Depois de duas e meia sentada naquele carro dirigindo em direção a Seattle, finalmente chegamos. Jacob é bem legal, tem um papo maneiro, só que infelizmente ele é mais novo. Pois é, eu não curto caras mais novos que eu. Tenho cara de papa anjo por acaso? Você deve estar pensando: Só porque você namorou um cara de 109 anos! Minha querida, ele tinha essa idade, mas com carinha de 17.

Está ok. E jeito de 150. Puf! Me manter pura até depois do casamento. É cada coisa.

— O que você pretende fazer? – Jacob falou interrompendo meus pensamentos.

Jacob é bem gato, gostoso para dizer a verdade, mas não faz o meu tipo, ele é muito meninho. E ainda por cima usa aquele cabelão horrível tipo hippie dos anos 70. Mas por que cargas d'águas um cara usa uma porra de cabelo desse?

— Pretendo comprar muito – Bella, não fale sobre o cabelo, NÃO FALE! – Jacob você já pensou em cortar esse cabelo? Não me leve a mal você é bem gostosinho, mas usa esse cabelo e essas roupas dos anos 70 – sua vadia! Eu falei pra você não falar.

— Ahn... – ele ficou meio que sem reação, sinceramente as pessoas tem que parar de ficar assim quando eu sou sincera. Revirei os olhos com meus próprios pensamentos – Eu estava mesmo pensando em cortar aqui em Seattle.

— Então assim que chegarmos no shopping vamos cortar seu cabelo – me animei. Quem sabe ele ache uma menina pra ele – ou um cara, esse mundo está muito moderno ultimamente.

Continuei dirigindo até achar um hotel que era perto de tudo. Saímos do carro e entramos no hotel.

— Bom dia – a recepcionista com cara de vadia falou animada olhando diretamente para Jake – Vocês querem um quarto?

— Não – falei com deboche chamando a atenção dela. – Você está realmente achando que eu vim até aqui apenas para olhar para você?

— Não, senhora... – ela respondeu, mas antes que pudesse falar qualquer coisa eu fui logo falando:

— Então ótimo, quero dois quartos ou um quarto com duas camas – pedi.

Ela rapidamente fez o que eu pedi, mas infelizmente não tinha quarto separado, então pegamos um quarto com duas camas – adeus privacidade. Jacob me pareceu bem animado por ficar no mesmo quarto que eu, será que ele já viu alguma mulher pelada? Vadia, não pergunte isso a ele. Minha própria consciência está me chamando de vadia – pela segunda vez agora – vê se pode!

Pegamos a chave do quarto e entramos no elevador, apertei o botão do sexto andar e pronto. Quando enfim chegamos ao quarto fiquei impressionada com o luxo que era. Pelo menos aquela vaca teve a decência de nos colocar em um quarto muito bonito. Jacob ficou com a cama mais próxima da janela e eu fiquei com a outra, já que odeio sol batendo no meu rosto quando acordo. O quarto é grande, claro, com duas camas de casal, um guarda roupa grande e uma porta – que ao meu ver é o banheiro -, além disso tem um ar condicionado grande, tv led, dvd e um sofá pequeno.

— Vamos descer para comer alguma e sair, não vim aqui para ficar no quarto e você pode fazer o que quiser, não precisa ficar me seguindo – avisei. Sei que ele gosta de mim, mas não precisa demonstrar tanto assim. Esses "homens" (estou frisando bem porquê né...) de Forks são muito protetores, eles agem como se eu fosse de porcelana e fosse quebrar a qualquer momento. Tudo bem que sou muito branquela, mas isso não quer dizer que sou de porcelana. Além do mais, bonecas de porcelanas me assustam, elas parecem que vão criar vida a qualquer momento e te matar com uma faca enquanto você dorme.

Fui ao banheiro dar um jeito na minha cara e prender o cabelo de outra forma. Fiz um rabo de cavalo, passei um pouco de lápis de olho e retoquei o gloss. Sai do banheiro e Jacob estava sentado na cama mexendo no celular e sorriu quando me viu sair do banheiro.

— Vamos? – perguntei e ele assentiu.

— Vou pesquisar umas boates para irmos hoje a noite, o que acha? – falou quando entramos no elevador. Hm, boate? Isso não estava nos meus planos, mas pode ser que seja legal.

Quem estou querendo enganar? Uma boate agora vai ser perfeita para esquecer Forks e fazer novos amigos. O que? Achou que eu fosse antipática e só porque tinha um namorado não tinha amigas? Não, não é por esse motivo que eu não tenho amigas, é pelo simples motivo que as meninas de Forks (oi, Jessica Stanley) são umas vadias e eu não gosto desse tipo de gente. Vadiagem pega meninas, é tipo uma doença contagiosa. Okay? Okay.

— Uma boate vai ser perfeito – falei mais alegre – Beber a noite toda e ter uma ressaca para nunca mais esquecermos! – me animei ainda mais. É disso mesmo que estou precisando!

Saímos do hotel e fomos para um shopping center grande que tem perto do hotel. Pelo menos aqui tem uma grande quantidade de shoppings, não é igual aquele final de mundo de Forks. Quero saber onde eu estava com a cabeça quando resolvi deixar de morar com a minha mãe e vim morar com o meu pai. Em falar na minha mãe, como será que ela está? Será que está em Los Angeles ainda?

