Sonho inverso escrita por Greenurse


Capítulo 3
02


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente bonita, que hoje é dia de atualizar a fic.
Muito obrigada pelos comentários.
E leitores fantasmas apareçam! Eu não mordo.
Aproveitem o capítulo, espero que gostem.
Nos vemos lá embaixo.



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Nada está tão ruim que não possa piorar.

Quem foi o criador dessa frase? Ele é um gênio. Teve uma premonição sobre a minha atual situação de vida. Ou morte. No caso deste último, a morte não será minha, mas sim da secretária energúmena parada na minha frente com as mãos sob o quadril. Só poderia estar possuída por um espírito sequelado que não soube explicar nada sobre termos que assinei.

—Eu peço que a senhorita se acalme.

—Me acalmar? NÃO. Você não me disse que eu estava assinando um termo e que caso não respondesse a questão que estava numa letra minúscula fariam um sorteio e eu pararia em uma fraternidade fresca.

A mulher esfregou uma mão na outra e começou a caminhar pela imensa sala. Seus movimentos já estavam me irritando.

—A culpa não é minha se a senhorita pulou a pergunta –disse audaciosa.

Argh.

—E a culpa também não é minha se vocês não são competentes para avaliar o tamanho das letras impressas nos papeis que oferecem aos alunos.

—Eu não posso fazer nada a respeito disto. Cumpro ordens e acho melhor você cumprir a sua que é morar na Zeta Beta Zeta.

Humpf. Eu odeio essa mulher. Qual era o nome dela mesmo? Aurelia? Aurora?

Que seja, pois a loira oxigenada já está na minha lista negra.

—Tem mais alguma reclamação que seja pertinente e possa ser resolvida? –questionou sentando-se na sua poltrona de couro.

Não tenho uma reclamação, mas uma solução que seria bem pertinente neste momento: quebrar a cara dela. Mas isto implicaria em perder a minha bolsa, então nada feito. Com ódio irradiando por todo o meu corpo sai da sala segurando uma mala e fechando a porta bruscamente.

O que eu faria agora? Zanzar pelos campos da faculdade não resolveria os meus problemas, mas eu precisava caminhar.

Desde que percebi que iria para a Zeta Beta Zeta imaginei que tudo não passasse de um grande mal entendido e que hoje pela manhã resolveria os meus problemas. Mas agora vejo que a única alternativa é ir para lá. Ou então me instalar no meio do campus com uma barraca.

Ok, a segunda opção não será levada em consideração.

Um cartaz informativo que havia ganhado indicava que a fraternidade Zeta Beta Zeta localizava-se no centro do campus.

Mal eu sabia do inferno que eu enfrentaria pela frente.

                                                           ***

Rodeada por várias árvores em um lindo gramado verde todo aparado, sentei em um banco branco enquanto tentava pensar em alguma ideia prudente o suficiente que resolvesse minha situação.

Argh! Por que nem tudo o que acontece em minha vida era de minha vontade? É pedir demais Deus?

Bufei soltando todo o ar que tinha pela boca e ao mesmo tempo em que pensava sobre a ideia de me suicidar parando de respirar, um garoto moreno vestindo um suéter identificado com o logo de Stanford parou na minha frente.

—Olá, você é aluna nova?

Humpf. Dei de ombros.

—E o que te faz pensar isto? –perguntei arrogante.

Ok, o pobre menino não tinha culpa da minha raiva que era direcionada a outro departamento: Zeta Beta Zeta e aquela secretária incompetente.

—De repente seja óbvio por você não estar usando um uniforme.

—Ah tudo bem. Eu só tive uma manhã ruim. Desculpe -ele pareceu tranquilo, então continuei –Meu nome é Isabella Swan.

Estendi minhas mãos para ele em sinal de paz.

—Eric Yorkie. Faço parte do grêmio estudantil, então se quiser ajuda para algum lugar aqui posso te mostrar um caminho.

—É dever do grêmio ajudar as pessoas perdidas?

Ele pensou um segundo antes de responder.

—Na verdade deveria ser prioridade para o grêmio estudantil ajudar as pessoas.

—E porque não o fazem? –perguntei curiosa.

—Nem todos os membros pensam desta maneira e não me pergunte o porquê de estarem lá dentro, pois a única explicação chama-se popularidade.

—Então quer dizer que o grêmio estudantil é popular?

—Você não imagina como. Provavelmente vai conhecer algum outro integrante. Mas me diga, para onde você está indo? –questionou prestativo.

