As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 19
As coisas sempre melhoram antes de piorar.


Notas iniciais do capítulo

Hora das coisas desandarem ainda mais? Hora das coisas desandarem ainda mais.



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—Sam sabe sobre nós. - Lana falou entrando no quarto de Steve e trancando a porta. 

—Eu sei. - Steve respondeu fechando o caderno de desenhos que havia ganhado de Lana no Natal e absorvendo a imagem dela. Ela estava de roupão e calçava os saltos que havia usado no dia anterior e que a deixavam praticamente da altura dele. - O que a gente faz agora? 

Ela deu de ombros ainda parada a porta. 

—Não sei, a gente podia fingir que não tem nada acontecendo. - ela sugeriu mordendo o lábio pensativa. 

—Tipo nos afastar? - Steve perguntou ficando sério. 

—Claro que não! Acho que eu não conseguiria fingir que nada aconteceu entre nós, não depois dessa semana… 

—Eu também não… - ele suspirou aliviado e se levantou e foi até ela, prensando-a contra a porta - Vamos continuar do jeito que está, o que acha? 

—Eu acho ótimo. - Lana sorriu. Steve levou as mãos ao roupão dela e começou a abri-lo, mas, ela bateu nas mãos dele e o afastou um pouco. 

—Não, senhor. Hoje quem está no comando sou eu, capitão. - ela falou sorrindo sugestivamente - E se você acordar o Sam ou o Bucky a brincadeira acabou, entendido? 

—Sim senhora. - Steve respondeu, o coração acelerando. 

Lana mandou Steve se despir e depois ficou o observando se sentar na cama, tirando o roupão lentamente e tentando fortemente se manter em “personagem”. Ela caminhou lentamente até Steve e parou de frente para ele, sem conseguir tirar os olhos do corpo forte dele. Lana achava difícil se acostumar com aquele corpo tão perfeito, todas as vezes que via Steve sem camisa, seu coração acelerava e agora que ela tinha-o ali para si, com certeza iria aproveitar. 

Ele levou as mãos até a cintura dela, mas, com apenas um olhar dela as abaixou novamente e ficou esperando que ela fizesse alguma coisa, qualquer coisa. O olhar de Lana era devorador e quando ela finalmente o tocou, Steve teve que se conter para não fazer nenhum som. Seus lábios macios passearam pelo corpo dele, cada toque lhe deixando arrepiado. 

Lana fez com que ele se deitasse, sem se afastar dele, e ela podia ver como ele parecia estar desesperado para fazer algum som, mas, ela sabia que se Sam ou Bucky acordassem eles estariam no mínimo encrencados. 

E mesmo sendo muito estúpido tentar manter um relacionamento escondido das únicas outras duas pessoas que moravam naquela casa, seria melhor do que realmente se afastar de Steve, porque agora que ela sabia como seu toque, seu gosto, seu corpo eram, ela achava bem difícil conseguir ficar longe dele por muito tempo. 

*****************

 Sam achou um milagre ter sido o primeiro a acordar no domingo de manhã, mas, achava difícil continuar dormindo quando até mesmo em seus sonhos ele não conseguia tirar da cabeça o quanto estava encrencado no trabalho e o quanto eles precisavam achar um lugar para morar o mais rápido possível. 

Ele foi sonolento até a cozinha para fazer café porque seu cérebro não funcionava sem ele e agradeceu mentalmente por não ter que trabalhar naquele dia. Única vantagem do trabalho administrativo, ele pensou enquanto se jogava no sofá e esperava a cafeteira. Xenophilius imediatamente pulou de cima da geladeira e foi para o colo dele. 

—O que você está fazendo que não está com a sua mãe, hein? - ele perguntou ao gato - Ou sua mãe te deixou aqui enquanto ia brincar com seu novo pai? 

O gato miou e esfregou a cabeça na mão dele em resposta. 

—É, pois é, pelo menos alguém está se divertindo. - ele comentou sonolento com o gato, ligando a TV em uma reprise do Power Rangers. 

Ele escutou a cafeteira apitar no mesmo momento em que a porta do quarto de Steve se abria e ele escutava-o sussurrar com Lana. Revirando os olhos para a “descrição dos dois” ele foi se servir de café. 

—Ah… Ei, Sam. - Steve falou todo sorrisos indo se servir de café também. 

—Bom dia, Steve. - Sam respondeu em tom sugestivo. 

