Caralho e agora? Ai meu Deus eu tenho que virar, não é? Não, claro que não! Eu posso simplesmente voltar a dormir e fingir que tudo não passou de um horrível pesadelo. AI MEU DEUS! Eu vou gritar! A pessoa aqui do meu lado acabou de se mexer. O que eu faço? Vai Bella, você consegue. Honra o que você tem mulher! Fechei os olhos com mais força e me virei, quando abri levei um susto.

— AAAAAAH! – berrei. Não é o Jacob! Pior: Nem o Travis Maddox! É um cara que nunca vi na minha vida. Além de dar um grito aterrorizador eu cai da cama e ele sentou assustado.

— Hola señora. O que se passa? – Ai, o que eu fiz? Além de ser um cara que nunca vi na minha vida é um espanhol. Parabéns, Isabella! Podia ter pego um inglês, pelo menos. Vadia burra!

E voltamos com a minha consciência me chamando de vadia. E burra.

— Oi – falei lentamente, vai que ele não fala a minha língua? Levantei do chão com as mãos cobrindo minha barriga – Quem és tu?

— Me llamo Maciel, señorita. – sorriu. Todo psicopata sorri antes de matar a vitima, não é?

— Beleza, Maciel, eu só quero lhe pedir uma coisa – ele me olhava com expectativa – VAZA DO MEU QUARTO PORRA!

Pelo jeito ele entendeu já que saiu correndo levando tudo consigo. Pelo menos não aconteceu nada que me fizesse realmente arrepender de ter vindo a Seattle com Jacob. Porra, Jacob! Onde será que ele está?

— Señorita.... – Mas esse carinha ainda não saiu do meu quarto? Peguei o spray de pimenta que deixei na cabeceira da minha cama por via das duvidas e espirrei um pouco na sua direção.

— VAZA! – berrei de novo e ele saiu correndo do meu quarto. Muito bem, agora é hora de achar o Jacob.

***

Já são duas horas da tarde e nada do Jacob. Não que eu tenha procurado ele, na verdade desde que acordei fiquei deitada, tomei um banho e tomei café. Mas já faz tanto tempo que estou começando a ficar um pouco preocupada. Deve ser fome.

— Bella? – ai meu Deus! Ele chegou.

— Jacob! – o abracei – Garoto onde você se meteu? Eu estava preocupada com você, pelo amor de Deus nunca mais suma desse jeito! Sabe o que aconteceria se eu voltasse pra Forks sem você? Billy iria me atropelar com aquela cadeira de rodas dele e depois daria ré.

— Na verdade, eu acabei dormindo na boate, como eu não sei – sorriu. – E meu pai não faria nada disso.

— Muito bem, temos que voltar para Forks hoje.

— Por que?

— Porque eu tenho aula amanhã e você também! – falei mandona.

Flashback noite passada on:

Bella e Jacob dançavam loucamente bêbados ao som de Work Bitch. Bella rebolava até o chão abraçada a uma garrafa de vodka, enquanto Jake era quase chupado por uma menina de procedência desconhecida. Muitos homens tentavam passar a mão no corpo da morena. Claro que ela deixava, estava adorando ser tocada.

— Jake! – Bella berrou ao ver o que a menina estava quase fazendo.

Ambos olharam assustados para Bella.

— Esse é o Maciel! – a morena pouco se importou com o quase sexo oral – Estamos indo para o hotel.

Jacob assentiu, mesmo sem ter ouvido direito o que a amiga disse.

[...]

Ao chegar ao hotel, Maciel e Bella começaram a se atracar. Ele – todo afoito – tentou tirar o vestido dela, mas ao ver que ele estava se enrolando ainda mais, berrou:

— Ai, foda-se. Perdi o tesão. Vamos dormir – deitou seminua na cama e dormir com o espanhol ao seu lado.

Flashback off.

***

Saímos do hotel às três e meia da tarde e chegamos em Forks quase às seis, graças ao engarrafamento. Está vendo, se eu estivesse com a viatura do meu pai com certeza não teríamos enfrentado nenhum engarrafamento. Antes de ir para casa deixei Jacob na reserva com a promessa de que todo final de semana iriamos a Seattle. Quando cheguei em casa meu pai estava vendo televisão, conversamos por alguns minutos e depois eu subi e fui para meu quarto tomar um banho e dormir. Dirigir por muito tempo me deixa com sono.

