!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718934/chapter/20

Ele ainda podia se lembrar bem daquele dia, parecia um dia normal entre tantos outros, havia chegado da escola onde todos estavam estupefatos com sua inteligência incompatível com uma criança de sete anos. Para ele era um saco estudar naquela escola, já que já havia decorado de cor e salteado toda a matéria do ano letivo e seus professores e amigos não conseguiam acompanhar seu jeito de pensar. Mas nada se comprava ao desamino de voltar para casa e encontrar seu irmão, que quase não falava com ele, só pequenos cumprimentos e nada mais. Já estavam morando com sua tia a quatro anos, quatro longos anos que mal se falavam ou interagiam um com o outro. Tendo apenas sua alegre tia para animar a casa o pequeno Hiro se distraia na garagem criando pequenas invenções, lendo livros sobre robótica que eram muito mais interessantes que os da escola e que ele entendia muito bem! Até que naquela noite tudo mudou, ouviu sua tia gritar e foi correndo para casa e lá viu ela caída no chão assustada erguendo uma colher de madeira para algo e esse algo era uma coruja. Seu irmão também chegou na hora e ficou atônito com aquela cena e depois todos viram a coruja piar em sua direção, com receio ele se aproximou e a ave estendeu sua pata esquerda onde um envelope estava preso, com cuidado ele o retirou, a coruja se curvou, piou e saiu voando pela janela, seu irmão não se tardou em abrir o envelope que tinha seu nome inscrito e foi a primeira vez que Hiro viu seu irmão sorri como nunca! Por vários meses ele sorriu e ficou alegre, e isso deixou o pequeno Hiro feliz, talvez seu irmão mudasse e se tornasse alguém melhor, mais presente e mais animado... um irmão de verdade... ledo engano, pois alguns meses depois ele partiu o deixando sozinho e não voltando mais.

E assim o pequeno Hiro se viu sem seu irmão, até que Weltall entrou em sua vida e tudo começou a fazer sentido, o robô assumiu as funções de pai e irmão e sua amada tia o papel de mãe. Ele estava feliz até que tudo se desmoronou com a volta de...

Tadashi! – Exclama o menino ao ver o irmão mais velho entrar na sala.     

O irmão mais velho de Hiro sorri e caminha até ele. Havia crescido e muito, tanto que ele precisou levantar a cabeça para encara-lo.

Ah, quanto tempo, não é? – Pergunta o jovem que se ajoelha ficando na altura do menino colocando suas mãos sobre seus ombros.

É... bastante tempo. — Diz o pequeno gênio sem ânimo, seus olhos encaravam os de seu irmão, no fundo ele mantinha uma ponta de esperança que seu irmão tivesse mudado devido aos anos fora, que explicaria o porquê de ele ter se afastado por tanto tempo e agora havia voltado para recuperar o tempo perdido, mas quando Hiro olhou bem para os olhos de seu irmão, tudo o que ele acreditava e desejou havia virado pó e ele só tinha uma coisa em mente agora... sair de perto dele o mais rápido possível e voltar para junto de Weltall!

Ei Tadahsi esse é seu irmão mais novo? – Pergunta o amigo magricela e de cabelos castanhos de seu irmão.

Na mesma hora Tadashi se levanta e aponta para ele.

É sim! Pessoal conheçam meu irmão mais novo... Hiro Hamada! Hiro esses são meus amigos! – Diz o Hamada mais velho apontando para seus amigos.

Hiro olhou bem para o grupo a sua frente... o mais estranho, incomum e louco que ele já viu! Cada um tinha uma cor de cabelo diferente, um castanho, uma loira, uma ruiva que parecia uma floresta e outro que era branco como neve... realmente estranho.

Ahhh... oi! – Responde o menino meio sem jeito. – É um prazer conhecer vocês, mas eu preciso ir sabe... tenho coisas a resolver, trabalho, estudo, ver o clima, o céu. – A cada palavra ele dava passos para a esquerda para fora da sala visando sair de lá o mais rápido possível, só que.

