WSU's Aracnídeo escrita por Gabriel Souza, WSU


Capítulo 7
Capítulo 6: Mil palavras


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo ocorre uma participação do Soldado Fantasma, personagem do meu amigo Jorge que auxiliou no desenvolvimento e escrita do capítulo.

O Soldado também tem sua Fic aqui no Nyah: WSU's: Soldado Fantasma.



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Soldado Fantasma

 

É noite, uma chuva forte aflige a cidade de Recife, uma cidade que se tornou perigosa nos últimos anos devido à ascensão de gangues e quadrilhas, que viram a cidade como um local perfeito para seus negócios.

É nisso que a maioria dos chefões do crime pensam; negócios, negócios são tudo para homens com sede de poder. Um homem com influência e poder suficiente para buscar mais poder, um homem que age sem ser notado (ou sendo ignorado por motivos que envolvem suborno da polícia e da mídia local), vejo homens como este em todo lugar que vou.

Quando li sobre um vigilante nesta cidade, um herói que estava limpando esta cidade, o Aracnídeo, o único que tomou uma atitude nesta cidade, o único que tentou parar o crime, ganhei um pouco de esperança, esperança de que algo poderia ser feito.

Um sentimento que começou a surgir desde meu encontro com o homem conhecido por muitos como a Caveira. Vim aqui em busca de um homem como ele, ou como eu, alguém que faz o que acha certo, seguindo seus próprios princípios.

O Aracnídeo parecia ser esse homem para mim, mas ele sumiu. Há duas semanas os jornais locais passaram a acusá-lo de roubo, assassinato e participação em muitos outros crimes, provas refutáveis é o que não faltam, mídia controladora? Provável, já estou até acostumado, é por conta disso que procuro esta pessoa.

A pouco mais de uma semana procuro pelo Aracnídeo, que despertou meu interesse, que me trouxe aqui nesta cidade, ele foi totalmente destruído moralmente e popularmente, ou o culpado que me enganou... De uma forma ou de outra, encontrarei o Aracnídeo e descobrirei a verdade, sou muito bom nisso.

 

 


******

 

Caminho calmamente no meio de uma rua quase deserta, a chuva forte não me atrapalha, o local é conhecido por ser perigoso e local preferido de muitos para traficar Coca, há apenas um homem na calçada, o único traficante restante após a limpeza que o Aracnídeo fez na área semanas atrás.

— Tá fim de cheirar um pouco meu chapa? — indaga o traficante.

Me mantenho em silêncio, a minha melhor arma.

— Qual é mermão!! Vai querer levar ou não? Se não quer cheirar, da logo o fora daqui — O traficante mostra a pistola 9 mm que carrega, mantenho-me sério e calado.

— Tá bom, já chega, esse é o seu fim Ca... — Enquanto fala o traficante já puxa a 9mm, mas não consegue completar o movimento, nem a fala, pois em um movimento rápido pego sua mão e a quebro:

— Aaaaahhhhhhh minha mão porra.

— O que você sabe sobre o homem que chamam de Aracnídeo? – pergunto mantendo meu tom obscuro.

— O que? Eu não vou te falar nada — pego seu dedo indicador da outra mão e o quebro. Ele grita de dor novamente.


  — O que você sabe sobre o homem que chamam de Aracnídeo? — Mantenho minha voz calma e fria, sendo sempre ameaçador. Essa é a única forma de dialogar com esses miseráveis.

— Quer que eu quebre outro dedo? — indago com perversidade, isso sempre faz eles cederem. 

— Tá bom, tá bom, eu te conto o que você quiser cara — Uma lágrima desliza sobre o rosto do traficante à minha frente, mas ela se perde em meio às gotas d'água em sua face derivadas da chuva — Ele... ele é um homem morto, ninguém vê ele a algumas semanas.

Pressiono levemente o seu dedo médio em busca de mais respostas.

 — Não, não, por favor não, eu não sei de nada, a única coisa que sei é que ele provavelmente mexeu com alguém grande, alguém que acabou com ele, por favor, não quebre... — solto a mão do homem que cai de joelhos à minha frente enquanto segura fortemente sua mão quebrada com a outra.

— Vá à delegacia e se entregue, ou dedos quebrados vão ser o menor dos seus problemas. — dou um sorriso dissimulado ao homem no chão, ele treme e eu sigo pela chuva.

 

 

 

Três dias antes

  Aracnídeo

 

Ligo a Televisão, vejo o noticiário, uma notícia sobre mim é exibida, na verdade, uma falsa notícia sobre mim.