Lana entrou na cozinha alguns instantes depois, com a calça do pijama e uma blusa que estava do avesso. 

—Ah… Oi, Sam. - ela falou sorrindo também. O olhar dela encontrou o de Steve e eles desviaram rapidamente. 

Sam suspirou. 

—Vocês sabem que eu sou detetive, né? E que eu não sou burro? - ele perguntou perdendo a paciência. 

—A primeira eu sei, a segunda eu já não tenho muita certeza. - Lana brincou se sentando na bancada e esperando Steve fazer o café dos dois. Era tão fofo que dava até nojo, Sam refletiu. 

—Ha ha, engraçadinha. Acho que vocês sabem muito bem do que eu to falando. 

—Na verdade não. - Steve comentou com um risinho - Do que você está falando, Sam? 

—De você achando um novo pai para o seu gato! - Sam exclamou apontando de Steve para Xenophilius - De vocês se pegando loucamente na fila do cinema e se pegando toda noite. 

Lana e Steve olharam para ele com cara de culpa. 

—Ai, ta bom, Sam, a gente está se pegando! - Lana cedeu. 

—Lana! - Steve exclamou. 

—A qual é, Steve, a gente já sabia que ele sabia! Do que adianta mentir agora? Eu só não sabia que você sabia tanto! - Lana se defendeu e olhou para Sam. 

—Eu vi o Steve no corredor de madrugada dia desses, mas, vocês só confirmaram minhas suspeitas ontem. - ele rebateu, enchendo uma tigela de cereal - Há quanto tempo vocês estão se pegando? 

—Vai fazer uma semana amanhã… - Steve falou servindo panquecas para Lana enquanto ela colocava café para os dois. 

—Ah pelo amor de Deus, vocês estão de brincadeira com a minha cara, né? - Sam explodiu. 

—Não… Calma, Sam, não precisa dar a louca! - Lana pediu surpresa. 

—Não precisa dar a louca? Eu não to dando a louca, só acho muito irresponsável isso! 

—E porque é irresponsável? - Steve perguntou pacientemente. 

—Porque e se não der certo? E se vocês terminarem? Vocês já pararam para pensar nisso? 

Steve e Lana trocaram um olhar. 

—Na verdade, já… - Lana falou - Mas, a gente resolveu tentar do mesmo jeito. E a gente só está ficando, relaxa… 

—Exato. - Steve concordou e passou o braço em volta da cintura de Lana só para provocar o amigo - E ninguém sabe ainda, então...

—Ninguém sabe? Você quer dizer ninguém além de metade da fila do cinema ontem, né? E se vocês querem que eu fique de boa, nada de se pegar na minha frente! Se não eu vou contar para o Bucky e ele vai dar mais a louca do que eu! E outra, se vocês terminarem um de vocês vai ter que se mudar!  - Sam exigiu. 

—Por que um de nós ia ter que se mudar? - Steve exclamou surpreso.

— E por que o Bucky daria mais a louca que você? - Lana perguntou sem entender. 

Sam olhou para Steve como se o amigo soubesse a resposta. 

—Por que o Bucky tá tendo uma semana de merda, aposto que ele não ia ficar nada feliz se soubesse que a gente estava se pegando escondido dele. - Steve argumentou. 

Lana abriu a boca para rebater que não era da conta de Bucky e que se Sam já sabia, ele podia ficar sabendo também, mas, se calou quando o assunto da conversa entrou na cozinha, bocejando e coçando os olhos. 

—Do que vocês estão falando? - ele perguntou pegando uma caneca no armário e se servindo de café também. 

Os outros três se entreolharam. 

—Sobre a casa. - Sam responderam e Lana e Steve tentaram não respirar aliviados - A gente vai agora, depois do café, né? 

—Pode ser. - Bucky respondeu dando de ombros. 

—A gente podia ir almoçar naquele restaurante na frente do parque depois, o que vocês acham? - Lana sugeriu animada. 

—É, pode ser. - Steve concordou. 

Sam ligou para Paul e Frank depois do café e eles combinaram de visitar a casa uma hora depois. 

Paul e Frank os atenderem animados e conduziram Lana e Steve para uma visita pela casa com Sam e Bucky os acompanhando. Lana quase surtou quando viu o closet que parecia saído de uma revista de moda. Havia dois banheiros na casa, um na parte de cima e outro no térreo o que ajudaria a não brigar para ver quem ia tomar banho primeiro. Os quatro quartos eram grandes e o porão e o sótão pareciam saídos de um filme de terror, eram grandes e cheios de caixas. E Steve amou o quintal e a varanda. 

