No alto do shopping ele observava o espetáculo lá em baixo, estava em pé bem na beirada da enorme construção vendo os policias fugirem como ratos assustados da máquina que eles mesmos criaram. Não conseguiu conter um riso ao ver os “impuros” correndo sem saber o que fazer.

Quando chegou a San Fransyko já havia achado a cidade por si só repugnante! Não havia sequer um mago de alta hierarquia naquela enorme cidade de ferro, ele mal conseguia sentir a Aura da Deusa, apenas o cheiro de combustível e de Moonstones queimado impregnando o ar. Era engraçado ver a insistência de “impuros” tentando se igualar aos magos apenas usando o que eles chamam de tecnologia.

Como eram tolos...

— A magia é o bem mais preciso que a Atlhena nos deu, renega-la é o mesmo que renegar a própria Deusa! – Diz o homem que vestia um longo manto de cor verde que lhe cobria todo o corpo, suas mãos estavam encobertas por luvas brancas com um brasão desenhado nas costas de cada, sua pele era pálida combinado com seus olhos azuis sem brilho e seus cabelos dourados lhe davam um ar de superioridade e nobreza. E era assim que ele se sentia... um rei em um mundo onde só ele usava magia. – Será fácil tomar esta cidade, afinal... um povo sem magia é um povo sem fé!

E abre os braços e contempla o céu.

— Oh, amada Deusa, rogo por sua força e poder, destrua esses “impuros”, que teimam em não seguir seus ensinamentos, conceda a mim, Vincent El-Melloi Archibald o poder para empregar-lhes o castigo divino!!!

Ao mesmo tempo ao som de sua voz o sensor do gigantesco VNT ressoa e libera todas a suas armas e começa a lançar uma sequência ensandecida de misseis de napalm e rajadas de metralhadoras contra os policias e o esquadrão da SWAT que estavam sendo repelidos com facilidade pelo poderio bélico do veículo.

Vários policias estavam feridos no chão, alguns com ferimentos graves e muito sangue jorrando de seus corpos. Aqueles que tentavam socorrer os colegas de farda, acabavam alvejados pelas balas do VNT que não estava atirando para matar era como se estivesse...

— Brincando conosco! – Rosna a sargento Calhoun ao ver seus homens tombando um a um, feridos pelos tiros de napalm. – Maldita máquina!!! – Brada a sargento pegando sua arma e disparando contra o VNT, no entanto nem sua arma de grosso calibre e de seus homens faziam frente ao poderoso GRAD!

— Sargento Calhoun, estamos ficando sem munição e muitos dos nossos homens estão fora de combate! – Brada um dos soldados de armadura.

— Sem falar que mal estamos causando danos nele! – Grita outro soldado que leva um tiro preciso no ombro e caindo no chão berrando de dor.

A sargento trinca os dentes ao ver a situação e se xinga por não ter se preparado o suficiente contra o inimigo.

— Cometi um erro gravíssimo, maldição!!! – Brada a sargento em sua mente. Odiava ter que fazer aquilo, mas a segurança de seus comandados via em primeiro lugar, então ela grita para todos; – REAGRUPAR, AFASTEM-SE DO VNT!!!  

Os soldados cessam os tiros e ouvem a sargento, os que ainda estavam conseguiam andar carregavam os feridos enquanto Calhoun fica na frente de todos com seu rifle movido a moonstone carregando e pronto.

— Sargento o que está fazendo?! – Brada um dos soldados ao ver sua líder ficando para trás.

E a resposta foi:

— Ganhando tempo pra vocês seus inúteis, agora vão!!! – Brada a sargento que começa a atirar contra o GRAD que revida. A guerreira corre se jogando a uma pilha de veículos destruídos para se proteger dos tiros da máquina, puxa de seu cinto uma granada de fosforo vermelho que era usado para distrair o sensor de um VNT por alguns minutos. Ela lança a granada que explode criando uma cortina vermelha com pequenos fragmentos, os sensores do GRAD ficam sem visão e essa foi a chance da sargento que corre a toda velocidade com sua arma em mãos, engatilha e entra na cortina de fumaça, lá no topo o mago olha impressionado.