" ... Toda a força policial e a população estão trabalhando em conjunto para encontrar o criminoso mascarado conhecido como Aracnídeo, após a revelação pública de que, ele não passava de um impostor. Sendo responsável por uma chacina, além de um assalto a banco onde testemunhas o avistaram enquanto deixava o local, carregando duas sacolas. É estimado que tenha roubado mais de 3.000.00..."

 

 

 


Hoje

 

Soldado Fantasma

 

Termino de espancar dois homens, um deles é o conhecido traficante de armas Mike "Lombada" Santos, mais um desses lixos que estão andando livremente...

— Onde está o Aracnídeo?

— Se você quer saber de alguma coisa terá que ser um pouco mais persuasivo. Por que sair perguntando por aqui... Não vai te dar resposta alguma. — disse Lombada em desdém.

Abro um longo sorriso:

— Posso ser bem persuasivo quando quero...

 

 

 


Dois dias atrás

  Aracnídeo

 

Enquanto ando pelos corredores do colégio vejo Rafael com dois amigos, não sei qual o motivo, mas ele se despede dos amigos e vem em minha direção:

— Ei Cara, o que que tá pegando com você hein? — questiona ele.

— Comigo? Nada, além do mais, o que que isso te interessa? — respondo.

Rafael abaixa um pouco a cabeça e dá um pequeno sorriso:

— Você não muda mesmo, não é? Sempre com essa atitude egocêntrica... Mas olha só cara, a gente pode não estar se falando direito, mas eu ainda me preocupo com você beleza? Me diz o que tá acontecendo com você. Por que você não sai mais como Aracnídeo? Ou por que dizem que você roubou um banco e matou um monte caras? — Ele dá uma pequena pausa, infelizmente, antes que eu possa responder ele conclui mesmo que um pouco relutante — Você não fez nada disso né?

— Claro que não, valeu mesmo pela confiança... — completo com ironia — Amigão.

 

 

 

******

Após a aula, caminho em direção à saída da frente do colégio, antes que possa chegar nas catracas escuto uma voz me chamar, a voz de Beatriz.

— Ei!! Jonas, espera!!!! — Me viro buscando a direção da qual sua voz vem — Seu liv... — localizo ela, ela está no chão, deve ter tropeçado enquanto vinha até mim, as pessoas passavam constante sem deixar com que ela se levante, me aproximo dela e estico a mão para a ajudar a se levantar.

— Obrigada — Ela fala e depois fica parada em minha frente calada, percebo que ela não se sente muito à vontade com a minha presença... Ah sim, claro, eu não respondi ela. sorriu e respondo:

  — De nada... você estava me chamando, não é?

Ela pisca rapidamente e aparenta se lembrar de algo que esquecera, se abaixa e pega um livro do chão me entregando logo em seguida.

— Seu livro, você tinha esquecido, eu tava tentando te alcançar para te entregar — pego o livro e sorrio mais uma vez:

— Obrigado, eu não podia perder esse livro, não com as provas tão próximas, parece que agora é minha vez de dizer obrigado.

Beatriz fica meio rosada, e não responde nada, deixando um clima esquisito que apenas aumenta entre nós, odeio quando essas coisas acontecem. Tomo a atitude de falar e quebrar o silêncio:

— Bem, vou ter que ir agora, minha mãe não gosta de esperar muito tempo para eu chegar em casa, se eu demorar ela já acha que aconteceu algo, bem. Obrigado mesmo pelo livro, te devo uma. — aceno para ela me despedindo.

 

 


Hoje

  Soldado

 

Continuando minha jornada em busca do mascarado Aracnídeo, acabo por chegar em um armazém velho próximo ao porto de Recife, consegui a localização desse lugar por meio da minha abordagem super "gentil" com o o homem conhecido como Lombada. De bom grado também recebi informações sobre um homem que põe medo em todo traficante, assaltante ou gangue da cidade.

Segundo rumores ouvidos por Lombada, o Aracnídeo foi visto por último neste armazém, onde estava sendo feito prisioneiro desse demente... ou formalmente o chefão do crime da cidade... isso é interessante.

Ao entrar no Armazém tudo o que vejo são manchas de sangues, algumas marcas que indicam que corpos foram arrastados no chão pouco antes da morte, algumas marcas de garras e tiros nas paredes além de uma cadeira destruída, me concentro para analisar a área e tentar entender o que acontecera aqui:

Com certeza houve um tiroteio, pelo número de buracos e suas respectivas posições na parede, isso não foi uma troca de tiros, todos disparavam contra um alvo, um alvo rápido que escapou de todos os disparos...

