Sonho inverso escrita por Greenurse


Capítulo 5
04


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeem a mega demora. Mas aqui estou de novo!



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Eu disse que dormi como um anjo? Sim, mas só se isto aconteceu em algum universo paralelo e não fiquei sabendo.

Bem que deveria ter suspeitado quando a monitora disse para mim e Alice dormirmos. A verdade por trás daquelas palavras era de que Renesmee sabia muito bem que se não dormíssemos cedo de qualquer maneira iriamos acordar cinco horas da manhã.

CINCO HORAS DA MANHÃ.

Isto tudo por causa de um teste idiota para uma fraternidade idiota.

Mas o pior não é acordar na madrugada. Há algo bem mais maquiavélico que isso: fomos despertadas pelo som terrível de um sino tocado intermitentemente em todos os quartos da fraternidade.

Neste exato momento estávamos nós três tentando acordar e lidar com cambaleios provocados pela falta de sono.

—Qual é, quem é que se acorda esse horário quando ainda está de férias. E eu ainda fui dormir tarde –reclamou Alice.

—Sua monstrinha! Você sabia de tudo e não avisou quando se deitou –acusei a monitora com a raiva fervendo dentro de mim.

—Não posso fazer nada. Eu disse para dormirem cedo.

—Mas você não manda em ninguém. Dizer para dormir cedo é uma coisa, agora mostrar o motivo por trás disso seria bem conveniente.

—Viu só. É por essas e outras que eu deixo você se ferrar Isabella.

—Ah cala a boca sua... Sua... –fui incapaz de completar a frase. Isto porque ainda não havia pensado em nenhum apelido para aquela criatura infeliz.

E também porque naquele exato momento Alice nos interrompeu.

—Chega vocês duas! Credo. Quanto ódio Bella –apontou para mim –E quando a você, poderia ao menos fazer o favor de explicar o que está acontecendo?

Renesmee terminou de colocar a sua calça de brim e vestiu um suéter da Zeta Beta Zeta se parecendo com uma garota claramente ridícula e superficial.

—Vocês são tão chatinhas. Tudo bem. Isto é algo que acontece sempre antes do inicio das aulas. A Zoey chama de “Prova real”, eu prefiro chamar de “Prova ridícula”. Basta que cada monitora organize as suas garotas que juntas vão ter que passar por provas. Quanto mais formos ágeis, mais pontuações ganhamos. Seremos avaliadas constantemente e se vencermos ou conseguirmos uma boa pontuação seremos classificadas com um bônus especial.

—Hum. Você tá meio que falando grego.

Ela revirou os olhos.

—É parecido com uma gincana. Quem mais acumular pontos ganha!

—Então é tipo ganhar ou vencer esta prova?

—Não. Durante o ano teremos mais provas. Mas é sempre na primeira e na última que as pessoas conseguem adquirir mais pontos, porque são as que valem mais.

—Isso é meio complicado –admitiu Alice ao meu lado.

—Não é não. Olha vocês só tem que prestar atenção no que a Zoey ou a Victoria falar. Agora mecham esses traseiros gordos e vamos lá para o gramado.

E como formiguinhas perdidas no meio do formigueiro nós descemos as escadas e fomos até lá fora. Estava frio e a lua ainda pairava em um céu coberto por estrelas. Enquanto as outras garotas não chegavam nós três continuávamos quietas –ordens de Renesmee. Ás vezes eu acho que ela morre de medo da presidente oxigenada, pois só basta um olhar de descontentamento e ela praticamente congela no lugar.

—Bom dia irmãs Zeta. Aqui o dia começa cedo! Devemos zelar sempre pela disciplina e foco –dizia a loira para todas as meninas que estavam a sua frente.

Zoey havia subido em um mini palco improvisado e representada por seu salto alto falava intermitentemente. Uma evidente tola.

—Preferiria disciplinar o meu sono –cochichei para Alice que imediatamente largou uma risada.

Quando Renesmee percebeu deu um cutucão em nós duas sibilando um “calem a boca”.

—E para completar temos uma surpresinha. Vocês e a sua monitora a partir de agora formam um time. E entraram em um jogo. Isto funcionará da seguinte maneira: uma vez por mês teremos uma prova a ser realizada por vocês e o grupo vencedor será aquele que contabilizar a pontuação mais alta durante o fim das atividades. O terceiro lugar ganha um dia grátis em um spa, já o segundo ficará feliz por poder ganhar um final de semana livre e o trio que conquistar o primeiro lugar fica com a oportunidade de ser presidente por uma semana.

