Os Sofrimentos de Tanaka Ryuunosuke escrita por Vulpe


Capítulo 5
TsukkiYama Vai Ser Ótimo Para Perturbar Tsukishima


Notas iniciais do capítulo

(eu provavelmente devia ter comentado que aquela selfie do cap anterior também veio de uma imagem. Uma imagem que eu NÃO SEI ONDE ENCONTREI E PARA A QUAL NÃO CONSIGO ACHAR UM LINK. desculpa.)
—-> alerta de breguice para o final
boa leitura!



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Era difícil gostar de Tsukishima. Ele tirava um prazer genuíno de provocar os outros, e por isso se tornara o parceiro não-oficial de Tanaka no processo de intimidação de outros times. Tanaka era grato pelo apoio, mesmo que originado de uma ética duvidosa, mas isso não significava que gostava de Tsukishima. Duvidava que Tsukishima gostasse de Tsukishima.

O que só tornava mais fantástico o fato de Yamaguchi gostar.

O consenso entre o time era de que Yamaguchi era impressionante. Antes uma sombra nervosa e negligenciada, tornara-se quem todos olhavam em momentos de tensão; conquistara confiança através de seu trabalho duro e seu saque. Yamaguchi não tinha as vantagens óbvias dos outros primeiranistas, a capacidade atlética de Hinata, a altura de Tsukishima, o talento de Kageyama. Ele era mediano e teimoso e determinado, e chegara onde estava por pura insistência. Essa era sua arma secreta.

Ele tinha potencial por si só, e com certeza mais pessoas perceberiam isso se não fosse pela companhia constante de Tsukishima - mas Yamaguchi parecia satisfeito onde estava. Gabando-se da altura do amigo por ele e acompanhando suas piadas, sem se incomodar que os outros vissem Tsukishima primeiro. Tanaka não conseguia nem começar a tentar compreender essa aceitação passiva. Era muito distante de sua personalidade, então não fazia sentido, então Yamaguchi devia ter algum motivo oculto.

—Duh, ele gosta gosta do Tsukishima! – falou Nishinoya, sem hesitar. Tanaka colocou a mão no queixo e acenou, sim, sim, pensara a mesma coisa. Asahi, em quem Noya deitava, suspirou.

—Você dois estão vendo coisas demais.

—Estamos vendo o mundo como ele é! – exclamou Tanaka, e a cabeça de Noya bateu com força no peito de Asahi em sua animação para concordar.

Yamaguchi era apaixonado por Tsukishima. Tanaka não sabia se o garoto era masoquista ou apenas louco, mas tinha certeza de que ia enfrentar várias dificuldades, quer fosse correspondido ou não. O que abria toda uma nova (na verdade velha) discussão: será que o coração gelado de Tsukishima tinha a capacidade de amar? Será que ele tinha coração algum? Grandes mistérios. Tanaka achava que a resposta para ambos era não, mas, pelo bem de Yamaguchi, que era um cara legal com sérios problemas de julgamento em matéria de amizades e paixões, esperava estar errado.

Essa incapacidade ficava clara na forma como ele ficava “Tsukki!” para cima e para baixo, cheio de carinho. O precioso kouhai usava o apelido ridículo sem nem se envergonhar, e Tsukishima não se import... Não se importava? Espera, o quê?

Estava escrito na sua cara azeda e sarcástica que Tsukishima não era o tipo que recebia apelidos, muito menos apelidos como Tsukki. Tanaka já ouvira algo sobre Tsukishima e Yamaguchi se conhecerem desde o ensino fundamental, mas tinha a impressão de que Tsukishima nunca fora amigável ou fofo na vida. E com certeza não aceitaria ser chamado por um apelido infantil até o ensino médio.

Tsukishima tinha 1,90m, uma personalidade péssima, um mal humor permanente e um apelido adorável que não o incomodava desde que fosse Yamaguchi que o usasse. Tanaka tinha uma política de não temer pessoas - com exceção de Suga e Daichi e Saeko e sua mãe e Ennoshita e Noya depois de muito açúcar -, mas isso não o impediu de checar duas vezes se a casa estava trancada no dia em que gritou “Tsuuuukki!” durante o treino. Não queria ser assassinado por Tsukishima durante o sono, exatamente o que o olhar com que ele respondera ao chamado debochado parecera prometer.

Enfim, correra aquele risco para comprovar algo: Yamaguchi tinha direitos extras no que dizia respeito a Tsukishima. Ele não era só um cachorrinho leal, era especial. Talvez especial o suficiente para provocar sentimentos no rei da indiferença?

Tanaka não ia se intrometer, não depois da quase bomba KageHina, mas valia a pena refletir. E, para Tanaka, refletir significava ligar seus olhos de dragão na capacidade máxima. O que viu, além de causar uma terrível sensação de déjà vu, fez com que desejasse que seus companheiros de time focassem apenas no vôlei, já que eram tão incompetentes no resto.