—Essa casa é perfeita! - Lana exclamou quando eles voltaram para a sala onde Frank serviu chá para os quatro - É linda. 

—Fico feliz que tenham gostado, nós passamos alguns dos nossos melhores anos de casamento aqui. - Paul contou gentilmente. 

—Eu posso imaginar. - Lana concordou - Mas, por que vocês estão se mudando? 

—Nós já estamos velhos. - Frank falou - Queremos um pouco de paz e sossego e encontrar isso em no Brooklyn é raridade hoje em dia, ainda mais com todos os hipster e festivais de rua. Nós queremos um pouco de sossego, não é mesmo querido? 

—Sim, por isso estamos nos mudando para New Haven, já estamos com tudo pronto lá, só temos que levar os móveis, mas queremos encontrar novos moradores primeiro. Queríamos conhecer quem vai morar em nossa casa. - Paul concordou apertando a mão do marido. Lana achou os dois um dos casais mais fofos que tinha visto. 

—A casa é mesmo muito bonita. - Steve elogiou naquele tom sério de capitão que ele usava as vezes - Mas, vocês podem nos dar licença, só um pouco? 

—Claro, querido.  - Paul falou. 

Steve se levantou e Lana, Sam e Bucky o acompanharam. 

—E então, o que acham?

—Eu acho que a aquele closet é maravilhoso e que por mim a gente se mudava agora mesmo. - Lana falou séria - E a casa é maravilhosa também.

—Eu também adorei aqui. - Bucky exclamou - Sempre achei que essas casas eram caras demais, mas, essa aqui é perfeita. 

—Sam? - Steve perguntou. 

—Tá de brincadeira? Eu to igual a Lana, se pudesse, me mudava hoje mesmo para cá! 

Steve sorriu lentamente, concordando com a cabeça. 

—Então é isso. Acho que encontramos nossa casa nova. 

Os quatro voltaram para onde Paul e Frank os esperavam e informaram que haviam decidido ficar com o lugar e eles começaram a conversar sobre o aluguel, a mudança e a vizinhança. Lana nem acreditava que eles haviam conseguido encontrar um lugar tão perfeito quanto aquele e os donos da casa haviam concordado em fazer um desconto nos primeiros meses de aluguel simplesmente porque havia gostado dos quatro. 

Parecia até brincadeira que depois de tanto desespero eles finalmente haviam encontrado um lugar novo para morar e que seria perfeito para todos eles. Não só cada um teria seu próprio quarto, mas, havia também a sala enorme e o quintal com churrasqueira onde eles poderiam finalmente levar outros amigos para lá e fazer festa quando quisessem. 

Paul e Frank informaram que só poderiam se mudar dois dias antes do prazo deles com a  dona Rufina terminar, então eles teriam aquele tempo para empacotar as coisas e encontrar um caminhão de mudança para levar os móveis maiores.

E enquanto começavam a organizar a mudança, o julgamento de Lewis continuava e para a sorte de Sam,  Barba havia encontrado uma maneira de a confissão que eles tinham obtido não ser eliminada dos autos o que, junto com o veredito do júri, fez com que William Lewis fosse condenado por homicídio doloso e crime de ódio por todas as vítimas que havia matado e iria pegar perpétua. O lado ruim é que mesmo com a condenação, a tenente Benson e a Corregedoria não tinham esquecido que Sam e Misty tiveram um caso às escondidas e os dois foram suspenso por dois dias, sem benefícios, o que poderia ter sido bem pior. 

Bucky ainda não havia conseguido encontrar um emprego e não ajudava que ele tenha atuado tão pouco em Direito e por isso não tinha experiência o suficiente para a maioria dos cargos. Ele vendeu o restante do material da mecânica para poder ter um pouco mais de dinheiro depois da mudança, mas, estava começando a ficar sem opções de onde trabalhar, o que o deixava desesperado e irritadiço sempre que considerava suas opções. 

Apesar de Steve e Lana estarem sendo bem mais cuidadosos e só se pegando a noite depois que os outros iam dormir para que Bucky não descobrisse, toda vez que eles estavam sozinhos com Sam, Steve ficava a abraçando e ela ficava beijando o pescoço dele e cochichando em seu ouvido só para deixar Sam desconfortável e puta da vida o que resultava nele saindo do cômodo xingando eles.