Minha semana foi a mesma chatice de sempre. Jessica me perturbando e fingindo ser minha amiga – falsidade por ambas as partes, já que eu também a odeio – Mike me cantando de cinco em cinco minutos, Ângela sendo amiga... Ninguém de novo, nada de novidade... Ah, tem uma novidade sim, os Cullen realmente foram embora. A principio fiquei com saudades de Alice e Emmett, mas realizei que quero mais que todos se fodam.

Meu pai e eu até conversamos um pouco mais e eu fiz a janta todos os dias, meu pai merece comer alguma cosa saudável de vez em quando.

***

Já se passou um mês desde que Jacob e eu fomos para Seattle pela primeira vez e desde então nós estamos indo todo final de semana. Só que do nada, ele parou de me ligar e está cada vez mais arrumando desculpas esfarrapadas para não sairmos. Será que ele anda aprendendo a como me dar um pé na bunda com o Edward? Não que eu tenha alguma coisa com ele, mas é só que ele é meu único amigo agora.

Hoje é sábado e resolvi ir até a reserva falar com ele. Peguei minha picape, já que está chovendo pra caramba e não vou usar meu lindo Mercedes nessa chuva e lama. Fui ouvindo "Gorilla" do Bruno Mars da minha casa até a reserva – repeti a música três vezes antes de finalmente chegar lá.

Quando cheguei na reserva Jacob estava indo em direção a floresta. Sai do carro e fui correndo na sua direção.

— Jacob! – berrei, mas ele fingiu que não me ouviu – Jacob Black, para!

— Bella, eu não posso mais sair com você – falou frio sem nem me olhar nos olhos.

É moda agora? Só pode ser piada. Esses caras de Forks são tudo punheteiro e viado, porque com uma mulher como eu eles não estão nem ai!

— Como é que é? – coloquei as mãos na cintura.

— Você é diferente – suspirou. – Não é você...

— "Não é você, sou eu"? Olha, você realmente vai usar essa desculpa comigo? – comecei a gritar. Percebi que alguns caras da reserva se aproximaram, Paul – o mais babaca e punheteiro deles – já estava com aquele sorriso presunçoso no rosto – Vai se foder, você é igualzinho aos Cullens, tudo viado. Pensei que você era diferente dos caras de Forks já que você é da reserva, mas cheguei a conclusão que são tudo igual! – ouvi alguém berrar um ei, mas não me importei.

— Bella, me desculpa...

— Desculpa? Me desculpa por não ter te mandando tomar no rabicó antes – antes de sair mandei s dois dedos do meio para os amigos dele e corri para a minha picape – Vão pra puta que pariu! – e ainda sai no estilo.

Sai da reserva já pensando em me mudar de Forks, vou voltar a morar com a minha mãe – sabe-se lá onde ela está morando dessa vez. Quando cheguei em casa meu pai já estava sabendo do meu "surto" já que Billy me fez o favor de contar pra ele. Billy fofoqueiro, é pior do que velha sem ter nada o que fazer. Pelo menos eu poupo minha saliva. Depois do meu pai terminar de me dar esporros sobre como eu fui grossa e que eu não devia ter feito isso e aquilo, blá blá blá; eu fui para o meu quarto e liguei para minha mãe.

— Bella! Menina como você está?— falou animada. Renné é totalmente o oposto do meu pai. É verdade quando dizem que os opostos se atraem, mesmo que o casamento não tenha durado eles se amaram por algum tempo. Creio eu.

— Estou bem, mãe— respondi — E você?

— Melhor impossível – riu animadamente. Por favor, alguém me diz que eu não liguei pra ela bem no meio de uma transa.

— Mãe, queria saber se posso morar com você – falei na lata.

— Claro que pode querida, mas aconteceu alguma coisa? Está tudo bem com seu pai?

— Está tudo bem, mas aconteceu alguma coisa... Quando eu chegar, conversamos.

— Claro meu bem, vou comprar a sua passagem e depois te mando as coisas por e-mail.

— Claro mãe, obrigada.

— De nada – nos despedimos e desligamos.

Agora é hora de falar para o meu pai, ele possivelmente vai pensar que é por causa do que ele me falou, mas não tem nada haver com isso. Mas espero que ele entenda a minha necessidade de sair daqui.