— Hum, pelo visto nem todos eles são macacos sem cérebro, no entanto... – Um largo sorriso brota na face do homem que murmura algumas palavras e no mesmo instante o veículo avança pegando a sargento de surpresa.

— MERDA!!!

A sargento Calhoun e acertada em cheio pela blindagem do GRAD que a lança alguns metros de distância, seu corpo rolou pelo chão de concreto só parando ao se chocar com uma barricada improvisada criada pelo policias.

— Droga! – Rosna a mulher ao erguer a cabeça e ver a cortina de fumaça se dissipando e o GRAD a mirando e engatilhando sua arma principal o canhão de alto calibre que podia destruí até um prédio.

Ela iria morrer, mas não sem lutar!

Sentia suas pernas sem força, provavelmente quebradas ou fraturadas, se ombro direito estava deslocado, sangue escoria de sua boca e testa e num último ato contra o gigante ela saca sua pistola e começa a atirar no VNT que nem se abala.

— Mas é mesmo um... DESGRAÇADO!!! – Brada a sargento que assiste o veículo disparar contra ela, a enorme bala vai em sua direção e mesmo assim ela não esmorece e dispara sua última bala que vai de encontro ao grande projetil que se chocam e explodem!

Uma imensa cortina de fumaça cobre a vista tanto da sargento quanto do criminoso que não compreendia como a bala de seu veículo controlado foi destruído.

— Mas o que aconteceu ali?

A sargento olhava incrédula a sua frente, ela estava viva, não sabia como mais estava, e a sua frente uma figura negra e azulada estava ajoelhada bem diante dela. Um pé de vento passa pelo local revelando a figura de um imenso robô que tinha as mãos em forma de concha e apontava para o GRAD.

— Mas o que?

— Sargento Calhoun, a senhora está bem?

Uma voz infantil surge a sua direita e qual não foi a sua surpresa ao ver o mesmo menino que ela arremessou ao seu lado.

— V-VOCÊ?!

O menino sorri meio se jeito.

— Pois é! A senhora estava com tanta presa que nem pude me apresentar direito, sou Hiro Hamada da divisão de crimes tecnológicos e informação. – Diz o menino mostrando sua credencial. – Nós viemos aqui a pedido do Comissário Callaghan para ajudar a prender o criminoso.

A sargento estava pasma, olhava para o menino incrédula e sem acreditar, o tampinha que ela arremessou era um policial?! Olhou bem a credencial que o menino possuía e viu que era autentica.

— Não acredito!

— Pois acredite, da próxima vez a senhora pergunte antes de jogar um aliado longe, sim?

A sargento trinca os dentes e sua pele fica vermelha, queria ralhar pela audácia do menino, mas os ferimentos em seu corpo não lhe permitiam.

— Droga! – Rosna a mesma.

— Olha, sei que não gosta de estranhos se metendo em seu serviço, mas a senhora não está em condições de lutar e então que tal aceitar nossa ajuda?

Ao ouvir aquilo ela pergunta:

— Nós?!

O menino sorri.

— Sim... eu e meu amigo que aparou a bala do GRAD, né Weltall?

— Afirmativo Hiro. – Responde o robô serio fitando o VNT.

Os olhos cor de âmbar do gigante fitavam a máquina de guerra que havia parado de atacar, a AI do VNT estava analisando o opoente que estava a sua frente, uma análise completa de Weltall era feita pela máquina que chegou a um prognostico... inconclusivo!

A sargento por sua vez encara o robô, ele era diferente das outras maquinas que ela conhecia, era magricela e seu formato era humanoide.

— Como esse robô magricela me protegeu?! Ele é muito menor comparado ao VNT?! E você disse que ele aparou a bala do GRAD com as mãos!

E Hiro simplesmente responde:

— Sim.

A sargento fica sem palavras.