Está bem, aquela criatura bondosa me deu uma luz porque eu não fazia ideia de onde aquela porcaria de fraternidade ficava.

—Para a Zeta Beta Zeta. Pode me mostrar onde fica?

—Ah, a Zeta Beta Zeta! Com certeza conhecerá os outros integrantes do grêmio.

Não entendi muito bem, pois pelo raro conhecimento em fraternidades eu sabia que aquela era só para mulheres. Deixei quieto, não queria falar sobre minha querida futura moradia.

O garoto não só me mostrou o caminho como também fez questão de me levar até lá. Era tanta gentileza que fiquei desconfiada... Até o momento em que descobri algo sobre Eric: ELE ERA FÃ DE STAR WARS.

Sério aquele garoto subiu no nível de camaradagem.

Mas quando comentei que era uma lunática apaixonada pela saga ele ficou tipo: “Hã?”. Claro que ele teve esta reação. Provavelmente ninguém na Zeta não havia nem sequer assistido algum dos episódios da série.

Rapidamente expliquei minha situação em que não partilhava da ideia de fraternidades e ele entendeu.

Além disto, ele me falou que estava cursando o quarto período de jornalismo e morava em um alojamento dentro do campus. Não era de nenhuma fraternidade.

—Então Isabella é aqui que fica a sua casa.

Ele apontou para uma casa enorme de dois andares. Sua pintura era de um rosa chiffon e as janelas amplas bay window do andar de baixo eram brancas, luxuosas e envidraçadas. Mais ou menos no meio do sobrado as letras do alfabeto grego Zeta e Beta estavam dispostas ao redor do símbolo da fraternidade.

—Nossa Eric, muito obrigada. Não sei nem como te agradecer

—Disponha –falou com um aceno –nos vemos por ai.

1...2...3.

A hora era agora.

Coragem Bella! Coragem!

Subi os primeiros degraus que levavam ao gramado e a entrada da casa. Havia bandeiras que constatei ser o símbolo da Zeta. Na entrada da casa uma garota estava segurando uma taça que continha um líquido claro. Era óbvio que deveria ser alguma bebida alcoólica. Ela estava conversando com outras garotas. Quando notou a minha presença veio falar comigo.

—Qual o seu nome querida?

Querida. Desconfie imediatamente de pessoas que te chamem de querida. Isto pode ser uma emboscada escondendo falsidade.

—Isabella Swan – respondi com desgosto. Já não gostei daquela garota.

Sua descrição é bem típica: cabelos compridos que iam até o meio das costas, loira, maquiada e chamando atenção com um batom rosa pink ridículo. Vejamos... O que mais?  Estava com um suéter rosa que centralizado a esquerda continha o logo de Stanford não muito grande e as letras “ζ β ζ”, indicando o alfabeto grego. Além disto, usava uma saia pregada e meias pretas que iam até a metade de suas pernas.

Se um dia tivesse que usar aquela saia, preferia sair por ai mendigando por dinheiro e parar de estudar.

—Então irmã Zeta, eu sou a Zoey Miller e presido esta fraternidade. Vou pedir para que Victoria mostre a você os seus aposentos.

Irmã Zeta? Que porra era essa?

Seus aposentos? Quem falava tão cordialmente assim em pleno século XXI?

Dei de ombros para a loira aguada e forcei um sorriso.

Uma menina ruiva e de cabelos cacheados veio em minha direção. Ela estava vestindo um suéter como o de Zoey, mas a calça jeans e o sapato oxford rosa traduziam que ela não queria mostrar a bunda como sua colega.

—Oi, tudo bem? –perguntou dando três beijos –Isabella Swan, certo? –concordei com um aceno –É só me acompanhar por aqui.

Segui a garota por toda a casa. A entrada era bem aconchegante. Havia três sofás marrons dispostos na frente de uma televisão gigante que estava posicionada sobre uma estante maior ainda. As cortinas do cômodo eram brancas com detalhes rosa e vários quadros com a foto de muitas garotas juntas estavam ao redor da sala.

—Vou deixar as apresentações para mais tarde. Reuniremos vocês para mostrar cada detalhe da Zeta.

Subimos os degraus e um corredor amplo mostrava várias portas. E eram muitas portas mesmo. Cada uma continha uma placa de metal não muito grande com letras douradas.

—Aqui estão os quartos. Agora é só você achar o seu nome em uma destas portas e começar a se instalar. Em todos eles tem banheiro, mas no fim do corredor temos um banheiro coletivo.

—Obrigada.

