As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 4
Misty & Dottie.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas, aqui está um capitulo novo!



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—Ela tá aqui! - Sam exclamou em tom desesperado.

—Quem está aqui? - Lana perguntou sem entender.

—Misty.

—Misty? Que Misty?

Era começo de tarde, Lana tinha acabado de voltar do almoço e começava a preparar a análise do corpo que tinham retirado da praia no final de semana quando Sam irrompeu pela porta com ar desesperado.

—É, Misty. A moça com quem eu saí no final de semana! - Sam esclareceu como se fosse óbvio.

—O que ela está fazendo aqui? Veio reconhecer o corpo? - Lana perguntou ainda confusa.

—Não, ela trabalha aqui! - Sam exclamou - Ela trabalha na Homicídios!

—Ai meu Deus, Sam! E ai? Você falou com ela?

—Não! Ela me viu e me cumprimentou e eu meio que surtei e sai correndo para cá…

Lana conteve um sorriso e tentou fazer cara séria.

—Você tá falando sério? - ela perguntou.

Sam ia responder, mas, Melinda, a chefe de Lana entrou na sala e o rosto de Sam empalideceu.

—É ela! - ele sussurrou - Haja normalmente…

Lana estava prestes a informar Sam de que era ele quem deveria agir normalmente quando sua chefe a chamou, ela estava acompanhada de uma moça um pouco mais baixa do que Lana, com pele morena, cabelos cacheados na altura dos ombros e usava um terninho preto no mesmo estilo que a maioria das detetives vestia.

—Lana, essa é a detetive Knight. - Melinda introduziu - Está aqui para olhar o corpo que encontraram na praia.

—Oi, - Lana se apresentou apertando a mão da outra - Lana Wilkins.

—Misty Knight. - Misty se apresentou com um pequeno sorriso - Cabelo legal. - ela acrescentou olhando para os cabelos verde-água de Lana.

—Obrigado. - Lana agradeceu.

—Olá, detetive Wilson. - Misty falou olhando para Sam com um sorrisinho, Sam respondeu com um sorriso nervoso e um “oi detetive”.

—Então, Misty, você é nova aqui? Acho que ainda não nos conhecíamos. - Lana comentou tentando quebrar o clima tenso que havia se formado - a tensão era grande mesmo para um necrotério.

—Fui transferida da Homicídios do Harlem. - Misty explicou - Wilson, eu ia comentar com você antes de você ter saído correndo, mas, fomos designados juntos a esse caso. A sua tenente e o meu sargento querem que trabalhemos juntos.

Parece a Lana que Sam estava murchando.

—Claro, sem problemas! - ele exclamou tentando manter a compostura.

—E então, o que temos aqui? - Melinda perguntou quebrando a tensão e retomando a atenção para o cadáver que estava na maca na frente deles. Lana aproveitou a deixa e começou a explicar as condições em que o corpo tinha sido encontrado e o pouco que havia descoberto em seu começo de análise. Enquanto falava, ela notou Misty e Sam trocando olhares e viu que Melinda tentava não sorrir com o nervosismo de Sam.

************

—Você devia se demitir. - Bucky sugeriu.

—É o único jeito, cara. - Steve comentou em um tom mais de brincadeira do que o de Bucky.

Era hora do jantar e era a primeira vez que eles comiam juntos desde que Lana havia chegado ao apartamento . Sam contou ansioso sua situação aos amigos e Lana quis bater neles por aquela ser a melhor resolução que eles conseguiram pensar.

Ou você poderia conversar com ela. - Lana falou como se fosse óbvio, depois de comer uma garfada de seu macarrão com creme de leite, que Steve havia preparado. Ainda bem que eles sabiam cozinhar, senão eu ia morrer de fome!

Steve, Sam e Bucky olharam para ela como se ela tivesse sugerido que Sam começasse a usar metanfetamina.

—Eu não posso simplesmente falar com ela! - Sam exclamou.

—E por que não? - Lana retrucou.

—Porque não!

—Sam, vocês foram designados para o mesmo caso, você vai ter que falar com ela mais cedo ou mais tarde! Além disso, ela parece legal…

—Você a conheceu? - Steve perguntou a Lana.

—Sim, ela apareceu no necroterio depois que Sam foi se esconder por lá… - Lana respondeu, Sam se encolheu um pouco com resignação.

—Ainda não me acostumei a saber que você trabalha em um necrotério… - Bucky comentou para ela.

Lana deu de ombros.

—Você se acostuma depois de um tempo.

—Não, mas, sério… O que te levou a pensar: “ puxa, eu quero trabalhar abrindo gente morta, deve ser muito legal”? - Bucky quis saber.

—Trabalhar com gente viva. - Lana retrucou cética - É sério, eu passei cinco anos estudando medicina e quando fui trabalhar em um hospital sai correndo, literalmente! - seu primeiro atendimento foi na emergência, ajudando um médico a atender um paciente que tinha levado diversas facadas, depois de ouvir o homem gritar por horas ela não aguentou mais, saiu correndo do hospital e se demitiu no dia seguinte - Gente morta é melhor, não dá tanto trabalho e não reclamam!

