As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 1
A Entrevista.


Notas iniciais do capítulo

Essa história é descaradamente inspirada em New Girl e é um crossover com Law & Order SVU!



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Lana Wilkins caminhou pela rua movimentada e entrou no prédio ao lado de uma mecânica, sentindo-se mais ansiosa a cada passo. Ela entrou no elevador e apertou o botão para o sétimo andar notando todos os detalhes do elevador antigo que lembrava muito o elevador do filme “O Iluminado”.

Aquele seria seu primeiro contato com dois dos seus novos colegas de apartamento. Depois de anos morando junto da até então melhor amiga, Darcy, as coisas haviam ficado um pouco demais e ela teve que ir embora. Acontece que Darcy, gostava de pegar não apenas suas roupas e livros emprestados, ela gostava de pegar seu namorado também.

Claro que a culpa não era só dela, era do imbecil do seu ex também. Lana e Julian haviam ficados juntos por quase um ano e é claro que ela devia ter percebido que ele vivia dando em cima da amiga, mas, ela só foi perceber quando a duas noites atrás acordou de madrugada e escutou um barulho de vozes na cozinha do apartamento que as duas dividiam. Ela foi conferir com quem Darcy falava tão tarde da noite e a pegou aos beijos um Julian visivelmente bêbado.

Por isso ela se encontrava ali, naquele elevador que parecia ter saído direto de um filme de terror, indo morar com o amigo e colega de trabalho, Sam Wilson. Os dois haviam se conhecido há um ano quando Lana começou a trabalhar para o Departamento Policial de Nova York, onde Sam era um detetive.

Apesar de ela trabalhar em uma área diferente, Sam sempre aparecia no trabalho dela e os dois acabaram se aproximando e tornando-se amigos. Por isso, quando Sam a viu chorando enquanto trabalhava no dia seguinte por causa da traição dupla, ele ofereceu o quarto vago imediatamente.

Lana saiu do elevador no sétimo andar e andou até a porta do apartamento 42, respirando fundo. Ela podia ouvir vozes agitadas vindas de lá de dentro.

Do lado de dentro do apartamento, Sam tentava fortemente não matar seus amigos. O apartamento estava uma bagunça e Steve corria de um lado para o outro, pegando as coisas jogadas e enfiando no armário de casacos que ficava próximo a porta enquanto Bucky, que por algum motivo que ele ainda não conseguia entender, havia decidido colocar um quadro horrível com pugs que ele havia comprado de um morador de rua há algumas semanas na parede “para dar um ar mais feminino ao lugar”. O problema era que as paredes do apartamento eram finas e ele havia conseguido fazer um furo que agora  tentava ridiculamente consertar com uma fita amarela que havia pegado nas coisas de Sam e que dizia “cena de crime - não ultrapasse”, pegando os pedaços de reboco e colando no buraco.

—Eu juro que se não fosse um policial eu matava vocês dois agora mesmo! - Sam exclamou entre dentes contendo a forte vontade de cometer um homicídio que tomava conta dele, agora entendia porque algumas pessoas matavam as outras por motivos bestas.

—Calma, cara! A gente só quer impressionar ela! - Bucky exclamou colocando o último pedaço de reboco no lugar e cobrindo com fita.

—Fazendo um buraco na parede?!

Bucky deu de ombros e avaliou o próprio trabalho com um sorriso orgulhoso. Steve passou apressado pelos dois com pares de tênis e dois pesos de malhação na mão e jogou dentro do armário.

—É, a gente só quer que ela goste daqui! E a gente nem se conhece, o que você quer ela acha de nós? Que somos bagunceiros? - Steve perguntou e Bucky concordou com a cabeça.

—Vocês entendem que se ela vai morar aqui ela vai ver como vocês são de verdade, né? - Sam retrucou no momento em que a campainha tocava. Steve e Bucky foram se postar na hora perto da porta, parecendo animados. Sam revirou os olhos - Só ajam normalmente… - ele resmungou e abriu a porta.

—Lana! - Sam exclamou e sorriu, parecendo nervoso.

—Oi, Sam! - Lana respondeu.

