As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 17
Uma pausa para o Jurí.


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo bem Law&Order: SVU porque eu não consigo não amar essa série e porque o que está ruim na vida dos quatro, sempre pode piorar. :P



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Naquela noite, depois que Sam e Bucky foram dormir, Steve entrou escondido no quarto de Lana, deitou na cama e colocou a cabeça em seu colo enquanto ela lia o livro que ele havia lhe dado no Natal. 

—Você está bem? - ele sussurrou para ela. 

—Estou. - Lana respondeu fechando o livro e acariciando os cabelos dele. 

—Nao acredito que a gente foi expulso. - ele falou incrédulo. 

—Somos dois. Tipo, como assim? Acho que de tudo que eu poderia imaginar que ia acontecer com a gente, essa nem passou pela minha cabeça. 

—A gente vai achar algum lugar. - Steve falou pensativo olhando para ela - O Brooklyn é grande, sempre tem alguma coisa.

—E não precisa ser apartamento, precisa? A gente pode achar uma casa também… 

—É verdade… Ei sabe, o lado bom disso? 

—Hm? 

—A gente pode ir procurar casa junto, só nós dois...- Steve falou em tom sugestivo. 

—Ai meu Deus, Steve, você só pensa nisso agora? - Lana riu dando um tapa leve em seu braço - Menos, seu tarado!

Steve riu, fingindo estar chocado. 

—Eu ia dizer que a gente pode sair junto sem esconder de ninguém! - Steve exclamou na defensiva - Quem está sendo pervertida agora, hein, sua tarada? 

Ele se inclinou para beijá-la. 

—Ei, eu até esqueci de perguntar, como foi a conferência? - ele perguntou saindo do colo de Lana para que ela pudesse se deitar. Depois de deitar, ele apoiou a cabeça na barriga dela, olhando para o teto enquanto ela acariciava seus cabelos. 

—Você quer dizer tirando a parte em que eu fui expulsa de uma das palestras por causa de vocês? - ela perguntou. 

—É tirando essa parte. - Steve riu. 

—Foi legal, a Wanda é bem divertida  e a gente ficou bêbada e foi assistir a um daqueles casamentos realizados pelo Elvis no domingo. Ele achou que a gente ia casar também então a gente saiu correndo… - Lana contou. 

—Ia me trocar pela Wanda, é? 

Lana deu um peteleco em sua orelha. 

—Fica quieto, Steve e vai dormir. Você tem que sair daqui antes que os meninos acordem amanhã de manhã! 

***************

A sexta-feira chegou rápido demais para o gosto dos quatro, especialmente porque além de ainda não terem encontrado nenhum lugar novo, a sexta era o dia em que Bucky fecharia a mecânica com a ajuda de Steve e Lana e Sam iriam para o tribunal, para testemunhar no caso do “Maníaco de Staten Island”. Lana nunca havia testemunhado em um tribunal antes e estava morrendo de nervoso e para Sam, o julgamento significava também que teria que ver Misty e ele não sabia se estava pronto para isso, ainda mais sabendo que um dos motivos de eles terem sido expulsos do apartamento foi  sua fossa por causa dela. 

—Uau. - Steve comentou na frente de Sam e Bucky quando Lana entrou na cozinha para tomar café naquela manhã e ela rezou mentalmente para que ele fosse mais discreto. 

—Uau mesmo. - Bucky concordou. 

—Cuidado para não te confundirem com uma promotora. - Sam brincou. 

—Calem a boca, vocês três! - Lana rebateu insegura - Não ta demais? 

Ela usava uma saia lápis preta de cintura alta, uma camisa social branca e saltos pretos. Os cabelos verdes estavam presos em um coque solto no alto da cabeça. 

—Está ótimo. - Sam falou - É bem assim que as mulheres se vestem no tribunal. 

Lana soltou a respiração aliviada. 

—Que bom, achei que estava exagerando, nunca testemunhei antes… 

—Você ta linda. - Steve falou sendo nada discreto de novo, fazendo Lana sorrir - Vai dar tudo certo. 

—Obrigado, Steve. - ela falou se servindo de café e se sentando na bancada de frente para ele. 

—Eu vou pegar meu paletó e a gente já vai. - Sam, que também usava roupa social falou. 