— Isso é piada, não é?

— Não mesmo! – Responde o pequeno gênio.— Meu amigo é um robô diferente e ele vai provar, WELTALL!

— Sim! – O gigante esperava suas ordens.

— Detona essa lata velha!

Os punhos do gigante brilham em estática e ao ouvir comando de Hiro seus jatos se ativam e ele avança tão rápido sumido do radar do GRAD! Quando o VNT se deu conta o robô já estava na sua frente.

O que os olhos azuis escuros da sargento viram foi o robô encaixar um poderoso soco de direita na blindagem do VNT que recuou, mas não parou por ai, Weltall deslizou para a esquerda onde havia uma metralhadora acoplada, salto rodou o corpo mandado um chute de esquerda na metralhadora a despedaçando e empurrando o VNT junto!

— Isso aí amigão!!! – Brada o pequeno gênio em apoio a seu amigo, já a sargento estava de boca aberta.

— I-M-P-O-S-S-I-V-E-L!!!

— Hum?

— Como esse robô consegue fazer tal proeza, só vi esse tipo de força entre os robôs que lutam na liga do Real Steal! – Exclama a sargento Calhoun não acreditando. – O que é esse seu robô menino?

Um sorriso brota na face do pequeno gênio, ele já tinha essa resposta na ponta da língua.

— Ele é apenas... meu melhor amigo!!!

E como se essas palavras fossem ordens os olhos cor de âmbar do gigante se acendem e uma Aura azulada começa a emanar de seu corpo, porem ela era invisível a pessoas que não conheciam ou haviam liberado sua Aura. No entanto o criminoso podia vê-la e estava fascinado!

— Que maquina fascinante!

Quando chegou a San Fransyko achou que era apenas uma cidade sem vida e sem magia, fácil de dominar, mas agora que acabou de ver um robô emanado Aura, as coisas haviam ficado muito mais interessantes.

— Tenho que ter esta máquina, preciso examiná-lo, pedaço por pedaço, até descobrir o que fez essa elevação de Aura, em nome da Deusa, este mundo ainda tem tesouros escondidos e preciso desenterrá-los a todo custo!

Então ergue suas mãos e mexe seus dedos freneticamente e o GRAD responde como se fosse uma marionete. Seu motor se reinicia e vira-se contra Wetlall que o encrava e o mago ordena.

— Incapacite este belo espécime e traga-o até mim!!!

Ouvindo o comando de seu mestre o VNT aciona seus turbo e avança com tudo contra o amigo de Hiro. O mago já previa o que ia acontecer, o robô tentaria para o avanço do GRAD usando toda sua força, com isso ele ficaria travado em uma só posição o deixando desprotegido, ficando fácil do VNT usar seus misseis teleguiados que poderia ser disparado e acertar as costas do robô fazendo om que ele fosse derrubado e podendo ser capturado.

No entanto nem o mago, o VNT e a sargento sabiam que Weltall não pensava como uma máquina.

O que os olhos azuis do mago viram foi o robô correr na direção contraria da do GRAD, como se estivesse fugindo, mas não estava.

Weltall correu tendo o GRAD na sua cola, sabia que encarar a blindagem da máquina era o mesmo que pedir para ser transformado em uma lata amassada. Esse era o mal daqueles que atacavam o GRAD, lançavam artilharia pesada contra ele achando que poderiam romper sua blindagem, mas era inútil! Seu verdadeiro ponto fraco ficava bem a mostra, mas era imperceptível que era sua lerdeza! Enquanto estava em sua forma tanque ele só podia avançar em duas direções frontal e lateral, por isso o amigo de Hiro o atacou na parte de baixo e a esquerda, pontos vulneráveis e agora iria atacar seu maior ponto cego!

Ao chegar em uma das pilastras de shopping, Weltall acelerou e subiu a pilastra fazendo com que o GRAD se chocasse e derrubasse a pilastra que cai sobre ele. Uma nuvem de poeira encobre o VNT que perde totalmente a visão do alvo, o concreto não causou nenhum dano a sua blindagem, mas sim o poderoso pé do amigo de Hiro que destrói seu lançador de misseis da cabeça e penetra diretamente sua blindagem interna.