Enquanto analiso a área escuto um barulho vindo do lado de fora do armazém, me preparo para um possível ataque até que ouço a porta ser aberta, vejo uma figura adentrar o local silenciosamente pelas paredes, e desce bem na minha frente. Eu falo com ironia:

— Ouvi dizer que os culpados sempre voltam para a cena do crime, mas nunca achei que veria isso acontecer.

 

 


Um dia antes

Aracnídeo

 

Enquanto bebo água, após mais um treino escuto alguém se aproximar de mim.

— Ei Jonas, pode falar comigo um pouquinho? — indaga Rafael.

— Claro, por que não, tá raro você querer falar comigo. — Rafael me encara por alguns segundos, odeio quando as pessoas fazem isso.

— Você sabe muito bem porque eu estava sem falar com você, eu sei que você não tem o poder da Amnésia.

Dou uma risada de leve, e respondo:

— Tudo bem, fala o que você quer falar logo.

— O que está acontecendo com você cara? — pergunta ele.

Respondo não entendendo a pergunta:

— O que você quer dizer com isso?

— Olha, a gente não se fala bem a algumas semanas, mas cara, eu sou amigo desde o quarto ano. Eu sei quando você não está bem. Principalmente quando você deixou de agir como Aracnídeo, enquanto cada vez mais aparecem reportagens que te difamam. Então... Sei que estamos brigados, mas, eu ainda me preocupo com você cara.

Olho para baixo rapidamente, sei que fiz merda com ele, sei que a culpa de estarmos brigados é minha, algo estava e ainda está me afetando, algo que me dá poder, mas que me deixa com raiva ao mesmo tempo. Suspiro e respondo:

— Tudo bem, quer saber o que esta acontecendo? Eu te conto, mas não aqui.

 

******

 

Rafael está sentado em sua cama com uma cara bem... Engraçada, provavelmente ainda perplexo com o que acabara de ouvir, em seguida dando seu veredito:

— Esse cara, esse tal de John Soares é alguém perigoso, ele está em outro nível, um nível que você ainda não está preparado...

Obrigado pelo apoio. Giro nervosamente na cadeira giratória onde estou sentado.

— Obrigado cara, tudo o que eu preciso ouvir agora é sobre como eu não estou preparado para um cara como esses... — Rafael tenta se desculpar:

— Não foi o que eu quis... — mas o corto concluindo o que queria falar:

— Não foi o que você quis dizer? Bem, foi o que você disse, e eu sei disso, ele me provou isso, eu sou o cara mais procurado da cidade, ele me drogou e eu sinto os efeitos até agora. E eu quase matei alguns caras, além de ser o responsável direta ou indiretamente pela morte de um cara inocente, eu tou péssimo ok? Não preciso de alguém me dizendo isso.

Ele tenta me confortar:

— Relaxa cara, eu vou te ajudar beleza? Você não está no nível ainda, mas vai estar, pensa nesse cara como um adversário mais bem preparado, o que você faria se fosse enfrentar um cara ou time assim? Abandonaria e deixaria ele tomar conta de tudo?

Fixo meu olhar nos panos, que eu chamo de uniforme, em cima da cama de Rafael.

— Não, eu treinaria e o enfrentaria mais preparado.

— Isso mesmo, por que você pode vencer qualquer um com preparo. — diz Rafael.

— Tá bom... Agora você tá parecendo um fanboy do Batman — Não me seguro e soltou uma risada, por incrível que pareça Rafael também ri da piada.

 

 

 

Hoje (poucos Instantes atrás)

 

Saio do banheiro já trajado com meu uniforme de Aracnídeo. Rafael me convenceu a tentar agir como herói mais uma vez, algo relacionado a sentir a emoção de salvar alguém outra vez:

— É isso aí, faz uma ronda simples hoje, só... Relembre do por que você aceitou seus poderes, aceite as responsabilidades de tê-los.

Eu respondo:
 

— Tá bom cara, sem discurso motivacional beleza? Eu já percebi que o que eu fazia era inútil, e nada vai mudar isso — Me sento na janela preparo para saltar — Mas já que eu sei que você não vai parar de encher o saco... vou sair uma última vez.

