As horas até a segunda-feira pareceram se arrastar e mesmo pegando o primeiro voo de volta naquele dia pela manhã e quase morrendo de tédio e ansiedade por quatro horas no avião, Lana ainda pegou trânsito do aeroporto até o Brooklyn. É claro que ia ter trânsito, imagina se não ia ter trânsito no meio da porra de Nova York… 

Quando ela desceu do táxi na frente do prédio, Lana olhou disfarçadamente para dentro da mecânica e viu Bucky conversando absorto com a dona Rufina. Depois do que pareceu uma eternidade dentro do elevador do Iluminado, ela abriu a porta do apartamento. 

—Steve? - ela chamou, o coração acelerado - Sam? 

Steve apareceu quase imediatamente, ainda usando roupas de corrida. 

—Sam foi trabalhar e o Bucky está lá embaixo. - Steve falou o olhar cheio de expectativa. 

—Ótimo. - ela ofegou. 

Jogando a mala no chão, Lana praticamente correu até ele e lascou seus lábios nos de Steve. Ele não hesitou dessa vez, trazendo Lana ainda mais para si, seus braços passeando pelas costas dela. 

—Senti sua falta. - ela ofegou. 

—Você quase me deixou louco, isso sim. - Steve respondeu parando a trilha que seus lábios faziam no pescoço dela. Lana arquejou recuando para a parede mais próxima, que era a que Bucky havia quase derrubado há tanto tempo atrás. 

Steve levou uma das mãos a parte de trás das coxas dela e entendendo a deixa, Lana pulou, enroscando as pernas em sua cintura e arquejando quando Steve rolou seus quadris contra os dela. 

—Steve… - ela gemeu. 

—O que você quer? - ele perguntou, sua voz mais áspera do que o normal, fazendo Lana se arrepiar. 

Lana afastou-se um pouco e olhou para ele. 

—Eu quero você, Steve. - sua voz saiu rouca. Os olhos de Steve brilharam ainda mais, o azul quase cinza agora. Lana se inclinou para beijá-lo mais uma vez, mas, ele a afastou. 

Ela olhou para ele surpresa 

—Acho que você está esquecendo uma palavra. - ele disse com um sorriso convencido. 

O rosto de Lana esquentou. 

—Eu quero você, capitão. - ela disse por fim.

O sorriso de Steve se intensificou. 

—Agora sim. - ele disse com aquela voz áspera que estava deixando-a doidinha -  Você vem brincando comigo a semanas, agora é minha vez de dar o troco. 

—Faça o seu melhor, capitão. - Lana retrucou sorrindo com malícia. 

Aceitando o desafio, Steve voltou a grudar os lábios nos dela, empurrando-a com tanta força contra a parede que alguns pedaços de fita começaram a soltar. Lana arfou surpresa com a atitude dele. 

—Desculpa. - Steve pediu, as pontas das orelhas ficando rosadas. 

—Tudo bem, capitão. - ela sorriu, deslizando as mãos por seu pescoço e seu peito - Mas, acho melhor sairmos daqui antes que a gente termine de derrubar a parede. 

Steve assentiu lentamente e soltou as pernas dela com delicadeza. Ela segurou sua mão e o levou para o próprio quarto, trancando a porta. As mãos de Steve estavam nela no momento em que ela se virou para ele e Lana não pensou em mais nada além de estar ali com ele, prestes a fazer algo que ela queria fazia tanto tempo. 

Ela tirou os sapatos e os casacos de inverno, sem tirar os olhos de Steve que se despia das roupas de corrida. Logo, as roupas dos dois estavam jogadas pelo quarto e Steve e Lana se encaravam, ele apenas de boxers e ela de lingerie. 

Lana não conseguia tirar os olhos de Steve. Ele era lindo. O corpo quase sem pêlos, todo ombros largos e peitoral que descia para uma cintura mais fina e coxas torneadas. Os braços tão fortes e musculosos que ela sabia que mesmo sendo maior que o padrão, ele conseguiria carregá-la se quisesse. 

E a maneira que ele olhava para ela fazia com que ela tivesse ao mesmo tempo vontade de se esconder e jogá-lo contra a parede e não largá-lo porque Steve olhava para Lana como se ela fosse a coisa mais preciosa que ele já tinha visto. Ela não se lembrava da ultima vez que alguém tinha olhado para ela de maneira tão adoradora. 

—Você é tão linda. - ele falou finalmente e Lana não soube o que dizer, certa de que seu rosto estava tão vermelho quanto um tomate - É sério, você é tão linda, Lana. 

