A Rainha da Beleza escrita por Meewy Wu


Capítulo 12
XI - Des-Encantados




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Dormi demais na manhã seguinte.

Ter ficado acordada tanto tempo na noite anterior me fez perder a aula de dança aquela manhã. Era por causa disso que Veronicca no meu quarto, andando de um lado para o outro, discursando um longo sermão de quase duas horas. Acho que nunca eu havia sido tão repreendida, possivelmente nem mesmo por Marian ou Marcella, e se elas o fizeram alguma vez, era por motivos muito melhores do que faltar uma aula de dança.

Eu sabia que a culpa iria me atingir muito mais duramente na próxima aula de dança, com um daqueles olhares fuziladores de Flora, do que naquelas duas horas em que Veronicca repetia e repetia o tamanho da dedicação necessária para ser uma verdadeira musa.

Assim que ela saiu, as meninas entraram em meu quarto como um batalhão de guerra, querendo saber tudo que havia acontecido. Mesmo Isabel estava lá, de cara amarrada como se a tivessem obrigado a acompanhar o grupo. Ela nem sequer parecia feliz por eu ter sido repreendida, o que deveria contar como o maior avanço na nossa relação desde que nós duas nos conhecemos.

—Eu já disse que ela não falou nada demais – suspirei, enquanto Lilie e Livie imploravam por mais detalhes da minha conversa com Veronicca – Ela só ficou, repetindo e repetindo, quanto comprometimento era necessário era preciso para ser uma musa. Só isso, eu juro. Nada demais! 

—Mas é algo demais Bethany! – exclamou Valenttina, enquanto as outras duas concordavam. Até ela? – Eu nunca vi Veronicca tão nervosa antes, e eu estou aqui há anos!

—Não é possível que ninguém nunca tenha faltado a uma aula de dança antes – falei, olhando uma por uma desesperada enquanto elas negavam, olhei para Isabel na porta, mas ela não estava prestando a mínima atenção – Nem você?

—É claro que sim – ela falou, se virando para mim como se aquilo fosse um grande esforço da sua parte – Mas eu não sou burra o suficiente para ser pega. Na próxima vez, deveria...

—Não vai ter próxima vez! – Alicia a cortou, séria – Você não pode ficar faltando às aulas Bethany, a recém está começando a pegar o jeito das coisas.

—Nós sabemos que é cansativo, mas logo você vai ter mais tempo para si – falou Kali, que estava sentada ao lado de Jin, penteando seus cabelos com uma escova dourada.

—Vocês estão fazendo tempestade em um copo de água – suspirou Isabel, desfilando para dentro do quarto com seus sapatos altíssimos. Eu estava a começar a pensar que ela dormia com eles. Ela se sentou na cadeira da penteadeira, arrumando os cabelos castanhos sem olhar para o resto de nós – A garota matou uma aula. Pelo menos está esta se divertindo. A maioria de vocês passou meses sofrendo por causa das suas pobres cidades queimadas, e...

—Isabel! – gritou Valenttina, se virando para ela tão rápido quanto possível.

—O que foi? – ela girou na cadeira, nos encarando – Não é verdade? Semanas e semanas de pura água salgada.

—Pare de ser tão insensível, você não faz ideia do que é passar por isso – falou Valenttina, de repente mais séria do que eu já lembrava ter visto. Era quase engraçado ver seu rosto de fada em uma expressão tão negativa.

—Nem você! – Isabel acusou – Deixe de ser tão boazinha, Tina. Todos merecem se divertir um pouco.

—Estamos tentando protege-la! – falou Jin, claramente preocupada com o tom da conversa. Eu também começava a ficar.

—Sabem que não podem realmente protege-la dos perigos reais – falou Isabel, parando atrás da poltrona onde Annie estava encolhida, com Romeu no colo, e puxou um fio de cabelo negro dela – Todas temos alguns segredos que nos ajudam a fugir da realidade de vez enquanto, não é mesmo?

—Tome um calmante – Annie se afastou da mão dela.

—Tudo bem, se não querem ouvir, eu não falo. – ela suspirou, olhando para Alicia – Já fiz a minha parte. Posso ir agora?