Sam e Lana eram praticamente da mesma altura, mas, aquela era a única semelhança física entre eles. Sam tinha pele negra, braços e pernas fortes e mantinha o cabelo sempre ralo, enquanto Lana tinha cabelos cacheados e curtos que eram cereja na raiz e loiro nas pontas, seu corpo maior do que o padrão era todo curvas, quadris largos e braços grandes e ela tinha algumas tatuagens pelo corpo. As pessoas no trabalho costumavam brincar que a amizade dos dois era como se um militar tivesse entrado em um bar hipster e feito amizade com a pessoa mais esquisita de lá, o que era uma coisa bem maldosa de se dizer, mas, Lana não ligava. Ela sabia que era esquisita, especialmente considerando o setor da polícia em que trabalhava.

Ela mal teve tempo de olhar em volta quando um homem entrou na sua frente e sorriu, seu sorriso era tão branco que ela demorou alguns segundos para olhar para o restante de seu rosto e quase suspirou.

Ele era alto, com o corpo tão musculoso quanto o de Sam, os olhos azuis, cabelos loiros e uma barba um pouco mais escura no rosto.

—Oi… - ela falou tentando não demonstrar que ele era provavelmente um dos homens mais lindo que ela já havia visto.

—Ei. - ele respondeu com aquele sorriso enorme.

—Lana, esse é Steve Rogers, - Sam introduziu e Lana estendeu a mão para Steve que a apertou ainda sorrindo, a mão dele era enorme, ela notou - Steve, essa é a Lana.

—Prazer. - Lana falou ficando sem graça.

—Bem vinda! - Steve falou e Lana viu Sam revirar os olhos.

—Obrigada. - ela sorriu no momento que alguém pigarreava e Lana olhava para o outro homem que estava na sala. Ele era tão lindo quanto Steve e ela fez uma nota mental de ralhar com Sam por ele nunca ter contado que seus amigos eram tão lindos.

O outro homem era tão alto quanto Steve, mas, tinha cabelos escuros na altura da nuca e um tanto bagunçados, parecia ser todo músculos também apesar do moletom dos Yankees que usava e tinha olhos azuis que reluziam. Ele sorriu deu um sorriso animado para Lana e foi apertar sua mão.

—E esse é o James. - Sam apresentou e por algum motivo, James olhou para Sam de cara feia - Mas, a gente chama ele de Bucky.

—Oi, Bucky. - Lana falou timidamente, Bucky ainda não havia soltado sua mão.

—Oi. - ele respondeu e percebendo o que estava fazendo soltou a mão dela rapidamente. Steve e Sam trocaram um risinho.

—Bom, entra. - Sam falou fazendo Lana tirar os olhos de Bucky e Steve - A gente vai te mostrar o apartamento. Essa é a única mala que tem? - ele acrescentou vendo a única mala grande que Lana trazia.

—Ah, não… Eu só não conseguia mais ficar lá. Vou pegar o resto das minhas coisas amanhã quando a Darcy estiver trabalhando. - ela explicou.

Ela trocou um olhar constrangido com os três homens e Steve pigarreou cortando o silêncio.

—Vem conhecer a casa, Lana. E é melhor você fechar a porta, Sam, antes que a dona Rufina nos veja…

Sam fechou a porta rapidamente e Lana olhou para ele sem entender.

—Dona Rufina é a vizinha do 41, ela adora a gente… - Sam ia explicando.

—Ela adora o Steve, você quer dizer, né? - Bucky corrigiu - Ela vive paparicando ele, escutei ela dizendo para uma das amigas da igreja que Steve parecia que um dia seria um bom marido para ela…

Lana riu sem conseguir evitar.

—Ha ha, muito engraçado. - Steve falou corando um pouco, o que Lana achou muito fofo - Vem, Lana, deixa eu te mostrar o apartamento enquanto eles ficam rindo da minha cara…

Steve pegou a mala que ela trazia e sinalizou para que ela o acompanhasse, o que ela fez, reparando na fita amarela colando pedaços de reboco na parede e no quadro brega, mas, fofo de pugs vestidos de Michael Jackson encostado na parede.