Espera um pouquinho! – Grita a loira fazendo ele para, e se xingar por dentro por não ser mais rápido e furtivo.

Merda”!

A menina loira se afasta do grupo se curva e encara o pequeno gênio bem nos olhos.

Sua tia falou que você estava no hospital com febre. – E sem esperar coloca sua mão direita sobre a testa do menino e com a outra em sua própria testa checando sua temperatura. O menino ficou paralisado, um cheiro doce de flores preencheu seu nariz e uma sensação de paz o preencheu que ele não sabia de onde vinha e do nada algumas dores e pequenas luxações que ainda haviam ficado da luta contra o Archibald haviam sumido como se nunca tivessem estado lá. A menina retira sua mão de sua testa e sorrindo dizendo; — Prontinho, agora você não tem mais nada!— E estende sua mão direita para ele. – Prazer sou Rapunzel Corona.

O menino estava estupefato, não conseguia processar o que acabou de acontecer e a única coisa que saiu de sua boca foi...

Prazer...

— Xiiii! Zie você fez outro fã! – Exclama a menina ruiva que se aproxima e põe a mão sobre a cabeça de Hiro e bagunça seus cabelos. – Prazer camarada, sou Mérida Dunbroch se tiver alguém te enchendo o saco é só avisar que eu dou uma liçãozinha nele!

Dessa vez o cérebro de Hiro travou.

Quê?!

— Mérida assim vai assustar ele. – Diz o menino de cabelos castanhos.

Já assustou”! – Pensa o pequeno gênio.

Não adianta Soluço, essa ruivinha só sabe duas coisas... intimidar e colocar medo! – Exclama o albino e Hiro pode ver uma veia saltar da testa da ruiva.

Que, que cê disse?! – A ruiva de nome Mérida se virar encarando o albino e o pequeno gênio pode notar algo estranho envolta da menina, esfrega os olhos e o brilho havia sumido.

Seria uma alucinação? Mas ele é tirado de seus pensamentos ao ver o rapaz moreno esticar sua mão direita o cumprimentando.

Prazer, Soluço Hadock.

Outro nome estranho.

Soluço?

— É eu sei nomezinho estranho, mas acredite de onde eu vim tem gente com nome BEM mais bizarro! – Explica o rapaz. – E esse maluco albino é o...

— Opa, opa, opa, peraí Soluço... deixe que EU me apresento! – Exclama o albino que desliza literalmente até ele. – Então vamos às apresentações, sou Jack Frost, os ás do gelo e da neve, tá aqui meu catão de visitas! – Estende um cartãozinho para o menino que o pega e lê:

Jack Frost, ás do gelo, simpatizante das causas impossíveis, escultor, cantor, paquerador profissional (dou aula), mestre do gelo, bonitão, simpático, camarada, adora zoar e curtir a vida adoidado”.

O garoto encara o albino incrédulo, ele leu aquilo mesmo?

Olha a parte da paquera cobro cinco gils por aula falou?

— Hein?!

Definitivamente... era um bando de loucos!

— Mais é uma anta mesmo, viu! – Brada a menina ruiva. – Nem saiu de Draconia e já vem tentando pegar dinheiro de gente inocente, se enxerga garoto!

O albino vira parte do rosto e responde da maneira mais deslavada do mundo:

Negócios são negócios querida e devia saber que 80% dos meus clientes que seguiram meus métodos já conseguiram namoradas, ei, quem sabe se eu te ajudar você não desencalha finalmente!

Um silencio tenebroso se seguiu após as palavras do tal Jack Frost, Hiro olhou de um para o outro e pode notar os olhos azuis da ruiva se desfocarem, seu rosto ficar vermelho como uma pimenta, veias saltarem pela sua face, ouviu o som de ossos estalarem e olhou para o moreno e a loira que estavam apavorados, foi então que sentiu alguém tocar seu ombro e o puxar para longe da ruiva e do albino e esse alguém era seu irmão.