—Vá! – Alicia falou, como se estivesse pronta para soca-la se ela não partisse logo. Isabel sorriu, satisfeita, e saiu quase correndo do quarto – Ela é impossível.

—Você a convenceu a vir – falou Jin, descruzando as pernas e cruzando de novo – Sabia que ela ia acabar fazendo algo assim.

—Tudo bem, é minha culpa então, não dela – Alicia exalou – Ela é a droga de uma narcisista, e eu sou uma idiota, por mais uma vez deixar tentar incluí-la, como se ela se importasse com algo!

—Não foi isso que eu quis dizer – falou Jin – É só que...

—Estamos todas nervosas – suspirou Kali, por fim, se levantando – Deveríamos ir descansar um pouco pra não levar esse karma todo para a festa hoje.

—Sim, sim, deveríamos – concordou Lilie, se levantando e ajudando a irmã a levantar. Elas foram as primeiras a sair, logo antes de Kali e Jin. Alicia se fora logo depois, deixando-me com Valenttina e Annie.

—Desculpe por tudo isso – falou Valenttina, ocupando o lugar onde antes estava uma das gêmeas, ao meu lado na cama, e pegando minha mão – O que Isabel disse, e... Tudo que veio depois. Eu nem posso imaginar o que é ter sua cidade queimada.

—Nem eu – concordou Annie, se encolhendo mais enquanto Romeu pulava para o chão – Se Paris fosse queimada, eu acho que eu... Eu nem sei, acho que...

—Vocês duas nasceram aqui? – perguntei, tentando mudar de assunto o quanto antes. –Em Paris?

—Sim – falou Annie, sem dar mais nenhum detalhe. Valenttina tomou a atenção para si muito rapidamente.

—Não, não de verdade, nasci em Versalhes, não é muito longe daqui – ela tagarelou – Meu pai e o rei eram grandes amigos, eu passei a maior parte da vida no castelo.

—Versalhes? Mas ela não foi...

—Queimada? Ah, não – falou Valenttina, endireitando os ombros e colocando uma mecha atrás da orelha – Meus pais morreram de outra forma...

Ficamos em silêncio. De repente, eu entendia o que Isabel queria dizer, todas tínhamos segredos. Algo que guardávamos para nós para não nos deixar levar pelas luzes brilhantes e promessas de sonhos de uma noite.

—Nós deveríamos ir – falou Annie, se levantando – Dissemos a Camille que a veríamos antes de partir!

—Ah, sim – Tina arregalou os olhos, se colocando em pé – Eu te convidaria Bethany, mas Camille não gosta de surpresas.

—Está tudo bem, acho que eu vou descansar um pouco – falei, enquanto elas sumiam pela porta. Eu não fazia a menor ideia de quem era Camille, mas também isso pouco me importava no momento. Romeu aproveitou que todas as nossas convidadas haviam partido e tomou seu lugar ao meu lado na cama.

Eu tinha ainda mais o que pensar agora do que antes das meninas entrarem, mas tudo que eu conseguia lembrar era de Isabel falando sobre o sofrimento das outras pela sua cidade. Eu era muito insensível por ter superado tão rapidamente?

Senti vontade de chorar. Era assustador pensar na cidade, eu não havia apenas perdido a todos, mas a tudo. Se um dia eu quisesse voltar lá, não haveria nada além de cinzas, nada em que eu pudesse me agarrar, nenhuma certeza.

Peguei a medalhinha de Isis no criado mudo, gelada contra a palma da minha mão. Os últimos dias haviam sido tão confusos que eu até mesmo me esquecerá de coloca-la. Prendi o fecho em volta do pescoço, tentando manter a minha respiração calma. Se eu chorasse agora, não conseguiria mais parar. Temi ter que me lembrar disso pelo resto dos meus dias.

...

"03/09/2164

Foi um erro, é claro que foi um erro. Mas era impossível parar Victor, ele estava tão confiante neste ataque. Mas a verdade é que não se pode pedir para outra nação lutar a sua guerra, ainda mais sem poder pagar por isso.