Tudo bem poderia ser até legal conseguir ganhar. Mas teoricamente, como TRÊS pessoas vão conseguir viver o lugar de UMA presidente?

Deixei o pensamento de lado, já que algumas coisas por aqui eram difíceis de se tentar entender.

—E para começar a atividade de hoje é o seguinte: cada grupo vai ser identificado por uma cor para que consigam se organizar adequadamente. Victoria estará entregando um lenço a vocês. Pelos arredores do campus nós distribuímos sete quebra-cabeças, ou seja, um para cada equipe. Como são sete times em um total de 21 garotas isto lhes dará a chance de encontrar as peças e montá-las.

—E onde deveríamos supostamente procurar? –questionei em baixo tom para as garotas.

—A graça da brincadeira está ai. Nós nunca saberemos. É um tipo de jogo da sorte.

—É um tipo de jogo da palhaçada. Só pode.

—Bella deixa de ser chata.

—Chata é essa loira que acordou toda a casa para rir de nós enquanto perdemos nesse jogo estúpido.

Neste momento o olhar de Zoey se encontrou com o meu e de Renesmee, mas por incrível que parecesse eu não tinha nada a temer. Só que por outro lado a ruiva me pareceu nervosa demais.

As pessoas não sabem disfarçar?

Por exemplo: se você está fazendo algo de errado ou falando coisas que não deveria e uma pessoa desconfia que seja você... Bem, para preservar a vida eu finjo que nem é comigo. Olho com uma expressão de paisagem e continuo a fitar serenamente, dando um meio sorriso sem realmente mostrar os dentes.

Já Renesmee não!

A garota não consegue simular o que estávamos dizendo aos cochichos. Ela fica com os olhos arregalados parecendo que viu o diabo em sua frente e abre um pouco a boca. Além disso, fica toda nervosa e tensa. Só falta sair faíscas dela.

—Algum problema Renesmee e Isabella? –questionou a presidente.

Argh. Um dia ainda vou amarrar ela em uma cadeira e pintar aquele cabelo de preto. Só por desaforo.

Como a criatura ao meu lado se assemelhava a uma estátua... Eu resolvi contornar a situação.

—Não.

—Tem certeza?

—Absoluta.

—Então prestem atenção no que estou falando.

E antes que eu pudesse respondê-la a monitora pisou no meu pé.

Sério, já estava ficando chato. Toda hora era um cutucão, um chute, um beliscão.

—Bem. Dadas às circunstâncias... Vejo que todas já receberam suas cores. Victoria me passe o sinalizador.

E a ruiva entregou para ela que em poucos segundos agilmente o ativou criando uma explosão de cores pelo céu ao mesmo tempo em que gritava um “já” ridiculamente alto. Todas as meninas que estavam a minha volta iniciaram uma corrida frenética e sem sentido. Cada uma ia para um lugar diferente.

—Vem Bella... Vamos lá –dizia Alice enquanto caminhava ao lado de Renesmee.

—Para onde?

—Sei lá. Pra onde Renesmee?

—Para onde a sorte nos levar –disse ironicamente.

—Garotas, olhem lá! É uma luz roxa naquele banco perto da entrada. Aposto que o nosso quebra-cabeças está lá.

—Óbvio demais –sussurrou a monitora –Zoey não é uma pessoa muito previsível.

Estávamos parecendo três baratas tontas andando ao leste de Stanford. Ainda bem que eu havia calçado um tênis, porque aquele gramado estava coberto por cerração e espinhos.

—Tudo bem. Vamos por aquele lado –apontou a ruiva para o seu lado esquerdo –A maioria das garotas já saíram e nós estamos perdendo tempo.

Caminhamos em meio ao mesmo gramado que eu havia recebido uma bolada no rosto. Ótima lembrança.

Durante o caminho Alice ficou em silêncio ao passo que Renesmee sibilava algumas palavras desconexas. Foi então no instante seguinte que percebi onde estávamos indo: havia um pequeno lago quando terminamos de vagar pela grama gélida. E de imediato notei ao longe uma figura estranha que quanto mais próxima ficava de mim conseguia enxergar com mais nitidez.

—Oh, que fofinho. É um cãozinho–dizia Alice fazendo movimentos com os dedos o chamando.

Renesmee estacou e pensei que ela tivesse visto a presidente, mas não. Ela apontou para o cão no exato momento em que eu percebi do que se tratava aquela cena.

—Alice, para!

—Alice ele não tem cara de ser um cãozinho bom–murmurei insegura.

—Ai meu Deus... É o... Totó. –sussurrou Renesmee.

—Totó?

—Sim. É o cão farejador que as pessoas do Direito usam para simular procura por drogas e assassinos.