 

 

Agora

 

 

Eu disse a Rafael que sairia para salvar pessoas novamente, mentira, eu saí para retornar ao maldito armazém onde John Soares me prendeu, preciso encarar aquele lugar novamente.

Abro a porta e subo as paredes, enquanto ando por elas vejo um homem parado no meio do armazém, próximo ao local aonde eu estava preso. Ele me encara. Vou em sua direção e desço bem a sua frente aonde posso encara-lo também. Um homem forte e alto, parece bem treinado, parece problema

— Ouvi falar que os culpados sempre voltam para a cena do crime, mas nunca achei que veria isso acontecer. — Ele diz.

Continuo encarando seu rosto, ele parece alguém sem vida, sem emoção:

 — Te conheço?

Ele solta um leve sorriso, um sorriso um pouco assustador na verdade.

— Não, mas eu te conheço. Aracnídeo. — Sua voz é calma e assustadora ao mesmo tempo.

— Alerta de Stalker, nem mesmo pessoas com superpoderes podem se esconder de Stalkers pelo visto... — Dois passos para trás e assumo uma postura de combate. O homem à minha frente apenas fica calado me olhando de cima a baixo, me analisando! Ele sorri mais uma vez. Não um sorriso normal. Um sorriso debochado.

— Então, vai ficar aí parado me olhando? Aviso que não sou chegado nesse tipo de relacionamento não. — Mostro um sorriso que não é correspondido.

— Você tem potencial, só precisa trabalhar isso, precisa de treinamento garoto. — diz ele analítico.

Treinamento? Garoto? O que esse cara quer dizer?

— Pera, como assim? Você é inimigo ou aliado? — pergunto confuso.

— Por enquanto não sou inimigo, contanto que você não seja o verdadeiro responsável por tudo o que têm falado. Se for... bem, se for você já é um homem morto. — fala seriamente, com um olhar intenso.

— Eu não sou — aumento meu tom de voz, raiva cresce dentro de mim novamente — Eu não fiz nada disso ok? Eu só achei que podia ser algo que não podia, fui ingênuo, um idiota e usaram isso contra mim.

— Algo que não podia? Você quer dizer um herói? Um vigilante? — pergunta ele.

Balanço a cabeça afirmativamente.

— Deixa eu te dizer uma coisa garoto... — Eu o corto:

— Por que todos me chamam de garoto ou moleque...

Ele ri de novo, esse sorrisinho já está me irritando, mas em seguida, para e assume uma postura reflexiva:

— Se você quer que ninguém note que você é só um garoto ao menos tente disfarçar sua voz, está óbvio que você ainda não está nem na Faculdade, provavelmente tem uns 16, 17 anos — Ele para um pouco mas logo retoma — Continuando o que eu estava falando... deixe eu te contar uma coisa... o que faz um herói não é a mídia, não é a imagem dele ou o que a população e a polícia acham, o que faz um herói são suas ações, impedir um assalto, salvar uma velinha de ser atropelada, ajudar aqueles que necessitam de ajuda, qualquer ação positiva... e para fazer isso não é necessário ser reconhecido — Ele olha para as marcas nas paredes e continua:

— Um verdadeiro herói não faz algo querendo atenção, ele age como um fantasma, só aparece se necessário, ele faz isso por ser o certo ou por ser gratificante, não por atenção.

Eu respondo já de saco cheio com tanto discurso:

— Tá bom, tá bom, você tá parecendo um daqueles tios que falam que poder traz responsabilidade... eu sei o que você quer me dizer, mas eu já desisti, não adianta falar mais nada, nem mesmo se você fizer um discurso de mil palavras eu volto a tentar ser algo impossível.

Ele me encara novamente. Essa postura dele está me irritando bastante, ele fala e depois fica em silêncio me analisando, a cabeça dele é que deveria ser analisada.

— Tudo bem, me siga, quero te mostrar uma coisa.

— Desculpa, mas minha mãe não me deixa sair com estranhos... quem é você? — respondo.

— Se quiser descobrir me siga e prove seu valor, ou fique aqui e viva uma vida amargurada e cheia de remorsos, tal qual a minha.

 

Soldado

 

Após me recordar de uma informação que eu obtive sobre uma transação nessa região eu convidei o Aracnídeo, mesmo ele não sabendo do que se trata. Aparentemente ele não sabe quem eu sou... desmiolado, mas gosto dele, e da postura descontraída e sarcástica. Sinto que ele foi pressionado demais, e isso excedeu sua força de vontade, mas existe um sentimento que faz reacender o fogo dentro do coração daqueles que desaprovam a injustiça. A própria injustiça.

