Sonho inverso escrita por Greenurse


Capítulo 2
01


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, como estão?
Queria agradecer de coração a novacullen, Dnz_Graffitt, Lena Black e Maia Smoak Queen. Muito obrigada por comentarem a história.
Nos vemos lá embaixo.



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Bom dia sol, bom dia mar, bom dia mundo!

Hoje é o dia em que retorno a Universidade de Stanford para regularizar e entregar os últimos documentos para a confirmação da minha matrícula.

Isabella Swan, eu mesma, a garota nerd típica do ensino médio conseguiu uma bolsa de estudos nesta renomada Universidade.

Se alguém me contasse isto há alguns anos atrás, eu diria: RÁ pode parar com a palhaçada.

Mas não.

Eu estou aqui.

Em Stanford.

Na Califórnia.

Efetivando minha matrícula.

                                                           ***

—Senhorita Swan, creio que já disse o quanto o seu currículo é excelente. Temos um imenso orgulho de poder tê-la em nosso campus. Agora você só precisa preencher este formulário e assinar no final da segunda página.

A secretária que estava em minha frente era baixinha, com cabelos loiros presos em um coque bem elaborado e usava um terninho preto identificado pelo logo da instituição.

Agradeci e peguei o papel de suas mãos. Suas perguntas eram fáceis e relacionadas à educação: quais matérias que gostava de estudar, o que fazia no meu tempo livre, quais esportes praticava, o que eu achava importante em um perfil universitário.

Para uma garota que sempre morou no Arizona, a Califórnia seria uma experiência... Digamos diferente já que é um estado com praias, o que eu odeio.

É sério que as pessoas vão à praia para ficar que nem um croquete passado de areia e ainda por cima tem o risco de adquirir uma insolação?

Ah qual é. Quem fica se lembrando de usar protetor solar de duas em duas horas? E não me diga que só passando uma vez você estará protegida desse efeito estufa.

Bem, para uma garota não totalmente nerd como eu estas observações são totalmente aceitáveis. Aluna excelente que nunca tirou notas ruins, amigos nerds que odeiam festas como eu e que gostam de Star Wars. Aliás, aqui vai uma lista de coisas que Isabella Swan faz ao invés de curtir a vida de um jeito adoidado: montar um cubo mágico, jogar videogame em um sábado a noite, ler, passar uma tarde inteira na biblioteca estudando. É, a lista fica longa se citar o restante.

Tudo bem, tudo bem. Eu explico o porque do termo ‘não totalmente nerd’: quando estava cursando o primeiro ano do Ensino Médio eu conheci Rosalie Hale e nada mais foi como antes. A minha amiga pseudo-normal me arrastou para o seu lado negro da normalidade. Esta normalidade inclui: comprar roupas rosa, usar adereços como brincos e pulseiras, fazer uma escova progressiva e usar um batom cor da pele. Ah, e inclui também tomar café no shopping uma vez por semana.

Ok, você pode pensar que surtei e a resposta é sim.

Mas o que você faria se uma garota nova-iorquina tivesse se mudado para a sua escola um mês depois de começar as aulas e pedisse a sua ajuda?

O fim desta trágica história foram dois anos e meio de intensa amizade e a triste realidade de que eu só era considerada nerd por ainda jogar vídeo game e gostar de filmes nerd. Além de continuar tirando notas boas.

Por que eu gostava do que fazia com a Rose. Tirando a parte de ir a festas e ficar com qualquer garoto.

Não que ela fosse de ficar com muitos garotos. OK, ela ficava com muitos garotos, mas ela é uma pessoa carente e isso explica muita coisa.

Desde então Rosalie e eu mantemos uma firme amizade até sermos separadas por Stanford e Princeton.

Mas não é isso que está pensando! Nenhum curso será capaz de nos separar.

A Rose é capaz de mover céus e terras para me ver. E eu não estou me exibindo. Ela é daquele tipo de amiga que quando faz uma amizade não desgruda jamais. Pra mim isto foi maravilhoso, por que antes dela eu não tinha muitas pessoas ao meu redor que não fosse da família e é claro, alguns colegas. Mas nunca uma amiga de verdade.

Deixando a nostalgia de lado fui descendo os degraus da escada parando direto na cozinha.

Como de costume peguei um prato e enchi de rufles depositando uma boa quantidade de molho barbecue por cima.

Sério: a mistura fica uma delícia.

—E quando começam as suas aulas? –perguntou minha mãe roubando uma batata do meu prato.

—Ei, isso é meu! Na verdade daqui a duas semanas.

