Forças do Destino I, Romeu e Julieta escrita por Luuh


Capítulo 21
Vésperas da Grande Noite, Parte II




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/7185/chapter/21

Forças do Destino I
Capítulo 21 - Vésperas da Grande Noite
Parte II

Ouvindo a pergunta de Hermione, Draco balançou a cabeça e, irritado, respondeu a ruiva com a mesma pergunta:
-O que VOCÊ está fazendo aqui?
-Eu perguntei primeiro...
-E eu perguntei depois!
-Larga de ser criança e responde Malfoy: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?
-Está bem, mas não se estressa... Hunf! A professora Trelawney falou pra que eu viesse ensaiar a valsa, por que ela acha que com um pouco de ensaio, pode ficar melhor.
-Ela me disse a mesma coisa... Mas, ela ainda não chegou e, pelo que parece, ela não vem...
-Eu já percebi, ta? Eu não sou burro.
-Não, você não é burro, é só uma besta quadrada ao cubo. Enfim, a professora falou que caso ela se atrasasse, para que eu começasse sem ela... – conforme foi a falando as últimas palavras da última frase que dissera, a voz de Mione foi sumindo e ela olhou para Draco – Ai não! Ela armou TUDO! Alguém armou TUDO! Como eu percebi? É TUDO SUA CULPA, MALFOY.
-MINHA CULPA? O QUE FOI QUE EU FIZ AGORA? DEU A LOUCA EM VOCÊ, FOI?
-NÃO! A CULPA É SÓ SUA... POR SUA CULPA EU NÃO PERCEBI QUE ERA IMPOSSÍVEL ALGU…M ENSAIAR UMA VALSA SOZINHA.
-VOCÊ NÃO PERCEBE AS COISAS E A CULPA É MINHA?
-LÓGICO QUE É ! PORQUE, PELA SUA EXISTÊNCIA, EU NÃO CONSIGO PENSAR EM MAIS NADA... – após terminar de falar, a garota percebeu que havia falado demais e colocou a mão na boca, como se fosse para apagar o que havia dito.
-O que você disse?
-Eu? Eu não disse nada, você é que enlouqueceu, fica ai, ouvindo coisas que não existem... Esses loiros de hoje em dia, além de burros, são pirados.
-Eu não enlouqueci ainda, Granger. E, eu tenho certeza que você disse que não consegue pensar em mais nada além de mim...
-Ai, esses loiros metidos que ficam ouvindo coisas... – falou Mione, cruzando o braço e virando o rosto para o lado, a princípio para desviar do olhar de Draco. O loiro sorriu e subiu no palco. A ruiva, mesmo com o rosto de lado, percebeu o movimento do garoto, deu três passos para longe e olhou nos olhos dele.
-O que você está fazendo, Malfoy?
-Oras, a professora não disse para que começássemos sem ela?
-Disse, mas, eu não vou dançar com você; só na apresentação. Até lá, mantenha-se bem afastado de mim!
-Essas ruivas de hoje em dia... – disse Draco, zombando do que Mione havia dito anteriormente e se aproximando da garota. Vendo Draco se aproximando de si, a garota começou a andar para trás, para se afastar do loiro. Porém, quando mais se afastava dele, mais perto da parede ela ficava e quando ela ficou encostada nela, Draco se aproximou rapidamente da garota e se curvou diante dela. “Eu não vou dançar com você, já disse.” Sem dizer nada, Draco se levantou e se aproximou um pouco mais de Mione, olhando fixo nos olhos castanhos da garota.
-Que parte do “Eu não vou dançar com você” você não entendeu?
Ainda sem dizer nada, o loiro estendeu a mão esquerda para Mione e ficou esperando a ação da mesma. O gesto de Draco havia surpreendido a ruiva que, só depois de muito tempo olhando desconfiada nos olhos do loiro, ela colocou a mão direita, assustada, sobre a esquerda de Draco, aceitando dançar com ele. Segurando de forma estranhamente delicada a mão de Mione, o loiro a puxou calmamente para o meio do palco, da onde ligou o rádio com sua varinha, que começou a tocar a música que eles dançariam na peça. Enquanto a música tocava, eles dançavam, sem qualquer outro tipo de contato físico, apenas olhando algumas vezes nos olhos. Diversas vezes, Mione se pegou olhando para Draco e outras várias, virou seu rosto para o lado, a fim de escondê-lo do olhar de Draco, após perceber o mesmo. Quando a música finalmente terminou, Mione se soltou de Draco bruscamente e se afastou dele.
-O que foi? – perguntou o garoto, assustado.
-NADA!
-O que aconteceu, Mione?
-Não me chame de Mione...
Draco se aproximou da garota, colocou a mão no ombro dela e olhou fundo nos olhos castanhos de Hermione e perguntou: “O que aconteceu?”
Ela balançou os ombros e depois respondeu: “Afaste-se de mim, Malfoy.”
-Por que você tem que ser assim? Por que você tem que me rejeitar tanto?
-Por que talvez nosso sentimento seja somente mais uma brincadeira do destino.
A ruiva virou-se e desceu correndo a escada que estava em frente ao palco; ainda correndo, ela saiu do salão. Draco não reagiu à ação da garota, só pensou: “… sempre a mesma coisa”. Andou até a parede e irritado, chutou-a.