Balancei a cabeça e tirei esses pensamentos que me distraiam e resolvi me concentrar apenas no agora. E o meu agora é o cortar o cabelo de hippie do Jacob.

Assim que entramos no shopping a primeira coisa que fiz foi leva-lo a um cabeleireiro para cortar aquilo.

— Bom dia – a menina que estava na recepção nos cumprimentou quando entramos no grande salão – O que vocês...? – ela ia terminar de falar, mas quando viu o cabelo do Jacob ela simplesmente abriu a boca num O perfeito e ficou olhando. Estalei os dedos no rosto dela até tira-la do transe, mas do nada a menina saiu correndo nos deixando ali sem entender nada.

— O que aconteceu? – perguntei sem entender. Tudo bem que ele é estranho, mas não é pra tanto.

— Está tão estranho assim, você tem certeza? – ouvimos duas pessoas conversando se aproximando de nós dois. Era a garota e um cara vindo na nossa direção, pelo jeito ela chamou alguém para cuidar de Jacob. P.S.: Lembrar de agradecer a menina mais tarde.

— Sim Santiago, eu tenho certeza – a menina respondeu. Assim que Santiago nos viu estancou no lugar e nos olhava com a boca aberta. – Eu não disse?

— Meu Deus! Gato, me acompanhe eu não vou deixa-lo sair daqui com essa cabelo – eu não sei se ria ou não, mas Jacob estava com uma cara de assustado, era hilário. Com muito custo Sara – descobri o nome da menina – e eu conseguimos empurrar Jacob – que se recusava a todo custo a ir cortar o cabelo com Santiago – a segui-lo.

Enquanto Santiago cortava o cabelo e dava em cima de Jacob eu conversava com Sara. Descobri que ela tem 18 anos, a mesma idade que eu, e adora sair. Seu pai é dono do salão onde estamos e ela é bem doidinha das ideias.

— Como você consegue namorar ele com esse cabelo? Serio, eu não conseguiria chegar ao clímax com um cara com um cabelo daqueles – cuspi a água que estava bebendo no momento em que ouvi a primeira frase.

Eu namorando com ele?

— Não somos namorados – falei rapidamente. Tudo bem que ela é doida, mas não precisa achar uma coisa dessas de mim. Qual é! – E, pelo que eu me lembre, Jacob é bom bonito por debaixo desse cabelo monstruoso.

— Você tem certeza? – me olhou desconfiada, fazendo-me duvidar de meus próprios pensamentos.

— Prontinho gatas, lhes apresento o novo Jacob – Quando Santiago virou a cadeira Sara caiu ao meu lado, minha boca se abriu em um O perfeito e tirei os óculos escuros que estavam na minha cabeça. Eu sabia que ele era bonito sem aquele cabelo, mas ele ficou muito gato. Seu sorriso, olhos, dá pra ver muito melhor.

— Então como ficou? – Jacob perguntou.

— Você está muito gato – Sara falou se levantando. – Toma aqui meu telefone – ela lhe estendeu um papel.

— E o meu – Santiago lhe estendeu outro papel, e junto uma piscadela. Ri da cara de assustado que ele fez e fomos pagar pelo seu corte de cabelo.

***

Passamos o dia comprando roupas novas para nós dois, comendo e claro nos divertindo. Jacob pesquisou no celular uma boate que tem perto do Hotel que estamos. Em certos momentos eu achei que Jacob fosse gay – não que eu tenha algum problema com gays, acho eles bem simpáticos na verdade – apenas pelo motivo de que ele reclamava de cada roupa que eu colocava e dizia que eu tinha que usar algo mais sexy se quisesse alguma coisa com alguém hoje.

Agora estamos no nosso humilde quarto de hotel nos arrumando para sair. Jacob está se arrumando no quarto enquanto eu estou no banheiro – com a porta trancada. O que? Eu tenho medo de alguém entrar e me atacar.

Terminei de me e sai do banheiro. Jacob já estava pronto e pedira um taxi, já que eu tinha certeza que nenhum de nós dois iriamos ter condições de dirigir na volta. O taxi parou bem na porta da boate – que estava uma fila enorme.

— Bella, coloca as pernocas de fora para podermos entrar logo – fez piada.

— Eu não – coloquei as mãos na perna para proteger minhas preciosidades – coloca o pau pra fora, quem sabe assim deixam a gente entrar mais rápido – rebati.

— Será que da certo? – ele já estava descendo o zíper da calça quando eu o impedi.

— Ta maluco? Eu ainda não posso ser presa por atentado ao pudor, meu pai é o xerife de Forks – será que meu pai brigaria se eu fosse presa?

Ficamos conversando por mais algum tempo até que a fila andou e conseguimos entrar na tão desejada boate.

***

Mas que dor de cabeça da porra! O que aconteceu? Sinto que um mamute passou por cima de mim e deu ré. Ai que luz na cara, devo ter esquecido de fechar a cortina de novo.

— Jake, fecha a cortina do quarto – pedi rouca.

Espera! Jake, quarto! OMG! Como voltamos? E que ventinho é esse que estou sentindo? Ai Jesus, o que eu fiz? Tentei me mexer mas alguma coisa me segurou.

Que não seja o Jacob.

Que não seja um estuprador.

Que não seja o Jacob me estuprando.

Por favor, que seja o Travis Maddox.

Continua [...]