Aquele diálogo demorou o tempo suficiente para que a senhorita Renée roubasse mais algumas batatas e fizesse mais perguntas em relação a Stanford. Tanto eu como ela estávamos muito ansiosas com a minha aprovação.

Minha mãe se formou em Stanford em letras e lecionava inglês. Na época ela teve o privilégio de não ser bolsista. Meu avô podia pagar seus estudos.

O problema foi que durante a sua vida ele gastou todo o dinheiro nos seus vícios: jogos e mulheres. A sorte foi que sua filha conseguiu terminar a faculdade, mas não pode usufruir de um bom futuro. Não que Renée deva se queixar da vida: não passávamos necessidades, mas poderíamos ter muito mais conforto se meu avô não tivesse feito as suas burradas.

Assim que se formou ela começou a trabalhar em uma escola. Três semanas depois descobriu que estava grávida.

Então advinha quem estava caminho desse mundo maravilhoso? Sim, eu mesma. Um fruto proibido feito em Stanford.

Na verdade mamãe nunca falou sobre o assunto abertamente comigo, mas o meu pai morreu quando eu ainda nem tinha colocado os pés na terra.

A única informação que tenho é que no início ele não quis assumir a paternidade e muito menos me registrar. E orgulhosa do jeito que é minha mãe ela nunca mais o procurou. Até porque alguns meses depois ficou sabendo que ele morreu.

Você pode pensar: Ah, coitadinha da Bella.

Não mesmo. Não sou vítima.

Eu sou feliz tendo minha mãe comigo pra tudo. O pior seria se não tivesse ela.

Depois que soube da gravidez ela continuou dando aula. Então pediu a sua licença maternidade e depois de um tempo continuou lecionando, exercendo o seu trabalho até hoje.

Quando terminei de comer e lavar a louça fui para meu quarto abrir uma conversa com Rosalie. Para minha surpresa o que vi na tela do notebook foi uma criatura com os olhos contornados por um delineador azul, os cílios grossos e alongados mostrando o quão pretos eram, as bochechas coradas por um rosa excessivamente... digamos... rosa. E por fim os seus lábios estavam pintados com um batom vermelho cardinal.

Minha expressão de espanto antecipou as minhas palavras.

—Anabelle, é você?

—Haha. Muito engraçadinha.

—Sério Rose, você parece a Anabelle. Sabe aquela do filme de terror? Pois é, sinto muito.

Ela revirou os olhos e apontou a câmera do computador para uma criança com um sorriso maquiavélico rodeada de maquiagens, adereços para cabelos e roupas estranhas.

—A Eve veio me fazer uma incrível visita. Não é mesmo, queridinha?

A garota era bizarra. Mais bizarra do que eu ainda me lembrava. Eve era a sobrinha de Rose, filha do seu irmão George. Uma vez por mês ia para sua casa e ficava o fim de semana. Ela deveria ter uns seis anos, mas fazia os dias da tia uma aventura. Se é que você me entende.

—Quando você vai para Princeton? -perguntei ansiosa.

—As aulas só começam daqui a duas semanas, mas preciso organizar as minhas coisas dois dias antes para a Lambda Chi Alpha.

—Não tinha um nome mais fácil pra essa coisa?

Rose era uma daquelas criaturas fascinadas por fraternidades universitárias. Ela sonhava em ser de uma fraternidade já que a sua mãe também foi.

Uma fresca.

Pra mim essa frescura de fraternidade era só para mostrar o fracasso que aquelas patricinhas eram. Oras, quem não sabe que nestas casas moram meninas loiras, burras e idiotas?

Mesmo que Rosalie seja inteligente nada muda a minha concepção de fraternidades.

—Qual é Bella, você sempre soube que o meu sonho é estar em Princeton na mesma fraternidade que minha mãe, então guarda esses comentários azedos pra você.

—Ai, esquentadinha. Está bem. Não vou me pronunciar.

Ela bufou e expulsou a Eve do quarto.

—Mudando de assunto, eu preciso te confessar uma coisinha Bella: eu vou matar a Eve.

—O que? Nossa. Como você é malvada Rosalie Hale.

Suspirando do outro lado minha amiga começou a gesticular.

—Se você estivesse no meu lugar, já teria fugido daqui. Ah amiga, eu vou sentir tanta saudade.

—Eu também Rose. Eu também.

—Espero que venha me visitar nas férias.

Sorri. Era claro que iriamos nos ver nas férias. Rosalie e Isabella não podem ficar muito tempo separadas.