— BOA AMIGÃO!!! – Brada Hiro ao ver que a estratégia de seu amigo funcionou.

Encima do VNT, Weltall puxa seu pé de volta onde criou um enorme buraco, se ajoelha e começa a socar a parte de cima da máquina de guerra com toda a sua força, o objetivo do robô era arrancar a caixa neural onde fica a AI da máquina assim inutilizando o veículo.

— Só mais dois socos e...

Porém o robô se cala quando o buraco que ele abriu foi preenchido por um estranho liquido prateado que se propagou para fora da máquina como um espinho que tentou empalá-lo.

— Mais o que?!

O gigante esquiva na hora sentido o metal frisar seu rosto causando um arranhão, logo depois do primeiro espinho outros surgiram em seguida obrigando o gigante a recuar em um salto pousando mais à frente de seu pequeno mestre.

— Weltall, tá tudo bem?! – Exclama o pequeno gênio preocupado.

— Sim, nenhum dano que necessite de alarme, no entanto a situação mudou.

— Ah? – A ouvir as palavras de seu amigo o pequeno gênio volta sua atenção para o VNT que voltava a se mexer, no entanto no lugar do lançador de misseis da cabeça uma gosma prateada como tentáculos se mexiam descontroladamente do topo do tanque. – Mas o quê?!

Era uma visão assustadora, o metal parecia vivo e estava se espalhando pelo corpo do VNT cobrindo os danos causados por Weltall, no entanto não reparou as armas que foram destruídas.

— Mas que droga é essa?! ­– Exclama o menino olhando aquela cena.

— Eu não sei, mais com certeza não é nenhuma tecnologia que já tenhamos visto. – Comenta o robô.

— Não, não é. – A voz de Hiro saiu com frieza, sua mente já processava o que estava acontecendo e formulava uma nova tática de batalha, mas para isso precisava saber contra o que eles estavam lutando de verdade. – Weltal, use seus scanners nele! – Ordena o menino.

— Já fiz isso, mas não encontrei nada.

— Não estou falando do seu scanner normal... me refiro ao outro.

No mesmo instante o robô olhou por cima do ombro para seu mestre, ele estava falando do...

— Scanner de mana?

Um aceno de cabeça do menino foi sua resposta. Quando Hiro recebeu sua arma Goverment e suas balas anti-magia, começou a trabalhar em um sistema que pudesse detectar auras magicas, com essa visão, Weltall poderia identificar se algum tipo de magia estivesse sendo executada e também achar seu usuário, era uma precaução caso um dia eles tivessem que enfrentar um mago. Nunca precisou usá-lo em campo, pois nunca haviam enfrentado um mago, mas a situação de hoje era diferente e os instintos de Hiro diziam que havia algo errado naquele metal e como seu pai havia lhe dito em sua carta:

“Confie em seus instintos”.

E ele o fez!

— Vai lá amigo, ativar scanner de mana!!!

As palavras do menino fizeram Weltall sentir a confiança de seu pequeno mestre, estava seguindo seus instintos e obedecendo encara novamente o VNT, seus olhos cor âmbar se tornam azuis e o mundo a sua frente muda, tudo estava preto e branco, menos o GRAD que brilhava em uma coloração roxa que emanava para fora de seu corpo e uma linha da mesma energia que levava até o topo do Shopping para onde o gigante olha e vê um homem. Seu scanner dá um zoom e registra o rosto e a energia do homem e ele diz:

— Hiro, a uma forte energia auricular emanando do GRAD que está sendo transmitida lá do alto... por aquele homem!!! – Brada o robô apontando para o mago que arregala os olhos surpreso.

Seguindo seu amigo o pequeno gênio e a sargento olham para o topo e vêm alguém no topo da construção, mas estava muito longe para eles poderem ver seu rosto, mas ambos chegaram conclusão óbvia.