A figura de um Rottweiler preto ficou clara. Ele estava de pé em uma posição pronta para o ataque. Salivava tanto que seu olhar vidrou em cada uma de nós três.

—Mas eles deveriam usar um Pastor-alemão e não um Rottweiler –sussurei morta de medo.

—O que nós fazemos agora? Esse cachorro não tem cara de Totó.

—CORRAM –berrou a monitora já disparando.

Alice e eu não ficamos para trás. Seguimos agilmente a maluca que estava a nossa frente gritando “por aqui” e “por ali”. Foi difícil conseguir ser veloz, visto que minha colega de quarto não parava de me tocar na esperança de que conseguisse seguir o meu ritmo que era mais rápido. Por isto acabei me cansando um pouco mais rápido e logo as duas estavam em minha frente.

Percebi que estávamos nos afastando daquele gramado e o que vinha a frente eram as construções das mais diversas fraternidades.

—Corre Bella... O Totó está quase alcançando você.

—Isto era para ser... um... incentivo? –questionei sem fôlego algum.

—Vem Bella... Vem –gritava Alice.

Ao olhar para frente percebi que Renesmee ia em direção a um muro alto cercado por algumas grades. Agilmente ela o escalou e pulou contra ele, caindo direto contra o chão. Ela gritava “vamos meninas, pulem”.

Alice seguiu o seu conselho e em menos de meio minuto estava junto a ela.

Agora só restava eu, correndo feito uma louca para que aquele maldito animal não pudesse me morder ou simplesmente me matar.

O incentivo das duas para que eu fizesse como elas era evidente. Elas gritavam vociferavam várias palavras que em decorrência do meu estado de nervos pareciam desconexas.

Eu sentia estar me aproximando cada vez mais... E por isso estava com medo. Na verdade, se havia algo na vida que eu tinha... Chamava-se medo de altura.

É sério! Como pode uma pessoa simplesmente quase voar, saltar de paraquedas ou voar de asa delta? Se eu quase morria de pavor por tirar os pés do chão em um balanço, como seria capaz de pular aquelas grades?

—Vem Bella. Rápido que você consegue –dizia a monitora aos berros.

—Eu... não... Eu não consigo –vociferei sem ânimo.

—Rápido Bella... O Totó ta quase te alcançando.

Quando ela terminou a frase acho que simplesmente um surto de adrenalina se instalou sobre mim e consegui coragem o suficiente para me impulsionar contra aqueles muros e pular escalando as grades. Ao olhar para baixo encontrava-se um cão salivando de raiva e latindo com tanta intensidade que seria possível acordar Stanford inteira.

—Isso. Segura ai e vem –dizia Alice, que apoiou minhas mãos e me ajudou a chegar até o lado de dentro daquela casa.

Esbarrei com o bumbum no chão e a colisão tornou-se tão dolorida que poderia jurar ter quebrado algum osso.

—Meu Deus garota! Essa foi por pouco –sussurrava Renesmee.

—Bella, você quase foi atacada pelo Totó.

—Sério mesmo que vocês chamam aquele monstro de Totó? Ele tem mais cara de Frankenstein. Aquele sarnento ficava salivando tanto que eu pensei que ia ter um ataque epilético.

—Oh. Meu. Deus –exclamou Renesmee e não pude deixar de visualizar o que havia chamado a sua atenção.

A garota assistia de camarote a janela mais alta daquela fraternidade que até então eu desconhecia. Mas sabia que era para meninos, pois no terceiro andar estavam dois homens. Um deles vestia apenas uma calça de moletom cinza, deixando a mostra o seu peitoral (muito musculoso, diga-se de passagem). Já o outro rapaz eu consegui identificar logo de vista... Era o panaca que tinha me acertado a bolada no rosto.

 -Fecha a boca Renesmee... Daqui a pouco vai ter um ataque epilético de tanto salivar que nem o Totó.

—E você cala a boca sua idiota Alice.

—Ei vocês duas... Será que podem fazer silencio? –pedi com jeito. Até porque não gostaria que nenhum daqueles meninos nos visse.

—Quem é aquele lá? –dizia Alice apontado para o que estava sem camisa.

—Jacob Black, mais conhecido como o garoto problema da Omega Chi Delta.

—Espera ai... Nós estamos na Omega Chi Delta? –perguntou Alice.

—Sim querida. Não deu para notar na cor azul e nos símbolos? –questionou apontando para o alto da casa em que mostrava a bandeira da Omega e dos Estados Unidos.

—Então quer dizer que você gosta do garoto problema da Omega Chi Delta?