Normalmente Tanaka não teria moral para julgar, mas esses casos eram exceções. Ele nunca se convencera de que seus sentimentos correspondidos não tinham esperanças e também nunca seria essa pessoa, porque o clube já estava cheio. Yamaguchi era mais um com carteirinha de sócio. Essa idiotice logo quando ele ficava mais impressionante por ter conquistado o afeto de alguém que fingia não ter emoções positivas! Tanaka estava decepcionado.

Yamaguchi não conseguiria esconder que gostava de Tsukishima nem se tentasse, e ele tentava muito, com o mesmo ardor com que treinava. Quando se pegava encarando, andava para longe e tentava se envolver em alguma conversa. Ria das observações malvadas que Tsukishima murmurava perto do seu ouvido e depois mordia o lábio, com culpa. Às vezes ficava com o olhar perdido e torturado, como se estivesse tentando resolver uma questão de aritmética de cabeça sem ter todos os dados. Tsukishima reparava e perguntava no que ele estava pensando, e nesses momentos o sorriso de Yamaguchi sempre parecia falso.

Era uma daquelas coisas de amigos de infância. Yamaguchi devia estar apaixonado e paralisado há anos, pensando que Tsukishima estava muito além do que podia ter. Ser seu melhor amigo já era um privilégio; por que ele precisava querer mais, querer o impossível?

Para Tanaka era óbvio: porque não era nem um pouco impossível. Tsukishima estava igualmente dominado por uma paixonite aguda, mas era alto e inexpressivo e disfarçava melhor. Tanaka tinha a impressão que, se não fosse ele o epicentro, Yamaguchi veria de imediato. As evidências por todos os lados.

Por exemplo - ninguém que desejasse viver tocava nos fones de Tsukishima.

—Eu fiz aquela playlist pra você. – Tanaka escutou Tsukishima informar enquanto andavam da quadra para a sala do clube.

—Mal posso esperar para ouvir, Tsukki! – sorrira Yamaguchi. -Ah, mas eu esqueci meus fones...

—E daí? Você usa os meus. – respondera Tsukishima, como se não fosse nada demais.

Tsukishima adorava machucar com honestidade, então por que não era honesto agora? Por que usar gestos que podiam ser interpretados errado ao invés de dizer de forma direta? Naquele exato momento, Yamaguchi estava acreditando mais no tom de voz casual de Tsukishima do que no significado das suas palavras. Fazia Tanaka querer gritar.

Trocou de roupa rápido não porque tinha pressa em ir para casa, mas porque não queria ver falas ensaiadas. Tanaka não gostava de Tsukishima, mas até ele merecia a felicidade! Céus, Tanaka era tão cheio de generosidade, devia ganhar um Nobel da paz. Saeko ficaria orgulhosa.

Esquecera a mochila na sala do clube. Saeko ia rir e falar do assunto por um mês.

Voltou bufando, irritado por só ter notado na metade do caminho. Se todos tivessem ido embora e a sala estivesse trancada, seria o fim perfeito para um dia idiota.

—A sua cara tá estranha. – disse Tsukishima, do lado de dentro.

O que os dois ainda estavam fazendo lá, se haviam entrado junto com Tanaka quarenta minutos atrás? Ele se aproximou da porta entreaberta com passos silenciosos e tentou não estabelecer paralelos entre quando descobrira sobre Asahi e Noya.

—Não, é sério, eu gostei, Tsukki! É só que, são todas músicas românticas. – a fala de Yamaguchi estava permeada de humor forçado. -Não é muito seu estilo.

—Eu fiz pra você, lembra. – o tom de Tsukishima era tão vazio que só podia indicar que ele estava se esforçando muito para não demonstrar nada. O que denunciava que estava sentindo muitas coisas. Se Tanaka conseguia perceber isso, o especialista mundial em Tsukishima Kei conseguia também. Seu tom foi tremido na resposta.

—Eu também não escuto muita música romântica, na verdade...

—Yamaguchi, por que você está fingindo que é idiota?

—Desculpa, Tsukki.

Tanaka não acreditava que estava presenciando aquilo, que uma mera parede o separava de Tsukishima se confessando para Yamaguchi com uma playlist. Agradecia à força superior que fizera Tsukishima ser meloso o suficiente para se confessar com uma playlist. O destino o fizera esquecer a mochila para que pudesse ser testemunha daquela glória.

—Por que você está chorando. – perguntou Tsukishima com nervosismo claro, acompanhado pelo som de Yamaguchi fungando.

—Desculpa, Tsukki. – e sua voz estava embargada, mas também sorridente. -Eu estou tão feliz.

Tanaka sentou no chão, esperando os sentimentos ficarem mais estáveis antes de entrar. Precisava pegar sua mochila e deixar Tsukishima saber que tinha material para chantagem.


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Notas finais do capítulo

links de inspiração: http://whatilikeabouthaikyuu.tumblr.com/post/141584517253/i-love-that-tsukishima-does-not-look-anything-like
http://doodle-booty.tumblr.com/post/141252476316/i-really-love-these-two-tbh
(deixem comentários rindo do Tsukishima comigo)
E SEMANA QUE VEM, KIYOYACHI! (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