— É o criminoso!!!

Do alto da construção o mago observava o desdobramento do confronto, ouviu claramente ser chamado de criminoso, mas aquilo nem o afetou, ele queria ver era mais do potencial do misterioso robô negro, nem que fosse a força!

— Parece que vamos ter de lutar a sério... GRAD mude para o modo bípede! –­ Diz o Archibald estalando os dedos e sua magia de metal força o VNT a mudar de forma.

— Hiro!

— É eu tô vendo, ele vai ir pro modo bípede!

O corpo do GRAD começa a sofrer uma mudança, suas rodas se tornam pernas, seus escudos laterais se tornam braços como se fossem pás, sua blindagem frontal vira em 180° graus e seu poderoso canhão fica bem a mostra e pronto para disparar assim como as armas restantes, sem falar dos tentáculos de metal que saiam de sua cabeça.

— Maravilha, quando a gente pensa que não podia ficar pior, fica!

— Hiro acho que isso não é hora para sarcasmo.

— Eu sei, eu sei tô ligado, parece que o vou ter que entrar na luta. – Diz o menino que procura envolta alguma arma para que pudesse usar, até achar uma submetralhadora abandonada. – Vai servir! – Ele a pega, checa se estava carregada e agradeceu mentalmente por estar. Engatilha-a, passa sua fivela pelo ombro e brada para seu amigo. – Vamos atacar de ambos os lados, ele não vai conseguir atirar em nós dois ao mesmo tempo!

Weltall por sua vez responde:

— Entendido, irei atacar o lado direito e você ataca o esquerdo!

— Fechou!

A sargento vê o que o menino e o robô iam fazer e brada:

— O que estão fazendo, acham que consegue lutar contra algo desse tamanho, e sozinhos?

Hiro não respondeu, apenas engatilhou a submetralhadora, estava focado no inimigo a sua frente, Weltall por sua vez assumiu uma posição de luta, os joelhos flexionados, seu braço esquerdo erguido e sua mão em forma de concha enquanto a direita estava erguida perto do peito. Ambos encaravam o GRAD não com medo, para ambos, aquele oponente era apenas mais um dentre tantos que ameaçava a paz da cidade e a vida das pessoas que lá moravam, e por tanto precisava ser derrotado.

— Sargento! ­– Chama o menino de costa. – Eu sei que para a senhora eu não passo de um pirralho mirrado e fraco, mas posso te garantir... que eu carrego um fardo bem mais pesado do que essa armadura que a senhora veste!

Os olhos da sargento se arregalam ao ouvir aquelas palavras, afinal quem era aquele menino? Mas essa resposta ela não obteria naquele momento, pois ambos, menino e robô avançaram contra o VNT.

A imponente maquina se move indo de encontro aos dois e já inicia uma descarga de tiros sobre ambos. Hiro diminuiu a corrida, mas não parando indo para trás de Weltall que toma a frente, cruza os braços recebendo a chuva de balas do VNT que dispara vários misses em seguida, no entanto o pequeno gênio sai de trás de seu amigo mecânico, apoia a submetralhadora sobre o ombro, mira e abre fobo acertando os misses que explodem antes de chegarem neles. O GRAD usa seu escudo para se proteger da explosão enquanto Weltall se agacha e abraça Hiro o protegendo. Logo que o impacto some a dupla volta a correr dessa vez indo um para a direita e outro para a esquerda. Hiro que estava à esquerda abre fogo chamando a atenção do GRAD.

— Aqui sua lata velha, vem me pegar!!!

O VNT ouve a voz do menino quando se preparava para disparara outra saraivada de misseis sente um impacto em sua blindagem direita que o faz recuar. Era Weltall que aproveitou a distração que seu pequeno mestre causou, correu e aplicou uma voadora na máquina de guerra que recuou. Os tentáculos de prata no topo do VNT balançavam freneticamente, até que param de se mexer apontam para Weltall e o atacam. O robô liga seus foguetes e começa a desviar de cada ataque, desliza para trás e para os lados, mas os tentáculos o seguiam.