HIRO SE PROTEGE!!!

— Quê?

UUUUUAAAARRRRRHHHHHH!!!! – Um berro que mais parecia o de um animal selvagem ecoou pela sala, o menino se estivesse com sua arma já teria a sacado para abater tal criatura, mas para sua surpresa quem deu o berro foi.

Aquela garota?!

— A Mérida entrou em modo Berserk!!! – Brada a tal Rapunzel.

Salve-se quem puder!!! – Berra o moreno de nome Soluço e junto com a loira pulam para trás do sofá e Tadashi fez o mesmo pegando Hiro e sua tia para se protegerem.

— Me solta, o que tá havendo?!

— ISSO!!!

 – AH?!

— MORRA FROST!!! – Berra a ruiva que saca do bolso um tipo de varinha e dela, profere uma palavra estranha e uma rajada de fogo irrompe do pedaço de madeira que voa contra o albino que apenas assoprou e um ar gélido bloqueando as chamas.

Os olhos de Hiro não puderam acreditar no que viram, aquele poder, o mesmo sentimento de que a natureza estava sendo moldada ao bel prazer de alguém, idêntico quando ele lutou contra o mago do metal, foi então que sua mente finalmente entendeu a situação.

Espera um pouco... eles disseram que são amigos do meu irmão... a ruiva falou em Draconia... o mesmo nome da escola que o Tadashi foi... então eles são...”

Outra rajada de fogo irrompe da varinha da ruiva que descarregava contra o albino que só desviava enquanto as paredes e móveis eram acertados na tal briga.

Fala sério ruivinha se tá ruim de mira hein? – Debocha o albino deixando à ruiva ainda mais furiosa.

Eu vou te mostrar quem é a ruivinha aqui, seu meleca prateado!!!

A ruiva faz um círculo de fogo sobre sua cabeça enquanto o albino balança o braço esquerdo e um cajado de madeira se materializa em sua mão, cristais de gelo começam a brotar da ponta do cajado e a temperatura do lugar cai drasticamente.

Quer um duelo ruivinha? Pode vir que eu tô fervendo! – Provoca o albino.

Ahhh, mais pode crer que vai ficar muito quente aqui mesmo!!! – Brada a ruiva que intensifica as chamas.

Os amigos da dupla ao verem aquilo se desesperam.

Aí minha nossa, eles vão lutar a sério! – Berra Rapunzel em pânico.

— Mérida, Jack, parem, vocês vão destruir essa casa!!! – Grita Soluço tentando aclamar os ânimos, mas nem é ouvido.

Pessoal se controlem, por favor, vocês não estão na escola!!! – Tadashi grita também, mas a ruiva e o albino pareciam fora dali, sorriam um para o outro, prontos para lançarem seus feitiços. Tia Cass choramingava ao ver sua casinha sendo destruída, todos ali estavam tão concentrados na dupla que nem perceberam que o pequeno gênio já não se encontrava mais ali.

Quando Mérida e Jack estavam prestes a lançar seus golpes sentem algo molhar seus pés.

Hum? – Ambos olham para o chão cheio de água e estranham, nenhum deles havia usado magia daquele elemento, foi então que ouvem um assobio. Olham para a entrada da sala e vem Hiro, com três baldes virados no chão e um abajur ligado à tomada sobre sua mão coberta por uma luva de borracha e sem pestanejar o pequeno gênio jogar o objeto no chão e o que se segue são dois jovens sendo eletrocutados ao ponto de suas caveiras aparecerem.

­– HHHHHHUUUUUUAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!— Os dois berram se debatendo como lagartixas com câimbras, seus corpos pareciam dançar uma valsa louca enquanto a corrente elétrica passava por seus corpos. Soluço aproveitou e pegou sua memory box e começou a gravar a cena com um sorrisinho sarcástico como se dissesse “me vinguei”. 