Victoria desceu as escadas e tratei de ir procurar o meu nome. Demorou um pouco, pois várias portas estavam abertas e muitas mulheres transitavam pelo espaço.

“Alice Brandon

Isabella Swan

Renesmee Carlie”

A porta abriu-se abruptamente revelando uma garota baixinha, com cabelos castanhos que iam até os ombros. Seus olhos verdes me olhavam com entusiasmo.

—Ah, me desculpe se assustei você. É Isabella ou Renesmee?

—Isabella.

—Oi Isabella. Eu sou a Alice. Parece que vamos ser colegas de quarto –ela me deu um beijo.

A criatura sorrindo na minha frente queria exibir seus dentes perfeitamente brancos. Só pode. Quem é que sorri tanto ao conhecer alguém?

Puf... Mas eu não estava nem ai. Só queria me afundar em um colchão e dormir eternamente.

—Tudo bem –falei sem emoção –Onde é a minha cama? –perguntei assim que adentrei o cômodo.

—Eu vou ficar naquele canto se você não se importar –apontou para onde suas coisas estavam.

—Ok.

Caminhei para a cama que ficava ao lado de Alice.

Deus me leva daqui?

Como não obtive resposta alguma sentei no colchão colocando a mala em cima da cama. Retirei algumas roupas e comecei a organizá-las no guarda roupas que (graças a Deus) era individual.

Retirei dali peças íntimas, shorts, calças, blusas, suéteres, poucos vestidos e os raros sapatos que eu tinha.

Sem menos perceber uma garota ruiva, baixinha e de olhos castanhos estava parada de frente para mim cruzando os braços ao redor do corpo. Ah, sem falar que ela balançava freneticamente os pés impacientemente e fazia um biquinho com os lábios que estavam rodeados por um gloss.

—Com licença, você está no meu lugar –falou.

Ela estava vestida com um uniforme pregado da Beta Zeta Beta. O salto alto rosa realçava o suéter da mesma cor.

—Como é? –me vi perguntando.

—Este lugar é meu.

—Tem seu nome nele?

—Er... Não, mas mesmo assim é meu.

—Então este lugar já tem dona e sou eu.

A garota permaneceu ali, estaqueada no mesmo lugar enquanto esperava que eu retirasse as minhas coisas.

—E quem é você? –perguntou audaciosa –Porque eu sou Renesmee Carlie, uma das monitoras da fraternidade e você vai tirar as suas coisas dai.

Argh. Que garota insuportável. Em resposta a ignorei e continuei arrumando as minhas roupas.

—Quem é você?

—Isabella Swan –respondi sem interesse de prolongar o assunto.

—Essa cama é minha.

1...2...3

Ok, chega!

—EU JÁ OUVI QUE ESSE LUGAR É SEU, ESSA CAMA É SUA E ESSE GUARDA ROUPAS É SEU. SÓ QUE EU CHEGUEI AQUI PRIMEIRO. Se quisesse o lugar teria saído mais cedo de casa.

Poderia parecer uma louca. Ah ta bom eu era uma louca. Mas minha única opção era partir para a grosseria já que a ruivinha não entedia que aquilo era uma questão de escolha, que os nossos nomes estavam apenas na porta e que eu não sairia daquela cama por nada neste mundo.

Quando olhei para ela o que vi foi uma das cenas mais cômicas em minha vida: Alice havia se aproximado e colocado as mãos ao redor da boca em sinal de espanto e Renesmee arregalou os olhos e abriu os lábios que formaram um “O”.

Sem dizer palavra alguma a ruiva saiu dali e foi para a terceira e última cama.

Será que eu tinha gritado demais? Quem sabe.

Não me importei com o silencio que reinou no quarto. Talvez o clima ficasse meio insuportável por aqui, mas se tivesse que colecionar inimigos, faria. Não deixaria que nenhuma patricinha fútil me tratasse como quisesse.

Olhando de soslaio percebi que Alice fora se apresentar para Renesmee. É, talvez elas se dessem bem. Alice não parecia ser uma má pessoa, só que eu não queria nenhuma amizade dentro desta fraternidade.

Uma sirene tocou excessivamente alto perturbando qualquer coisa que estivesse a fazer naquele momento.

Essa gente não se toca não?

—Hora de irmos para a sala de convivência –explicou Renesmee a Alice.

Sala de convivência? Já não bastava ter que lidar com essas meninas todos os dias agora teria uma sala especial para isto?

—Como você sabe?

Isso eu também queria descobrir. Afinal, ninguém havia dito nada sobre ter que ir para algum lugar.

—Simples! Sou a monitora.