—Ok. - Lana respondeu - Vocês já começaram a arrumar as coisas na mecânica, Bucky? 

—Eu separei as coisas ontem, o Steve só vai me ajudar a trazer tudo aqui para cima. E também tenho que esperar o cara que vem pegar as máquinas… Pelo menos consegui vendê-las por um preço bom. 

—Você vai vender suas máquinas? 

—Vou… Preciso do dinheiro e para ser sincero tenho pensado bastante… Acho que tá na hora de eu voltar para o Direito… 

—Espera, você vai voltar a ser advogado? Sério? - Lana perguntou. 

Bucky deu de ombros.

—Se eu conseguir um emprego sim… Se não, bem… Eu estava pensando em me juntar a polícia… 

Steve quase engasgou com essa afirmação. 

—Você tá falando sério, Buck? - ele perguntou chocado. 

—Eu tenho treinamento militar e pra ser sincero, a única coisa boa de ser mecânico era a tranquilidade, mas, era meio entediante às vezes… Sinto falta de ser útil… Isso se eu não conseguir emprego como advogado, se eu conseguir vocês vão ter alguém para te tirar da cadeia! - ele riu. 

—Ai que bom! - Lana suspirou - Agora já sei que vou ter apoio quando começar a cometer os assassinatos que to precisando cometer… 

—Você tinha que dar ideia, não tinha? - Steve perguntou a Bucky rindo. 

—Não posso fazer nada se ela tem tendências homicidas… - Bucky desconversou. 

—Exatamente, já passou da hora de você aceitar isso, Steve. - Lana comentou com ele. 

Steve riu balançando a cabeça incrédulo, evitando o olhar dela como se os dois não tivessem dormido juntos de novo na noite passada. Todas as noites desde segunda, Steve entrava escondido no quarto de Lana e os dois dormiam juntos. E apesar de querer muito fazer algo além disso, eles apenas dormiam mesmo porque Lana morria de medo de fazer barulho demais e acordar Sam e Bucky. A última coisa que eles precisavam agora era que os amigos descobrissem que eles estavam se pegando, sem contar, Lana refletiu, que era bom dormir com Steve. Ele era grande e apesar de ser todo músculos, ela adorava sentir seu corpo tão perto do dela.  

—Vamos, Lana? - Sam perguntou voltando do quarto. 

—Vamos. - Lana respondeu respirando fundo. 

—Relaxa, vai dar tudo certo. O advogado vai ser legal com você. - Sam riu. 

—Não vai não! É aquele nojento do Buchanan! - Lana exclamou enojada. John Buchanan, o advogado de Lewis, era famoso na delegacia por sempre pegar os piores casos, estupradores, batedores de mulher e misóginos em geral - e praticamente ninguém gostava dele. 

—Ei! - Bucky exclamou em tom ofendido - Qual o problema com Buchanan?

—Com você nada. - Lana rebateu - Mas, esse outro Buchanan é um machistinha nojento, só isso. Sempre defendeu homem que comete violência de gênero. E agora homofóbicos também, pelo jeito.  

—Mas, eu conheço o Buchanan. - Bucky falou surpreso - Ele sempre foi legal comigo. 

—De onde você conhece esse homem, Bucky, pelo amor de Deus? - Lana perguntou chocada. 

—Quase estagiei comigo. Ele era legal. 

—Talvez porque você seja um homem branco que nunca discordou dele em nada. - Lana falou séria - Se você acha que ele é tão legal assim vem assistir o julgamento para você ver então… 

—Eu posso? - Bucky perguntou animado.

—Pode, o julgamento vai ser aberto ao público. - Sam respondeu. 

—Bucky a gente tem que terminar de arrumar a mecânica… - Steve falou em tom desanimado. 

—Eu sei, mas, a gente pode arrumar rapidinho e ir, ia ser bom para eu voltar a me acostumar com tribunal. Vamos, Steve, por favor? - ele pediu feito uma criança. 

—O julgamento começa às onze, mas, a promotoria só começa a testemunhar as duas, agora vão ser só os argumentos iniciais. A gente tá indo cedo porque o Barba tem que preparar a Lana. - Sam falou. 