Hiro olhou para seu relógio de pulso vendo que já era suficiente e desligou o abajur da tomada.

Resultado... churrasquinho de Mérida e Jack!

A dupla encrenqueira estava com a pele escura, os cabelos desgrenhados, roupas queimadas e saindo fumaça. A varinha e o cajado do albino estavam escuros como carvão até que caem das mãos dos donos que logo em seguida vão de cara no chão.

Jack, Mérida!!! – A loira pula o sofá indo socorrer os amigos caídos enquanto o rapaz de nome Soluço assoviava guardando discretamente a memory box no bolso da calça e ia ajudar os amigos caídos.

Ambos ajudam Jack e Mérida a sentarem no sofá, Rapunzel os examinava para ver se havia algum dano pesado, mas...

Nossa... – Murmura Jack.

Foi chocante... – Responde Mérida.

Aí que bom, vocês estão vivos!

— Claro que estão Zie, esses dois já aguentaram coisa pior! – Diz soluço que recebe olhares mortais da dupla. – Que foi tô mentindo?

Outro que fica preocupado com ambos foi Tadashi, que se levantou e olhou para dupla e pergunta visivelmente preocupado:

Gente vocês estão bem, se machucaram?

A resposta foram duas nuvenzinhas negras que saíram das bocas da dupla e sorrisos sujos de fuligem. Aquela visão deixou o rapaz bem irritado, ninguém machucava seus amigos e deixava impune, mesmo se o causador disso fosse...

HIRO!!! – O Hamada mais velho se vira para dar um sermão em seu irmão, mas para sua surpresa recebe um soco certeiro na boca do estomago de seu irmão caçula que o faz se curvar de dor. – ARGH!!!

Aquele foi um soco para nocautear um oponente, o “Raijin”, um dos golpes que apreendeu com Weltall, logico que ele não tinha força suficiente para nocautear alguém, mais para deixa-lo fora de ação.

Senta... aí!!! – Rosna o garoto empurrando seu irmão contra o sofá o forçando a se sentar, e logo em seguida encara Soluço e Rapunzel que se tremeram ao encarar os olhos ameaçadores do pequeno gênio que indicou o sofá para que eles se sentassem também... nem discutiram. E quando sua tia ia saindo de fininho. – Tia Cass a senhora se senta também!!! – Deu meia volta e se sentou no sofá também e sorrindo que logo murchou ao ver o rosto de raiva do menino.

E assim todos estavam diante do menino que respira fundo e começa:

Bom... agora que tenho a atenção de todos vocês... eu tenho três coisas para dizer! A primeira é... Eu odeio a magia... em suma... eu odeio todos vocês... principalmente você!

Essa última aponta para seu irmão que tentava recuperar o folego após o soco que levou. – Segundo eu não sei o que fazem na minha casa e na boa... nem quero saber, só acho que... – Se volta para sua tia. – Eu deveria ter sido avisado da chegada de vocês com bastante antecedência, né Tia?!

Sua tia engole seco ao ouvir aquilo, em um ponto seu sobrinho estava certo, ela sempre soube que ele odiava a magia e sem pensar alocou quatro magos em sua casa e esqueceu de avisar a ele... grande falha.

Desculpa... – Diz abaixando a cabeça, no entanto o menino estava furioso:

Poupe-me de suas desculpas... e por último... VOCÊS QUASE DESRUIRAM A NOSSA CASA!!! – Brada o menino a plenos pulmões, fazendo todos recuarem, e Tadashi e seus amigos puderam notar algo pulsar em volta do menino.

Seria possível”?

— Eu não sei o que ensinam nessa escola de vocês, e na boa nem quero saber! Por mim eu botava vocês para fora a pontapés, mas como a casa é da minha tia eu não tenho esse direito... então aí vai um conselho de “amigo”. – Se aproxima deles e diz pausadamente. – Fiquem fora do meu caminho e se eu ver mais algo destruído, vão se arrepender de terem vindo a esta cidade e terem me conhecido.