3 mil navios afundados. 900 mil homens mortos. Milhões de euros em armas afundados, jogados fora. Milhões em dívidas por nada. Nossos exploradores estavam voltando para casa, para nós, não havia mais nada a tirar da África.

Eles estão sempre um passo a nossa frente, estão aqui infiltrados entre nós, criando conflitos e 'acidentes'. Não será a guerra nos derrubar, se as coisas seguirem assim.

Mataremos uns aos outros."

...

Larguei o diário em cima do criado mudo, com a cabeça doendo. Romeu tão logo eu me deitei jogou-se sobre as minhas pernas, sendo arremessado longe na mesma hora por um reflexo que eu só podia atribuir a todos meus nervos acessos.

Rolei na cama, olhando para ele no chão, se levantando, e ri – Pobre gatinho...

Ficamos ali nos encarando até o primeiro de nós pegar no sono. Acordei o que poderiam ser minutos ou horas depois com batidas fortes na porta. Procurei em vão por um relógio em volta, temendo ter me atrasado para a aula de música, quando a pessoa voltou a bater. Encarei Romeu, que me lançou aquele olhar impaciente, como se me perguntasse se eu não iria atender.

Suspirei, derrotada, me levantando e arrastando meu corpo até a porta.
Eu preferia estar atrasada. O príncipe Fox me encarou assim que eu puxei a porta com toda a força. Se eu não estivesse tão cansada, talvez me sentisse constrangida, mas tudo que eu tinha forças para fazer era me encostar a porta e ficar encarando ele no que deveria ser minha pior expressão de tédio - a mesma que eu acabara pegando de Marian, que ela fazia quando Isis começava a tagarelar sobre algum menino idiota da cidade.

—Boa tarde Bethany - falou ele, por fim, quando eu me mantive em silêncio por tempo demais para que aquela cena parecesse natural. Bem, nada era natural por ali mesmo.

—Alteza - respondi, ainda o encarando. Seus ombros endureceram. Ele sabia que minhas defensas estavam armadas e armava as deles. Nenhum de nós era bom em disfarçar isso. -Posso ajudar em algo?

—Na verdade, eu estava imaginando se a senhorita não teria um tempo livre para caminhar comigo pelo castelo. – Cerrei os dentes, enquanto Romeu parava ao meu lado na porta curioso para ver quem estava ali.

—Eu adoraria alteza - falei, tentando sorrir - Mas eu tenho mesmo que me arrumar.

—Ainda são duas da tarde, Bethany - ele falou, com aquela calma sutil de quem pesca uma mentira.

—Hã... Sim, é claro. Eu quis dizer me arrumar para... Minha aula de harpa - era uma boa mentira, mesmo que ainda faltasse quase uma hora para a aula. - Então, se me der licença...

—Bethany.

—Tenha um bom dia alteza! - era falta de educação bater a porta na cara de um príncipe? Eu não saberia dizer, mas foi exatamente o que eu fiz.

...


Flora estava se alongando quando eu cheguei, e nem sequer me cumprimentou enquanto eu fechava a porta e colocava os sapatos de dança. Ela me lançou um olhar pelo espelho, quando acabei, e fez sinal para que eu me aproximasse.

Ela ficou pelo menos uns cinco minutos me analisando como se eu fosse algum animal desconhecido, e depois deu um longo suspiro - Você faltou há uma aula, Bethany. Uma única aula, e já voltou a caminhar com a mesma graça de um homem voltando da batalha.

E ali estava. Eu não podia reclamar, ela estava mais do que certa, mas isso não me fez me sentir menos ofendida com a acusação. Olhei para meus próprios pés, tentando disfarçar uma careta. Eu não andava como um homem, convenci a mim mesma.

—Você nunca aprenderá a dançar se não souber andar – Ela pegou um par de sandálias de salto e colocou no chão, na minha frente. – Coloque.

Eram as piores sandálias que eu já havia colocado. Eram dura, apertadas e eu podia jurar que uma era mais alta do que a outra.