 E enquanto Sam e Lana passavam o dia todo no trabalho e só empacotavam algumas coisas a noite quando chegavam em casa, Bucky fingia não notar que Steve saia mais tarde do que o normal para o trabalho e chegava mais cedo, às vezes, usando roupas casuais e quase sempre sem o material que usava para dar aulas. Ele tentou perguntar ao amigo se ele tinha sido demitido também porque tudo que eles não precisavam era que mais um deles tivesse perdido o emprego, mas, Steve sempre mudava de assunto, dizendo que só estava tendo problemas com a mãe que era presidente da Associação de Pais e Mestres, mas, que estava tudo bem. 

Alguns dias antes da mudança, Lana deixou Sam fazendo hora extra no trabalho e saiu sozinha, para finalmente poder ir até sua loja de móveis e decoração favoritos. Os garotos nem discutiram quando ela disse que ficaria com o quarto que tinha o closet e ela agora não parava de pensar em como a decoração do quarto novo seria. 

A ideia dela era de deixar o cômodo todo branco, mesclando com objetos pretos e com algumas plantas para dar alguma vida ao ambiente. Ela também não via a hora de decorar o terraço e a sala, queria colocar pisca-pisca em ambos, além de um sofá e algumas cadeiras na terraço para que pudessem se sentar lá para relaxar. 

Lana comprou roupa de cama preta, duas caveiras decorativas para colocar no closet e no quarto e alguns kits de pisca-pisca e voltou para casa de metrô, apreciando o fato de pelo menos naquele dia não estar nevando. Ela parou em um restaurante próximo a loja de donuts e comprou comida para o jantar e caminho de volta para casa, notando o carro de aparência oficial que estava estacionado na frente. 

Os vizinhos que esperavam o elevador também olharam para ela de cara feia, mas, ela os ignorou. Logo eu também não vou precisar olhar para a cara de vocês, seus bostinhas, ela pensou saindo aliviada do elevador. 

Ela estava prestes a abrir a porta quando a mesma foi aberta pelo lado de dentro e o coronel Philips que ela havia conhecido no Natal, saiu conversando animado com Steve. 

—Ah, oi senhorita Wilkins! - o coronel falou educadamente. 

—Olá coronel Philips… - Lana respondeu um tanto surpresa por ver o homem ali.

Steve, que parecia relaxado e feliz conversando com o coronel, ficou tenso ao ver que Lana estava ali. 

—Bom, estou animado de ter você de volta, filho! - o coronel falou para Steve apertando a mão dele - Te vejo semana que vem. 

—Com certeza, senhor. - Steve respondeu de maneira solene - Até semana que vem então! 

O coronel acenou mais uma vez e Steve o saudou, levando a mão direita ao rosto e relaxando quando o homem virou de costas e entrou no elevador. Lana ficou olhando para ele sem entender. 

—Oi amor. - ele falou beijando os lábios dela rapidamente e pegando as sacolas de sua mão. 

Ele entrou primeiro que ela, e dava para ver o quão tenso ele estava, os músculos das costas se repuxando contra o suéter azul. 

—O que o coronel estava fazendo aqui, Steve? - Lana perguntou. 

—Ah… ele veio me visitar… - Steve desconversou colocando a comida em cima da mesa  e pegando os pratos que ainda não estavam embalados no armário. 

—Ele vai voltar na semana que vem? - ela quis saber. Era óbvio que algo estava errado. 

—Não exatamente… - ele respondeu em voz baixa sem tirar os olhos do que estava fazendo. 

Perdendo a paciência, Lana foi até Steve e tirou os pratos de sua mão, fazendo com que ele olhasse para ela com uma expressão de culpa. 

—O que você não está me contando, Steve? - ela perguntou. 

—Bom… Você lembra como eu estava infeliz na escola e o coronel foi visitar a gente no Natal? Ele me ofereceu meu trabalho antigo de volta e… Eu aceitei. 

Lana franziu a testa tentando assimilar o que ele estava dizendo. 

—Eu vou voltar para o Exército. Tenho que ir para o Afeganistão daqui a quatro dias. 


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Notas finais do capítulo

Estava doida para chegar nesse capitulo! Me contem o que estão achando da história! O que vocês acham que pode acontecer agora que o Steve vai embora? E... Será que ele vai embora mesmo?! *risada maléfica*



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