E após essas gentis palavras, o pequeno gênio deixa a sala subindo as escadas indo para seu quarto deixando todos paralisados.

Nossa... – Soluço se manifesta. – Menininho arretado esse, hein? Parecia até o professor Kojiro nos dando bronca!

— Pensei a mesma coisa Soluço. – Comenta Zie que olha para Tadashi recuperava o folego. – Tadashi... tudo bem?

Ele... não pode dizer essas coisas! – Se levanta irritado como se não tivesse ouvido as palavras de Rapunzel.

Tadashi, aonde vai?! – Pergunta sua tia se levantando também e a resposta foi:

Dar uma lição nesse pirralho!!! – Grita o rapaz já subindo as escadas indo atrás de seu irmão, sua tia logo já imaginou o que ia acontecer.

Isso não vai acabar bem! – E corre atrás dos dois deixando as visitas sozinhas.

Um silencio se segue enquanto os quatro permaneciam sentados encarando a pequena destruição causada pela Dunbroch e o Frost.

Em um ponto o menino tá certo... vocês exageraram e muito! – Diz a menina de longos cabelos loiros.

A ruiva por sua vez responde:

Amiga... o culpado foi ele! – Aponta o polegar para o Frost. – Foi ele quem começou!

— Olha gente não importa quem começou ou terminou o negocio é... não estamos na escola e por isso não podemos sair lutando ou usando magia a torto e a direito! – Exclama Soluço se levantando. – Lembrem-se que o Ministério tá na nossa cola devido alguns dos nossos atos, não podemos vacilar, pois qualquer erro nosso seria  justificativa para ele nos expulsarem.— Explica o rapaz deixando seus amigos estáticos.

Merda! Tinha me esquecido disso! – Resmunga a ruiva.

Pois é mais e bom lembrar, agora de pé gente vamos ajeitar esta bagunça, que vocês causaram... de novo. – Termina o moreno sacando sua varinha do bolso.

A dupla de brigões se entreolham e suspiram inconformados.

Tá bom vamos arruma! – Diz Mérida se levantando. – Levanta dai Frost, vem limpar a bagunça que você fez!

Jack olha pelo canto do olho para a ruiva e depois para os amigos, bufa e se levanta.

Tá bom vamos arrumar!

— É assim que se fala, mãos à obra gente!!! – Exclama Rapunzel já fazendo feitiços que concertavam os moveis e objetos quebrados, enquanto Soluço corrigia as pinturas da sala. Assim que Mérida e Jack estavam sozinhos a ruiva sussurrou.

Assim que voltarmos para a escola eu acabo com você!!!

O menino ri.

Lindinha... entra pra fila, he, he, he! – E materializa seu cajado novamente, para em seguida tocar em sua cabeça e estar todo limpo de novo, deixando de lado uma ruiva furiosa.

No andar de cima Tadashi andava a passos firmes com sua tia logo atrás tentando para-lo.

Por favor, querido, se aclame o Hiro não fez por mal!

Não fez por mal?! – Ele se vira incrédulo. – Ele simplesmente eletrocutou dois dos meus amigos, me deu um soco que quase me nocauteou, disse na cara deles que odeia a magia... como a senhora quer que eu me acalme?!

A tia do menino olha profundamente para seu sobrinho mais velho, um olhar de severidade e raiva coisa que ela não demonstrava e que não combinava com ela.

E você fez o que? – Pergunta tia Cass de maneira fria surpreendendo o rapaz. – Eu percebi sua indiferença com o Hiro, mal olhou para ele, ou lhe dirigiu a palavra, só quis amostra-lo dizendo, “olhem é meu irmão” e depois que seus amigos piraram, se escondeu e ia deixa-los destruir nossa casa sem fazer nada!

Mas tia eu...