—Espera, ele não vai te preparar também? - Lana perguntou surpresa. 

—Eu já testemunhei umas dez vezes, to de boa. Você quem vai testemunhar pela primeira vez… 

—Ah, que bom. Obrigado por me deixar ainda mais nervosa, Sam!

Steve suspirou interrompendo a discussão. 

—Tá bom, vai, Bucky. Vamos trazer as caixas aqui para cima e esperar o cara pegar as máquinas, depois a gente vai.  gente tem que ir de social também? 

—Não, só ir vestidos como pessoas decentes… Agora a gente tem que ir mesmo, Lana, se a gente se atrasar o Barba me mata! 

Lana concordou e se encaminhou para a porta com Sam, notando a maneira que Steve olhava para ela ao passar. Ela o ignorou com toda a sua força de vontade para não deixar suspeitas e seguiu Sam para fora do apartamento. 

O Tribunal do Brooklyn ficava mais perto do que a delegacia e levou menos de meia-hora para que Sam estacionasse em uma das calçadas mais próximas ao prédio. Lana já estava com aquele frio na barriga de ansiedade e havia ficado anormalmente calada durante todo o caminho até a sala do promotor do caso, Rafael Barba. 

—Prazer em te conhecer, doutora Wilkins, a Melinda fala bastante de você. - Barba falou apertando a mão dela. 

—O prazer é meu promotor. - Lana falou - O Sam também fala bastante de você. 

—Obrigado. - Barba sorriu. - Wilson, você pode nos dar licença para que eu possa preparar ela? 

Sam concordou e deixou uma Lana um tanto ansiosa, conversando com o promotor e ensaiando o que iria falar na frente do júri e foi para o lado de fora do tribunal, onde se sentou em um dos degraus de mármore do lado mais vazio do prédio. Ele estava olhando distraidamente para as pessoas em volta quando a viu. Misty. E aquele peso em seu estômago de culpa e vergonha voltou mais uma vez. O mesmo peso que sentiu ao ver a foto dela com outro homem, sendo feliz sem ele. 

Ele ligou para Steve só para parecer ocupado, mas, caiu na caixa postal. Bucky também não atendeu então ele teve que se limitar em fingir que estava ocupado lendo alguma coisa até que ouviu o barulho dos saltos dela no pavimento se aproximando. 

—Wilson. - Misty falou em um tom cauteloso. 

—Ei, Knight. - Sam respondeu também pelo sobrenome. Se ela queria manter as coisas profissionais ele não iria reclamar. 

—Você já falou com o Barba? - ela perguntou. 

—Já. Ele está preparando a Lana para testemunhar. E você já falou com ele? 

—Ainda não, estou indo para lá agora… Escute, Sam, eu sei que você viu minha foto com o Luke… 

—Quem é esse? - Sam interrompeu - Seu namorado? 

Misty suspirou. 

—Sim, eu vi. - Sam cedeu - Mas, você não precisa me dar explicações, Misty, não é da minha conta. 

—Eu sei que não é da sua conta,  - Misty concordou e Sam conteve um xingamento, só queria que ela cedesse um pouco -  mas, quero te falar mesmo assim. Não quero que pense que o que tivessemos não importou ou que eu não me importo com você. 

Sam desviou o olhar e voltou a mexer no celular. 

—Sam, por favor. - Misty falou - Me escuta. 

Ele bufou e voltou a olhar para Misty. 

—O que é Misty? 

—Eu… Eu não queria te machucar desse jeito, Sam, sinto muito que as coisas não tenham dado certo, mas, não quero que tenha nenhum ressentimento entre nós, só isso. 

Sam olhou para Misty e toda a sua resolução e vontade de brigar pareceu se dissolver. 

—Eu sei, Misty. - ele falou por fim - E eu não deveria ter te cobrado tanto assim, você deixou bem claro que não queria nada sério e eu não devia ter falado aquilo para você bem na frente de um suspeito… Me desculpa…  

Misty sorriu. 

—Acho que está na hora de a gente ficar pedindo desculpas, Sam. - ela estendeu a mão para ele - Amigos? 

Ele não sabia muito bem se queria realmente ser amigo de Misty, não sabia se conseguiria. Mas, aceitou a mão dela mesmo assim. Seria melhor do que brigar. 