Bucky franziu a testa para ela e Steve a olhou impressionado.

—Você me assusta um pouco, sabia? - ele comentou fazendo Lana rir.

—Vou considerar isso um elogio. - ela respondeu e os dois trocaram um olhar que fez o ar na mesa de jantar mudar.

Bucky cerrou os punhos levemente e Sam revirou os olhos.

—Com licença, será que podemos voltar a falar sobre o meu problema? - Sam pediu erguendo os braços em sinal de desespero.

—Se demite, cara. - Bucky sugeriu.

—Fala com ela, Sam. - Lana falou séria- O que é que você tem a perder, hein?

—Tudo. - Sam retrucou.

—Nada! - Lana rebateu.

Os quatro terminaram de comer e foram para o sofá e começaram a assistir TV. Lana escolheu Stranger Things, que nenhum dos outros três tinha assistido ainda e então eles começaram a ver o primeiro episódio.

Eles estavam quase no final quando o interfone tocou e Bucky foi atender, resmungando para quem estava ligando um “pode subir” desanimado. Lana pausou o episódio para esperá-lo, mas, ele fez sinal para que continuassem assistindo e ela apertou o play de novo.

Alguns momentos depois, tocaram a campainha e Bucky foi atender, parecendo desanimado. Ele deixou apenas metade da porta aberta, de modo que quem estava na sala não conseguia ver quem era, depois de algumas palavras trocadas, Bucky abriu a porta e quem estava lá fora entrou.

Era uma moça.

—Oi Dot! - Steve exclamou sorrindo.

—Oi Dot! - Sam falou também.

Lana olhou dela para Bucky e Dot fez o mesmo.

—Lana, essa é a minha namorada, Dottie. - Bucky introduziu - Dottie, essa é a Lana, nossa nova companheira de quarto.

Lana sorriu para Dottie e a outra sorriu de volta. Dottie era alta e magra como uma modelo, com  cabelos castanho escuros e olhos azuis brilhantes. Ela era tão linda que parecia fazer todo sentido que alguém tão bonito quanto Bucky namorasse alguém tão bonita quanto Dottie.

—Oi, Lana. - Dottie falou com uma voz suave como a de um gato, seus olhos brilhantes avaliando-a de cima a baixo. Dottie usava um vestido preto e botas de salto, enquanto Lana estava de pijamas - calças do Mario Bros e uma regata preta - e estava sentada no sofá, com Sam deitado com a cabeça em seu colo e com Xenophilius deitado em suas pernas - Bucky falou bastante sobre você.

—Sobre você também. - Lana mentiu, Bucky só havia mencionado uma vez, mas, ela não queria ser grosseira.

—Bom, Dottie e eu vamos sair - Bucky falou um tanto tenso e colocou o braço em volta dos ombros de Dottie, o que fez Lana sentir uma pontada no estômago - Até mais tarde, gente!

—Tchau! - os três responderam e assim que Bucky saiu, Steve apertou play no episódio.

Lana tentou prestar atenção, mas, já tinha visto aquele episódio e sinceramente não conseguia parar de pensar em Dottie e no braço de Bucky em volta do ombro dela e em como ela era linda e toda dentro daquele padrão de perfeição, enquanto, Lana era… diferente. Não que Lana estivesse se diminuindo em comparação a outra. Ela sempre foi maior, sempre foi fora do padrão e isso a incomodava muito quando era mais nova, mas, agora ela havia aprendido a lidar com aquilo. Havia aprendido a amar o próprio corpo com seus braços grandes, sua barriga, suas curvas. Então, sim, Lana tinha auto-confiança o suficiente para saber que se quisesse, conseguiria ficar com um cara igual a Bucky e ela também sabia que não era certo ficar julgando Dottie apenas por sua aparência, ainda mais quando elas mal tinham trocado algumas palavras, mas, o jeito como Bucky havia tocado em Dottie havia feito algo despencar dentro de si. É provavelmente por causa do Julian e da Darcy, ela disse a si mesma, afinal ela ainda estava se recuperando daquela traição dupla.

Além disso, ela soube desde que o conheceu, que Bucky tinha uma namorada e depois de duas semanas morando junto deles, elas acabariam se conhecendo.Não era certo Lana ficar pensando essas coisas ou ficar se sentindo desse jeito.

Ela suspirou e voltou a prestar atenção no episódio, pausando-o ao ouvir o som de roncos. Steve havia caído no sono no outro canto do sofá, apoiando as pernas em cima de onde ela e Sam estavam deitados. Xenophilius se espreguiçou e pulou do colo de Sam - que também dormia - para o de Steve que imediatamente o abraçou.

Ela pegou o celular e tirou uma foto da cena a sua frente antes de acordar os dois e fazê-los irem para a cama, indo se deitar em seguida. Talvez fosse melhor dormir do que ficar pensando aquelas coisas sobre Bucky e sua namorada.

Lana acordou atrasada na manhã seguinte  o que foi bom  porque ao entrar na cozinha se deparou com Dottie sentada em seu lugar, conversando entretida com Sam e Steve enquanto Bucky preparava café para todos. Lana sentiu outra pontada, mas, resolveu agir como adulta, deu bom dia a todos, trocando um sorriso com Dottie,encheu seu copo térmico com café, preparou um sanduíche para comer no caminho e saiu junto de Sam.