— Sem desculpa! – Brada tia Cass cortando seu sobrinho. – Eu não sei o motivo que te fez voltar aqui, mais sei bem que não têm haver comigo e com o Hiro e então siga o meu conselho... – Se aproxima bem de seu sobrinho e diz pausadamente. – Não ouse machucar seu irmão mais do que já machucou, ouviu! – E se vira deixando o rapaz atordoado.

Tia Cass... – Ele murmura enquanto se vira encarando a porta do quarto de Hiro, caminha a passos lentos e quando ia tocar na maçaneta para abri-la, fecha seu punho, seus olhos, serra os dente, rosna e retrocede, deixando de lado a porta que separava ele de seu irmão que esperava do outro lado, fosse para brigar, conversar, ou qualquer coisa do tipo, mas infelizmente sua tia tinha razão... ele não havia voltado por eles.

Idiota... – Murmura o menino enquanto uma lágrima escore por seu rosto.

Naquela noite Hiro não dormiu em seu quarto, subiu para o telhado onde ficava horas admirando as estrelas junto com seu amigo de aço. Deitou-se e as comtemplou em particular a Brave Vesperia, a estrela que nunca se punha, e fez um único pedido do fundo de seu coração... que mandasse aquele farsante embora e trouxesse seu irmão de volta... se é que ele existiu algum dia...

No dia seguinte Hiro levantou mais cedo do que o normal, se bem que quase não havia dormido, desceu as escadas com cuidado para não acordar ninguém, olhou para a sala e viu os amigos de seu irmão dormindo em o que apreciam ser colchoes bem confortáveis.

Como eles trouxeram essas coisas naquelas malas”.

Pensa o garoto que balança a cabeça, não era hora de pensar nisso. Deu a volta pela sala indo para a cozinha, iria pegar algo para comer antes de sair quando percebeu um prato com pão fresquinho e um copo de achocolatado pronto.

Mas o quê? – Ele se aproxima da mesa e vê um bilhete com uma caligrafia bem familiar.

“Bom dia querido, deixei seu café pronto, coma tudo, sabe que saco vazio não para em pé, kkkk! Vai lá e prenda muitos bandidos hoje, com amor de sua Tia”.

Havia o desenho de um rostinho que sorria e piscava para ele e não conseguiu conter um sorriso após ver esse ato de amor de sua tia por ele. Ela sim era parte de sua família, só aquela pequena demonstração de afeto já lhe dava forças para enfrentar mais um dia de trabalho e hoje seria muito importante!

Tomou todo o café da manhã, lavou a louça e saiu pela porta de trás que levava direto para a garagem, lá sentado em uma cadeira de metal e conectado a vários fios estava seu melhor amigo. Os registros do equipamento diziam carga máxima atingida.

Beleza! Hora de acordar amigão!

Bastou o som de sua voz para que os olhos cor de âmbar do gigante se acenderem, os fios se soltarem de suas costas e estática passarem por todo o seu corpo, segundos depois o gigante se levanta ficando ereto. Dados e registros se acionavam um-a-um até ficar em pleno funcionamento. Passando todo o processo as estáticas somem, seus dedos se mexem assim como sua cabeça que olha para baixo e o pequeno gênio pode ouvir a voz que tanto gostava.

— Bom dia Hiro!

E sorrindo o pequeno gênio responde:

Bom dia amigão... é bom ver você hoje.

O gigante não entendeu muito bem o porquê das palavras ditas por seu pequeno mestre já que ele o via todo o dia e estranhou.

— Hiro, está tudo bem?

O garoto de imediato fica cabisbaixo, Weltall como sempre sendo certeiro.

Vou ficar melhor depois que saímos daqui... vamos pro trabalho?

O gigante checou seu relógio interno.

Ainda faltam algumas horas para começar nosso expediente.

Eu sei. – Responde o menino. – Só quero sair daqui o quanto antes.

Weltall estranhou aquilo, mas não comentou, decidiu seguir as ordens de seu pequeno mestre e o seguiu até o “Hamada Movel”, fechando a porta da garagem na saída. Acomodados no automóvel o gigante já ia pedir para que o menino botasse o cinto como de costume, mas para sua surpresa ele já o havia feito.