—Amigos. - ele respondeu. 

—É melhor a gente entrar, daqui a pouco começa o julgamento. - Misty falou, o clima entre eles melhorando muito mais - E é melhor a gente estar lá dentro quando nos chamarem para testemunhar. 

Eles voltaram para dentro do tribunal e se sentaram nos bancos próximos a sala onde a sessão ocorreria. Lana, Carisi, Rollins e a tenente Benson se juntaram a eles alguns minutos depois o que deixou Sam bem mais aliviado já que não sabia o quanto de conversa fiada ele conseguiria ter com Misty. 

Steve e Bucky chegaram algum tempo e depois de os cumprimentarem rapidamente - Steve não parava de olhar para Lana embasbacado e Sam queria bater nele por ser tão indiscreto - eles foram para dentro do tribunal. Rollins e Carisi foram os primeiros a ser chamados. O testemunho deles pareceu ser rápido e eles ficaram na corte para assistir ao julgamento. Em seguida foi a tenente e então um especialista que a defesa havia contratado. E então foi a vez de Lana. 

Ela caminhou tensa pelas cadeiras, sem olhar para ninguém, se sentou no banco das testemunhas e depois de fazer o juramento, se virou para o promotor e para a o corte, esperando pelas perguntas. Lewis, o criminoso, estava sentado com as mãos e pés algemados e um sorriso de escárnio. Lana sentiu um arrepio involuntário, o homem era assustador. 

—Boa tarde, doutora Wilkins. Obrigado por ter vindo. - Barba falou. Lana respondeu educadamente, ela localizou Steve e Bucky sentados na última fileira e imediatamente se sentiu mais segura. 

Barba começou o interrogatório perguntando sobre o DNA encontrado na última vítima e sobre os detalhes do crime e das autópsias que ela havia realizado. Depois de ter suas perguntas respondidas, o promotor encerrou sua entrevista com ela e foi a vez da defesa. 

E pela cara de Buchanan ela sabia que ele não seria tão educado quanto Barba havia sido. 

—Boa tarde, doutora Wilkins. Cabelo legal, a propósito. - o homem falou cheio de ironia. Lana se limitou a franzir a testa para ele. -A quanto tempo você trabalha como legista? Um dia? Ou ainda está na faculdade?

—Excelência! - Barba exclamou na hora. 

—Senhor Buchanan, menos! - a juíza exclamou. 

Lana sentiu o sangue ferver. 

—Perdão, Vossa Excelência, só estou surpreso que a Polícia de Nova York trabalhe com pessoas tão novas. - o advogado falou. Lana jurava que se pudesse teria rolado a cara de Senhor Batata do Toy Story dele no asfalto. 

—Vá direto ao assunto, senhor Buchanan, eu não tenho o dia todo. - a juíza falou mal humorada. 

—Claro, Vossa Excelência. Doutora Wilkins, - o advogado se virou para ela - quando meu cliente foi apreendido, você conseguiu testar seu DNA? 

—Não. - Lana respondeu. 

—E por que não? 

—Porque o suspeito havia queimado as próprias digitais. 

—Mas, você poderia dizer que essas feridas poderiam ter sido causadas por terceiros? - o advogado retrucou. 

—Sim, - Lana respondeu ficando tensa - é possível, mas, não provável. 

—E por que não seria provável, doutora Wilkins? 

—Porque o suspeito confessou. - Lana falou secamente. 

—Ah, então você é uma detetive além de legista também, doutora Wilkins? - o advogado rebateu.

—Protesto! - Barba exclamou. 

—Retirado. Agora, antes deu eu encerrar, doutora, me responda: é verdade que você e o detetive Sam Wilson, que foi um dos responsáveis pela apreensão e interrogatório do meu cliente, são próximos? - Buchanan perguntou em um tom tão sugestivo que Lana sentiu nojo dele. 

—Nós somos amigos, sim. - Lana confirmou. 

—Você diria que são amigos íntimos? 

—Nós somos colegas de quarto. - Lana falou tentando cortar aquele tom sugestivo do advogado - Então, sim. 

