As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 16
Depois da expulsão... Vem o desespero!


Notas iniciais do capítulo

Um pouco mais de drama para vocês, porque a Lana e o Steve não podem ter paz! *risada maléfica*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718612/chapter/16

—Como é que é? - Steve perguntou puto da vida - Ela não pode fazer isso! Nós temos um contrato! A gente pagou o aluguel das próximas quatro semanas! 

—Aparentemente ela pode. - Sam falou igualmente furioso. 

—Mas, não é justo! As pessoas reclamaram da gente por quê? E aquele cara que ficava escutando sertanejo até depois do horário permitido? Ela expulsou ele por acaso?- Lana perguntou irritada. 

—Não, mas, ela já nos tinha dado dois avisos, são as regras do prédio… - Steve falou - Bucky, você é advogado, não tem nada que a gente possa fazer, legalmente?  

—Espera, como é? - Lana interrompeu antes que Bucky pudesse responder - Você é advogado, Bucky? Desde quando? 

—Desde que eu me formei na faculdade, ué! - Buck retrucou na defensiva. 

—Mas… 

—Sim, eu trabalho de mecânico. Mas, me formei quando voltei do exército, tenho OAB e tudo. Precisava de alguma coisa para me ocupar… 

Lana arregalou os olhos, chocada. 

—E por que você não atua? 

—É uma longa história que envolve eu não ter paciência para gente almofadinhas. 

—É por isso que você não gosta do Sonny? - ela concluiu. 

—Também. 

—Gente, será que dá para prestar atenção no problema que a gente tem agora? - Steve perguntou irritado - Bucky, o que a gente faz? 

—A gente pode ir conversar com ela e apelar para o seu bom senso? - Bucky sugeriu - Eu vou reler o contrato, mas, acho que a gente não tem muito o que fazer. 

—Certo… Vamos falar com ela então… - Steve falou. 

Eles chamaram Sam, que procurava o contrato no meio de suas coisas e foram até o apartamento da dona Rufina. Sam, Lana e Bucky se postaram atrás de Steve, que sempre foi o preferido dela, e ela sorriu ao vê-lo, mas, fechou a cara para os outros três. 

—Eu não acho que esse seja um bom começo. - Lana sussurrou para Bucky enquanto eles entravam no apartamento da mulher. 

Bucky concordou com a cabeça, mas, Lana estava ocupada demais absorvendo a decoração tão tipicamente de avó do lugar para prestar atenção. Os papéis de parede eram todos com flores e desenhos feios, os móveis de madeira e os sofás antigos tinham um ar aconchegante e havia um cheiro de frango assado que vinha da cozinha. 

—Eu já sei sobre o que vocês vieram falar. - a mulher falou - Sentem-se. 

—Senhora Rufina, a senhora não pode expulsar a gente desse jeito! - Steve falou em um tom paciente - Nós moramos aqui há anos, nunca demos problema com o aluguel e só tivemos dois incidentes… 

—Três. - Rufina corrigiu - Eu sei que no geral vocês são bons vizinhos, Steve e eu gosto muito de você, mas, regras são regras. Todo morador desse prédio tem duas notificações e vocês já levaram duas multas pelo mesmo motivo. Desordem. Você sabe quantas ligações eu recebi no sábado de madrugada porque vocês estavam escutando Mambo Nº 5? Esse é um prédio de família, Steve, tem crianças e idosos morando aqui e não posso tolerar esse tipo de comportamento, avisei isso da primeira vez. 

—Senhora Rufina, isso foi culpa minha. - Sam falou - Eu sinto muito. 

—Isso não é tudo, Sam. - a senhora falou - Vocês levaram outra pessoa para morar com vocês sem me avisar e eu preciso estar ciente de todos os moradores do prédio, são as regras. Vocês estão pagando aluguel por três pessoas com quatro morando no apartamento.

—Se esse é o problema eu posso pagar mais pelo aluguel. - Lana interrompeu ofendida - E eu já pago aluguel para os meninos, não estou morando de graça! 

—Não é só por causa do aluguel, querida. E a briga que você arrumou dentro do elevador? Sem contar sua indiscrição, esse é um prédio de família! 

O rosto de Lana ardeu e ela trocou um olhar com Steve, morta de vergonha. 

—Sem contar que você não paga o aluguel da mecânica há dois meses, James. - a mulher acrescentou para Bucky. Sam, Steve e Lana olharam para ele surpresos. 