Steve caminhou até a última porta do corredor e a abriu, Lana entrou e ele a acompanhou.

—Esse é o seu quarto. Costumava ser do Bucky, mas, como você é a única garota aqui a gente achou melhor você ficar com ele porque tem um banheiro e, acredito em mim, é melhor do que você dividir o banheiro conosco. - Steve explicou e Lana sorriu surpresa.

—Obrigado… Isso é muito gentil da parte de vocês. - ela agradeceu olhando em volta do cômodo. Era maior do que seu quarto antigo, com as paredes brancas, um closet grande e uma varanda. O banheiro não era muito grande, mas, tinha uma banheira antiga e azulejos portugueses.

O único móvel no quarto era uma cama de casal de ferro. Steve depositou a mala de Lana próximo ao móvel enquanto Lana jogava a bolsa em cima dela e olhava para Steve, que por sua vez olhava para ela como se esperasse que ela fosse dizer alguma coisa.

—É bem bonito o quarto, a varanda também. Sempre quis ter uma varanda. - Lana contou timidamente e Steve sorriu, sua barba era bem aparada, Lana notou e se dobrava nos cantos onde ele tinha duas covinhas.

—Que bom que você gostou, agora vem que eu vou te mostrar o resto do apartamento.

Lana acompanhou Steve mais uma vez, dessa vez para fora do quarto e ele mostrou a porta ao lado da dela.

—Esse é o meu quarto e a porta ao lado é o outro banheiro. E esse é o quarto do Bucky. - Steve indicou a porta que ficava de frente para a dele, a porta do quarto de Bucky estava entreaberta e Lana pode ver uma pequena bagunça do lado de dentro.

Os dois voltaram para a entrada.

—Aqui é a sala, obviamente, e ali é a cozinha. - os dois cômodos eram acoplados - E aquela porta do lado da cozinha é o quarto do Sam.

—Por que eu não tô surpresa que seu quarto é do lado da cozinha, Sam? - Lana perguntou a ele com um sorriso.

Sam deu de ombros.

—É o melhor quarto da casa. - ele falou com um risinho.

—Tá bom então… - Lana respondeu e se virou para Bucky - Obrigado, a propósito. Steve disse que você trocou de quarto para que eu pudesse ficar com aquele banheiro, foi muito gentil da sua parte.

Bucky sorriu de canto para ela.

—Não foi nada. - Bucky disse - Além do mais você não ia querer dividir o banheiro com o Sam e o Steve.

Lana franziu a testa e olhou para os outros dois.

—Essa é a segunda vez que eu escuto isso, to começando a ficar com medo do que vocês fazem naquele banheiro. Acho que vou começar a passar longe!

Sam, Steve e Bucky riram.

—Não é nada demais, é só que  Steve demora mais do que uma noiva no banheiro. - Sam falou simplesmente.

—E o Sam canta muito mal. Só isso. - Steve completou.

—Uhum. Eu vou fingir que acredito. - Lana falou em tom desconfiado.

Sam estava prestes a retrucar quando um barulho forte veio da parede e os quatro se afastaram no momento em que os pedaços de reboco que Bucky havia colado se soltavam e caiam no chão e o armário se abriu, espalhando todas as tranqueiras que havia sido jogadas ali pelo corredor.

—Errr, é melhor você ignorar isso. - Sam falou lançando um olhar assassino a Steve e Bucky - Eu vou preparar o jantar, você está com fome?

—To morrendo de fome. - Lana confessou, não havia comido quase nada o dia todo já que desde que brigará com Darcy passara a maior parte do tempo fora de casa ou dentro do quarto comendo salgadinhos e biscoitos, tudo para não ter que se encontrar com a ex-amiga.

Sam falou que chamaria Lana assim que a comida estivesse pronta e ela aproveitou a deixa para ir até o quarto novo, passando por Steve e Bucky. Steve pegava as coisas novamente e as jogava no armário de casacos enquanto Bucky, que parecia ter desistido de “colar” a parede, varria tudo com uma vassoura.