—Então se vocês são próximos, você sabia que o detetive Wilson e a detetive Knight estavam tendo um caso? - o advogado perguntou satisfeito consigo mesmo. 

Lana ficou em choque, pega de surpresa pela pergunta. Ela olhou para Barba, mas, ele havia levado as mãos ao rosto, bufando indignado. A tenente de Sam também parecia surpresa e Lana tentou encontrar alguma ajuda olhando para onde Steve e Bucky estavam sentados. Steve parecia tão surpreso quanto os outros com o rumo que o julgamento havia tomado, mas, Bucky sibilou um “fala a verdade” para ela e Lana voltou a olhar para Buchanan, odiando o homem ainda mais. 

—Sim, eu sabia. - ela disse por fim. 

—Obrigado, doutora Wilkins. Sem mais perguntas, Vossa Excelência. 

A juíza bateu o martelo. 

—A testemunha pode se retirar. - ela disse. 

Lana desceu do banco das testemunhas e se encaminhou para onde Steve e Bucky estavam sentados. Os dois estavam tão putos da vida quanto ela, mas, não disseram nada e ela se sentou ao lado de Steve.

—Pode chamar a próxima testemunha, senhor Barba. - a juíza falou. 

—Na verdade, eu gostaria de pedir um recesso, Vossa Excelência. - Barba pediu. 

—Pedido negado, promotor. Por favor, chame a próxima testemunha. - a juíza respondeu. Barba suspirou. 

—A promotoria chama o detetive Samuel Wilson. - ele disse e o burburinho na corte ficou ainda mais alto. 

—Isso não é justo, ele nem vai saber que sabem dele e da Misty! - Lana comentou em voz baixa para Bucky e Steve. 

—Eu sei. - Bucky concordou, os punhos cerrados. 

—Esse cara é um filho da puta. - Steve falou em voz baixa. Lana colocou a mão em sua perna de maneira consoladora, mas, a retirou rapidamente. 

—Eu não falei que ele era? - ela respondeu. 

A porta da sala se abriu e Sam passou pelo corredor até o banco de testemunhas, parecendo tranquilo, apesar de sério e depois de se sentar e fazer o juramento, ele voltou sua atenção para Barba, sem entender porque Benson olhava para ele de cara feia, Lana, Steve e Bucky pareciam tão putos da vida e o júri e as pessoas que assistiam ao julgamento pareciam tão curiosas. 

—Boa tarde, detetive Wilson. - Barba falou - Você pode nos descrever os acontecimentos da noite em que prendeu o réu, por favor. 

—Claro. - Sam respondeu - A detetive Knight e eu estávamos patrulhando a área onde os ataque estavam ocorrendo quando recebemos um chamado no rádio, informando que alguém estava sendo atacado naquela região.  Nós fomos investigar e flagramos o réu, William Lewis, atacando um homem. Nós nos identificamos e pedimos para que ele se rendesse, mas, ele fugiu. A detetive Knight ficou para trás para socorrer a vítima e eu o persegui até que ele me atacou também e nós lutamos. A detetive Knight se juntou a nós alguns instantes depois e imobilizamos o suspeito e o levamos para interrogatório onde ele confessou ser o Maníaco de Staten Island. Fizemos tudo de acordo com as regras. 

—Ok. Obrigado detetive. - Barba finalizou - Sua testemunha. - ele acrescentou para Buchanan. 

—Detetive Wilson. - Buchanan falou em um tom tão presunçoso quanto havia usado com Lana - Você diz que fez tudo de acordo com as regras, mas, está nas regras dormir com sua colega de trabalho?

—Como é que é? - Sam exclamou. 

—Objeção, Vossa Excelência! - Barba pediu. 

—Mantido. 

—Eu vou reformular. - Buchanan falou - Você diz que fez tudo de acordo com as regras, detetive Wilson, mas, não está nas regras da policia que você deve informar ao seu superior se houver algum relacionamento amoroso com um colega? 

—S-Sim. - Sam respondeu depois de alguns instantes. 

—E você informou a sua superiora, a tenente Benson, que estava tendo um relacionamento com sua colega, a detetive Knight? Não negue, senhor Wilson, sua amiga, a doutora Wilkins, confirmou. 