—Nós conversamos sobre isso, dona Rufina, por favor. - Bucky pediu sem graça 

—Eu sei que conversamos, mas, estou disposta a esquecer o aluguel da mecânica se vocês sairem sem alarde. E o que você estava fazendo na escada de incêndio, Steve? Um dos vizinhos te viu lá e reclamou. A escada de incêndios é para emergências! 

Steve abriu a boca para responder, surpreso, mas, Bucky o interrompeu visivelmente irritado. 

—A senhora está pedindo para sairmos por causa do aluguel da mecânica? Isso é um absurdo! Os dois são contratos diferentes! Eu posso fechar a mecânica e devolver a chave se esse for o problema! 

—Eu estou sendo gentil,James, estou oferecendo um acordo! 

—Um acordo? Ou a senhora está só arranjando uma maneira de não nos devolver o dinheiro dos meses de aluguel que pagamos adiantado? - Bucky exclamou furioso e Lana teve que admitir que era um pouco intimidador vê-lo tão puto da vida assim. 

—Bucky… - Sam falou. 

—O que? É verdade! Os dois contratos são diferentes, você não pode misturar um contrato residêncial e um comercial desse jeito e se sairmos, ela tem que devolver o dinheiro que pagamos adiantado para que possamos dar entrada em outro lugar! - Bucky respondeu - Não é mesmo, dona Rufina? 

—Já chega, James! Eu estava sendo gentil, mas, se faz tanta questão então eu irei devolver o dinheiro, mas, você tem até o final da semana para me pagar os dois meses de aluguel da mecânica e fechar a loja. E vocês tem duas semanas para sair. 

—Não precisa fazer isso, dona Rufina. - Steve falou em um tom tão frio que todos olharam para ele e o clima na sala ficou mais tenso ainda - Nós aceitamos o acordo. A senhora não precisa nos devolver o dinheiro que pagamos adiantado contanto que desconte da dívida da mecânica. Mas, a senhora tem que nos dar um pouco mais de tempo para acharmos um lugar. 

A senhora olhou para Steve tão surpresa quanto os outros três, mas, concordou com a cabeça. 

—Tudo bem, vocês tem três semanas para sair, mas, quero a mecânica liberada ainda nesta semana. 

—Certo. Obrigado pelo seu tempo, senhora Rufina. - Steve agradeceu, a voz fria como gelo e se levantou. Os outros três o acompanharam para fora do apartamento e assim que a senhora Rufina fechou a porta, Bucky explodiu:

—Mas, que droga foi aquela, Steve? Ela tá sendo injusta! Como a gente vai pagar por outro lugar agora? 

—A gente dá um jeito! E por que você não falou que as coisas estavam ruins na mecânica? A gente tinha te ajudado! - Steve retrucou tão furioso quanto Bucky - Que porra, Bucky! 

—Porque não! Porque eu ia me virar! 

—Como? - Lana perguntou - Sem dinheiro? 

—Eu dava um jeito, merda! Já não basta eu ser o que ganha menos e vocês ainda querem que eu peça dinheiro, senhora médica que ganha mais que nós três?! - Bucky retrucou. 

—Não fala assim com a Lana! - Steve exclamou na mesma hora. 

—Tá tudo bem, Steve. - Lana retrucou perdendo a paciência - E a gente te ajudava! Ninguém liga que você ganha menos, Bucky! Isso é coisa da sua cabeça! 

—E você ganha menos porque quer! - Sam jogou na cara dele - Você é formado em direito, não é?

Bucky olhou furioso para Sam. 

—Então é isso que você acha? - ele perguntou ofendido. 

—Você sabe muito bem que sim, mas, a gente sempre apoiou suas decisões e você sabe muito bem que estamos aqui para te ajudar assim como você ajudaria a gente se a gente precisasse! - Sam falou.

Bucky bufou. 

—Gente, acho que estamos esquecendo o problema aqui. - Lana falou em um tom mais cauteloso - A gente tem que achar um lugar para morar…

—Como é que a gente vai achar um lugar para morar se nem emprego eu tenho mais? E não é como se eu tivesse direito a seguro desemprego, não é mesmo? - Bucky lembro ainda furioso, mas, agora sem gritar. 

—A gente vai dar um jeito, Buck. - Steve falou mais calmo. 

—James! - alguém chamou se metendo entre os quatro. 

Era Dottie, que eles não tinham percebido estar parada na porta deles com uma caixa enorme nas mãos. 

—Dottie, o que você está fazendo aqui? A gente terminou! - Bucky falou irritado. 

—Não, você terminou comigo! Bebado e por mensagem de texto, o que foi extremamente ridículo e infantil! Quem termina com alguém mandando a letra de “Too Little Too Late” por mensagem? 

