As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 7
A Invocação de Dottie.


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem lembrou que essa fic existe e vai postar um capitulo novo???



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718612/chapter/7

Lana fez o melhor que pode nos dias em que se seguiram para evitar Sonny. Ela saia do trabalho e evitava todos os caminhos em que poderia encontrá-lo, indo embora de metrô quando Sam ficava até mais tarde e demorando para responder as mensagens de Sonny, respondendo na maioria das vezes de maneira monossilábica.

Ela passava a maior parte de suas noites assistindo a filmes de terror com Sam, Steve e Bucky. Quando Sam saia com Misty - o que acontecia quase toda noite - ela assistia junto de Steve e Bucky. Quando Bucky saia com Dottie ela assistia junto de Steve, os dois deitados juntos no sofá, se encolhendo quando havia alguma cena assustadora. Até agora eles haviam assistido aos sete Jogos Mortais, os dois O Chamado, Madrugada dos Mortos e o Grito.

Mas, claro que trabalhando no mesmo prédio que Sonny seria difícil evitá-lo por muito tempo.

—Oi Lana! - Sonny exclamou sorrindo para ela ao entrar no necrotério na tarde de sexta-feira, quase duas semanas depois do encontro. É claro que ele ia aparecer mais cedo ou mais tarde e aparecer bem onde ela trabalhava a deixava sem ter para onde correr e evitá-lo.

—Sonny, Rollins… - ela acrescentou ao ver que a detetive vinha junto dele.

—Wilkins. - Rollins falou com um sorriso curto.

—E então… O que posso fazer por vocês? - ela perguntou quebrando o silêncio constrangedor.

—A gente veio pegar o resultado dos exames da última vítima de Staten Island. - Rollins falou de maneira prática. Depois do ataque que havia acontecido quando ela saiu com Sonny, mais duas vítimas tinham sido assassinadas no mesmo lugar, deixando Lana com mais trabalho para avaliar e os policiais da SVU com um serial killer de verdade em mãos.

—Ah, claro! - Lana exclamou e foi até a mesa de sua chefe, que parecia que estava em reunião com a tenente de Sam e pegou um dos papéis que ali estava - Aqui está,  - ela entregou o papel a Sonny - Mesmo perfil das outras quatro vítimas. Homem hispânico, entre vinte e vinte cinco anos, homossexual, sem traços de drogas em seu sangue  e sem sinais de abuso sexual.

—Pode ser mais um caso de homofobia. - Rollins comentou com Sonny que concordou com a cabeça. Os dois trocaram um olhar e ela olhou para Lana - Bom, eu vou te esperar aqui fora, Carisi.

Sony assentiu e esperou até ela sair para se virar para Lana.

—Olha, sobre aquele dia…

—Escuta, Sonny… - Lana o cortou - Aquela noite foi legal, mas, foi só isso. Você é um cara muito legal e a gente sempre foi amigo, desde que eu cheguei aqui. Fico muito lisonjeada que você tenha me chamado para sair, mas, é melhor a gente deixar as coisas como estão.

Sonny com certeza pareceu bem menos decepcionado com aquilo do que ela esperava, mas, ele sorriu de maneira educada e concordou com a cabeça.

—É uma pena que você pense assim, mas… O que eu posso fazer, não é?

Lana concordou com a cabeça e alcançou um olhar a Rollins que estava parada na porta falando ao celular.

—Além do mais, eu acho que você deveria sair com alguém que você gosta de verdade… Tipo a Amanda.

Sonny franziu a testa para ela, mas, Lana simplesmente assentiu.

—Eu sei que você gosta dela, Sonny. Sério, você devia chamar ela para sair, certeza que ela aceitaria.

—Você acha? - Sonny perguntou cheio de esperança, fazendo Lana sorrir porque ele era muito fofo.

—Acho.

—Com licença, gente - Amanda interrompeu - a tenente está chamando todo mundo para falar alguma coisa. Você também, Lana. - ela acrescentou.

Lana balbuciou um “okay” e acompanhou Sonny e Amanda para fora da sala.

A ida de elevador até o andar do esquadrão não poderia ter sido mais constrangedora do que o esperado e assim que saiu, ela foi ficar próxima a Sam e Misty, que estavam sentados de frente um para o outro olhando para a tenente Olivia Benson e para a chefe de Lana, Melinda Warner que estavam no centro da sala.

—Ei. - ela falou para Sam, sentando ao lado dele na cadeira vazia. - Oi Misty!

—Oi Lana! - Misty sorriu para ela.