Aquela tarde passou muito rápida e logo, a noite caiu. Aos poucos, todos os alunos se encaminharam para seus dormitórios para se aprontarem para a apresentação de teatro. Logo, o castelo estava vazio, a não ser por algumas pessoas que teimavam em ir se arrumar depois. Enquanto os alunos de Hogwarts se aprontavam para ver a grande apresentação, os nervosos atores, em seus camarins, separavam suas roupas, arrumavam seus cabelos, passavam maquiagem, repassavam as falas ou tentavam se distrair. A tensão da primeira peça era gigantesca e a cada instante que passava o nervosismo aumentava.
Para tentarem se acalmar, alguns atores decidiram dividir camarins. Quase todos, na realidade. Apenas algumas pessoas preferiram não dividir o camarim e, uma delas, era Hermione. Sozinha, no silêncio de sua tristeza e solidão, sentada em frente ao espelho da penteadeira, ela se olhava, enquanto passava pancake em seu rosto. Em seus olhos cheios de lágrimas podiam-se ver os pensamentos da garota. Ela pensava em tudo que havia acontecido durante aqueles poucos quatro meses e tentava descobrir o que ela ainda iria viver, qual seriam as decepções e dificuldades que ela iria passar. Terminando de passar o pancake, ela colocou o mini estojo em cima da penteadeira. Balançou a cabeça e tentou esquecer tudo, precisava se concentrar: tinha uma peça para estrelar e não queria errar nada. Tentando esquecer, ela pegou o batom de um tom rosa bem claro e passou em lábios. Quando terminou de passar, o tampou e colocou de volta em seu lugar, na penteadeira.
A garota se olhou novamente no espelho e, aos poucos, foi soltando seus cabelos, antes presos com papel alumínio da raiz às pontas. Com ele solto, ela observou o resultado: todas as mechas estavam cacheadas, feito cabelo de anjo. Ela passou a mão esquerda no espelho e tentou se lembrar de quem era antes de tudo que havia acontecido. Não conseguiu, mas continuou com a mão no espelho. Só a tirou quando alguém bateu na porta de seu camarim e a fez voltar a si.
-Pode entrar. – disse Hermione se levantando do banco e se virando para a porta, que se abriu, revelando Aaron Lo.
Vendo o garoto entrando em seu camarim e fechando a porta, Mione deu graças a Deus por estar de roupão. Devagar, Aaron se aproximou da Mione e depois parou, deixando mais ou menos um metro entre os dois.
-A professora Trelawney pediu para que viesse te avisar que em vinte minutos começaremos a apresentação.
-”timo. – disse Mione, virando-se lado. – Já avisou! Pode ir agora.
-Por que você me trata assim, Hermione?
-Vá embora, Lo... Eu não tenho nada para falar com você.
-Se fosse o Aquiles, você iria responder, não?
-Olha, Aaron... Se eu converso ou não com o seu irmão, isso é um problema só meu e dele, está bem. Agora, se você me dá licença, eu tenho que terminar de me arrumar.
-Mas, Hermione... – começou Aaron, se aproximando da garota.
-A porta é pra lá. – disse Mione, cortando Aaron e apontando para a porta do camarim. Aaron olhou para Mione e depois para o chão e, de cabeça baixa, saiu do camarim e fechou a porta atrás de si. A ruiva correu rapidamente até a porta e a trancou. Depois pegou seu primeiro vestido, um vestido lilás com pequenos detalhes em roxo. Ela o pôs sobre seu corpo e se olhou no espelho. Deu um suspiro e o jogou em cima do banco em frente à penteadeira.


-Rainha... Vossa alteza tem certeza de que essa é uma boa idéia?
-Se o senhor não tem uma idéia melhor, não palpite.
-Desculpe-me, vossa alteza.
-Eu preciso vê-la. Preciso saber como ela está. Disseram-me que ela estava doente. Quero saber se já melhorou ou se piorou. E dessa noite não passará: eu irei mostrar-lhe a verdadeira história da família dela.