Estamos os dois acima de um pequeno prédio na área pobre de Recife. Abaixo num beco escuro sob chuva forte, dois homens conversam próximos de uma van branca.

— Ok, o que nós estamos fazendo aqui? Stalkeando dois caras? — indaga ele.

— Só observe. — Eu respondo.

Os dois homens continuam a conversa um pouco até que um deles, alto caucasiano e com uma careca quase completamente preenchida por uma tatuagem de um símbolo celta, abre a porta traseira da van, dela duas mulheres acorrentadas saem.

Um dos homens se aproxima das mulheres e toca o rosto de uma delas.

— Tou quase comprando a mercadoria para mim — Os dois homens riem enquanto a mulher a sua frente chora. Tento dizer a ele:

— Bem, acho que é hora de... — Antes mesmo de terminar a frase o garoto ao meu lado já salta em direção aos dois homens abaixo, ele aparenta estar com muita raiva. Bem, não tenho escolha a não ser segui-lo e ajudá-lo. Caio ao lado do garoto aranha, os dois homens se surpreendem com a nossa aparição repentina.

— Acho que chegou a hora de mostrar do que é capaz garoto.

— É melhor você chamar a ambulância, é provável que eles não saiam daqui em boas condições. — Mais que garoto metido. Ele corre para cima dos dois imprudentemente, tenta um soco no rosto do careca, mas é atingido pelo baixinho ao seu lado. Tem poder, mas não tem habilidade.

Subitamente, uso minha habilidade, abro uma brecha, distorcendo o espaço, tal qual um buraco de minhoca, a atravesso, ficando nas costas dos meus dois oponentes, acerto uma joelhada na parte de trás do joelho do baixinho que cai com o impacto, Aracnídeo o puxa com a teia e acerta um soco em seu rosto.

O tatuado tenta se virar para me acertar, mas leva um soco preciso nas costelas. Antes que eu possa perceber ele pega uma garrafa do chão e me acerta no rosto, recuo por alguns passos por conta do impacto, mas logo retomo o controle da situação desviando de dois socos consecutivos do meu adversário tatuado, dou um chute que acertaria o vento, se não fosse uma brecha criada por mim, que faz com que meu chute acerte as costas do gigante.

Salto dando um giro de 180° no ar finalizando com um chute na cabeça do careca que cai de vez no chão, controlar minha força é algo essencial, não quero matar esses dois, até porque sou contra maus tratos contra os animais.

Escuto um disparo próximo, vejo o Aracnídeo ser atingido e cair no chão. Antes que eu possa interferir no confronto dos dois, o aracnídeo se levanta e salta para uma parede próxima, tira a arma da mão do seu adversário com teia, salta para perto do inimigo e leva três socos rápidos na barriga caindo novamente no chão com sangue verde... jorrando de seu ferimento, interessante. Ele se levanta de novo, que garoto persistente, não posso acreditar que ele parou de agir, como alguém com tanta... Garra? Mas que? Aracnídeo tem garras?

O garoto salta para cima do baixinho, que tenta desviar de um golpe certeiro na barriga, logo em seguida Aracnídeo arranha o rosto de seu oponente e o finaliza com uma joelhada no rosto.

Me aproximo lentamente do garoto que tem seu ferimento cicatrizado rapidamente, cicatrização essa que ele nem aparenta perceber. Fico ao seu lado olhando os dois homens caídos e as duas jovens mulheres assustadas. Comento com ele:

— Bem, parece que isso valeu mais do que mil palavras.

— Você ainda não me disse quem é você... — comenta ele.

— Procura no Google. — Provoco ele, enquanto lhe dou as costas.

— O que? Você disse...

Eu me viro e indago, já prevendo o resultado:

— Se eu te contar... você  não vai surtar, vai?

— Claro. — diz ele confiante.

— Sou o Soldado Fantasma.

— Que??? Como assim? O terrorista? Meu Deus, eu lutei ao lado de um terrorista? Eu sou cúmplice?

Me danei... mais que garoto xarope... E como fala alto... ele me lembra vagamente um amigo...

Me sento no chão consternado com a mão no rosto.

— E pensar que você e eu quase somos da mesma geração... — falo levantando o rosto em sua direção esperando sua reação.

— Que???


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Notas finais do capítulo

História do Soldado Fantasma : https://fanfiction.com.br/historia/709674/WSUs_Soldado_Fantasma_-_O_Riso_da_Caveira/