Desci as escadas e encontrei meu pai lendo alguns papeis - possivelmente do trabalho. Me sentei ao seu lado e respirei fundo.

— Pai, eu vou morar com a mamãe – despejei de uma vez. Ele me olhou meio triste, pensei que iria apenas assentir, mas na verdade ele começou a berrar.

— Tudo culpa daqueles moleques! – falou a ultima parte com uma certa raiva – Esses filhos da puta saem do inferno e vem para cá acabar com a minha vida com a minha filha! Eu vou caça-los até o fim do mundo! – respirou fundo e falou um pouco mais calmo - Está certa sobre isso? – assenti – Então eu quero que seja feliz.

Pensei que ia ser que nem aquelas cenas de filme sabe? Que ele levanta puto da vida, pega a arma e começa a disparar pra cima, acerta uma ave e a bichinha cai morta na nossa frente, mas não nos importaríamos. Certo gente, porque filmes são assim: Aparece uma ave dentro da sua casa.

— Muito obrigada pai – agradeci de coração. – E ninguém vai conseguir me afastar de você, sempre que puder vou vim te visitar.

— O lado positivo – ele falou. Espera, tem lado positivo? Quer dizer que ele está feliz que eu vou morar com a minha mãe? – é que eu vou poder trazer minha namorada para cá.

— Charlie Swan , ainda dá no couro!

— Isabella – me repreendeu, mas sorriu.

Continuei sorrindo e voltei para o meu quarto, comecei arrumar as minhas malas e dar uma ajeitada no quarto. Meu celular piscou e quando fui ver era um e-mail da minha mãe. Liguei o note para poder as informações e imprimir logo.

— Virginia? – o que minha mãe faz na Virginia? Na passagem dizia que eu iria sair do aeroporto de Seatte no dia seguinte às 19h que chegaria no outro dia de madrugada.

Terminei de arrumar as coisas e deitei para dormir.

***

Acordei morrendo de fome, então desci para tomar café. Decidi que meu dia seria assim, eu iria fazer uma prancha no cabelo, terminar de colocar as coisas na mala e ir embora, prontinho!

Passei o dia em casa, realmente não dava para sair estava uma chuva do caramba. São Pedro vai ficar com saudades de mim, eu sei. Quando estava terminando de arrumar minhas malas e escolhendo uma roupa pra viagem olhei pela janela e vi uma caixinha de bombom. Peguei a caixa, acendi um fosforo, coloquei na caixa e taquei pela janela. Quer dizer que a pessoa faz merda e depois é só deixar um presentinho na janela? Que isso irmão, você está enganado.

Depois disso eu fui me arrumar.

***

— Pai, eu vou ficar com muitas saudades – lhe abracei mais uma vez.

— Eu também – ele me deu um beijo na testa – Venha me visitar, Sue gosta muito de você.

— Aha! – falei. Papai passou o dia todo escondendo o nome da namorada. Eu até cheguei a falar da Sue, mas ele negou de pés juntos – Seu mentiroso. – ele riu.

— Também te amo, meu bem. Bella, antes de ir eu quero que leve este presente – ele me deu um taco de beisebol – Sei que você gosta de beisebol e que é bem forte, apesar de não parecer e se algum dia alguém te atacar ou invadir a sua casa, você tem isso – falou e junto com o taco mais três sprays de pimenta – Só para o caso de você precisar.

— Obrigada pai, de verdade – agradeci com sinceridade, acho que realmente vou precisar disso tudo. Sei lá, só uma intuição. Ele me abraçou de novo e fechou a porta do taxi. Meu pai iria sair com Sue e para não atrasa-lo pedi um taxi para me levar ao aeroporto. O taxista foi bem rápido e logo chegamos.

Assim que entrei fui para a fila fazer meu check-in e ainda faltava uma hora e meia para o voo, então fui a uma livraria para poder comprar um livro e ler na viagem. Comprei "Como eu era antes de você".

Voo HG7281J com destino à Virginia embarque no portão 3B.

Opa, anunciou meu voo.

Peguei o livro e minhas coisas e me dirigi para o portão 3B, não demorou muito e logo liberaram para os passageiros entrarem, mas ainda teríamos que ficar uma hora até poder levantar voo. Nesse meio tempo comecei a ler meu livro.

Quando já estava na metade no livro foi quando fecharam a porta e iriamos finalmente sair de Seattle e ir em direção à Virginia.