Vamos nessa?

— Sim... vamos. – O gigante liga o pequeno veículo e partem estrada a fora.

Minutos se seguiram enquanto a dupla dirigi pela cidade que começava a acordar, nenhum deles trocou uma só palavra durante o trajeto, quando chegaram a DP, estava tendo a troca de turno, o recepcionista estranhou ao ver o menino e o robô chegando tão cedo, mas o pequeno gênio só acenou, entrou e foi direto para seu cubículo onde se sentou, ligou seu pc de trabalho, viu alguns papeis, para depois afundar a cara na mesa e dizer:

Mas que MERDA!!! – A última palavra saiu bem alto por sinal.

Hiro... você está bem mesmo? – Pergunta o gigante. — Pergunto porque você só afunda a cara na mesa quando esta... como posso dizer...

Pau das ideias! – Responde o menino com o rosto ainda na mesa.

— Eu ia dizer... revoltado, estressado e fulo da vida.

— Tô tudo isso e mais um pouco! – Resmunga o menino deixando seu amigo impressionado.

— Nossa... e posso saber o que causou toda essa mistura de sentimentos negativos?

O menino ergue o rosto e responde com raiva:

Meu irmão voltou... acho que isso já diz tudo, né?

O robô se cala ao ouvir aquilo, sabia de antemão que seu pequeno mestre não nutria afeto por seu irmão mais velho, queria acreditar que os anos afastados mudariam ambos, que depois de tanto tempo separados eles pudessem conversar e se acertar, mas pela feição de Hiro, já pode perceber que o encontro não foi... muito bom.

— Vocês brigaram? – Weltall evitou falar muito, não queria fazer seu pequeno mestre se sentir mal ou mais irritado.

Se brigamos? – Pergunta o menino em tom de deboche. – Bom... pode ser dizer que acertei um soco muito bem dado nele e acredite... foi pouco!

— Um soco?! – Weltall chega a se levantar da cadeira em surpresa.

Sim amigão... um soco, bem na boca do estomago como você em ensinou! – Explica o menino com calma, já o mesmo não podia ser dizer de seu amigo robô.

— Hiro, não acredito que você chegou mesmo a fazer isso... digo... eu sei de seu ressentimento por seu irmão, mas partir para agressão?!

— Era isso ou a casa da minha tia ia ser destruída! – Responde o menino.

— O quê?!

— Senta... vou contar o que aconteceu...

Obedecendo seu pequeno mestre o gigante se senta e ouve tudo o que aconteceu no dia anterior.

— Magos... – Sussurra Weltall incrédulo com o que ouviu.

— Quatro deles meu amigo, cinco se contar com meu irmão e todos adolescentes!

O gigante ficou sem palavras, não acreditou que tanta coisa havia acontecido durante seu tempo de recarga e seu pequeno mestre teve que enfrentar tudo aquilo sozinho... sem ele.

— Sinto muito... você deve ter...

— Para Weltall, sem drama, um dia esse reencontro tinha que acontecer, eu só tinha a esperança de que...

— De que ele voltasse e explicasse tudo para você?

O menino não respondeu apenas meneou a cabeça em afirmação.

Às vezes eu me acho um idiota, sabe.

— Por quê?

— Por achar que um babaca que sumiu por três anos voltaria só para me ver! – Brada o menino. – Tipo... uma parte de mim acreditava que quando ele voltasse tudo se resolveria, que ele, tia Cass e eu poderíamos ser uma família de verdade, mas acontece que nunca fomos!!!

Hiro...

— Ele quando criança mal olhava pra mim, ou pra nossa tia, vivia no mundinho dele, acho que na verdade... ele nunca...

— Pensou dessa forma. – Completa o gigante.