Renesmee enfureceu-se de uma forma tão evidente que Alice logo a pediu desculpas.

—Deixa de ser indiscreta e para de gritar sua idiota. O Jacob é um como se fosse um Buda sagrado.

—Por que? –indaguei curiosa.

—Ele praticamente pertence a Zoey.

Ah não! Tudo o que é relacionado a esta universidade sempre refere-se aquela garota mal educada e azeda. Como isso é possível? Daqui a pouco ela será a nova presidente dos EUA.

—Eles namoram?

—Não Alice. Pelo menos não desde o último verão. Mas já ouvi dizer que uma garota Katharine que cursa jornalismo se envolveu com ele e foi praticamente humilhada pela Zoey.

—Credo. Tem vezes que ela é muito má!

—Ela é sempre má –a corrigi.

—Olha Bella. Aquele outro garoto ali é o que... acertou a bola em... você. Ops... –ela terminou a frase lentamente –Eles... Eles... estão olhando para cá.

Puta que me pariu!

Já não bastava quase morrer por causa de um cachorro agora seríamos pegas praticamente invadindo a Omega Chi Delta! Eu só poderia ter colado chiclete em algum manto sagrado.

—Eles estão se aproximando da janela... Ai meu Deus... Que vergonha –dizia encolhendo o corpo e cobrindo os olhos com a mão.

—Alice você tem medo de homem? –perguntei irritada.

—Bella é contra as regras ficar espionando outras fraternidades na madrugada.

—Mas já está quase amanhecendo –esclareci –E além disto, não viemos para cá por que quisemos. Foi tudo por causa daquele cachorro epilético.

—Olhem ali... Por um acaso é um chafariz roxo?

—Ein?

—Olhem lá –dizia Renesmee apontando para uma outra área que cobria a casa.

Caminhamos lado a lado para a área externa que era protegido por uma mini cerca trancada por um cadeado. Mas como estávamos praticamente competentes em pular muros, escalamos sem problema algum. Havia uma enorme piscina que refletida por um azul praticamente transparente. Mais para a esquerda encontrava-se o bendito chafariz que ela comentou.

Realmente, ele era colorido por vários tons de roxo. Por pura curiosidade chegamos perto o suficiente percebendo que em sua base havia...

Uau!

Zoey Miller poderia ser uma vaca, mas era uma pessoa muito original. Ela conseguiu esconder a porra do quebra-cabeça em uma fraternidade na qual eu não conhecia. Nem mesmo as meninas devem ter imaginado que estaria aqui.

—Conseguimos! –exclamava Alice sorrindo e ao mesmo tempo agarrando as peças roxas.

—Agora é rezar para que ninguém tenha encontrado antes que nós.

—Posso saber o que vocês estão fazendo na minha fraternidade? –questionou uma voz máscula.

Óbvio... Só poderia ser algum besta cheio de testosterona.

—Ja... Jacob... Oi.

—Oi Renesmee. Você não respondeu a minha pergunta.

Outch. A educação para aquele ser não existia. Instantaneamente me prostrei na frente da monitora como se pudesse protegê-la daquele imbecil asqueroso.

—Quem você pensa que é para usar esse tom de voz comigo e com as minhas amigas?

—Eu é que te pergunto... Quem VOCÊ pensa que é para falar assim comigo?

Bufei prestes a ter um ataque epilético. Ás vezes eu acho que o povo de Stanford está querendo testar a minha paciência. Ou as pessoas são mal educadas ou elas simplesmente te ignoram e se acham os reis.

—Escuta aqui King Kong... A gente está com pressa, então sai do nosso caminho.

—Jacob, o que houve?

Escutei a voz de outra pessoa perto da piscina e constatei... Era a criatura idiota que havia me machucado com a bola.

—Olha garotos o que aconteceu foi um simples engano. Então tchau –disse Alice nos puxando para fora do portão. Mas ao chegar a frente as grades ela estacou.

Totó.

—Er... Edward será que você poderia domar o cachorro de vocês?

—Hã? Esse monstro é seu? –questionei incrédula.

Só poderia ser brincadeira.

—O nome dele é Totó –se defendeu.

—A porcaria do seu Totó quase nos matou. Será que não existe focinheira pra você usar nele?

—Vem Bella –chamou Alice.

—NÃO! –eu me aproximei mais do tal de Edward –É muito irresponsável da sua parte deixar um cachorro assassino solto no campus dessa faculdade. Será que você não raciocina?

Estávamos frente a frente. Minha respiração foi tornando-se pesada e alterava-se cada vez mais em decorrência da raiva que estava borbulhando pelo meu corpo por aquele ser repugnante. Afinal, como era possível tamanha irresponsabilidade por parte dele deixar um cão sem proporcionar nenhum tipo de proteção aos estudantes?