—Irmãs Zeta peço para todas se dirijam para a nossa sala de convivência. Vocês devem estar junto a cada monitora de seus quartos que elas vão  lhes ajudar a chegar até lá. Até logo!

A vozinha excessivamente melosa de Zoey soou pelo quarto. Durante os primeiros minutos o barulho fora do cômodo indicava que gazelas saltitantes e falantes estavam indo para o lugar indicado. Renesmee foi a primeira a levantar-se da cama, seguida de Alice ao seu lado. Por fim fiz o mesmo. Não adianta, não teria sossego tão cedo em minha vida.

—Vocês duas me sigam. Não perguntem nada quando a Zoey estiver por perto. De preferencia fiquem quietas. Vocês entenderam?

Eu e Alice concordamos.

Havia muitas garotas no andar de baixo. O lugar era bem bonito e muito grande. A decoração não fugia do rosa (percebemos que é esta cor que reina aqui).

—O que é que está acontecendo? –perguntou Alice.

—Shiii –a monitora apontou os dedos em seus lábios sinalizando silencio.

—Não se pode falar mais nada então?

—Isabella não é hora de ficar falando.

A sala estava em completo sossego. Será que ninguém era curioso? Não tinham boca? Por que estava tudo tão quieto? Será que as outras monitoras também deram o mesmo aviso?

—Renesmee porque ninguém está falando? –cochichei.

—Isabella cala a boca.

—Não calo não.

—Cala a boca.

—NÃO! –gritei um pouco alto demais.

—Estou atrapalhando alguma coisa? –perguntou uma loira ao nosso lado. Renesmee ficou muda ao meu lado e com uma expressão assustada.

—Nã... Não Zoey. Não está!

—Está sim. Eu quero saber o porquê todo mundo tem que ficar em silencio –respondi com certa audácia.

E a loira aguada da Zoey percebeu o meu tom de voz irritado. Me olhou de cima a baixo com cara de nojo. Eca, garota escrota. Já não tinha gostado dela no inicio.

—É... Você vai ter que se adequar a algumas regras Isabella Swan. E a primeira delas é aprender a escutar e ficar calada.

O que? Quem ela pensa que é falando comigo desse jeito? Vaca!

—Como ass... –não terminei de falar, pois Renesmee deu um chute em minhas canelas e um beliscão no meu braço sem deixar que a presidente percebesse.

Outra sem noção.

Ela cochichou em meu ouvido “Se você não quer morrer cala a boca” enquanto Alice olhava de um lado para o outro com um pânico estampado no rosto. Todo o resto das garotas que estavam na sala ficou atento ao que Zoey havia dito a nós três, mas acredito que não devam ter escutado, já que ela não falou muito alto.

A loira subiu a um palquinho improvisado, pegou um microfone e começou a tagarelar.

—Irmãs Zeta, é com muita honra que venho vê-las todas pessoalmente. Eu sou a Zoey Miller, presidente há quatro anos desta fraternidade. Esta aqui do meu lado é a Victoria Jones vice-presidente.

Victoria acenou sem muita empolgação. Óbvio, qualquer um estaria desanimado com aquela sem noção por perto.

—Vocês devem estar se perguntando o porque de tudo isto, pois vou explicar. Todos os anos nós pedimos que vocês venham uma semana antes do começo das aulas para que possam se instalar e acostumar-se com a rotina –pausou e olhou diretamente para Renesmee –Embora muitas já estejam acostumadas e ainda cometam alguns erros.

—Isso foi uma indireta pra você? –perguntou Alice.

—Foi –respondeu a ruiva brava.

—Pedi para que viessem até aqui para avisá-las que hoje teremos um dia de folga, já que algumas vieram de tão longe, mas amanhã deverão estar seis horas da manhã acordadas para começarmos as nossas atividades! Agora podem sentir-se a vontade para fazer o que quiser dentro do campus de Stanford.

Zoey terminou de falar e desceu caminhando em direção a rua, enquanto todas nós ficamos paradas.

—Viemos aqui para assistir a isto?-perguntei com nojo.

—Isabella se a Zoey te pega falando assim...

—Ela vai fazer o que? –perguntei –Me obrigar a acordar uma hora mais cedo? Falando nisso, porque temos que acordar as seis? Teoricamente ainda estou em férias.

—Ela parece ser bem má –disse Alice.

—Este é o sobrenome dela –sussurrou a ruiva.

Enquanto caminhávamos de volta para nossos quartos Alice propôs a ideia de conhecermos Stanford. Aquela garota não parava quieta: uma hora estava se apresentando para algumas garotas da casa, em outro momento ela tagarelava sobre a sua vida e por último queria dar voltinhas pela universidade.