—Alguém sabe o que a tenente vai falar? - Lana perguntou.

—Não faço ideia - Sam falou dando de ombros - Mas, acho que já vamos descobrir.

—Obrigado por sua atenção, pessoal - a tenente Olivia Benson falou, ela era alta, pele morena clara e cabelos escuros e lisos até os ombros - Agora, todos sabemos que temos um seria killer em nossas mãos e ele parece ascendendo. Já foram cinco mortes em um mês e não estamos nem perto de encontrar esse cara, por isso, temos que estar na rua no horário em que os ataques ocorrem. Temos que ficar alertas e não podemos parar até que esse  homem seja encontrado, por isso, a chefia decidiu que todos os envolvidos no caso terão de trocar de turno. Ou seja, nós iremos para o turno da noite. - diversas exclamações de decepção se seguiram a essa informação, Sam e Lana entre eles - Eu sei, eu sei! O turno da noite não é um dos melhores, mas, temos que fazer isso antes que esse cara faça mais alguma vítima. Agora, toda a minha unidade fará essa troca, junto de todos do escritório da Melinda, CSU e a Técnica, então se preparem pois começaremos amanhã! Dispensados!

*****************

—Eu não acredito que a gente vai ter que trabalhar no turno da noite! - Lana exclamou indignada para Sam enquanto eles entravam no elevador do Iluminado mais tarde naquele dia.

—Nem me fale! O turno da noite é o pior! A gente nunca mais vai ver o Sol! E como é que eu vou ver a Misty agora? - ele questionou apertando o botão do elevador.

—Você vê a Misty todos os dias, Sam. Menos! - Lana lembrou.

—Você entendeu o que eu quis dizer! - ele retrucou.

—Você pode fazer isso de manhã, ué. - Lana lembrou - E eu que vou ter que trabalhar a noite sozinha no necrotério?

—A Melinda não vai trabalhar com você?

—Não, ela nao pode porque tem que cuidar da filha ou algo do tipo. E a outra moça que fica no turno da noite, a Wanda, vai para o turno da manhã. Ou seja, ficarei só eu lá…

—Tá com medinho de ficar no necrotério de madrugada, é? - Sam provocou com um risinho.

—Não, né? Eu já não passo a maior parte da minha vida lá? É que a noite vai ser tedioso! O que eu vou ficar fazendo a noite toda quando não tiver um cadáver para dissecar?

—Você pode assistir séries, ué. Eu fiquei sabendo que o chefe da técnica consegue liberar a internet e ele sempre faz isso para o turno da noite.  

Lana sorriu um pouco mais animada.

—Espero que sim! Senão vocês vão encontrar mais de um cadáver lá dentro…

—Alguém já te falou que você tem um senso de humor muito macabro? - Sam questionou abrindo a porta do apartamento.

—Você me lembra disso pelo menos umas duas vezes na semana. - Lana riu.

—Oi gente! - Steve sorriu para eles da cozinha, preparando o jantar.

 

Lana morria um pouquinho por dentro todas as vezes em que chegava em casa e ele estava cozinhando. Era algo tão doméstico e fofo dele que ela não conseguia lidar direito com aquilo. Steve no fogão, com um pano de prato no ombro, mexendo concentrado o que quer que estivesse na panela.  Como pode ser lindo desse jeito e cozinhar tão bem?

—Oi Steve. - Lana sorriu e foi até ele na cozinha - O que você está preparando?

—Yakissoba de frango. - Steve respondeu e afastou a mão de Lana da panela quando ela tentou pegar um pedaço de frango. Ela olhou ofendida para ele - Já está quase pronto, espera aí! Você está pior que o Bucky!

—Ele está em casa? - Sam perguntou abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de vinho e se servindo.

—Está com a Dottie no quarto. - Steve respondeu com um sorriso malicioso - Então, do que vocês estavam reclamando?

—Como é que você sabe que a gente estava reclamando? - Lana retrucou olhando desejosa para a comida que Steve preparava.

—Porque vocês estão sempre reclamando de alguma coisa. - Steve respondeu simplesmente, acrescentando algum tipo de tempero a panela.

—A gente vai ter que fazer o turno da noite a partir de amanhã até que aquele serial killer de Staten Island seja preso. - Sam falou em um tom desanimado passando a garrafa de vinho para Lana. Ela serviu um copo para si e outro para Steve.

—Ou seja, adeus vida social! - Lana exclamou - Adeus nossas sessões de filme de terror porque quando você estiver chegando nós vamos estar saindo e quando chegarmos vocês vão estar ou dormindo ou já no trabalho.