— São persistentes. – Indaga o robô que freia e pega com as duas mãos um dos tentáculos.

O mago que olhava lá do topo não entendeu tal ação do robô, no entanto ao ver o menino correr em direção ao VNT sua mente compreendeu.

— Entendi, ele pertente prender a atenção do GRAD para que seu amiguinho possa atacar o corpo, um plano inteligente se fosse usado contra um criminoso qualquer, mas eu não sou um criminoso qualquer... – Estende sua mão direita à frente. – EU SOU UM MAGO!!!

Ao ouvir a voz de seu mestre o metal liquido que reside dentro do GRAD começa a esquentar fazendo com que a VNT ganhasse uma coloração vermelha.

— Mas o que?

— Hiro, a temperatura interna do GRAD está se elevando, se continuar desse jeito ele ira...

Weltall não consegui terminar sua frase pois o VNT bateu com suas duas mãos umas nas outras, provocando faíscas, depois mais uma e mais uma até que causou uma explosão criando um enorme clarão que forçou o menino a bloquear sua visão com um dos braços, para logo depois sentir um intenso calor perto de si. Ao descobrir os olhos encarou petrificado o VNT que agora tinha suas duas mãos cobertas por chamas como se fossem duas manoplas de fogo!

— Mas o quê?!

— Feitiço de incineração do metal... Manoplas de Ifrit!!! — Brada o mago sorrindo ao ver sua obra. Ao troco de perder um pouco de seu preciso metal, o mago pode aquecê-lo até que ele entre em combustão incinerando assim qualquer coisa que ele toque, reduzindo seu oponente a cinzas! No entanto se o alvo não for humano como o GRAD, os resquícios do metal em chamas permanecem no alvo queimando por dias! Aplicando isso a uma técnica de aumento de ataque baseada no elemento fogo o poder de destruição pode muito bem duplicar ou até triplicar!

Hiro ao ver tal cena fica sem reação e sem pensar duas vezes empunha sua submetralhadora, puxa o gatinho e dispara, no entanto, as balas se derretem antes de chegar na couraça do GRAD!

— MERDA!!! – Rosna o menino que se descuida por um minuto, tempo suficiente do GRAD decepar o tentáculo de metal que Weltall segurava. Para logo em seguida encarar o menino que engole seco e avança contra ele. – AH, DROGA!!!

— HIRO CORRA!!! – Brada o robô para seu pequeno mestre.

E nem precisou dizer duas vezes o menino se vira e corre a toda velocidade tendo o imenso VNT em seu encalço.

— ISSO NÃO FAZIA PARTE DO PLANO!!! – Berra o pequeno gênio enquanto o GRAD o perseguia.

— Imprevisto acontecem... de vez em quando. — Exclama o robô.

— Serio, que você vai fazer piadas agora?!— Brada o menino incrédulo enquanto era perseguido.

— Não, não farei! – Diz o robô que se agacha aciona seus foguetes e acelera para deter o GRAD e era isso que o mago queria, em um movimento de sua mão o VNT para de perseguir Hiro e se volta para Weltall que ia de encontro a ele. Hiro ao perceber isso grita para seu amigo:

— WELTALL NÃO, É UMA ARMADILHA!!!

— Tarde demais. – ­Murmura o mago que move os dedos e o VNT abre ambos os braços. Weltall parou sua corrida e não teve tempo de desviar do primeiro golpe do VNT que veio do braço direito. O gigante negro e azul ergue o braço esquerdo para se defender mais acabou sendo lançado para a esquerda com defesa e tudo.

— WELTALL!!! – O pequeno gênio barra o nome de seu amigo ao vê-lo ser acertado pelo GRAD que não parou em um só golpe, ante de Weltall ir ao chão o VNT encaixou outro soco dessa vez da mão esquerda erguendo o amigo de Hiro no ar. Depois mais outro e mais outro num total de vinte socos desferidos com as pás em chamas do GRAD para no final fechar ambas as mãos sobre Weltall que não teve tempo de reagir e foi imprensado pelas mãos em forma de pá do GRAD.