Sam olhou para Lana de olhos arregalados e Lana sibilou um “desculpa”. Sam voltou a olhar para Buchanan. 

—E então, senhor Wilson, o senhor estava ou não tendo um relacionamento escondido com a detetive Knight? - o homem insistiu. 

—Sim, eu estava, mas… 

—E no momento em que ela subjugou meu cliente, o que você disse a ela, senhor Wilson? 

—Protesto, Vossa Excelência! - Barba exclamou pela milésima vez naquele julgamento - Nós estamos aqui para julgar William Lewis, não para discutir a vida amorosa de um detetive renomado da polícia de Nova York! 

—Estou chegando onde quero chegar, Vossa Excelência. - Buchanan falou. 

—Então chegue logo. - a juíza rebateu sem paciência - Responda a pergunta por favor, detetive. 

—Eu disse que a amava. - Sam respondeu com a voz tão humilhada que o coração de Lana doeu. Advogado filho da puta

—E de acordo com a página do facebook da detetive Knight ela está em um relacionamento com outra pessoa não é mesmo? Você é um bom detetive, senhor Wilson, mas, de acordo com a sua ficha você já perdeu o nível com outros suspeitos não é mesmo? 

—Isso não tem nada haver com esse caso… - Sam rebateu friamente. 

—Não? Você estava trabalhando quase quinze horas por dia há quase um mês, só posso imaginar a pressão que recebeu dos seus superiores para encontrar o verdadeiro culpado e então a mulher com a qual estava tendo um relacionamento te rejeita. Acho que isso seria o suficiente para te deixar furioso não é mesmo? 

—Eu não misturo meu trabalho com minha vida pessoal. - Sam falou. 

—Não? Nem mesmo quando o suspeito que havia apreendido, meu cliente, se recusou a cooperar? Você estava cansado, estava estressado será que o fato de meu cliente ter negado ser o autor de crimes tão bárbaros não seria suficiente para te fazer perder a paciência?

—Não! Eu estava fazendo meu trabalho! - Sam exclamou o rosto quase roxo de fúria controlada. 

—Estava mesmo? Ou você estava tão desesperado para fazer o seu trabalho que depois de tantas decepções e frustrações você estava tão desesperado a ponto de queimar as digitais do meu cliente e forçar a sua confissão? 

—Isso é um absurdo! - Sam perdeu a paciência - Eu jamais faria isso! 

—Excelência! - Barba chamou. 

—Já chega, senhor Buchanan. O júri irá desconsiderar as últimas afirmações. Se você não tem mais nada para perguntar é melhor encerrar essa entrevista, senhor Buchanan. - a juíza exclamou. 

Sam olhava furioso para o homem, se pudesse teria voado no pescoço do homem ali mesmo. 

—Não, não tenho mais perguntas, Vossa Excelência. 

—Redirecionamento, Vossa Excelência, por favor. - Barba pediu. 

—Por favor, senhor Barba. 

—Senhor Wilson, você alguma vez deixou sua vida pessoal interferir com sua vida profissional? - Barba perguntou pausada e claramente. 

—Não, nunca. - Sam respondeu. 

—Você alguma vez se vingou de algum suspeito ou descontou em algum suspeito seus problemas pessoais? 

—Não, nunca. 

—E você, mesmo estando em um relacionamento com a detetive Knight na época, deixou que esse relacionamento atrapalhasse sua vida profissional? 

—Não, nunca. - Sam falou de maneira conclusiva. 

—Obrigado, detetive Wilson. Sem mais perguntas. 

—A testemunha pode se retirar. A corte está em recesso até segunda de manhã. Obrigado. 

As pessoas começaram a se levantar, mas, Sam passou rapidamente por todos e saiu. Quando Lana, Steve, Bucky,a tenente Benson e Barba o alcançaram ele estava fumegando, andando de um lado para o outro no corredor. Misty olhava para ele sem entender. 

—Que porra foi aquela? - ele perguntou assim que os viu. 

—Sam! - Benson exclamou - Se acalma, por favor! 

—Wilson, Knight, na minha sala agora. - Barba falou e saiu sem os esperar. 

Misty e Benson o acompanharam. 

—Sam… - Lana começou sem saber o que dizer. 