Lana foi até o quarto novo e fechou a porta, se sentou em sua cama e abriu a mala. Havia trazido apenas o essencial para aquele primeiro dia. Era final de domingo e só conseguiria pegar o restante de suas coisas no meio da semana quando ela sabia que Darcy ficaria fora de casa o dia todo. Ela odiava o jeito que tinha ido embora, como se ela fosse a errada da história, mas, ficar lá era ainda pior. Sem contar que Julian nem ao menos havia ligado para ela nem uma única vez. Os dois namoraram por quase um ano e ele nem havia se dignado a procurá-la ou saber como ela estava apenas para que Lana tivesse o prazer de xingá-lo um pouco mais.

Ela suspirou e começou a guardar suas coisas, levando a necessaire para o banheiro e separando as roupas que usaria na semana e o único pijama que tinha trazido, além do laptop, o livro que lia no momento e seu tablet. Seus itens mais necessários. Depois, ficou deitada na cama sem lençóis olhando para o teto por alguns momentos antes de pegar o notebook e tentar se conectar na internet. Se deu conta de que não sabia a senha do wi-fi e saiu do quarto mais uma vez.

Bucky e Steve pareciam estar discutindo em voz baixa, de costas para o onde ela estava.

—Por que você coloca essas coisas no lugar certo ao invés de ficar enfiando aí dentro, hein? - ia dizendo Bucky.

—E por que você não conserta o buraco que fez na parede em silêncio? Além do mais, por que você quer impressionar tanto ela? Você não tem namorada? - retrucou Steve.

—Cala a boca, Steve! E nós temos um acordo, caso você tenha esquecido! - exclamou Bucky.

Lana achou que aquele era o melhor momento para interromper a conversa e pigarreou. Os dois se viraram para ela imediatamente.

—Err, qual a senha do wi-fi? - ela perguntou timidamente sob o olhar dos dois. Gente, eles eram muito lindos.

—É 16121991. - Bucky respondeu.

Lana agradeceu e voltou para o quarto rapidamente, se conectando na internet e tentando ignorar a conversa que tinham acabado de escutar, eles com certeza não estavam discutindo sobre ela, Lana disse a si mesma. E ela com certeza não precisava de mais uma dor de cabeça.

Lana resolveu que seria melhor ficar no quarto, se acostumando com o lugar e planejando o que faria para decorá-lo e só saiu algumas horas depois quando Sam bateu na porta.

—Ei, o jantar está pronto. - ele disse, parando na entrada.

Lana concordou e se levantou da cama.

—Tem alguns lençóis no armário da sala, se você quiser e eu posso te emprestar um travesseiro. - Sam ofereceu.

—Obrigado, Sam. Prometo que amanhã vou pegar minhas coisas.

—Não se preocupa com isso, pelo menos você não está mais lá. E se quiser eu vou com você.

—Não precisa ir, é melhor eu ir sozinha.

Sam concordou com a cabeça.

—Você é quem manda, mas, e aí o que está achando da casa?

—Eu gostei! É bem maior do que eu esperava e você não tinha me contado que seus amigos eram tão gatos. - Lana brincou fazendo Sam revirar os olhos.

—Até você, Lana?

—Só estou falando a verdade, não sou cega, ué!

—SAM! ISSO AQUI É STROGONOFF?? -  Bucky gritou da cozinha fazendo Lana rir.

—É, MAS, SE VOCÊ TOCAR NESSA COMIDA ANTES DE EU CHEGAR AÍ ARRANCO SUA MÃO, BARNES! - Sam gritou de volta - Vem, vamos comer antes que eles acabem com a comida.

Os dois voltaram para a cozinha e Sam serviu o jantar, strogonoff de frango com arroz e batata palha. Steve pegou quatro garrafinhas de cerveja na geladeira e entregou uma para cada um. Lana normalmente não bebia cerveja, mas, aceitou do mesmo jeito e tomou um gole.

Eles comeram em silêncio por alguns minutos, aproveitando a comida deliciosa que Sam havia preparado até que Sam puxou conversa e Lana acabou perguntando como os três haviam ido morar juntos.