O som de metal sendo comprimido ecoaram pelo ar, as mãos achatadas e em chamas do VNT permaneciam fechadas prendendo o robô policial, Hiro ao ver aquilo vai de joelhos ao chão, seus olhos começam a marejar, sua boca estava semiaberta, sua mente não conseguia assimilar aquilo, seu amigo destruído por um VNT enlouquecido?

— Não...

Estende sua mão direita tremula em direção ao seu amigo está.

— Isso não pode estar acontecendo...

O mago no topo do prédio sorri satisfeito.

— Excelente, o que precisamos e do cérebro e de seu núcleo, o resto eu posso recriar com minha magia... agora traga-o a mim meu escravo!

Ao ouvir o comando de seu mestre o VNT se vira e começa a andar em direção ao shopping com Weltall ainda preso em suas mãos, quando sentiu algo o atingir pelas costas. Se virou e viu o menino ajoelhado e apontando sua submetralhadora para ele.

O mago claro riu daquilo:

— Há, há, ele acha mesmo que essas balas vão ferir o GRAD? Para um VNT de batalha essas balas são como festim.

Mas ele não ouviu e se levantou e continuo atirando. 

— Você não pode morrer assim... – Dizia o menino que se recordou de quando o robô chegou a sua casa, de início ficou assustado, mas depois o medo se tornou alegria.

— Você não pode ter sido derrotado.

Se recordou dos treinos que fizeram.

— Levanta!

Dos golpes que apreendeu.

— Sai daí!

­Da força que possuía. 

— Você é mais forte do que isso!

A cada passo que dava a temperatura aumentava, mas ele prosseguia e sem que ele percebesse uma cálida Aura azul clara começava a emanar para fora de seu corpo coisa que não escapou dos olhos do mago.

— Mas esse menino... está liberando AURA?!

— Vamos lá! – Brada Hiro.  – Temos muito o que fazer!

O mago ouve um barulho de metal rangido, segue o som e vê os braços do GRAD tremendo.

— Não creio...

O pequeno gênio dá um passo a diante.

— Lute... Lute...

A cada palavra as mãos do GRAD tremiam cada vez mais e aos poucos o mago pode ver a pequena figura magra e humanoide do robô se mexer entre as mãos de sua máquina de guerra. Sua cabeça estava baixa, mas seus braços estavam pouco a pouco afastando os poderosos punhos de fogo de sua máquina. Uma Aura da mesma cor da do menino começa a emanar para fora do corpo do robô, porém mais intensa e poderosa.

— Lute!

Estáticas corriam por toda a extensão de seus braços.

— Lute!

Seus foguetes dos pés se ativaram.

— Lute!

Sentia uma força que ele não conhecia brotar para fora de si.

— Lute!

Ele podia ouvir a voz de seu pequeno mestre... e de mais alguém.

— Lute!!!

Era uma voz de uma mulher.

— Lute!!!

Tão familiar que despertava emoções que ele não sabia que tinha.

— LUTE!!!

As vozes de Hiro e da mulher ecoavam em seu interior e por fim seus protegidos gritaram juntos a chave para sua força.

— LUTE WELTALL!!!

— LUTE... FEI!!!