— É... – O menino se afunda na cadeira e cobre o rosto com sua mão esquerda. ­– Irônico né? Eu sempre detestei a magia e a culpei dizendo que levou meu irmão para longe... o que não deixa de ser verdade, mas saber que ele viria e traria amigos, não, irmãos, pois o que vi nos olhos dele foi isso. Uma cumplicidade e ligação mais forte que eu tenho com ele, um laço que não se rompe por qualquer coisa, ver isso foi... assustador.

Weltall ouvia o desabafo de seu pequeno mestre que não percebeu que por baixo da mesa ele serrava os punhos com força, odiava ver Hiro sofrer por qualquer coisa, e agora a fonte de todo o ódio e ressentimento de seu mestre estava presente.

— Hiro, posso pedir uma coisa?

— Hum? – O menino descobre o rosto. – O que é?

— Posso parecer rude, mais posso pedir que mantenha minha identidade em segredo.

Aquilo realmente pegou o menino de surpresa.

C-Como assim?

E o gigante responde:

— Gostaria que seu irmão e seus amigos não soubessem de minha existência, se possível?

— Quê?! – Realmente o menino não esperava por isso. – Weltall o que está querendo me dizer?

— Em poucas palavras... que o mestre Tadashi não merece ouvir e nem saber o conteúdo da carta que seu pai mandou!

Hiro se sobressaltou, devido à briga do dia anterior havia se esquecido completamente da carta que seu pai havia lhe mandado.

A carta...

— Sim. Eu planejava que quando o outro mestre voltasse poderíamos conversar sobre seu conteúdo e talvez trabalharmos em equipe para encontramos o mestre Kenzo e sua esposa.

Hiro arregalou os olhos ao ouvir aquilo.

— Como assim, achar meus pais?

— É obvio... Hiro você pode não dizer, mais sinto que o que mais deseja é reencontrar seu pai e sua mãe... eu vejo isso nos seus olhos quando procura por fotos deles na cristal net, quando passa horas extras aqui na delegacia em busca de informações, eu sou uma testemunha de todo o seu esforço e trabalho duro e isso me deixa muito honrado de ser seu robô e amigo. — Diz o gigante que tinha os olhos castanho do pequeno policial presos a ele. Estava tentando de todas as formas não chorar, mas estava difícil.

Como era possível que um ser humano pudesse ser tão frio e uma máquina tão quente?

A resposta era simples... um ser humano pode mentir para os outros e até para si mesmo... uma máquina não! Ele será verdadeiro até o fim de sua existência e isso era o que Hiro precisava. Não de um irmão que o abandonou, mais de um amigo que o entendesse, ajuda-se e o apoiasse e Weltall fazia tudo isso com mastreia impecável!

Agradecia a seu pai todos os dias por telo mandando para ele, e se um dia realmente se reencontrassem agradeceria muito pelo maravilhoso presente.

Obrigado por você existir meu amigo... – Murmura o menino que se levanta e abraça seu amigo gigante que retribuiu e ali ele ouviu os soluços e lágrimas de seu pequeno mestre, toda sua frustação, dor e solidão sendo postas para fora em um turbilhão de lágrimas que ele já não conseguia mais conter, podia ser um policial e um Magus Killer, mas ainda era uma criança que carregava um pesado fardo e o robô só desejava que um dia seu pequeno mestre encontrasse amigos que o ajudassem e apoiassem seu pequeno mestre o livrando da solidão.

Mal ele sabia que esse dia logo chegaria...

E assim a lenda do erudito do lendário rei teve início!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E assim apresentamos o conturbado relacionamento entre os irmãos Hamada e o nosso quarteto de Draconia! O que se seguira do futuro do pequeno gênio? Muitas coisas o aguardam em seu caminho e rumo a verdade, espero que tenham gostado do capitulo, desejo a todos um bom final de semana e uma boa leitura.

Até a próxima pessoal!

Musica de Hiro triste e quando ele e Weltall se abraçam: https://www.youtube.com/watch?v=655j9WXi4DA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.