—Steve… - ela conseguiu falar quebrando o espaço que havia entre eles, sem aguentar mais e o jogou na cama. 

Steve se deixou ser conduzido por ela, trazendo Lana para o mais perto que conseguia, gemendo quando ela ficou por cima dele, se movendo de maneira provocativa. 

E ao ouvir aquele som tão obsceno saindo da boca de Steve fez qualquer barreira que Lana pudesse ter colocado em sua cabeça se romper e ela se entregou completamente. Deixando Steve assumir o controle e guiá-la de maneira tão intensa que ela tinha certeza que os vizinhos logo reclamariam. 

Mas, ela não conseguia encontrar espaço em sua mente para se importar. Tudo que importava era aquele momento e Steve e a maneira como seus corpos se moviam e os sons que ele fazia  e os sons que saiam de sua própria boca porque Steve era incrível. 

Steve enterrou o rosto em seus cabelos, deixando o prazer lhe consumir. Lana ofegava, suas mãos passeando livremente pelas costas dele, um sorriso bobo em seu rosto. 

—Lana. - Steve ofegou se afastando um pouco para poder olhá-la nos olhos - Eu acho que estou apaixonado por você. 

Ela o beijou de maneira lenta e demorada. Steve se moveu lentamente dentro dela fazendo-a arfar. 

—Eu também estou apaixonada por você, Steve. - Lana falou e ela podia jurar que o sorriso de Steve era capaz de iluminar tudo ao seu redor. 

Ele se moveu mais uma vez, deitando-se ao seu lado e ela deitou a cabeça no peito dele. Lana fechou os olhos, sentindo Steve acariciar seus cabelos e sorriu consigo mesma, deixando o sono falar mais alto. 

****************

Já estava escuro lá fora quando Lana acordou e demorou alguns segundos para ela se dar conta de que tinha realmente acontecido. Ela tinha transado com Steve e ele ainda estava ali, dormindo profundamente, uma das mãos em volta dela e a outra embaixo da cabeça. 

Lana só ficou ali vendo-o dormir, sem realmente pensar em nada ela levou a mão até seus cilios - eles eram tão longos - até que ele começou a acordar e ela tirou a mão rapidamente. 

—Você estava me vendo dormir? - ele perguntou com a voz ainda sonolenta. 

—Estava, Bella. É fascinante. - Lana rebateu rindo. 

—Só nao me transforme em um vampiro, Edward. Não quero brilhar. - ele resmungou.

Lana revirou os olhos. 

—Vou pensar no seu caso, mas, não posso garantir nada… 

Steve riu, beijando-a levemente. 

—O que a gente vai fazer agora? - ele perguntou. 

—Como assim? 

—Eu não quero fingir que nada disso aconteceu, não sei se conseguiria… 

—Eu também não, mas, o Sam e o Bucky não podem saber! 

—Por que não? 

Lana levantou uma sobrancelha para ele. 

—Você ta brincando comigo, né? - ela perguntou. 

—Eles sao meus melhores amigos! 

—Eles são meus melhores amigos também, mas, você acha que eles vão nos dar sossego se souberem que a gente ta junto?! 

Steve suspirou. 

—É, não vão… Mas, como a gente vai fazer? 

Lana acariciou o rosto dele. 

—A gente da um jeito. - ela sorriu. 

—Lana? - Sam chamou batendo na porta. 

Lana pulou de susto e quase caiu da cama. 

—Merda! Merda! Merda! - ela xingou em voz baixa. Steve saiu da cama e começou a se vestir o mais silenciosamente que conseguiu. 

—Lana, você ta ai? - Sam chamou de novo.

Lana vestiu o roupão que estava pendurado na porta do banheiro. 

—Já vou! - ela respondeu pegando as peças de roupa de Steve que estavam no chão e o puxando para dentro do banheiro. 

—Fica quieto. - ela murmurou para ele e fechou a porta antes que Steve pudesse responder. 

—Lana! - Sam chamou mais uma vez. 

Lana suspirou tentando não parecer agitada ou culpada demais e abriu a porta. 

—Oi Sam. - ela sorriu. 

—Por que sua porta estava trancada? - ele perguntou. 

—Eu tava dormindo não queria me enchessem o saco. Por quê, detetive? Alguém morreu? - ela retrucou sarcástica. 

Sam olhou para ela sem acreditar. 

—Não, mas, a gente precisa conversar. - ele falou usando aquele tom sério que Lana só o via usando no trabalho - O Bucky já ta na sala esperando. 