—É, e adeus noites com a Misty! - Sam acrescentou - E possivelmente adeus festa de Halloween!

—Tecnicamente, você vai continuar passando suas noites com a Misty. - Steve comentou e começou a servir o yakissoba em cinco pratos em cima da mesa. Lana praticamente agarrou seu prato, morta de fome.

—É, mas, não fazendo o que eu queria fazer! - Sam retrucou.

Steve revirou os olhos.

—A gente já pode comer? - Lana perguntou feito uma criança para Steve, fazendo o rir.

—Espera o Bucky e a Dottie, criança, aí a gente já assiste nosso filme! BUCKY! DOTTIE! VEM COMER! - ele gritou.

—Você está tentando me matar de fome, né? - Lana perguntou seriamente - Pode falar a verdade, Steve! Eu aguento!

—Droga, você descobriu meu plano! - Steve riu.

Sam ignorou completamente a conversa dos dois, pegou seu prato, sentou-se no sofá  começou a atacar sua comida, como se não tivesse comido em dias.

—Sam! -Steve exclamou indignado.

—Eu to com fome! Nao da pra esperar você ficar agindo como se fosse nosso pai, vou morrer de fome desse jeito! - Sam retrucou de boca cheia.

—Eu espero com você, Steve. - Lana falou apenas porque Steve estava fazendo cara de cachorrinho sem dono.

Steve sorriu para ela e eles ouviram o barulho da porta do quarto de Bucky se abrir. Ele apareceu na sala alguns segundos depois, junto de Dottie, os dois cercados por um clima de tensão que indicava que eles estavam provavelmente brigando naquele quarto.

—Oi gente… - Dottie sorriu meio desanimada parando a mesa da cozinha e olhando para os pratos. Bucky pegou seu prato sem muita cerimônia e foi se sentar no sofá, ao lado de Sam com uma expressão mal humorada.  Steve e Sam trocaram um olhar e olharam para Bucky, que os ignorou.

Steve pigarreou.

—E então, que filme  a gente vai assistir hoje? - Steve perguntou a Lana, os dois também pegaram seus pratos e se sentaram no sofá, no mesmo lugar de sempre, um do lado do outro e com os pés em cima da mesinha de centro.

—Eu não vou poder ficar o filme todo…. - Sam falou antes que Lana pudesse responder.

—Ah, qual é Sam! Essa parece é a última noite que a gente vai conseguir assistir filmes de terror até o Halloween! - Lana exclamou.

—Mas eu tenho que sair com a Misty! - Sam retrucou - Só Deus sabe quando eu vou conseguir ficar com ela agora que a gente vai ter que trabalhar a noite. Além do mais, a gente pode assistir filmes na nossa folga.

Steve revirou os olhos.

—Espera, vocês vão trabalhar no turno da noite? - Bucky perguntou.

Sam explicou resumidamente para ele o que aconteceu.

—Mas, vocês também vão ter que trabalhar no Halloween? - Bucky perguntou - E a nossa festa? A gente sempre faz festa no Halloween!

—Pois é, se a gente conseguir pegar esse cara antes do Halloween ai vai ter festa, se não… - Sam comentou.

—Que bosta!

—Nem me fale! - Lana concordou dando de ombros.

—Mas, então, Lana que filme vamos assistir hoje, já que o Sam vai nos abandonar de novo e bem no meio do filme? - Steve perguntou a ela.

—Invocação do Mal 2! - Lana exclamou animada - Tô doida para ver esse filme!

—Ouvi falar que é muito bom! - Dottie comentou animada pegando-a de surpresa.

—Você já assistiu? - Lana perguntou.

—Não, na verdade não, mas, queria muito assistir quando saiu. Só que alguém não quis ir comigo. - Dottie respondeu indicando Bucky com o garfo que segurava.

Bucky não respondeu e continuou comendo como se Dottie não tivesse falado com ele.

—Assiste com a gente então! - Lana convidou e Bucky levantou a cabeça na hora, olhando para Lana surpreso. Dottie começou a desconversar, mas Lana a interrompeu surpresa consigo mesmo por estar sendo tão gentil com ela - Ué, vocês nunca ficam para nossas noites de filme de terror e você disse que nunca assistiu o filme. Por que não?

Dottie olhou de Lana para Steve e depois para Bucky.

—É que… bom, eu não queria atrapalhar vocês dois…

Lana demorou alguns segundos para entender o que ela queria dizer, mas, preferiu ignorar o comentário.