Dez dos vinte minutos que faltavam para o início da apresentação já haviam passado. Os moradores de Hogwarts e todos os convidados estavam se ajeitando perante o palco, enquanto o elenco ia de um lado para o outro para arrumar os detalhes finais deixados para depois.
-Mione
-Pergunte Padma...
-Er... Você acha que vai conseguir?
-Conseguir o que?
-Sabe, o papel, er...
-Fique calma, Padma. A partir do momento que o terceiro sinal tocar, a Mione irá sair de mim para dar lugar a Julieta.
Ao ouvir Mione, Padma respirou aliviada e olhou para si, para ver se estava tudo certo. Ela apalpou a si mesma, procurando algo que não encontrou.
-O que foi, Padma?
-Meu leque...
-O que tem ele?
-Eu não estou encontrando-o.
-Fica calma. – falou Mione, ajudando Padma a ver se o leque estava no vestido. – Ele definitivamente não está aqui. – disse a ruiva.
-Ai, meu Merlim! Ficou no camarim...
-Respira, Padma...
-Mas, eu tenho que entrar...
-Padma, a tensão subiu os seus nervos! Você não entra na primeira cena... Dá tempo de você ir até o camarim e busca-lo. E depois, o primeiro sinal ainda nem tocou.
-Ok... Vou agora.
Após terminar de falar, Padma virou-se correndo e foi em direção dos camarins. Quando a garota virou à esquerda e sumiu da vista de Mione, o primeiro sinal tocou, aumentando a tensão dos atores que cada vez mais corriam de um lado para o outro, desesperados. Não querendo se encontrar na mesma situação da amiga na hora errada, Mione conferiu se estava com tudo que precisava. Para a sua primeira aparição, uma única coisa era necessária: um livro com um marca página. Vendo que estava com tudo, sentou-se em uma das cadeiras que havia na coxia e ficou passando as falas.
Fez isso por pouco menos que dois minutos, pois logo algo interrompeu sua concentração: Draco Malfoy sentou-se ao seu lado e começou a fazer a mesma coisa, atrapalhando à ruiva que não viu outra opção: todas as outras cadeiras estavam ocupadas e os únicos lugares vazios eram passagem e era muito perigoso ficar no meio do caminho num momento como aquele.
Irritada, ela virou-se de costas para o garoto e ficou treinando em silêncio, continuamente atrapalhada por Draco, que teimava em ensaiar usando o tom de voz que seria usado na apresentação. A ruiva já estava quase pedindo para o loiro calar a boca quando o segundo sinal tocou e o loiro levantou-se da cadeira.
Por um instante, Mione deu graças a Merlin, mas, depois continuou a ensaiar as falas, ainda em silêncio. Porém, o ensaio da garota fora interrompido novamente: Trelawney havia chamado todos os atores para pedir que, depois que ela dissesse o prólogo, alguém tocasse o terceiro sinal e apresentou o Contra-Regra, alguém Mione já conhecia e havia alguns dias que não o via: Will.
-Bom, escorreguem na merda e quebrem a perna, todos vocês. – disse Trelawney, após terminar de apresentar o contra-regra. Depois que a professora terminou de falar, o grupo se dividiu em três coros: uns diziam “Boa merda”, outros “Quebrem a perna” e os terceiros falavam o mesmo que a professora havia dito “Escorreguem na merda e quebrem a perna”. Mione viu Trelawney sair do palco pela porta da esquerda do palco e depois de alguns minutos ouviu a voz dela bem alta, como se fosse num microfone.
-Duas casas, duas famílias com a mesma dignidade na aprazível Verona, onde se desenrola esta história, que parte de antigas rixas e chega a um motim, quando o sangue civil mancha mãos civis. Pois, da prole dessas duas casas, inimigas fatias, um casal de amantes, traídos pelo destino, toma sua própria vida; seus desventurados gestos, dignos de nossa pena, resultam em que, com sua morte, enterra-se também a luta de seus pais. A terrível história de seu amor, marcado pela morte, e a permanência do ódio de seus pais, que tão-somente teve um basta com o trágico fim de seus filhos, constituem o que se passa a narrar agora neste palco, por duas horas. Esta peça, se ouvida com paciência, tentará, com nosso esforço, prover-lhes todos os detalhes.
O prólogo terminara... A tensão máxima pousara sobre todos os atores, deixando-os mais nervosos do que já estavam, principalmente Draco e Hermione. Sem perceber, juntos, um do lado do outro, sentiam o mesmo nervosismo... Tamanho nervosismo tomava conta de Hermione que, ao soar do terceiro sinal, a garota apertou a mão do garoto, mesmo sem saber que ele que estava do seu lado. Vendo-se de mão dada com ele, a garota fez uma cara de nojo muito falsa e forçada e depois soltou a mão. Draco olhou assustado para a garota, do jeito que olharia para uma pessoa louca. Mione desviou-se do olhar do garoto e observou a cortina ser aberta. Só vendo a cortina se abrir ela percebeu que aquilo realmente não era um ensaio geral. Percebeu que aquilo era a grande apresentação.

N/A: Pois é, pessoas, agora acho que dá pra perceber que estamos mesmo no final de FDDI. Sim, para a felicidade de alguns, e a infelicidade de outros, o próximo capítulo é o capítulo final, mas muita coisa ainda vai ficar com pontos de interrogação. Porém, não se preocupem! Para isso existe FDDII =)
É isso, comemtem bastante.. Vou guardar o capítulo final por um tempo se não receber comentários :B


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forças do Destino I, Romeu e Julieta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.