—Você anda como se estivesse pisando em passarinhos até a morte, Bethany – ela falou, enquanto eu tentava dar um passo, e constatava o obvio: Ela estava completamente certa, ou pelo menos era o que parecia com aqueles sapatos. Me perguntei se Flora teria sido professora de Isabel, por que ela tinha agora o mesmo olhar de desdém sobre mim que Isabel exercia desde o meu primeiro dia no castelo – Venha até aqui, preciso da sua ajuda!

Não dançamos um único passo aquela tarde: Flora havia me feito arrumar os pares de sapatilhas na estante, dobrar faixas de tecido, arrumar as partituras em ordem no armário, tendo que pegar uma por uma de cima do piano e atravessar a sala até o armário para guarda-las.

Eu me sentia flutuando de alívio sobre minhas sapatilhas quando sai da sala e segui em direção à casa das musas. As meninas já estavam almoçando quando cheguei, mas segui direto para meu quarto, exausta demais para sequer pensar em comida. Sentei na beira da cama por um minuto, antes de me jogar para trás.

Eu provavelmente pegaria no sono ali mesmo, se não fossem as duas batidas na porta - Oi - ergui a cabeça, encontrando Valenttina parada ali com uma caixa nas mãos - Vi você passar, está tudo bem?

—Tudo - garanti, me sentando - Só estou cansada.

—Imagino que Flora não tenha pego leve com você – ela falou, sorrindo, e sentando ao meu lado e me entregando a caixa, e um cartão – Deixaram para você um pouco antes de chegar.

—É um convite para almoçar, do príncipe – falei, dando um suspiro cansado, me levantando – Vou pedir para devolverem!

—Vai recusar um pedido do príncipe? – perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.

—Eu posso fazer isso, não? – perguntei – Todos aqui disseram centenas de vezes que eu era livre para recusar qualquer tipo de pedido de qualquer um. E eu não quero almoçar com o príncipe Fox, então...

—Sim, você está certa – ela confirmou, sorrindo, enquanto eu me sentava de novo – A maioria das garotas não rejeitaria, só isso.

—Garotas como Isabel?

—Não, ela recusaria sem dúvidas. – ela deu os ombros – Isabel e Fox tem seu próprio jogo.

—Jogo? – ergui uma sobrancelha, mas quando ela abriu a boca, eu a interrompi – Esquece, acho que prefiro não saber.

—Não seja tão dura Bethany, você vem de uma cidade pequena, mas em Paris, e principalmente no castelo, nunca sabemos o que está acontecendo. Acredite em mim, eu vivo aqui a bastante tempo – ela esticou as pernas, e sorriu – Mais tempo do que o próprio príncipe. Ele passou anos fora depois do ataque, mas desde que voltou ele vem tentando se encaixar. Nem todas as escolhas dele foram certas, mas não posso tirar seu mérito por tentar.

—Ataque? – perguntei, de repente sentindo que havia algo estranho com meu quarto – Que ataque?

—Você deve ter ouvido falar, foi trágico. Centenas de negros e apoiadores atacaram o palácio, Fox e a irmã dele... Marie, se bem me lembro, tinham menos de dez anos – ela falou – O rei havia saído em uma expedição de caça com o General Venezza, quando o ataque começou um soldado correu para a floresta para chama-los de volta. Muitos morreram naquela noite. A irmã do rei, o marido dela e a filha deles. O próprio General, pai de Isabel, morreu salvando a Rainha. Dizem que a princesa ficou tão traumatizada que nunca mais saiu dos seus aposentos. E então ouve o confronto na Itália, onde o rei foi ferido e depois de semanas sofrendo, quando ele morreu, Fox foi mandado para longe: longe da família, longe de casa.

—Isso é... Horrível! – falei, enquanto ela apenas balançava a cabeça concordando – Eu não fazia ideia que tanta coisa acontecerá nos últimos anos...

—Sim, geralmente as notícias de Paris não se espalham além da própria Paris. Não revolve nada, apenas assusta mais a todos – ela deu os ombros, pegando a caixa – Vou mandar devolver isso, preciso caminhar um pouco. Você quer comer alguma coisa?

—Estou bem – falei, enquanto ela me dava um olhar preocupado e saía. Suspirei, absorvendo toda aquela história. Paris, a cidade que respirava segredos, do início ao fim de sua história.