Maluca só pode!

E era claro que tentei ficar no quarto para curtir a minha resiliência, mas ela praticamente me obrigou a ir junto ao alegar que não tinha companhia. Insisti em lembra-la de que Renesmee era humana e poderia (ou não) servir como presença. Só que aquela monitora danadinha arranjou uma desculpa esfarrapada dizendo que Zoey tinha atividades para quem não fosse calouro.

Segui em silencio Alice Brandon. Mentira... Ela não me deixou ficar nem mesmo um instante calada.

—Nossa aqui é tão lindo né Isabella?

—Alice, você pode me chamar de Bella.

—Bella?

—Sim, Bella?

—Tipo Bella de bonita?

Aff. Deus me dê força... E paciência.

—Não. Bella é tipo um diminutivo de Isabella.

A criaturinha minúscula que estava a minha frente pensou por um instante antes de continuar falando.

—Ahhh. Agora entendi. Você é de onde Bella?

—Arizona.

—Legal. Eu sou de Nova Iorque.

E daí? Quem perguntou?

—Qual o seu curso?

—Direito –respondi sem muita empolgação ao mesmo tempo em que atravessávamos pelo gramado um campo muito grande.

—Não acredito! Vamos estar na mesma turma então.

Meu sorriso não muito animador foi a resposta para a empolgação de Alice.

—Você não cansa de falar não?-questionei impaciente.

Ela me fitou de cima a baixo e olhou bem no fundo dos meus olhos com um lampejo brilhante demonstrando que ficara magoada.

—E você não cansa de ser mal educada?

Ah não. Se tinha uma coisa que eu não saberia lidar era com pessoas magoadas.

—Olha Alice, tudo bem desculpa. É que não estou acostumada com desconhecidos que não param de falar.

—Mas é melhor começar a se preparar para isto, pois o que mais tem aqui são pessoas que tem língua. E a língua serve para falar.

Garota atrevida.

—Argh. To odiando isso tudo –falei virando para voltar até a fraternidade que estava um pouco longe do caminho.

Mas ao sair para o lado oposto senti uma forte pancada na cabeça. Com o impacto acabei caindo sentada no chão e percebi que ela virou apavorada e não sabia se olhava para mim ou para alguém que estava vindo em nossa direção. Mas a educação falou mais alto e ela estendeu sua mão para que eu me apoiasse e levantasse.

E ao me elevar encontrei um homem que estava bem perto de nós. Ele era alto, levemente forte, tinha os cabelos tingidos por um loiro escuro, os olhos verdes e vestia uma roupa ridícula de futebol americano. O típico estereótipo de um garoto universitário.

—Hei! Me desculpa moça. –ele tentou tocar em minha cabeça, mas rapidamente me esquivei.

—Seu escroto... Aquela bolada doeu! –resmunguei sem paciência.

Alice encarava aquela cena séria e só se mexia para poder respirar.

—O que? –perguntou incrédulo.

—Olha por onde joga essa bola imunda.

Neste instante algumas pessoas se juntaram a nós para contemplar a linda cena que estava se formando.

—Caso não saiba o gramado não é para se andar passeando. Nós treinamos futebol aqui.

—Argh! Vem Alice, deixa esse idiota ai.

—Eu sou Edward a propósito.

—E eu sou o Bozo.

—Desculpa, ela é um pouco estressada. Eu sou a Alice. Tchau!

Andei com rapidez e agilidade murmurando todos os palavrões possíveis enquanto Alice tentava acompanhar meu ritmo. Queria apenas achar uma máquina do tempo e pular alguns anos onde estaria formada e em Paris curtindo a vista da Torre Eiffel.

Minha cabeça doía pelo impacto, mas tentei não pensar muito naquilo. Afinal a loucura estava apenas começando.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E entãaaaao gostaram?
Eu to amando esses surtos psicóticos da Bella. hahaha
Gente é totalmente novo pra mim escrever uma história tão engraçada e adolescente, por isto tenham calma comigo ok?!
Comentem minha gente, quero ver muitos comentários... Se você tem alguma sugestão, pode comentar. Só assim eu posso saber se estão gostando e ver o que pode ser melhorado.
Ahh já ia me esquecendo de avisar... Criei um blog para os meus escritos. Ele ainda é novinho, mas quero ir atualizando sempre que puder. O link é esse:
https://escritosgreenurse.wordpress.com/
Beijãoo no coração de todos ♥