—Me diz que você não fez isso, Buck. - Steve falou cobrindo o rosto. 

—Ele fez, Steve, é claro que ele fez e isso mesmo depois de eu ter aguentado a merda de TEPT dele por quase um ano! Sem contar que você levou ela para passar o Natal com a sua família ao invés da sua namorada! Que tipo merdinha de namorado é você, James? 

—Dottie… 

—Quer saber, James? Aqui estão as tralhas que você deixou no meu apartamento! - ela empurrou a caixa nos braços dele tão furiosa quanto Bucky estava há alguns segundos atrás - Agora você está sem casa, sem trabalho e sem namorada. Parabéns, otário! 

Sem esperar por uma resposta, Dottie saiu, deixando Bucky se sentindo pior do que antes. 

******************

O clima no apartamento estava péssimo. Nem parecia que apenas algumas horas atrás Lana e Steve estavam tão felizes juntos, parecia até piada. Steve estava tão puto da vida ainda que queimou o que estava cozinhando e deixou tudo jogado no fogão e saiu para comprar comida para eles sozinho, tentando espairecer os pensamentos. Sam e Bucky foram para seus quartos, Sam para procurar o contrato da casa e ter algo para fazer e Bucky para guardar as coisas que Dottie havia devolvido e se odiar um pouco. 

Lana desfez a mala e foi para o sofá, para esperar Steve. Ela não podia deixar de se sentir culpada. O que eles iam fazer agora? Como iam conseguir outro lugar para morar tão bom quanto aquele? Os imóveis em Nova York custavam o olho da cara e mesmo dividindo o valor para três até que Bucky conseguisse um emprego, eles talvez não conseguissem encontrar outro lugar em três semanas. E se eles tivessem que se separar? Com certeza Sam, Steve e Bucky ficariam juntos, mas, Lana ainda tinha sido a última a chegar, ela só morava ali a alguns meses. E se eles priorizassem a amizade dos três e ela tivesse que encontrar outro lugar para morar sozinha? 

Lana ligou a TV no X-Factor e sentiu os olhos se encherem de lágrimas quando um senhor bem velhinho começou a cantar com uma das vozes mais lindas que ela já tinha escutado na vida.Para completar, além de ter conseguido quatro votos “sim” ele começou a chorar e a abraçar os jurados que também estavam em lágrimas. Aquilo foi demais para ela e lágrimas e mais lágrimas caiam de seus olhos até que ela começou a soluçar de tanto chorar. 

E foi assim que Steve a encontrou quando voltou do mercado, abraçando a almofada do sofá e chorando de se acabar com cada uma das audições do programa. Ela nem sabia mais se estava chorando por causa do que havia acontecido com eles ou por causa dos participantes. 

—Lana! - Steve exclamou largando as compras no chão e correndo para abraçá-la - Ei, o que foi? 

—É-É que a gente foi expulso e o Bucky perdeu o emprego e e-esse programa é t-tão triste… - ela soluçou se agarrando nele e enterrando o rosto em seu pescoço. 

—Não chora nao, Lana, - Steve falou meio sem jeito, acariciando sua cabeça - A gente vai ficar bem… 

—O que está acontecendo? - Sam perguntou saindo do quarto preocupado. 

—Mas, a se a gente não ficar? E se a gente não encontrar outro lugar para morar  e tiver que se separar? - ela perguntou ignorando Sam que se sentou ao seu lado no sofá. 

—A gente não vai se separar. - Steve falou consolador - Não se preocupa. 

—É, Lana não chora. - Bucky, que assistia a cena, pediu com a voz embargada. 

Os três se viraram para ele chocados.

—B-Bucky, você tá chorando? - Lana soluçou. 

—Não! - Bucky mentiu secando os olhos - Você quem está! 

—É, mas, você também está! - Lana conseguiu rir. 

—Porque eu fico com vontade de chorar vendo os outros chorarem! Homem também chora, tá? - ele falou com a voz carregada. 

Os três riram. 

—Parem de chorar! - Steve pediu, os olhos brilhando. 

—Eu juro que se vocês ficarem chorando eu vou matar os três! - Sam exclamou rindo e sem nenhuma lágrima nos olhos - É sério, ajam igual a mulheres e fiquem sérios! 

Lana secou os olhos rindo. 

—A gente vai resolver isso. - Steve falou para os três - Vai ficar tudo bem. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais um capitulo por aqui e estou muito feliz de estar de volta! Me contem o que estao achando da fic e o que esperam que aconteça! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Coisas Improváveis Sobre Nós." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.