A Herdeira de Zaatros escrita por GuiHeitor


Capítulo 1
Prelúdio


Notas iniciais do capítulo

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Chamam de Zaatros tudo o que é banhado pela luz avermelhada da estrela Astral durante o dia e pelo tênue brilho do imenso Satélite Raus à noite. Tudo isso foi criado há 7302 anos por dois deuses: o Dragão e a Fênix. Neste mundo, cada ano tem seis meses, cada mês, oitenta e sete dias e cada dia conta com vinte e quatro horas.

Existem em Zaatros seis espécies humanoides dotadas de raciocínio e discernimento e a cada uma delas é garantido um reino. Cada raça possui um idioma próprio, porém todos eles caíram em desuso depois do primeiro milênio, quando foi criada a “Altavoz”, a nova língua que seria falada por todos e acabaria com os problemas de comunicação.

A espécie humana foi a primeira a ser criada e dela vem o adjetivo “humanoide”, o qual se aplica a todas as espécies de aparência semi-humana. Os humanos são a espécie que mais se envolve emocionalmente com outros indivíduos e são aparentemente os mais frágeis dentre as seis inteligentes; contudo, a regra não se aplica a todos, já que são mais sensitivos à magia do que qualquer outra raça. Detêm o poder do Reino Feltares, que por quase três milênios fora ocupado e dominado, indevidamente, por anões.

A ordem da criação das cinco espécies seguintes é desconhecida, entretanto supõe-se que sejam os elfos, pois estes são os mais parecidos com humanos, com exceção das orelhas. Os elfos têm a estatura pouco maior que os humanos e contam com muitas bênçãos, como visão aguçada, que facilita a mira com arco e flecha e o arremesso de adagas; e os dons exclusivos da espécie, chamados por eles de “Charmes Élficos”. O elfo puro conta com três Charmes distintos, enquanto o mestiço possui apenas um e os netos de elfo nenhum, podendo vir a manifestar um único Charme com baixíssima intensidade. Os Charmes são Persuasão, Voz Sedutora, Força, Beleza, Inteligência e Carisma. Reinam nas florestas, em Eyrell.

Outra suposição é de que antes dos elfos vieram os duendes. Tal espécie é também muito semelhante aos humanos. O que os difere são as alturas, pois o mais alto dos duendes continua diminuto mesmo quando comparado ao menor dos humanos. Os ideais de paz da espécie são admiráveis. Em mais de sete de milênios, nunca travaram uma guerra sequer e a criminalidade é rara em seu reino, erguido nas montanhas do leste e nomeado por eles como Oroada. Outra particularidade dos duendes é a capacidade de empatia entre eles e os animais; os duendes transmitem a eles o que sentem e também são capazes de perceber os sentimentos deles. Isto cria uma espécie de elo protetor envolvendo ambos e, em momentos de necessidade, animais e duendes se unem para cooperar.

Os gigantes são os maiores dentre os seres racionais de Zaatros, atingem até duas vezes a altura de um humano e combinam tanto habilidades intelectuais quanto bélicas, sendo a força da espécie proporcional a sua estatura. São extremamente religiosos e devotam a vida aos deuses. As emoções são altamente controladas, não há muitos sinais corporais que demonstrem como se sentem; e só são expostas quando o gigante assim deseja. É comum várias famílias residirem na mesma casa, uma vez que o casamento bígamo é permitido em sua cultura e a traição matrimonial só é demonizada na realeza. Habitam as terras geladas por serem resistentes ao frio. Deram ao seu reino o nome de Ramavel.

O título de espécie que acumula o maior número de desavenças pertence aos anões, donos também da menor estatura, sendo um pouco menores que os duendes. Os anões têm um relacionamento complicado com os elfos por tentarem tomar o reino de Eyrell, com os humanos por terem, de fato, tomado o reino de Feltares em meados do segundo milênio e o manterem em seu poder até o fim do quarto. Já com os duendes e, sobretudo com os gigantes, a desavença se dá por questão religiosa, política ou ideológica. A espécie prospera nas terras vulcânicas, parte disso se deve ao perfil conquistador, parte à grande resistência ao fogo e à habilidade com forja e mineração que possuem, tornando-os os maiores produtores de armas, pedras e metais preciosos de Zaatros. O reino anão esbanja riquezas e se chama Ruthure, atualmente só é aliado ao reino Kaotheu, posse da sexta e última espécie inteligente.

Os que mais diferem dos humanos são os kvarbrakoj. O nome foi criado em idioma primordial da espécie, lê-se “kivarbracôi” e pode ser traduzido para “quatro braços”. Essa característica é exclusiva e vem acompanhada de uma força absurda que supera a de todas as outras espécies. A segunda particularidade dos kvarbrakoj é que as fêmeas possuem dois pares de seios e os machos dois peitorais. Depois dos gigantes, são os mais altos e a grande densidade de seus corpos tende a aumentar a força que têm e, em contrapartida, dificultar o nado, tornando-os completamente vulneráveis a afogamentos. Quando furiosos, transformam-se em exércitos de um único homem; força e resistência aumentam exponencialmente e vencê-los se torna difícil. A partir dos doze anos, são considerados adultos e tatuam os braços com tribais para indicar que atingiram a maioridade.

Duas espécies diferentes podem gerar filhos. A criança pode nascer mestiça, tendo sangue de duas raças diferentes, mas manifestando somente características de uma delas; ou híbrida, combinando os traços de ambas as espécies.

A partir do ano 7115, aproximadamente, algumas pessoas começaram a duvidar da filha que os Deuses Ancestrais geraram para cuidar do mundo em seu lugar. Harkuos vive no plano terreno junto aos mortais que supervisiona e Ela, em mais de sete milênios, nunca tentou trazer Fênix e Dragão de volta à vida. Os Deuses consumiram todo o seu poder para gerá-la e criar Zaatros e desapareceram em seguida.

Esse fato motivou especulações em torno da verdade sobre Harkuos. Se Ela é mesmo a Deusa concebida pela união dos dois grandes e poderosos Deuses, por que não se dispôs a tentar restaurar suas essências?

Para essa questão existem duas respostas diferentes, a mais aceita é a favor de Harkuos, enquanto a segunda se opõe a Ela…

Para os fiéis, Harkuos respeita o sacrifício de seus progenitores e por isso não tenta resgatá-los. Entende-se que tanto o Dragão quanto a Fênix abriram mão de suas existências por decisão própria, pois, sendo deuses, a única forma de morrer seria se assim escolhessem.

Por outro lado, os infiéis usam basicamente mesmo argumento dos fiéis contra Harkuos. Na visão deles o fato da Deusa não se empenhar em reanimar os pais implica diretamente sua índole. Na perspectiva infiel, Harkuos é, na verdade, uma feiticeira milenar que vive em função das técnicas mágicas e não revive os Deuses por medo de ser desmascarada e exposta por Eles como farsa.

Tal questão perdura por quase dois séculos e ainda persiste sem solução… de um lado, os fiéis tanto aos Deuses Ancestrais quanto a Harkuos, em sua maioria gigantes, humanos, duendes e elfos; e, de outro, os chamados infiéis a Harkuos, mas fiéis aos Deuses Ancestrais, predominantemente anões e kvarbrakoj.


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Notas finais do capítulo

Capa feita por Aron Monteiro :D muito obrigado, cara!



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