...    

Pouco após o baile daquela noite começou, fui surpreendida por um rosto conhecido. Não era Fox, de quem eu nada soubera desde a minha recusa durante o almoço, mas sim Dylan de Bordeaux, que se tornava impossível de não notar no meio do salão, mantendo uma animada conversa com Isabel, ou ao menos ele parecia achar a conversa muito divertida, pois Isabel tinha a mesma expressão entediada e raivosa que tinha quando estava falando comigo.

De longe, vi Fox se intrometer na conversa e tirar Isabel para dançar. Dylan se virou de costas para o casal, me encontrando na multidão. Esperei que a luz fosse fraca o suficiente para que ele não notasse quanto quente meu rosto estava por ser pega espiando.

—Bethany – ele sorriu, se aproximando de mim e pegando um par de taças de champanhe no caminho – Parecem séculos desde a última vez que nós nos vimos, não é mesmo? Como está sendo sua vida no palácio?

—Bem, não precisou me salvar hoje, Vossa Graça – falei, sorrindo ao receber a taça. Ele me acompanhou, mostrando nas bochechas de menino as mesmas covinhas que o pai tinha no enorme rosto redondo e vermelho. Em Dylan, elas eram adoráveis e travessas, não assustadoras como em seu pai.

—Apenas Dylan, Bethany – ele falou, devolvendo a taça há uma bandeja tão como a pegou, estendendo a mão para tomar a minha da mesma forma como me entregara – Me acompanharia nesta dança?

—Com prazer – falei, aceitando a mão dele – Vejo que seu primo roubou sua companhia.

—Sim, podemos dizer que foi isso que aconteceu – ele suspirou, frustrado enquanto olhava sobre meu ombro para o mesmo casal que eu estaria olhando no lugar dele – Mas não falemos de outras garotas, ou da má educação do meu primo. As pessoas geralmente veem príncipes como garotos bem educados, montados em cavalos brancos... Fox não é assim, mas eu sou.

—Mas não é um príncipe – falei, tentando parecer leve.

—Bem, eu serei um quando Fox for rei – ele comentou, com uma careta – Para minha desgraça.

—Achei que fosse o que quisesse – ele me lançou um olhar afiado.

—Me confunde com meu pai, cara senhorita – Dylan sorriu travesso – ele sim, está mais do que animado com isso, e nem gosto de pensar as ideias cruéis que se passam por trás de tanta animação.

—Conheci seu pai, outro dia – comentei, enquanto o rosto dele endurecia – Não parece alguém ruim.

—Você realmente não o conheceu, de fato – ele resmungou, e depois ergueu uma sobrancelha – Então, Bethany, já começou a desprezar a todos estes idiotas?

—Alguns deles... – Confessei, e ele sorriu – Mas estou começando a pensar que me precipitei nisto...

—Está falando de Fox?

—Entre outras pessoas – dei os ombros.

—Julgar cedo pode ser bom. Tende a ser bom, na maioria das vezes – ele falou, olhando sobre o ombro – Nos impede de cometer erros bobos.

—Nossa musica está acabando – falei, me sentindo realmente um pouco aborrecida com aquilo – Dançamos mais uma?

—Sinto lhe abandonar, Bethany – ele falou – Mas há muitas garotas desesperadas para ter uma dança comigo, não queremos que elas fiquem esperando.

E como as taças de champanhe, que vieram e sumiram, ele sumiu na multidão, enquanto outra música começava a ter suas notas retiradas de um violino escondido no salão.

Puxei minha saia, me afastando do grupo de casais dançando apenas para ser atropelada por um bando de meninas risonhas. Elas se amontoavam, apontavam, riam e suspiravam, todas ignorando o fato de estarem paradas no meio da pista de dança. Segui o olhar delas, até um bonito rapaz loiro em uma mesa, parecendo alheio a toda a atenção que lhe era ofertada. Ou talvez, apenas se fizesse alheio.

Afastei-me do grupo de meninas, sendo atingida por um dos casais e quase caindo no chão.

Quase.


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