Na mesma hora o gigante ergue sua cabeça, seus olhos cor de âmbar fitaram o VNT que tremeu ao sentir a presença do guerreiro. Com suas duas mãos amassa as blindagens do GRAD, para logo depois esticar os braços afastando as mãos em formas de pás que o prendiam e apagando suas chamas. O VNT estava com a guarda toda aberta e assim que Weltall voltou ao chão avançou, parou diante da máquina e fez uma postura de luta, erguendo o pé esquerdo para o alto e seus dois braços abertos, o esquerdo diante do corpo e o direito para o alto, para depois inclinar o corpo para frente, girando as mãos que brilhavam como lâminas que fulminam o VNT com uma sequência devastadora de socos que fizeram a máquina de guerra recuar para depois sentir o robô subir em sua couraça e girar os pés como uma perfuratriz o arrebentando. Porém o robô negro ainda não havia terminado, pulou do GRAD e como se flutuasse desencadeou uma sequência de chutes em plano ar para enfim voltar ao chão. O VNT estava preste a cair quando sente seu braço direito ser agarrado e o que Hiro, a sargento e o mago viram foi Weltall ergue o enorme GRAD em pleno ar e jogá-lo com tudo no chão. Aquilo era um golpe de judô que Hiro o havia ensinado para neutralizar assaltantes os desarmando e os jogando no chão, uma técnica padrão de luta, porém nunca imaginou que seu amigo o usaria contra um oponente vinte vezes mais pesado do que ele.

— Ele jogou o GRAD como se fosse uma lata de lixo! – Exclama o menino. – E aquela sequência de golpes... eu não ensinei isso a ele!

O robô ainda segurava o braço do GRAD que gira o arrancando fora. O VNT começa a se debater freneticamente, o liquido metálico vazava como se fosse seu próprio sangue.

O Archibald ao ver aquilo se enfurece.

— Maquina imprestável, porque esta gemendo você não sente dor!!! – Apontou seu dedo indicador direito para o GRAD. – Levante-se isso ainda não acabou!!! – Brada o Archibald. – Use seu canhão de balística!!!

O GRAD ao ouvir o comando seu mestre se vira e se levanta aos trancos e barrancos, seus circuitos estavam em curto e sua AI não conseguia calcular, ou presidir o que fazer por conta própria, então sem opção prepara seu canhão de balística, sua arma mais poderosa capaz de destruir um prédio contra Weltall.

O robô ao ver aquilo meneia a cabeça decepcionado.

— É uma pena ver alguém que foi criado para defender esta cidade se sujeitando a obedecer um canalha como esse. – E fita o mago com seus olhos reluzindo.

O Archibald sente um frio percorrer sua espinha, aqueles olhos brilhando não pareciam em nada os de uma máquina, mas sim as de um guerreiro pronto para destruí-lo!

— Esse robô...— Suas mãos tremiam, não de medo, mas sim de desejo, lambeu os beiços e bradou; – GRAD NÃO IMPORTA O QUE ACONTEÇA... ME TRAGA ESSE ROBÔ!!!

O VNT se preparou, engatilhou sua arma e estava pronto para disparar quando o robô de Hiro o encarou novamente, juntou suas mãos diante do corpo e curvou um pouco o corpo e disse:

— Lamento...

Para logo em seguida abri-las e uma esfera azul pulsar entre suas mãos! O robô afunda seu pé esquerdo diante do corpo, estica o direito, dobra o corpo para frente encarando o VNT, estende os braços e as esfera de energia em suas mãos dobra de tamanho.

Os circuitos do GRAD calcularam um aumento de 300% de energia do robô, mas como eles estavam com defeito poderia ser até mais! Sentido o perigo o VNT dispara seu canhão de balística, uma enorme bala voava em direção de Weltall que nem se mexeu apenas ativou seus foguetes, suas mãos brilharam e ele gritou sua técnica:

— GUIDED SHOT!!!

Um imenso pilar de luz azul brota das mãos do robô que cruza o espaço entre ele e o GRAD em questão de segundos. A bala do GRAD foi engolida pela luz disparada do robô que o atingiu, o metal dentro de si começou a de incinerar deixando sua mente e corpo livres sua AI só conseguiu processar uma palavra ao ver aquilo:

— Que... Lindo... – Para explodir logo em seguida deixando uma pilha de sucata fumegante.

Ao finalizar a técnica Weltall volta a sua posição normal e encara a pila de metal que foi seu adversário e ele repete o cumprimento que fez antes de desferir sua técnica em sinal respeito a seu adversário derrotado, pois assim era sua natureza... assim era sua honra de aço!