—O que achou da Dottie? - Sam perguntou tamborilando os dedos no volante, haviam pegado um pouco de trânsito.

Lana deu de ombros.

—Não sei, ela parece legal. Por que?

—É que você não parece ter ido muito com a cara dela.

—Eu mal troquei três palavras com ela, Sam. - Lana retrucou - Mas, então, voce vai falar com a Misty?

Sam fez cara feia, mas, suspirou e respondeu:

—Acho que vou, é melhor do que correr para o necrotério toda vez que ela aparecer.

Lana riu.

—Também acho. - ela falou com um sorriso.

Ao entraram na delegacia, Lana se despediu de Sam e foi pelas escadas até o necrotério no subsolo enquanto Sam deu de cara com Misty que esperava o elevador também.

—Ei. - ele falou.

—Ei, Wilson. - Misty sorriu, Sam tinha certeza de que se fosse um cachorro já estaria babando pelo sorriso dela.

—Err… Misty, será que podemos conversar sobre semana passada?

Misty suspirou apertando o botão do elevador novamente.

—Olha, me desculpa por ter saído sem falar nada aquele dia, é que…

—É que você não esperava que fosse me ver de novo. - Misty o interrompeu - Aquela noite foi ótima, mas, sejamos adultos sobre isso. Você pode ficar correndo de mim e indo se esconder atrás da saia da sua amiga legista ou… A gente pode continuar se divertindo de vez em quando.

Misty sorriu de canto e o coração de Sam acelerou.

—Sem rótulos, sem cobranças. Só sexo. O que me diz? - ela perguntou erguendo uma sobrancelha.  

Sam olhou para Misty em silêncio, deixando a ficha cair e concordou com a cabeça lentamente.

—Sim. - ele falou abrindo um sorriso - Sim!

Misty riu e entrou no elevador que havia acabado de chegar e Sam praticamente correu para acompanhá-la, desejando mais do que qualquer coisa que pudesse ficar sozinho com ela, mas, antes que pudesse apertar o botão para que a porta fechasse, alguém colocou o braço na frente do sensor do elevador e entrou.

Sam grunhiu.

—Obrigado, gente! - falou Sonny Carisi entrando no elevador. Carisi e Sam eram da mesma unidade e eram parceiros de vez em quando, mas, Sam não ia muito com a cara dele. Ele e Finn - outro detetive da unidade - costumavam zoar Sonny por ele ser o perfeito “bom garoto” com os cabelos loiros e uma tendência ao catolicismo que nenhum deles tinha.

—Ah, oi Wilson, oi Knight. - Carisi falou.

—Detetive. - Misty respondeu trocando um olhar com Sam. Ela sorriu ao ver a expressão dele.

—Ei ai, Carisi. - Sam falou tentando não ser grosso.

—Sam, eu estava querendo mesmo falar com você. - Carisi falou - É sobre sua amiga Lana…

Sam franziu a testa para ele.

—É que eu sempre vejo vocês chegando juntos ou indo embora juntos… Vocês estão juntos ou algo do tipo? - Carisi perguntou parecendo nervoso.

—A gente mora junto, por que? - Sam retrucou de maneira defensiva.

—É mesmo? - foi Misty quem perguntou, Carisi se limitou a franzir a testa.

—Quero dizer, não desse jeito… Ela terminou o namoro faz algumas semanas e está morando comigo e meus amigos. Por que? - ele insistiu - Você está interessado nela?

Carisi corou um pouco.

—Err, sim… Tudo bem por você?

Sam deu de ombros.

—Sim, - ele disse de maneira defensiva também - mas, estou de olho em você, está entendendo?

Carisi concordou com a cabeça e Misty conteve um sorriso. Assim que o elevador parou no andar da Unidade de Vitimas Especiais, Carisi foi o primeiro a sair, deixando Sam finalmente sozinho com Misty.

—Nunca imaginei você como o tipo protetor, Wilson. - ela comentou.

Sam encolheu os ombros.

—Lana é minha amiga, só quero que ela seja feliz. E eu sinceramente não gosto muito do Carisi. - ele comentou e Misty riu.

—É, ele é perfeitinho demais, não é? - ela perguntou e Sam concordou com a cabeça, rindo também.

Os dois ficaram em um silêncio tenso.

—E então… O que fazemos agora? - Sam perguntou.

—Agora a gente vai trabalhar, Wilson. Esqueceu que temos um caso para resolver? - Misty e se aproximou dele, sussurrando em sua orelha - Mas, se você trabalhar direito, talvez você possa passar na minha casa depois do expediente.

Ela piscou para ele e saiu andando.

Sam tentou com muita força não sair dançando de felicidade, se limitando a sorrir e seguir Misty para o que prometia ser o dia mais longo de trabalho de sua vida.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do capitulo e me contem o que acharam! Logo eu posto o capitulo cinco!

PS:A Misty é a Misty Knight de Luke Cage e a Dottie eu imagino como a Dottie de Agent Carter!



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