—Nós lutamos juntos no Afeganistão. - Sam contou, Lana sabia que Sam tinha sido do exército, mas, ele nunca tinha contado que seus amigos também tinham - Vim morar em Nova York  um pouco depois de ser liberado e entrei para a Academia. Steve veio para cá um tempo depois e Bucky foi o último a se mudar.

—É e você não fez jantar para mim no primeiro dia, então tenho que dizer que estou muito ofendido. - Bucky comentou em tom ofendido.

—E o que vocês dois fazem? - Lana perguntou a Steve e Bucky.

—Eu sou professor de educação física e saúde, dou aula em uma escola aqui perto. - Steve contou e Lana tentou conter a surpresa.

—Sério?

—Sério. Por que?

—É que você não tem cara de professor.

Steve deu de ombros.

—Sam disse que eu deveria entrar para a Academia como ele, mas, queria fazer algo que não fosse relacionado ao exército e ensinar é legal…

—Legal. - Lana concordou e se virou para Bucky que já estava no terceiro prato de strogonoff, ela se perguntou para onde tanta comida poderia ir já que Bucky era tão musculoso quanto Steve - E você Bucky?

—Eu trabalho na mecânica que fica aqui embaixo. Não é tão ruim quanto parece… - Bucky contou apesar de Lana não ter comentado nada sobre o trabalho - E você? Sam disse que você trabalha com ele, mas, não disse o que faz…

—E-Eu.., hm, eu sou assistente. - Lana gaguejou trocando um olhar com Sam, não sabia se seria bom contar para eles exatamente com o que trabalhava, era sempre um choque para as pessoas que a conheciam fora da polícia - Mas, vocês moram junto há muito tempo?

—Uns quatro, cinco anos. - Sam contou.

Eles terminaram o jantar e Lana se ofereceu para lavar a louça, mas, os três se recusaram e o fizeram, depois que haviam terminado se sentaram no sofá e Lana se sentou na poltrona ao lado deles, se sentindo uma invasora. Era estranho estar ali apesar de ela e Sam serem amigos. Morar com Darcy tinha sido fácil, talvez porque as duas se conhecessem a anos e tivessem feito faculdade juntas apesar de Darcy ter largado no terceiro ano.

—Então, Lana, o Sam já te falou do nosso Acordo de Convivência? - Bucky perguntou.

Lana olhou incerta de Sam para ele.

—Na verdade, não…

—Eu vou pegar, espera aí.

Bucky saiu a deixando com Steve e Sam.

—Relaxa, são só algumas regras nossas. - Sam esclareceu - Nada demais.

—É, nós tivemos que criar o Acordo quando o Bucky se mudou porque ficou tudo uma bagunça. - Steve esclareceu no momento em que Bucky voltava com o que parecia ser um pequeno livro.

Ele o entregou a Lana que folheou, notando algumas regras do tipo “não deixar o Bucky mexer com eletricidade”, “se o Steve começar a ficar obcecado com esportes de novo IMPEÇA-O” e “Sam Wilson está proibido de escutar Mambo nº5” e regras e comum como “sempre dividir se tiver chocolate”, “não deixar comida por mais de cinco dias na geladeira”, “as compras devem ser feitas junto para que todos comprem o que precisam”. Na seção “relacionamentos” havia coisas como “namoradas devem entender que a amizade vem em primeiro lugar”, “é proibido transar nas áreas de comum convivência” e “nunca dizer a senhora Rufina se Steve estiver solteiro”. Lana tentou não rir.  

—Por enquanto você está de boa, mas, conforme a gente for convivendo talvez a gente precise acrescentar alguma coisa. - Bucky falou ficando sério - E você pode acrescentar também se quiser.

—Tá bom. - Lana respondeu sem saber mais o que dizer.

—Agora a gente tem algumas perguntas para fazer. - Steve falou.

—Relaxa, não é nada demais. - Sam falou - É que como eles não te conhecem ainda me encheram o saco para deixar fazer essas perguntas, mas, você não precisa responder nada.

Lana concordou com a cabeça e olhou receosa para Steve e Bucky.

—Certo, Sam disse que você está solteira, certo? - Steve perguntou e Lana sentiu o rosto esquentar e não respondeu, Steve continuou - Você pode trazer quem quiser para cá, só não deixa ninguém entrar nos nossos quartos.