—Agora não, Lana. - Sam pediu e os seguiu também, deixado Lana, Steve e Bucky parados no meio do corredor. 

Os três resolveram esperar lá fora enquanto Sam e Misty enfrentavam um Barba e uma tenente Benson furiosos. 

—Então vocês dois estavam tendo um caso? - Barba perguntou. 

—Sim, mas, isso não tem nada haver com o caso. - Misty respondeu chocada - Nós fizemos o nosso trabalho! 

—Eu sei que fizeram! - Benson interrompeu - O problema é que o Buchanan acaba de acusar o Sam de ter forçado a confissão do Lewis por causa do relacionamento de vocês.

—O que? - Misty exclamou. 

—Isso é ridículo, eu não fiz nada disso, tenente! - Sam exclamou para Benson. 

—Eu sei que não fez, Sam, mas, porque você não foi honesto comigo agora nós podemos perder esse caso. - Benson retrucou. 

—É, como foi que ele descobriu isso? - Sam perguntou. 

—Não sei, Sam, talvez porque você não conseguiu controlar essa boca grande e disse que me amava na frente do cliente dele?! - Misty estourou - Isso é humilhante, nunca ninguém usou minha vida pessoal contra mim o tribunal! 

—Tem alguma coisa que a gente possa fazer, Barba? - Benson perguntou ao promotor. 

—Não muito. - Barba respondeu - Mas, Buchanan está tentando arranjar um meio de desqualificar a confissão de Lewis, então você tem que se preparar muito para o que vai dizer na segunda, Knight. Agora já sabemos qual é a estratégia da defesa, temos que ser muito cautelosos. 

—Eu vou ser obrigada a reportar o que aconteceu para seu sargento, Misty. E Sam, você está em trabalho administrativo até o final do julgamento. - a tenente Benson disse a ele. 

—Mas, tenente… - Sam começou. 

—Sam, você sabe que se isso chegar aos ouvidos do Chefe da Divisão as coisas vão ficar bem piores e é melhor vocês rezarem para que a Corregedoria não fique sabendo disso, porque já não vou mais poder fazer por vocês. - Benson falou - Agora podem ir, estão dispensados. 

Misty saiu sem esperar resposta e Sam a seguiu, pisando duro, furioso. Ele encontrou Bucky, Steve e Lana sentados nos degraus de pedra do tribunal, esperando por eles. A neve já começara a cair e Lana, que estava de meia-calça, tremia levemente de frio. 

—Sam… - ela falou, se levantando quando o viu - Eu sinto muito, tentei pensar em alguma coisa… 

—Se você tivesse mentido no tribunal poderia ter sido presa, - Sam rebateu em tom mais ameno - e ele já sabia sobre a Misty e eu. Barba disse que ele está fazendo isso para anular a confissão do Lewis. 

—E agora? - Steve perguntou. 

—Agora o promotor tem que mostrar que a confissão é válida e foi espontânea. - Bucky respondeu por ele - Senão, eles podem anular o julgamento. 

—Exato. - Sam concordou olhando surpreso para Bucky - E tem mais, até o final do julgamento eu estou em trabalho administrativo, ou seja, nada de horas extras até o final dessa merda de julgamento. Isso se a Corregedoria não resolver me ferrar de vez…

—Ai, Sam… - Lana começou. 

—A gente tá muito sem sorte. - Steve comentou. 

—Pois é: A gente expulso de casa, eu desempregado e Sam afastado do trabalho. Se a gente não jogou pedra na cruz deve pelo menos ter comido farofa de macumba, só pode! - Bucky exclamou incrédulo. 

—Do jeito que a gente está sem sorte, não duvido que isso possa ter acontecido. Agora, que tal a gente ir beber um pouco? To precisando esquecer essa semana… - Sam falou tão cansado que sua voz saiu carregada. 

Os outros três concordaram e seguiram pela calçada de neve em direção ao bar mais próximo. 


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo fresquinho para vocês! Não esqueçam de me contar o que estão achando da história!

E como sempre, se quiserem conhecer a playlist da fic, é só acessar: https://open.spotify.com/playlist/4yhTbi0Z1IvDbxHFpWiNKw?si=SMG7meRTTg2f49zOlki6Yg.



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