—Na verdade poderíamos viajar! Sei lá. Pretendo fica alguns dias com a minha mãe, mas eu acho que já está na hora de conhecer lugares novos.

—Diz a garota que vai sair do Arizona pela primeira vez e morar na Califórnia.

—Na verdade eu quero sair. Conhecer o mundo. Começar por lugares mais perto como Nova Iorque ou até mesmo ir ai em Nova Jérsei –falei.

Rosalie pigarreou.

—Não minha querida. Eu quero sair de Nova Jérsei e ir para a Califórnia. Você vai ter que me aguentar ai, por que pretendo conhecer as praias do lugar onde você vai morar.

Argh. Será que minha amiga poderia ser menos irritante?

—Você sabe que odeio praia.

—Então ta bom. A gente vai pra Nova Iorque.

—Espero conseguir juntar um bom dinheiro até lá.

E esperava mesmo. Pretendia me matricular para realizar algum trabalho em Stanford. Não conseguiria juntar dinheiro com a mesada que minha mãe me dá. Até porque minha bolsa na universidade só cobre as despesas básicas como: refeições, alojamento e auxílio material.

E por falar em alojamento... Eles estão demorando a me informar se consegui um alojamento nos arredores da faculdade ou mais longe. Por que lá você tem duas opções: ou você é muito sortudo e vai para um alojamento dentro de Stanford ou consegue algum apartamento pequeno na cidade e por ser bolsista tem as suas despesas pagas.

Era óbvio que eu preferia morar no alojamento, já que ele fica dentro do campus e tornará a minha vida muito mais fácil.

—E a terra chama Isabella Swan –percebi meu nome e olhei para a tela do notebook.

—Hã?

—Olha amiga vou confessar que as vezes que morro de medo dessas tuas divagações.

—Cala a boca Rosalie.

A garota riu do outro lado.

—E desse jeito você só vai assustar as pessoas lá na Califórnia. Belinha, você não pode ser normal.

Argh. Por que minha melhor amiga tinha que fazer observações totalmente desnecessárias?

—Rosalie sinto muito te informar, mas essa tua cara de Anabelle é mais assustadora que o meu silencio.

—Ouch, pegou pesado agora.

“Roooooosalie. Eu já disse pra deixar a Eve brincar com as suas barbies”. –Tia Claire (a mãe de Rose) gritou e não parecia estar muito feliz.

—Aquela merdinha me paga –reclamou minha amiga.

“E não chama a sua sobrinha disso”.

—Acredita que a Eve se faz de vítima pra minha mãe? Argh.

—Aham. Posso acredita, até porque alguma coisa ela puxou da tia.

—Tchau Bella. E não, eu não me faço de vítima. Eu sou a vítima.

Viu! É exatamente a isto que me refiro.

—Está bem Anabelle. Te vejo antes de viajar.

—Tchau amiga.

Desligamos a web juntas.

Ah vida... O que eu vou fazer sem Rosalie? Provavelmente ler e assistir filmes, porque é essa garota que deixa a minha rotina mais agitada.

Passei as últimas duas horas assistindo Pretty Little Liars (PLL para os mais íntimos), fui até a cozinha comer mais Ruffles com barbecue (porque né...), voltei, escovei os dentes e dei uma última olhada nas minhas atualizações na internet.

Havia um e-mail com o título “Hospedagem em Stanford”. Ansiosa, cliquei e depois de ler pensei...

What fuck?

A seguinte mensagem me deixou sem chão, com as bochechas vermelhas e respirando enraivecida como Darth Vader.

“Prezada Srtª Swan, venho por este e-mail informar-lhe que você foi aprovada no sorteio de ingresso na fraternidade Zeta Beta Zeta.

O ano letivo começará no dia 01/03, portanto pedimos que esteja pelo menos uma semana antes no campus para que possa organizar-se da melhor maneira possível.

Lhe aguardamos, atenciosamente Aurélia Slin.”

As luzes do meu abajur já não faziam sentido iluminando o quarto. Eu queria pular na tela do computador e arrancar aquele e-mail da minha caixa de mensagens, mas minha única reação foi gritar.

—NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam deste capítulo? Foi mais uma introdução para que vocês conheçam a vida de Bella e quem são seus amigos/família.
O próximo será mais divertido. Tenho certeza... E as coisas já vão começar a acontecer. Obrigada pelo carinho. Peço que continuem comentando e quem ainda não comentou, por favoooooor não custa nada. :)
Pra quem quiser acompanhar a minha outra história é só clicar no meu perfil, ir em história e procurar "Friendship".
Até semana que vem. Um feliz natal a todos.
Beijos ♥



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