Olhei no fundo de seus olhos observando-o estreitar seu olhar. Ele queria um confronto? Bem, sinto muito... Mas eu não desisto tão fácil de coisas em que acredito ter razão.

E naquele ponto eu estava coberta de argumentos que podem explicar o porquê de estar certa.

Ao nosso redor estavam Alice e Renesmee espantadas tentando entender a situação e um Jacob totalmente perplexo e sem argumentos.

Quando olhei de volta para Edward ele estava com um sorriso sínico nos lábios. Argh!

—Tudo bem madame. Pode passar que o meu cachorro não vai atrapalhar as senhoritas. Sem mais discussões por hoje.

E dizendo isto ele abriu as grades sem deixar o cão se aproximar fazendo-o seguir contornando a casa.

—Acho bom –murmurei antes de seguir em disparada e a passos largos para fora.

Agora tínhamos uma missão: correr de volta para tentar ganhar o primeiro lugar.

—Isabella, o que foi aquilo?

—Nada Renesmee.

—Não me pareceu nada.

—Af, é que o Edward deu uma bolada na Bella outro dia e ela ficou com muita dor.

Nossa! Eu já não sabia mais quem era mais sem noção: Alice ou Renesmee... Bem, quem sabe as duas?!

Nosso caminho de volta foi vazio e sem muitas palavras. Apenas apressamos o passo em direção a Zeta Beta Zeta. As meninas estavam ao meu lado respeitando (também me surpreendi) o meu silencio. Quando chegamos ao prédio já estavam várias garotas ao redor da cerca branca com suas cores e seus quebra-cabeças. O sorriso que despertou em Alice quando encontramos o nosso quebra-cabeça no chafariz praticamente murchou no instante em que percebeu que os grupos já estavam com os seus em mãos.

—Parabéns Alice, Renesmee e Isabella... Vocês acabam de ganhar o último lugar em nossa atividade –disse Zoey com toda a pose de arrogância que só ela sabia transparecer.

—Como é que é? –perguntei irritada.

—Cala a boca Bella. Deu. Agora é sério! –cochichou a monitora.

—Uma merda que isto é sério. Não tem nada de sério aqui. O que tem é que essa vaca loira fez a gente percorrer um caminho tão longo que quase um cão nos matou e dois King Kong pediram explicações por invadirmos a fraternidade deles. –repliquei.

—A competência vem de berço –insistiu a loira azeda.

“Nossa, foi tão fácil! Não precisamos nem ir tão longe para conseguir achar o nosso” —dizia uma menina da fraternidade.

“Foi só atravessar duas casas para lá que encontramos”

“Vocês acreditam que o nosso estava escondido dentro da Zeta?”

Olhei para as duas garotas na qual dividia o quarto exibindo o meu melhor sorriso irônico. Ironia? Ironia era acabar de saber que de todos os esconderijos, os nossos foram os mais difíceis.

—Vocês se ligaram não? Isso só pode ser pessoal.

—É. Eu já percebi que a Zoey não gosta muito de você –disse Alice.

Sem noção!

—Isso não diz respeito apenas a mim.

—Tudo bem... Você está certa Isabella. Não é apenas contra você que a Zoey está –admitiu Renesmee ao perceber que a presidente havia se afastado.

—Hummm... isto está me cheirando a fofoca.       

—Cala a boca Alice.

—Para de me mandar calar a boca! Já está ficando chato Bella.

—Vamos logo... Desembucha –ordenei ignorando completamente Alice.

—Aqui não. O que eu tenho pra contar a vocês nem mesmo as paredes pode ouvir.

E foi saindo sorrateiramente que subimos até o dormitório cuidando para que ninguém percebesse. Renesmee iria me contar direitinho esta história! Ou eu não me chamava mais Isabella Swan.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Booooa madrugada minha gente...
ixiii, eu sei que sumi por exatos três meses, mas vocês sabem da história que fiquei sem computador... e como já havia escrito este capítulo e o perdi, demorei algum tempo para receber (a divina) inspiração.
Desculpa, desculpa, desculpaaaa.
Mas queria agradecer de coração a todos os (poucos) comentários que venho recebendo. É por voces que continuo...
E leitores que ainda não comentaram, por favorzinhooo! nem demora tanto...
É isto meus amores, gostaria de saber a opinião de vocês a respeito da história, se gostaram :)
Obrigada pelo carinho de sempre em todas as minhas fanfics.
Beijãaaaao e ótimo final de semana.



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