—Você tem algum animal de estimação? - Bucky perguntou.

—Tenho um gato, quero dizer, tinha. - Lana se corrigiu - A vaca da Darcy acabou ficando com ele… - ela ficou em silêncio, de todas as coisas que sentiria falta, Xenophilius, era com certeza a mais importante.

Steve, Sam e Bucky lhe lançaram um olhar compreensivo.

—Essa é um pouco mais íntima, mas, é importante. Como é a seu ciclo menstrual? - Steve perguntou e Lana quase engasgou, seu rosto agora ficando mais vermelho que os cabelos cor de cereja - Tudo bem, eu sou professor de saúde, pode me responder!

—Ai meu Deus, eu não vou falar de menstruação com você, Steve! Eu nem te conheço direito! - Lana respondeu cobrindo o rosto com as mãos.

—Mas, como a gente vai saber se você estiver menstruando? - Bucky insistiu e Lana quis cavar um buraco no chão e nunca mais sair.

—Eu aviso para vocês, pode deixar. - ela cortou o assunto lançando um olhar a Sam que ergueu as mãos em sinal de rendição.

—Não olha para mim, eu disse que não precisava responder!

—Ai meu Deus… - Lana murmurou mais para si mesma do que para ele.

—Desculpa, Lana, a gente não quis te constranger. - Bucky se desculpou - Essa agora é a última pergunta, é um teste de personalidade.

—Ta bom… - Lana concordou sem saber mais o que esperar. O que eles iriam perguntar agora?  Qual era seu tipo sanguíneo? Quando tinha sido a última vez que tinha feito sexo?

—Vamos lá, imagina o seguinte cenário: Mariana estava no velório da mãe…

—Espera, quem é Mariana? - Lana interrompeu Bucky.

—É só uma personagem, só presta atenção, tá bem? - Bucky falou e Lana concordou com a cabeça vendo as expressões exasperadas de Sam e Steve que pareciam saber tanto quanto ela onde aquilo ia parar - Então, a Mariana estava no velório da mãe e lá ela conhece um cara e se apaixona por ele. Eles ficam juntos um tempo e um certo dia ele termina com a Mariana e ela mata a irmã. Por que?

—Por que? - Lana repetiu.

—É, por que você acha que a Mariana matou a irmã? - Bucky perguntou parecendo cheio de expectativa.

Lana pensou um pouco.

—Essa irmã da Mariana parece muito com a Darcy , vai que ela tentou roubar o boy da irmã? Eu também teria matado ela… - Lana comentou e riu ao ver as expressões dos três - É brincadeira, gente! É óbvio que ela matou a irmã para ver o boy de novo. Quero dizer, se ele apareceu no velório da mãe, com certeza ia aparecer no velório da irmã dela, né?

Bucky e Steve olharam para ela boquiabertos, enquanto Sam trocou um olhar com ela tentando conter um risinho. Ambos conheciam aquele teste, era um teste usado para saber que a pessoa era uma possível serial killer e Lana sabia que estava dando a resposta que serial killers normalmente davam.

—E então, acertei? - Lana perguntou sorrindo para Bucky.

Bucky concordou com a cabeça lentamente.

—Uhum… Acertou sim… É…

Sam revirou os olhos.

—Aqui está a sua chave, Lana. - ele disse tirando Bucky de seu choque e entregando a amiga uma única chave em um chaveiro em que estava escrito “Army Bros”.

—Army Bros? - ela perguntou olhando para o três e pegando Steve e Bucky trocando um olhar assustado.

—É, é como a gente se chama de vez em quando por termos nos conhecido no exército… - Sam explicou um tanto sem graça.

—É fofo. - Lana sorriu para o amigo.

—Bom, bem vinda ao “Army Bros”, Lana. - Sam falou para ela e olhou para os três homens sentados à sua frente.

—Obrigado, gente. De verdade, obrigado mesmo. - ela sorriu para Sam, Steve e Bucky que sorriram de volta.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capitulo! Comentem o que acharam que logo eu posto o segundo capitulo!



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