—O que aconteceu? - Lana perguntou começando a ficar assustada. 

—Vamos lá para a sala que eu te conto. - Sam respondeu. 

—Ta… Deixa eu lavar o rosto e trocar de roupa e já vou… 

—Okay… - Sam concordou e já estava saindo, mas, se virou para ela novamente - A propósito, você viu o Steve? O celular dele está na sala, mas, ele não está por aqui… 

—Não… - Lana respondeu rezando a todos os deuses para não corar - Cheguei e fui dormir, não o vi hoje também… 

—Ta bom, vai se vestir então que a gente te espera na sala. Temos que esperar o Steve chegar também para conversarmos. 

Ela esperou Sam voltar para a sala e fechou e trancou a porta mais uma vez, depois voltou para o banheiro. 

—Você acha que eles sabem? - Steve perguntou como se tivesse lido sua mente. 

—Não faço ideia! - ela exclamou nervosa - Mas, é melhor a gente não dar motivo para suspeitar… 

—Como é que eu vou sair daqui agora? 

—Acho que eu já sei como, mas, você não vai gostar… 

Eles voltaram para o quarto e Lana pegou um pouco de dinheiro na carteira e entregou a ele. 

—Você vai sair pela saída de incêndio, comprar alguma coisa para comer em algum lugar e voltar normalmente. Quando o Sam perguntar você diz que saiu para correr e resolveu parar para comer alguma coisa. - Lana explicou rapidamente, pegando algumas roupas no armário e se trocando na frente dele. 

Steve não se mexeu olhando para ela impressionado. 

—Steve, para de olhar para mim e vai! 

—Alguém já te falou que você pensa com um gênio do mal?! - ele perguntou sem se mover. 

—Na verdade, já. - Lana retrucou indo até ele e o empurrando para a varanda. 

Steve deixou Lana empurrá-lo até a varanda coberta de neve, mas, parou e cruzou os braços fazendo cara feia. 

—O que foi? - Lana perguntou alarmada pela cara dele. 

—Então é assim, é? Você usa meu corpo e depois me expulsa desse jeito? - Steve perguntou com aquele sorriso convencido que fazia os joelhos dela fraquejarem. 

—Você ta brincando comigo, né? - ela retrucou tentando fingir que estava ofendida - O que você quer, Steven? 

—Agora é Steven? Não é mais capitão?

Lana corou. 

—Lana, vem! - eles ouviram Bucky chamar lá da sala. 

Ela agarrou Steve pelo colarinho do casaco e o beijou. 

—Pronto, tá feliz agora? 

—É, não posso reclamar… - Steve riu. Ela revirou os olhos. 

—Agora vai, pelo amor de Deus, antes que te vejam aqui! 

Steve a beijou novamente e passou por cima da grade da varanda, pulando para a escadaria de incêndio que ficava ao lado. Lana ficou observando ele descer até que ele alcançou o chão e virou a esquina, sumindo de vista. 

Lana saiu do quarto e foi até a sala, onde Sam e Bucky andava de um lado para o outro, parecendo extremamente preocupados. 

—O que aconteceu?- ela perguntou assustada. 

—Espera o Steve chegar que a gente conta. - Sam falou sério. 

Puta que pariu, fodeu de vez. Eles sabem!, foi tudo que Lana conseguiu pensar. 

—Mas, eu nem sei onde ele está! E se ele demorar? - ela perguntou, mentindo na cara dura - Vocês estão me deixando preocupada, o que aconteceu? 

Sam suspirou e entregou a ela uma carta de aparência oficial. 

Lan teve que ler duas vezes para que as palavras finalmente fizessem sentido. Ela se sentou no sofá e ficou olhando para a carta sem saber o que dizer até que a porta se abriu e Steve entrou, com um pacote de donuts na mão. 

—Ei pessoal. - ele falou trocando um olhar com Lana que não reagiu. 

—Onde você estava? - Bucky perguntou - A gente precisa conversar. 

—Eu saí para correr e parei para comprar uns donuts. Esses aqui não tem maconha, prometo! - Steve falou tranquilamente - Por que? 

Lana foi até ele e entregou a carta. 

—O que é isso? 

—Lê. - ela falou simplesmente. 

Steve leu, mas, olhou para Sam e Bucky chocado. 

—A dona Rufina veio conversar comigo hoje. - Bucky falou sério - Ela disse que recebeu reclamações sobre nós do prédio todo e que passamos do limite. Essa carta é nosso aviso oficial. Nós estamos sendo expulsos do prédio.