—Por mim tudo bem! - Steve exclamou.

—Ah… O que você acha amor? - Dottie perguntou a Bucky, aquela pontada familiar acertou Lana ao ouvi-la chamar Bucky daquele jeito, mas, dessa vez, pareceu incomodar um pouco menos.

Bucky deu de ombros.

—Se você quiser a gente fica…

Dottie sorriu animada para Lana enquanto Steve dava play no filme depois de procurá-lo no catálogo.

Eles comeram em silêncio pelos primeiros minutos de filme, Dottie com certeza parecendo a mais assustada com a história, isso até a freira maldita aparecer, fazendo Steve, Sam, Bucky e Lana arquejar ao mesmo tempo.

 

—Gente, isso não vai prestar! - Lana comentou quando uma das crianças da história joga com um tabuleiro de OUIJA dentro do próprio quarto.

—Que crianças burras, pelo amor de Deus! - Dottie concordou animada.

—São crianças, vocês querem o que? - Steve defendeu, de todos os cinco, ele era o que mais gostava de crianças, não era a toda que ele trabalhava com elas.

—Esses dois são muito fofos! - Dottie comentou sobre o casal principal e Lana viu Bucky revirar os olhos.

—Também shippo! - Lana concordou.

Os cinco acabaram de comer sem tirar os olhos da história e sem se dar conta, Lana e Dottie eram as mais animadas. Comentando sobre os personagens e mandando eles pararem de ser burros e irem se esconder da freira do capeta e do velho que havia possuído a casa.

Lana foi a única a não cair na risada quando o velho que possuía casa disse que seu nome era “Bill Wilkins”.

—Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, né? - Lana comentou indignada enquanto Steve, Sam, Bucky e até Dottie caiam na risada.

—Não sabia que você e o capeta eram parentes!  - Sam riu - Você devia ter avisado para a gente!

—Hahaha, Samuel. Muito engraçado. Você não tá entendendo: Bill Wilkins é o nome do pai! - aquilo só fez o outros quatro rirem ainda mais.

—Agora eu preciso muito conhecer seu pai! - Steve comentou passando um braço casualmente em volta dos ombros dela.

—Se você perguntar para o meu pai se ele é o capeta ele vai matar você. - Lana comentou se aconchegando no peito dele e voltando a prestar atenção no filme, fingindo estar brava.

Steve riu a trazendo mais para si e voltou a olhar para a tela também. Os cinco voltaram a ficar em silêncio e ninguém falou muito até que em determinada cena, uma das personagens tem o braço mordido e Dottie começou a exclamar:

—Era para você estar olhando a porta, Ashley Katchadourian! Esses são os braços de uma garotinha. Uma garotinha perdeu os braços, Ashley Katchadourian, uma garota perdeu a porra dos braços!

Lana quase quebrou o pescoço ao olhar para Dottie de olhos arregalados.

—Desculpa gente, me empolguei… - ela falou. Sam olhava para ela sem entender e Bucky cobriu os olhos quase envergonhado.

—Isso é “The Most Popular Girls In School”. - Lana afirmou quase chocada.

—Sim, você gosta? - Dottie perguntou - Eu sempre achei meio trash, mas, é tão engraçado…

—Eu adoro TMPGIS! Darcy e eu costumávamos ficar falando algumas frases uma para a outra!

—Eu adoro essa série! Qual a sua favorita?

—A Brittany, com certeza! “Eu to bem, Saison, só estava tentando entrar em coma para não ter que escutar vocês dois tentando respirar e falar ao mesmo tempo!” - Lana citou fazendo Dottie rir.

—Espera, essa é aquela série tosca das Barbies que xingam feito umas doidas? - Steve perguntou meio chocado.

—Exatamente! - Dottie e Lana responderam ao mesmo tempo.

Bucky observava a cena como se não conseguisse acreditar no que estava acontecendo.

—Você já terminou a série? - Dottie perguntou.

—Não, parei na terceira temporada… Estava assistindo com a Darcy, mas, bem… Não falo mais com ela…

—Quer assistir alguns episódios? A gente podia assistir depois que o filme acabar!

—Com certeza!

Dottie sorriu animada e voltou a se encostar em Bucky que parecia em choque e Lana se encostou em Steve, deixando que ele passasse as mãos em seus cabelos, ainda meio que sem acreditar Dottie na verdade, poderia até ser uma pessoa legal.







Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Coisas Improváveis Sobre Nós." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.